Quando bateu a porta do apartamento, Anabelle começou a chorar intensamente. Desceu as escadas com os olhos embaçados e pegou o primeiro taxi que virou a esquina.

            Enquanto isso uma Lívia transtornada não lembrava em nada a doce menina que Duda havia conhecido a poucos meses.

            _ Agora que estamos sozinhas acho melhor você começar a falar. E não me olhe assim, eu não usei nem metade dos defeitos dessa mulher para humilhá-la.

            _ Lívia, acho melhor você ir embora. Não há nada para conversarmos. Eu acho que preciso de um tempo, acho melhor assim.

            _ Primeiro você me trai descaradamente e agora quer que eu suma da sua vida?

            _ Lívia, me perdoe, mas nós não temos nada ali de uma paquera. Não estamos namorado, então não houve traição. Você tem sim todo o direito de estar com raiva, mas eu não quero alguém agora na minha vida. Não posso suportar o peso de uma relação com ninguém agora. Nem mesmo com a Anabelle. E eu não usei você, eu gosto muito de você, mas meus sentimentos estão muito confusos e eu não quero te enganar.

            Lívia parecia prestes a chorar novamente, aproximou-se da cadeira onde Duda estava sentada e sentando em seu colo disse:

            _ Duda, eu amo você. Eu quero uma vida com você, uma vida de verdade, intensa, sem mentiras.

            Duda não soube o que dizer, Lívia a beijou intensamente e Duda podia sentir o gosto de lágrimas enquanto se devoravam.

                        Antes que a mão de Lívia descesse pela sua virilha, ela  a empurrou delicadamente.

            _ Lívia, por favor não.

            _ Eu ainda posso sentir o gosto dela na sua boca.

            Lívia pegou a bolsa na mesa da cozinha e bateu a porta ao sair.

Fim do capítulo