Capitulo 26:Depois das brigas, nada como a reconciliação
#Laura
Passei a semana de mal humor. Não atendia as ligações de Ana. Não retornava seus e-mails. Em um dos dias, ela chegou a ir na empresa. Não a recebi. Estava decidida, a esquecê-la. Por que nosso coração não tem um botão de liga e desliga? seria tudo tão mais fácil- pensei. Enfim, chegou o sexta. Fiz o que tinha para fazer, praticamente só fui para a empresa assinar uns pápeis. Avisei que não retornaria mais aquele dia e que só entrassem em contato comigo se fosse algo de vida ou morte. Queria passar uns dias longe da cidade, sempre gostei de praias, então decidir ir para Salinas (é um balneário de Belém). Praia linda, de águas salgadas, em noite de lua cheia, os comerciantes costumam fazer luais na praia, super bacana e naquele fim de semana teria lua cheia além do feriado prolongado. Tomei minha decisão, vou para Salinas- pensei!
Antes de ir para casa, passei no supermercado para comprar algumas coisas para levar. Apesar de termos uma pessoa de confiança cuidando da casa, não queria incomodá-los em nada. Comprei o que precisava e seguir para casa. Antes de tomar um banho, coloquei algumas roupas na mochila, escolhi uma bermuda e uma regata para usar. Fui para banho, mas.sai correndo do banho com o telefone tocando, como tenho secretária eletrônica me dou ao luxo de atender quem eu quero e para variar, era Ana. Não atendi, claro! ouvi sua mensagem, parecia chorando. Me deu um aperto no peito, mas não atendi. Fui me vestir, queria pegar a estrada ainda a tarde, não gosto de dirigir a noite e assim fiz. Como já tinha almoçado na rua, em questão de 10 minutos estava pronta e seguindo em direção ao balneário. Precisava pensar, organizar as ideias e principalmente meu coração.
Como saí de casa umas 14 hrs e são quatro horas de viajem, cheguei umas 16: 00 hrs. A barriga já estava dando sinais de vida, era fome. Antes de ir para casa, passei na praça, comi uma tapioquinha acompanhada de café com leite. Cheguei em casa e fui recebida por seu João e dona Antônia, caseiros que moravam ao lado de casa. Os cumprimentei e entrei em casa. Como nossa casa fica na orla da praia e somos de certa forma privilegiados pois em nosso quintal fica a praia. Fechei os olhos, abri os braços e deixei que aquela sensação maravilhosa de bem estar invadisse meu ser. Era tão bom. Sentei na areia e fiquei olhando o pôr-do-sol. Lembrei que último, foi ao lado de Ana. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto. Gostava mais do que deveria daquela menina- pensei. Fiquei um tempinho sentada. Fui retirada de toda aquela melancólica e estava começando a possuir meu corpo por dona Antônia tocando em meu ombro e convidando-me para juntar-se a ela e seu João para o jantar, até tentei recusar, mas ela era jogo duro. Acabei por aceitar, com a condição de que lavaria a louça a qual ela aceitou!
-Laura, minha filha, vamos jantar!...você está tão magrinha- falava com uma voz que passava uma segurança...
-Obrigado dona Antônia, outro dia irei jantar com vocês. Mas hoje quero ficar no meu canto!. estava triste...uma péssima companhia para qualquer pessoa, até para mim-pensei
-Não aceito desculpas e não estou aberta a negociações...vamos! seu tom de voz era de ordem.
-Ok...ok...a senhora venceu...vamos, mas com uma condição?
-Diga… _Eu lavo as louças do jantar, combinado?
-Combinado menina, Laura!
Entramos em sua casa, a mesa já estava posta: pratos, talheres, copos, lençóis. Tudo direitinho, a comida era caseira, tudo muito simples, mas a energia que aquela família emanava era algo contagiante, que por um momento minha tristeza passou. Eles não tinham filhos, trabalham a muitos anos para minha família. Após o jantar, como foi previamente combinado, lavei a louça e depois fomos nos sentar na varanda. Conversamos um pouco, ri bastante das histórias de seus João. Lembrei do quanto Ana me fazia rir. Subitamente uma onda de tristeza pareceu ficar evidente e meus olhos ficaram marejados, minha voz ficou embargada. Dona Antônia percebeu, sentou-se perto de mim. Fez sinal para deitar a cabeça em seu colo. Estava carente que nem questionei. Precisava mesmo de colo, quando o sono estava por me consumir, dei um beijo nos dois e fui para casa. Queria levantar cedo e andar na praia. Quando era criança adorava andar descalça na praia, depois que crescir com a correria de cuidar da empresa, viagens para as filiais que foram criadas com o passar dos anos, faltava-me tempo para curtir momentos como aquele. Adormeci fazendo planos para dia seguinte.
Acordei com os primeiros raios de sábado a invadirem meu quarto e pelo cheiro, era de bolo de fubá. Dona Antônia sabia me conquistar pelo estômago- pensei. Nesse momento, ela bate na porta do meu quarto avisando que o café estava na mesa que não era para demorar. Estava tão disposta como a tempos não me sentia, escovei os dentes, tomei um banho, coloquei uma regata e vestir um shortinho. O cheiro do bolo me conduziu até a sala onde eram feitas as refeições. Caminhei até a cozinha e encontrei Dona Antônia e seu João a conversarem. Convidei os dois para tomarem café comigo. Tanto eu quanto minha família, tratáva-os como amigos e nunca como empregados. Conversamos um pouco e avisei que retornaria para o almoço. Me despedir dos dois e fui para minha caminhada.
Antes de sair de casa, agradeci pelo belo dia. Comecei minha caminhada, sempre caminhando próximo a água salgada. Estava morna, gostosa. Desejei tanto que Ana estivesse curtindo aquele fim de semana prolongado junto comigo. Engraçado como alguém pode ocupar seu pensamento 24 horas por dia. Ela era meu primeiro pensamento ao acordar e o último a dormir. Não conseguia odia-la por mais que quisessem. Nem que fosse por um dia ou por um minuto. Estava realmente apaixonada por aquela menina. Caminhei por horas. Aos poucos a praia era tomada por crianças, famílias, casais. Fim de semana prolongado, povo desce todo para praia ou pelo menos uma grande parte. Olhei no relógio e já estava próximo a hora do almoço. Fiz o caminho inverso, a barriga estava reclamando.
Cheguei em casa, varada de fome. Como vinha um cheiro bom de comida caseira, antes de subir para tomar um banho porque estava muito suada , não pude deixar de passar antes na cozinha. Dona Antônia estava preparando estrogonofe de carne, uma das comidas que adoro. Tentei provar, para saber se estava bom, mas ela não me deixou, bateu foi na minha mão. Tomei um copo de água e fui para banho. Novamente convidei Dona Antônia e seu esposo para me fazerem companhia no almoço estávamos terminando de almoçar, quando meu celular começa a vibrar.Pedi licença e fui atender...
-Alô?! -Bolacha, estás bem?!
-Não acredito...a bicha me encontrou!...depois que inventaram o celular você não pode mais fugir ou se esconder de ninguém- pensei.
-Vim para atender aos seus pedidos, minha sapa preferida! . caiu na gargalhada
-Também te amo, ficha...o que queres? algo me dizia que ele não tinha ligado apenas para saber se estava bem!
-Estou um pouco longe de Belém! -Isso eu sei mona, passei no teu apartamento e o porteiro falou que viajou sexta a tarde...quero saber onde estás?
-Não te falo nem sobre decreto...cai na gargalhada
-Olha isso diminui uma amizade...estava com a voz de ofendido -Por que queres saber onde estou? me da um bom motivo!
-Não posso querer te fazer uma visita?!
-Ah ta...também acredito em duendes...papai noel...coelhinho da páscoa...cai na gargalhada...
-Não me enrola...fala logo!
-Sua benção, meu pai? estava me torcendo de rir...
-Onde fui amarra meu bode! . olha, to perdendo a paciência...falava em um tom afeminado...
-Não vou te falar onde estou...desculpa...
-Estas fugindo de quem ou do que?
-Preciso pensar Gustavo, preciso ficar sozinha neste momento...por favor, entenda...a brincadeira deu lugar a um assunto que sabia onde chegaria: Ana
-Esta certo...você não quer me dizer...tudo bem..Mas sabes que quando quero algo não desisto fácil e vou descobrir onde raios você esta se escondendo...minha vingança será maligna...estava rindo de novo!
-ok...ok...
Conversamos mais um pouco e nos despedimos. Conhecia Gustavo e sabia que moveria céus e terra para saber onde estava. Terminou o almoço, fui deitar na rede que estava na varanda de casa. Fiquei contemplando a paisagem da praia de barriga cheia, peguei no sono. Fui acordada com Dona Antônia a me entregar meu celular. Falou que já estava a tocar a bastante tempo, depois que falei com Gustavo o soltei em qualquer parte da casa.
-Alô?!
-Oi mulher...o que a senhorita manda?
-Fale menina...quanto tempo! Keila era da época da faculdade, cheguei a ficar com ela algumas vezes naquele tempo. Mas paramos quando nas férias de julho ela conheceu uma morena por quem se apaixonou na hora tanto que casou quando ainda tinham uns 6 meses de namoro, foi coisa de amor a primeira vista. Conhecia a esposa dela, gente boa. Sabia que já tínhamos ficado, levava numa boa, dizia confiar no seu “taco”. Mulher confiante é outra coisa.
-A Carla te viu caminhando hoje na praia, chegou a te chamar mais não a ouvistes...Carla é a mulher da Keila
-Poisé...vim para Salinas descansar..Mas me fala de ti, como estás? como está a vida de casada? precisamos marcar de sair!
-Uma pergunta de cada vez e começou a rir. Eu estou bem, cada dia mais apaixonada pela minha “marida”, se soubesse que a vida de casada era tão boa, tinha casado antes e quanto a sairmos, é exatamente por isso que estou te ligando...sabes que hoje é lua cheia, então vamos fazer um lual em casa e gostaríamos que você viesse, topas?!
-Claro que topo, que horas?!
-Olha lá pelas 20: 30 mais ou menos...
-Ah...ta ótimo...irei sim...podem contar com a minha presença! -Se quiser trazer alguém, fica a vontade...
-Não perdestes está tua mania de ser tão curiosa...vim sozinha! -Não tem problema, vem mulher solteira para cá...de repente sais casada daqui- caiu na gargalhada...
-Estou bem solteira...mas existe uma pessoa, só que ela fez outras escolhas...meu tom de voz era triste
-Lembra da Susi?
-Lembro sim, o que tem ela? casou também? Susi era uma menina, amiga da Carla que não podia me encontrar em uma festa que ficava doida para ficar comigo, fazia o tipo mulherão, mas quando abria a boca, só falava besteira...conteúdo zero. Sinceramente nada contra quem gosta, mas não faz meu tipo, a conversa se for boa acaba me ganhando. Com o tempo o que passou a ser importante é a qualidade e não a quantidade.
-Casou nada...ela vem para festa e como vocês duas estão solteiras, de repente não é dessa vez que rola algo...
-Olha...gosto muito de você e da Carla, mas se ficarem me empurrando ela, venho embora...vocês sabem que não gosto disso...estava séria
-Ta bom...ta bom...ninguém vai brigar...estamos te esperando!
-Beleza...eu vou...beijos…
-Beijos..
Desligamos e resolvi ir na cozinha verificar se ainda tinha bolo de fubá...peguei uns dois pedaços e um copo de suco de caju...sentei na frente da tv e fiquei assistindo o telejornal. Quando ouço batidas na porta. Levantei e fui atender e para minha surpresa quando abri a porta vi Ana com uma mochila nas costas. Levei um baita susto. Aquilo só podia ser uma visão- pensei...
Fim do capítulo
Desculpa pela demora,mas segue o capítulo..
Bjs
Comentar este capítulo:
HelOliveira
Em: 04/02/2020
Ei cadê a reconciliação? Volta aqui vc terminou antes kkkk
Bjos
Resposta do autor:
Oi..
Tenha calma rs...
Capítulo já postado,o q esta achando?
Bjs
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