• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • I Want You
  • Capitulo 1 - Droga!

Info

Membros ativos: 9525
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,492
Palavras: 51,967,639
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Azra

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Legado de Metal e Sangue
    Legado de Metal e Sangue
    Por mtttm
  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • Inflamável
    Inflamável
    Por HumanAgain
  • Abstrato, Baby
    Abstrato, Baby
    Por Sam King

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

I Want You por Leticia Petra

Ver comentários: 4

Ver lista de capítulos

Palavras: 4234
Acessos: 9418   |  Postado em: 03/02/2020

Capitulo 1 - Droga!

20 de agosto de 2019, terça-feira.

 

- Escuta bem, gracinha. Cadê a encomenda? - um grandalhão me segurava pela gola do meu maravilhoso uniforme. Seu hálito queimou minhas narinas, me fazendo prender o fôlego.

ECA!

“Se eu não morresse baleada, com toda certeza seria intoxicada.”

Havia mais dois caras com ele.

      Olhei em desespero para todos os lados, buscando por ajuda, porém a rua estava deserta. Mas, quem em sã consciência estaria em um lugar tão sinistro aquela hora da noite? Sim, somente está tapada que lhes fala.

- Ainda tenho um mês... - tentei sorrir. Olhei para o baixinho, careca, e ele parecia se divertir com a situação. - Já tenho uma parte... Falta pouco.

      Como é que eu consegui me envolver naquilo mesmo? Ah, sim. Os dez mil reais. Os malditos dez mil.

- Acho bom... - ele tirou uma arma brilhosa de sua cintura e apontou para a minha cabeça. - Sua cara bonitinha não irá lhe salvar, ouviu?

"Senhor, se eu bater as botas agora, me dá uma vaga aí no céu. Sei que não sou lá muito obediente, mas abra uma exceção. Por favor. Lembra daquela vez que ajudei uma velhinha atravessar a rua? Deve valer de alguma coisa, né?!"

- Volto em um mês, gracinha... - ele me largou. - Se não pagar, já sabe o que vai acontecer.

- Pode deixar... Vou pagar. - tentei sorrir novamente, mas eu tremia mais que vara verde. - Tomem cuidado por ai...

Eles me encararam.

- Até breve, gracinha. - os caras sumiram pelo beco que dava em uma rua mais movimentada.

Somente naquele momento, consegui respirar.

"Te devo mais uma, Deus."

- Idiota... Idiota. Como me enfiei nessa? - bati várias vezes em minha testa. - Idiota... Idiota. Quem disse que emprestar dinheiro seria uma boa ideia. HEIN?

- Ei, sua idiota? - parei o que estava fazendo e tentei agir normalmente. - O que pensa que tá fazendo? Vamos trabalhar, querida. - agora ela aparece.

Me aproximei.

- Estava só... Fumando. - sorri.

- Você não fuma, Lua... - ela rolou os olhos. - Entra, que o Zeca tá soltando fogo pelas ventas...

Bufei.

- Um dia, vou dar o que ele merece. - ajeitei meu uniforme.

- Nesse dia, me convida que eu não vou reclamar em ajudar. - Larissa me deu um tapa na bunda. - Agora, vamos trabalhar que o lugar tá cheio e os boletos tão atrasados...

      Arrumei meus cabelos com as mãos, respirei fundo e entrei no salão. Logo, os olhares masculinos caíram sobre mim. Tentei sorrir, usando todas as aulas de teatro que jamais fiz. O bar estava lotado, com gente bêbada por toda parte e a música no último volume, de um artista local, o conhecido "brega marcante". Eu, particularmente, odiava. Não era o melhor lugar do mundo, minha mãe não gostava nenhum pouco do meu emprego, mas não havia mais nada naquele momento. Quem tivesse empregada, que se segurasse.

Até que as gorjetas não era de todo ruim. Em alguns dias, elas chegavam a 500 reais.

- Ei, gostosa... - alguém puxou meu avental. Respirei fundo.

"Curso de atriz, curso de atriz..." O olho tremeu.

- Boa noite. O que o senhor deseja? - o cara era gordo. A barba chegava a metade do peito.

"Nojenta."

- Quero um rodada da cerveja mais cara. - ele me olhou da cabeça aos pés, de forma asquerosa.

"Curso de atriz."

      Olhei para a mesa que ele estava, havia mais três homens, igualmente bêbados. Sairia uma bela gorjeta.

- Anotado... Logo seu pedido chegará, senhor. - guardei o caderno no bolso do avental.

- Traga você mesma, linda. Irá ganhar uma bela gorjeta. Gostosa...

"Dez mil, mãe, irmão, contas, morrer..." Aquele era o meu mantra do momento.

- Sim senhor...

     Saí da mesa, olhei para o balcão, onde Larissa era paquerada por vários caras. A minha amiga é uma linda ruiva natural. Alta, corpo malhado e face bonita. Esbanjava simpática e sensualidade.

- Não me importa o quanto gostosa você é, Luane. - Zeca segurou meu braço. - Se sumir no meio do expediente novamente, vai ser demitida.

"Você precisa desse emprego... Faculdade, dez mil, sua mãe, seu irmão. Morrer..."

- Não se preocupe, senhor Zeca. Não irá se repetir. - ele me soltou.

- Acho bom... - o embuste entrou em uma porta que iria para a cozinha.

Respirei fundo.

      Faltava uma hora para acabar meu turno. Eu só precisava segurar mais um pouco e se tivesse que chorar, que fosse em casa.

"Seja uma boa atriz e sorria."

      Dois anos naquele lugar, várias cenas de drama dignas de um Oscar dentro do banheiro, vários insultos mentais e muitos assédios. Era incrível como ainda não havia sido demitida. Se Zeca pudesse ler pensamentos, na certa já estaria no olho da rua.

 

      Era uma da manhã e eu estava dentro de um táxi com Larissa, a noite estava quente e o motorista gritava com alguém ao telefone. Quem poderia julga-lo? Minha amiga dormia ao meu lado, estava exausta. Não era para menos, trabalhar naquele lugar nos sugava a alma.

Não estou exagerando.

- Larissa, chegamos. - a sacudi. - Vamos... Tem baba escorrendo.

- Tá bom... - ela bocejou. - Não enche...

      Saímos do táxi uma rua antes da nossa, os motoristas nunca entravam no nosso bairro. O lugar era perigoso, chamado de zona vermelha pelos jornais. Sim, sua fama não era à toa. Ali, nós fazíamos "amizade" com os carinhas mal encarados, assim não corríamos o risco de ser assaltas.

      Se bem que, eu vivia lisa e meu celular saiu de linha há uns cinco anos. Se um deles viesse me assaltar, tacava aquele treco em minha cabeça ou me daria um novo de presente.

- Eu tô morta, Lua... E pensar que amanhã tem mais. - ela colocou a mão sobre a nuca.

- Nem me diga... Daqui a umas horas, temos que ir pra faculdade. - eu amava meu curso, mas estava me deixando esgotada. - Tchau, Lari... Até mais tarde.

- Até mais tarde, Lua... - ela abriu o portão de sua casa, entrando.

Morávamos de frente para a outra.

      Peguei minhas chaves, abri a porta com dificuldade, só depois do terceiro empurrão, consegui entrar. Perdi as contas das vezes que Cristian havia "consertado".

      A casa estava escura, ele e minha mãe estavam a dormir. Tentei não fazer barulho, não queria que eles acordassem. Tomei um banho rápido, comi algo e desabei na cama. Fechei meus olhos e sem esforço algum, dormi.

 

21 de agosto, quarta-feira.

      Eu estava cansada, exausta, esgotada, todos os sinônimos possíveis e existentes. Faltava apenas mais um ano para o fim do curso. Só mais um e a vida seria outra. Ao menos, era aquilo que eu esperava. Ser alguém, poder dar algo à minha pequena família. Acho que era o que o meu pai queria também.

      Há cinco anos, ele havia partido, Ruan Brito Oliveira, meu pai. Uma complicação em sua cirurgia de estômago o tirou de nós. Foi muito difícil seguir em frente, ele era a base da nossa família. Minha mãe, uma mulher forte e determinada, eu a admirava, buscou forças em Deus sabe de onde, para criar sozinha Cristian e eu. Ela veio para Belém ainda nova, suas origens são sulistas.

       Ela sempre disse que odiava o frio e por isso quis vir para o Norte. Meu pai e ela se apaixonaram. Ele dizia que quando olhou para aquela "branquela de olho claro", sentiu o coração bater forte.

Saudades, pai...

Meu nome é Luane Oliveira, e eu quero ser publicitária.

- Lua, vamos comer algo. Estou faminta. - Larissa me cutucou. A sala estava ficando vazia.

Olhei para o relógio.

- Quatro da tarde... Vamos, também estou com fome. - saímos da sala e fomos para o pequeno restaurante que havia na faculdade.

      Não foi nada fácil entrar em uma faculdade privada com bolsa integral. Larissa e eu passamos horas por dia, estudando para tirar uma excelente nota no Enem. Minha amiga sonhava em ter sua própria agência de publicidade e queria que eu fosse sua sócia.

Obviamente, aceitei.

- DEZ MIL?

- Fala baixo, tapada... - a puxei para sentar novamente. - Quer que todo mundo escute?

Larissa fechou a cara.

- Você é idiota ou o que? - ela bateu em minha cabeça. - Luane, são dez mil! - ela me chamou pelo nome. Estava realmente brava. - E pra agiotas... Sua burra!

Ok, talvez eu merecesse aquilo.

- Eu precisava, Lari... - passei a bater meu pé no chão. Eu estava muito nervosa.

"DA ONDE QUE EU IA TIRAR AQUELE DINHEIRO? QUE PORCARIA EU FIZ, MEU DEUS?"

- Minha mãe tava doente, o Cristian precisava terminar o curso de informática. Tinha várias contas... - respirei fundo.

- Lua, você sabe o que acontece quando não se paga esse tipo de gente. - mordi o lábio inferior.

- Eu sei... Eu sei... - coloquei a mão sobre a nuca. Ajeitei o meu vestido, que a todo momento subia, apesar de não ser colado.

- Boa tarde, meninas... - Lari e eu olhamos abismadas para o homem que sentou em nossa mesa.

Todos os outros riquinhos dali nos olharam com curiosidade.

- Boa tarde... - Lari e eu dissemos juntas.

- Vou ser bem direto. - ele me olhou. - Quero saber se você pode me dar umas aulas extras, Luane. - ele sabia até meu nome. - Há muita coisa que eu não entendi, preciso passar por méritos próprios.

      William Allen, filho dos donos da revista "Allen", me pedindo ajuda? O cara era herdeiro da empresa de publicidade mais requisitada do norte. Tinham filias em outros estados e tudo. Todos os empresários procuravam os Allen para fazer a publicidade de suas empresas, como comerciais e afins.

- E por que eu? - ele sorriu de lado. O homem tinha um cheiro de quem não valia nada. Alto, atlético, tatuado, um verdadeiro deus grego.

Ou melhor, nesse caso, um deus inglês.

- Você tem a melhor nota da nossa turma. Não vai ser nenhum sacrifício te olhar por umas horas extras. - olhei rapidamente para Lari, que revirou os olhos.

      William Allen é o cara mais lindo que eu já havia visto, porém aquilo não me iludia nenhum pouco. Na verdade, eu estava enrolada até as tampas com um carinha e definitivamente não queria ficar ainda mais.

- E o que eu ganho com isso? - ele gargalhou.

- Pago duzentos por aula... - abri os olhos, surpresa.

Duzentos reais não era um dinheiro que eu deixaria passar.

- Feito... Quando começamos? - ele sorriu.

- Nesse fim de semana... Pode ser? - estendeu sua mão para que eu a apertasse.

- Combinado. - e eu a apertei.

- Te pego no sábado... - ele piscou para mim. Rolei os olhos, fazendo William rir novamente.

Ele saiu de nossas vistas.

- Esse cara se acha... - Lari comentou, mordendo seu sanduíche em seguida.

- Também acho, mas preciso de dinheiro. - esfreguei as mãos. - Muito...

- Você é uma idiota, Luane... - Larissa rolou os olhos.

- Eu já disse que tava desesperada, Lari. - ela me encarou. - Eu vou pagar. Aliás, você poderia ajudar.

Ela ergueu as sobrancelhas.

- Como?

- Ah, sei lá... Você é a mulher mais bonita da faculdade, corpo sarado... - lhe pisquei.

- Tá querendo me vender, sua ordinária? - gargalhei. - Se venda você... Eu não sou a mulher mais bonita daqui, tu é.

- Eu estava só brincando. - Larissa me mostrou o dedo do meio. – Olha, não desce o nível. Vamos terminar de comer...

      Quando saímos, já se passava das seis da tarde. Lari e eu não tivemos tempo de ir em casa tomar banho e trocar de roupa. Fomos direto para o trabalho.

Seria mais uma noite turbulenta.

- Quantas vezes eu já disse que não pode usar o celular durante o expediente? - Zeca gritava com uma das garçonetes.

Estávamos na cozinha, a loucura ainda não havia iniciado.

- Desculpa, seu Zeca. Minha mãe ligou e eu tive que atender. Era urgente...

- Eu não quero saber... - aquele cara era um filho da puta. - Da próxima, você tá despedida.

"Corno, idiota..."

- Voltem ao trabalho... - ele saiu da cozinha.

- Babaca... - Lari falou, ela estava rubra de raiva.

       Voltamos ao trabalho, eu estava anotando alguns pedidos, quantos olhei para a entrada daquela espelunca, os três caras do dia anterior estavam ali. Engoli um nó que se formou em minha garganta. Eles acenaram, com um sorriso de dar arrepios, sentaram em uma das mesas.

"Meu Deus... Eu tô frita!"

 

21 de agosto de 2018.

- Charlotte, eu estou muito confusa... - olhei para a mulher a minha frente. Ela bebericava um vinho há pouco aberto. - Não podemos mais...

- Que história é essa, Daniela? Vamos nos casar. - mostrei a aliança em meu dedo. - Confusa com o quê?

- Eu conheci outra pessoa... - pisquei várias vezes, não acreditando no que ouvia. - Acho que estou apaixonada, Charlotte.

      Passei a andar por todo quarto, sentindo vontade de quebrar tudo do cômodo. Daniela segurou meu braço. Respirei fundo, me controlando para não lhe acertar a face.

- Me solta! - a empurrei. - Você me traiu?

Ela soltou o ar com força.

- Sua miserável... - fui para cima dela, que com facilidade segurou meus braços.

- CHEGA! - seu grito me assustou. - Tá vendo? É por isso que deixei de te amar. Você é uma mulher difícil... Muitas vezes fria, eu me sentia só e Betânia apareceu... Ela sim me valoriza.

Me desvencilhei.

- Sua desgraçada... Fora daqui! Agora! - Daniela amarrou o cabelo em um rabo de cavalo.

- Volto pra falarmos quando estiver suportável... - ela saiu do meu quarto e eu fui até a beirada da minha cama, sentando.

      Aquela infeliz havia mesmo me deixado? Teve o atrevimento de me trair! Não, não era possível. Dois anos juntas e ela diz que não me ama mais?

Maldita seja!

 

1 ano depois.

22 de agosto de 2019.

- Não acredito na cara de pau dessa mulher... - Helena lia o convite que há pouco havia chego.

      Levantei, indo para a enorme janela que havia em minha sala. A vista de toda a cidade era magistral. O céu estava coberto por nuvens, o mundo lá fora se movia sem parar. Pessoas em seus trabalhos, as engrenagens fazendo os seus papéis.

- Você vai a essa loucura, Charlotte? - Helena se colocou ao meu lado.

Lhe encarei com um sorriso.

      Tínhamos quase a mesma altura, Helena era dona de uma beleza singular. Sua pele morena, os lábios cheios e os cabelos cacheados, em tom de mel, o corpo esguio, mas com curvas incríveis, lhe davam um ar de femme fatale.

- É óbvio que irei, Helena. - ela ergueu a sobrancelha. - Daniela não perde por esperar...

- E o que pensa em fazer? - uma ideia me veio a mente.

Sorri.

- Vou mostrar para ela que estou maravilhosamente bem. - voltei ao meu lugar. - Agora, vamos discutir sobre a reunião. Quero me preparar para aqueles abutres enrugados.

Helena gargalhou.

- Vai colocar o terror? Adoro essas reuniões. - ela sentou a minha frente, abrindo uma pasta. - Ah, temos uma nova empresa como futura sócia. Acho que você irá gostar dos números... Veja.

- Sensacional, Helena... - ela era brilhante. - Na verdade, irei fazer um pronunciamento.

Meu telefone tocou, atendi e coloquei no viva voz.

- Pois não, Paola.

- Senhorita Allen, todos os acionistas já estão na sala de reuniões. - sorri.

- Perfeito, Paola. Obrigada... - desliguei a ligação. - Vamos, senhorita Brinite? - Helena me olhou com desconfiança.

      Seguimos para a sala de reuniões e como sempre ocorria, quando entramos, o silêncio foi mortal. Sentei em minha poltrona, de frente para aqueles seres centenários, tendo Helena ao meu lado.

- Bom dia, senhores. - a resposta veio em coro. - Bom, serei breve em meu pronunciamento. Lhes apresento a vice presidente da Allen Times Magazine, Helena Brinite...

      Helena me encarou com surpresa, ficando de pé. Os olhares surpresos caíram sobre nós, me fazendo sentir uma enorme vontade de rir. O ex-vice, foi dar os parabéns, a contragosto.

- Dito isso, declaro a reunião encerrada.

      Depois daquele dia cansativo, estava em minha casa, desfrutando de um vinho maravilhoso e de minha banheira com a água em uma temperatura perfeita. Peguei o maldito convite, lendo as letras em dourado pela milésima vez. Ela iria casar com a namoradinha.

Infeliz, iria mesmo se casar.

- Vamos ver se irá, sua desgraçada. - fechei meus olhos, sentindo o sabor do vinho mesclar com o morango. - Daniela.

      Eu ainda amava a infeliz. Como era possível tamanho desatino? Eu deveria ódia-la com todas as minhas forças ou ao menos tê-la deixado de uma vez no passado.

Ouvi batidas na porta.

- Entre... - uma menina, deveria ter uns dezoito anos, entrou em meu banheiro. Seus olhos caíram rapidamente sobre meu corpo nu, mas logo desviaram. As espumas já haviam se dissipado.

- Telefone pra senhora. É o seu pai... - Marjorie me entregou o telefone. Estava visivelmente desconcertada.

- Obrigada, querida... - sorri da melhor forma possível. - Não precisa ficar com vergonha, Marjorie... Trabalhas há um ano aqui, já deveria estar acostumada.

      Minha nudez a deixava rubra, mas eu tinha aquilo como algo natural, erámos duas mulheres, não? Meu gosto pelo sex* feminino jamais ultrapassaria meus limites morais, sendo assim, não iria tentar contra alguém, mesmo sendo tão bela quanto a moça que me olhava com vergonha.

- Desculpe, senhorita Charlotte. - ela sorriu. - Com licença...

- Toda, Marjorie. Boa noite, papai... - bebi mais um gole do meu vinho. O sabor era divino.

- Charlotte, até que enfim. - respirei fundo. - Filha, preciso saber do seu irmão. Sua mãe anda muito preocupada.

Rolei os olhos.

- Obrigada por perguntar sobre meu bem estar. - disse com toda a irônia do mundo. - E por que ela mesma não me liga? - ouvi a respiração do meu pai mudar.

- Darling, dê mais um tempo a ela... - mordi um morango. - Sua mãe ainda tá se acostumando com tudo... Me desculpe.

- Faz um ano, papai. Um ano que ela não fala comigo. - me irritei. - Eu não entendo. Isso não mudou em nada o que sou...

- Filha...

- Qual a dificuldade em aceitar que eu gosto de mulheres? O que isso muda, me diga?

- Filha, nem todos pensam assim. Sua mãe vai aceitar, só dê um tempo a ela. - respirei fundo. - Peça pro seu irmão atender. Eu preciso falar sério com ele.

- Tudo bem papai. Vou dar o recado. - era sempre assim. - Boa noite, estou cansada.

      Antes que ele dissesse algo, encerrei a ligação. Sai da banheira, me enrolando em uma toalha e indo para o quarto. Não iria dar recado algum. Ele nunca me pergunta sobre mim. Tudo, absolutamente tudo, é sobre o William. Minha mãe sequer me mandava uma mensagem, desde que falei de minha sexualidade, deixou de me dirigir a palavra.

Rosnei.

      Coloquei uma camisola de seda, fiz um coque frouxo e sai, indo para a cozinha. Eu sentia fome. Preparei algo leve, sentei e arqueei as sobrancelhas ao ver quem entrou na cozinha.

- Desculpa, senhorita Allen, eu vi a luz acessa, pensei que havia esquecido. - a menina usava apenas um baby Doll preto.

Sua face adquiriu outra coloração.

- Sente... Me faça companhia... - ela pareceu ficar surpresa. - Deixe de vergonha, eu sou tão feia assim?

- A senhorita está longe de ser feia, muito pelo contrário. - ela sorriu. - Queria eu poder ser tão linda quanto a senhora. - Marjorie me fez rir. - Mas, não posso, senhorita. Amanhã acordo cedo para ir a faculdade.

- Que moça focada. Fico orgulhosa, Marjorie. - ela não conseguia me olhar nos olhos.

Eu era tão intimidadora assim?

- Marjorie? O que faz aqui menina?

- Ela só veio apagar a luz, Marina. - voltei a comer. - Deixa que faço assim que sair...

- Tudo bem, dona Charlotte. Boa noite... - a mulher ficou nervosa.

- Boa noite, Marina, Marjorie...

Sorri.

      Elas saíram da cozinha, me deixando com uma imensa curiosidade. As pessoas sempre se acanhavam quando eu estava por perto. Às vezes, não posso negar, era divertido. Terminei de comer, limpei minha pequena bagunça e voltei para o meu quarto. Peguei o convite, abri e mais uma vez, senti ganas em destruir aquela união.

- Vagabunda... - joguei o papel longe.

Deitei e com muito custo, consegui dormir.

 

- Senhorita Allen, foi um prazer fazer negócios com sua empresa. - o homem elegante, apertou minha mão. - O resultado está perfeito.

- O prazer foi todo nosso. Espero vê-lo mais vezes por aqui. - ele sorriu e deixou minha sala.

- Você não parece bem. - Helena, que lia alguns documentos, comentou.

- E não estou, mas não quero falar sobre isso. Vamos jantar hoje? Preciso beber vinho até não lembrar mais meu nome. - sentei, girando a minha poltrona. - Aliás, gostou da sua nova sala, vice presidente.

Ela riu.

- Achei em demasiado, grande, mas obrigada. - Helena sempre dizia o que pensava, sem medo. - Vamos sair sim, quero te apresentar alguém. - franzi o cenho.

- Namorado novo? - ouvi uma gargalhada.

- Não sei, você dirá. Só lhe digo, ela é uma deusa... - rolei os olhos.

- Não quero conhecer ninguém, Helena. - observei a cidade. - Não tenho tempo para isso.

- Você não precisa casar, Charlotte. Apenas transe um pouco, quem sabe isso melhore teu humor. - a desgraçada riu.

- Não preciso de sex*, Helena... - sim, eu precisava. - Preciso me vingar de Daniela.

- E como planeja fazer isso, querida? - sorri. - Como?

- Levarei alguém nesse casamento. - ouvi passos e logo Helena surgiu em meu campo de visão.

 - Charlotte, você vai brincar de fazer ciúmes na sua ex? Não está um pouco velha para esse tipo de joguinho?

Ela me olhava com repreensão.

- Acha que isso vai funcionar? Pelo amor de Deus, Charlotte. Esquece a Daniela, essa mulher não merece nem teu desgaste. - Helena colocou a mão na cintura. - Vá ser feliz... Há tanta mulher nesse mundo.

- Vou me vingar primeiro. - ela rolou os olhos.

- Você parece uma criança com essa história... Desisto. - Helena levantou as mãos em rendição. - Espero que não faça nenhuma bobagem.

Respirei fundo.

 

24 de agosto de 2019.

      Era sábado a tarde, eu estava deitada, descansando depois de duas horas na academia. A mansão estava silenciosa, todos os empregados estavam de folga. Não saberia dizer se meu irmão estava em casa.

Senti cede.

      Fui até a cozinha, tomar água e quando passava pela sala, vi William com uma mulher na porta. Eu não podia vê-la com nitidez, mas se tratando de Will, deveria ser só mais iludida com sua beleza e status. Ela saiu, meu irmão fechou a porta com um sorriso gigante.

- Quem era? - ele rapidamente me olhou.

- Uma amiga da faculdade. - ergui a sobrancelha.

- Não a conheço. - ele se jogou no sofá.

- Charlotte, dá um tempo. O nome dela é Luane Oliveira, signo de libra, o cpf não sei e tá me dando umas aulas extras. - William me encarou com deboche. - Vai lá e faz sua pesquisa...

- Você sabe que estranhos em casa é algo proibido, Will. - ele bufou. - Por que não pediu ajuda a mim? Afinal, eu sou mais qualificada pra te ajudar.

- Tá na hora de superarmos isso, maninha. Nem todo mundo é ruim. - ele piscou para mim. - Não pedi sua ajuda porque você vive ocupada com grandes negócios. Então, é melhor se acostumar, ela virá amanhã e outras vezes.

- Ela te dá aula de que? A garota me pareceu uma dessas mulheres que leva vida fácil. - William gargalhou.

- É só não falar com ela e tudo certo. - meu irmão saiu da sala, me deixando só.

Sim, eu iria pesquisar sobre a garota.

      Peguei meu celular e liguei para um velho amigo do meu pai. Ele me garantiu que em breve, teria um dossiê completo sobre a garota. Só ficaria tranquila, quando soubesse que ela não representava perigo.

      Não deixaria que novamente fossemos vítimas de uma salafrária. Se meu irmão não iria tomar cuidado, eu o faria. Ninguém iria nos fazer de idiotas. As conquistas de William não me interessavam, portanto que não as levasse para dentro de nossa casa.

Ele tinha o dedo podre para mulheres. Tínhamos, na verdade.

- Eu vou sair... Voltou tarde. - William apareceu, ele não me deixou falar nada, apenas deixou nossa casa.

      Resolvi voltar para o meu quarto, tentar dormir. A última semana havia sido cheia. Não houve tempo para longos descansos. Aproveitaria o silêncio para repor as energias. Helena tinha razão, eu precisava de sex*.

Fim do capítulo

Notas finais:

oie...

e já voltei...

vou postar três vezes na semana... bom, espero que gostem desse novo enredo...

beijos...

Sonhos_loucos sou eu, viu meninas, Letícia Corrêa. Algumas pessoas confundem...

um beijo...

e Luh, obrigada por mais uma vez estar na edição de um trabalho meu...

 bom, vamos lá...

beijinhos...


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Próximo capítulo

Comentários para 1 - Capitulo 1 - Droga!:
Lea
Lea

Em: 02/01/2023

Tem um tempinho que li esse livro,e simplesmente o adoro.

E vamos lá, relembrar essa jornada da Lua e da Charlotte!

Responder

[Faça o login para poder comentar]

rhina
rhina

Em: 13/06/2020

 

Olá

Boa noite

Parece que vou lê mais um dos seus trabalhos.

Rhina

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Pim
Pim

Em: 05/04/2020

Ah vdd, é a primeira q leio sua! 

Estou adorando 🌹

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Endless
Endless

Em: 04/02/2020

Olá, autora! Seja muito bem vinda sempre. Cadê a continuação de Enquanto Houver Amor? Boa sorte!


Resposta do autor:

Olá, querida.

Muito obrigada!

Bom, já postamos um cap. Ele não vai ser diário, pois a Lenna trabalha todos os e fica um pouco difícil conciliar. E como o trabalho é nosso, não posso continuar sem elas. Vai sair aos até finalizarmos.

Beijos, meu bem.

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web