Coincidências por Rafa e
Capitulo 26
-- Eu terei o maior prazer em deixa-la me redescobrir. – Voltou a beijá-la e Lívia começou a retirar sua roupa. Haidê se ergueu, sem deixa-la de olhar nos olhos, abriu a calça e retirou as botas. Sua camisa estava aberta, deixou escorregar pelo seu corpo, até o chão. Desceu com facilidade a calça, viu quando a loirinha sorriu de um jeito sapeca, ela se aproximou e cobriu o corpo menor com o seu – Pensou, que não conseguiria tirar a calça desta vez?
-- Eu rasgaria se fosse necessário. – a advogada sorriu e beijou o pescoço da esposa, aspirando seu cheiro. Ouviu um gemido abafado e, depois, sentiu as unhas de Lívia arranharem sua pele. – Por favor, meu amor, não prolongue mais esse meu desejo. – Haidê retirou o casaco, a blusa e o sutiã da loirinha, depois desceu pelo tronco musculoso, beijou a barriga e lambeu, a olhou nos olhos e viu a excitação brilhando naquelas lindas esmeraldas. – Tira... – pediu excitada, Haidê fez questão de atende-la. Retirou a calça com a calcinha e se colocou entre as pequenas pernas torneadas, deliciando-se com a umidade que jorrava. Lívia ergueu um pouco a cabeça, a ponto de vê-la ch*pando-a, aquilo a excitou mais. – Aha...aha... – enroscou o cabelo preto entre seus dedos, puxando a cabeça da advogada para perto. Diminuiu o espaço e intensificou o contato. – Como é bom! – gritou e contorceu o corpo de prazer. Haidê a introduziu com dois dedos, enquanto subia por seu corpo, encostando seu sex* na coxa de Lívia, o que a levou a sentir a umidade da morena escorrer por sua perna. – Ahaha... – gritou, ao ouvir o gemido da advogada em seu ouvido e, sua respiração entrecortada. Sentiram juntas uma onda de tremores se apossando de seus corpos, beijaram-se com urgência. Um beijo faminto, guloso e demorado.
-- Eu te amo, meu anjo... – confessou, espalhando beijos por todo o rosto de Lívia, que sorriu e inverteu as posições, colocando-se por cima da morena, enchendo o corpo maior de beijos. Passaram horas se amando, após vários orgasmos, a loira se deitou em uma das muitas almofadas espalhadas pelo chão, colocou-se ao lado da morena e limpou o suor do rosto, mantinha um sorriso bobo. – Será que havia algo naquela bebida? – Lívia a olhou sem entender. – Porque você está insaciável.
-- Antes eu era apenas namorada, algo frágil. – revirou os olhos em um gesto dramático. - Agora sou esposa e você é MINHA mulher. – enfatizou bem o minha. Haidê sorriu, a puxou para um abraço.
-- Eu nunca tive dúvidas quanto a isto.
-- Amor, estou com fome. – a advogada pegou o relógio e viu que faltava pouco para amanhecer.
-- Podemos ir até a cozinha. – só então Lívia olhou ao redor e admirou a casa.
-- Gostei! Simples, espaçosa e aconchegante, tudo ao mesmo tempo. Vou pegar sua camisa e ver o resto da casa, já que pensou em tudo, menos em roupas.
-- Quem disse isso? – olharam-se por segundos e Lívia sorriu demonstrando suas dúvidas.
-- Você deixou nossas roupas aqui? Quanto tempo alugou esta casa?
-- Você chegou e foi logo me atacando... – se fez de ofendida e Lívia lhe fez cócegas. – Eu precisava lhe presentear com alguma coisa... – deu de ombros. – Um bom presente de casamento, pensei em algo que poderíamos nos divertir...
-- Espera aí... – ficou de pé e abriu os braços – Quer dizer que essa casa é nossa? – Haidê sorriu com a expressão sapeca da surfista.
-- Humhum... Nosso refúgio secreto. – levantou-se e sentiu os pequenos braços envolverem seu pescoço.
- Eu te amooooo!!!! – gritou. Haidê a levou para conhecer a casa, mostrou o closet, recém reformado, com algumas peças de roupas das duas. – Amor, você sempre tão detalhista. – afirmou passeando com as mãos sobre as roupas – Como trouxe sem que ninguém visse?
-- Eu tenho muitas habilidades. – sorriu.
-- E eu quero conhecer todas elas. – piscou e saiu em direção a uma varanda. – Que vista!
-- Pensei que fosse gostar, por isso escolhi essa casa. – A envolveu em um abraço por trás.
-- Como fez tudo isso, sem que soubesse?
-- As minhas viagens a trabalho... Melquíades é um cliente, e, em uma das minhas audiências, em uma cidade próxima, ele me trouxe até aqui, fiquei encantada com a beleza do local. Para entrar nesta colônia de pescadores, tem que passar por duas propriedades, uma delas é a dele, ou seja, aqui só entra por terra se conseguir autorização dele.
-- Então posso ficar à vontade, sem que você pense que corro perigo?
-- Impossível você não correr algum tipo de perigo, sendo quem é, se duvidar arruma confusão até com os peixes. – A loirinha fingiu irritação. Haidê lhe puxou, novamente, para um abraço. – Vamos comer? – na cozinha havia frutas frescas, uma mesa arrumada com morangos, bolos, pães e broas. A advogada retirou o fino tecido que protegia os alimentos sobre a mesa, depois abriu a geladeira, onde pegou queijo e suco.
-- E isso? Não tem como você ter feito isso, porque não saímos de perto, uma da outra, desde então.
-- Pedi que deixasse alguns alimentos para quando chegarmos, ele deve ter posto tudo isso aqui ontem à noite, antes de pegarmos as chaves. – Lívia se aproximou mais da mesa, pegou um morango e mordeu.
-- Hum... Está uma delícia! – ofereceu o resto a morena que aceitou e depois lhe beijou. – Assim fica melhor. – sorriu.
-- Vem. – puxou para seu colo. - Também estou com fome. – Comeram entre brincadeiras e carícias. Beijavam-se a cada instante e Haidê parecia não acreditar em sua felicidade.
-- Bichinho, por que a viagem de moto? Poderíamos ter vindo de carro ou até mesmo helicóptero.
-- Carro é fácil de ser seguido. Helicóptero pode se obter o roteiro da viagem, além de chamar muita atenção para pousar.
-- Acha que eles sabiam do nosso casamento?
-- Sem dúvida alguma, suas amigas quase colocaram na caixa de som naquela festa.
-- Ei, agora são suas amigas também. – mordeu o morango. Haidê terminou o suco e se levantou.
-- Quer mais alguma coisa?
-- Não. Vamos arrumar e descansar um pouco? – alongou o corpo.
-- Também estou cansada.
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A morena foi a primeira a acordar, ela tomou um banho e quando retornou viu sua esposa, dormindo, espalhada pela cama. Sorriu com a cena e, se aproximou, beijando a cabeça loira. Lívia resmungou alguma coisa e voltou a dormir.
“Como eu te amo...” – sussurrou próximo a seu ouvido, desceu e foi preparar o almoço.
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-- Zequinha, onde vai com todo este pescado? – aproximou-se olhando para o isopor que o irmão colocou no velho jipe.
-- Oi Lúcia, o pai “mandô eu ir levar isso pra dotôra”. – a irmã balançou a cabeça em negação, havia desistido de ensinar ou corrigir o irmão a falar direito.
-- É aquela bonitona que cuidou do caso do pai?
-- Ela mesma. – Lúcia pensou um pouco, havia se apaixonado pela advogada assim que a viu pela primeira vez em sua casa, mas não tinha esperanças, essas só vieram depois que ouviu a mãe resmungando algo, após seu pai declarar que ela namorava uma mulher.
-- Eu vou com você. – Zequinha não entendeu o súbito interesse da irmã, mas deixou acompanha-lo.
Haidê terminava de preparar o almoço quando ouviu um carro se aproximar. Ela chegou até a janela, viu o veículo do velho pescador, abriu a porta dos fundos e foi ao encontro dos visitantes.
-- Boa tarde, “dotôra”!
-- Olá Zequinha... – olhou para mulher ao lado, lembrou da filha mais nova do pescador – Como vai, Lúcia?
-- Bem. – sorriu. - E você? – Ficou feliz por Haidê lembrar seu nome, mas a advogada a deixou sem resposta.
-- O pai pegou uns “pescado” hoje e mandou “traze pra dotôra”. – foi até o isopor e abriu.
-- Maravilhosos! – disse após ver o conteúdo da caixa térmica. – Você pode levar para mim?
O jovem rapaz levou a caixa até a cozinha, mas não estava preparado para encontrar uma linda loira vestida apenas com uma camisa, quatro vezes seu tamanho.
Lívia entrou na cozinha, procurando por sua esposa, deparou com um rapaz moreno, que segurava uma caixa grande de isopor. Zequinha ao vê-la, ficou paralisado pela beleza da surfista de cabelos loiros que lhe caiam pelos ombros e expressivos olhos verdes, parecia um anjo. Ele passeou com os olhos pelo corpo menor, mas, ao perceber os olhos verdes repreendendo-o, baixou a cabeça envergonhado.
-- Quem é você? Onde está Haidê?
-- Eu sou Zeca, seu criado... – fez menção de lhe estender a mão, mas estava com a caixa, voltou a segurá-la firme – A “dotôra” mandou eu “deixa” os pescados “que o pai pegô” aqui, ela “tá” lá fora.
-- Você é filho de “seu” Melquíades?
-- Sim senhora. E a senhora? – Lívia sorriu e se apresentou.
-- Eu sou Lívia, esposa de Haidê. – O jovem arregalou os olhos e fez uma expressão de desânimo. – Algum problema? – Antes que ele respondesse, ouviu uma gargalhada de mulher e, não era a sua esposa. Ela saiu e viu uma morena se insinuando para Haidê, que parecia desconfortável.
-- É minha mana, Lúcia. – Lívia estreitou os olhos perigosamente e foi em direção as duas.
-- Vendo você assim, tão pertinho, dá vontade de ser presa só para vir soltar. – Disse baixinho, olhando-a nos olhos. Haidê estava visivelmente desconfortável, não queria ser indelicada em consideração a Melquíades. Tentou se afastar, mas ela segurou seu braço, quando a advogada o puxou, foi surpreendida pela voz de Lívia.
-- Pois permaneceria presa se dependesse dela. – Lívia interrompeu a conversa, ficando de frente para as duas com os braços cruzados. Haidê a olhou e teve vontade de enchê-la de beijos.
“Pela deusa! Ela fica ainda mais linda irritada.” – pensou e se excitou com a visão da loira.
-- Meu anjo, venha aqui, quero lhe apresentar a filha do senhor Melquíades.
-- Não precisa, já nos conhecemos. Como vai, Lúcia? – a morena a olhou surpresa. - Nos conhecemos no Rio.
-- Fui ao Rio ainda adolescente... – tentou explicar.
-- Isso foi pré-história, mas não estou falando do Rio de Janeiro, e sim, do rio de piranhas.
-- Lívia! – Haidê a interrompeu, mas foi inútil.
-- Lívia? – a olhou irritada. - Essa daí está lhe comendo com os olhos e você fica aí... – apontou de uma para outra. - Com essa expressão? – a surfista estava tão irritada que sentiu o rosto queimar.
-- Lívia ela... – neste momento percebeu os olhos de Zeca sobre sua loirinha. – Ei, o que você está olhando? – gritou em direção ao pescador e puxou a surfista.
-- Maaaasss não é nada não “dotôra” ... – respondeu trêmulo – Eu só “tava aspiando vossa mulhê que é linda por demais” – Lúcia passou a mão pelo rosto em um gesto de negação, não acreditava na sinceridade do irmão.
-- E você fala isso assim? – perguntou entredentes – Não olhe mais para ela, entendeu?
-- Si... Sim “dotôra”. – o pobre pescador tremia todo com medo da mulher alta e com expressão de poucos amigos.
-- Haidê, não exagere. – pediu falando baixinho, preocupada com o rapaz.
-- Não exagere? Ele estava babando por você e por... – a olhou e completou quase sussurrando. – Sua bunda.
-- E ela lhe comendo com os olhos. – a fitou com as mãos na cintura.
-- Bem, eu acho que já demoramos demais. – Lúcia interrompeu as duas mulheres e puxou o irmão. – Vamos indo Zeca.
-- “Simbora”, mana. – as duas se olhavam com irritação, Haidê passou a mão pelo rosto.
-- Vem aqui. – puxou a loirinha para um abraço. – Eu te amo.
-- Também amo você, mas aquela mulher estava lhe comendo e você não fez nada. – a morena sorriu com ironia.
-- E aquele engraçadinho, ele não estava lhe comendo? – Lívia sorriu e logo depois Haidê a seguiu, o que de fato quebrou o clima pesado de ciúmes.
-- Nós somos muito gostosas. – disse em tom de malícia, o que provocou a advogada.
-- Mas sou egoísta e desta delícia só come eu, assim como só você come essa aqui. – apontou para si mesma. Lívia deu uma grande gargalhada e se abraçou a esposa.
-- Vem, estou com fome e acredite, falo fome para ser educada, porque o termo seria “atacada” da fome. – A advogada deu outra gargalhada.
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-- Essa comida estava maravilhosa.
-- Fico feliz que tenha gostado. – beijou a mão de Lívia. – O que acha de ir até a praia e caminhar um pouco?
-- Quando olhei mais cedo, pensei que a praia fosse deserta.
-- E ela é. – bebeu um pouco do suco. – Esse foi o motivo que mais me atraiu nela.
-- Deserta com piranhas. – bufou e revirou os olhos.
-- Lívia, o que de real aconteceu entre vocês? Disputaram a mesma garota? – a surfista não esperava por essa pergunta, a olhou apreensiva.
-- Para que Haidê? – a morena colocou o guardanapo sobre a mesa e a olhou direto nos olhos verdes, depois cruzou os braços esperando alguma explicação.
-- Para ter conhecimento sobre a história.
-- Não precisa disso. – desviou o olhar.
-- Lívia, se precisar falar com Melquíades para pedir que mantenha a boca da filha fechada sobre nosso paradeiro, quero no mínimo saber a história completa e não ser pega de calça curta. – Lívia revirou os olhos de forma vencida e confessou.
-- Estava em um campeonato no Rio quando a conheci. Eu era namorada de uma grande amiga dela. Um dia, depois do término do campeonato, resolvemos ir até Saquarema, minha namorada ficou, tinha de pegar um avião porque iria a uma viagem de família. Estava tudo indo bem, cada uma em seu lugar. Mas Lúcia insistiu em ficar perto, pegou pesado e foi aí que ficamos, passamos quase uma semana juntas. Quando Gisele voltou, Lúcia fez questão de falar a verdade, foi uma confusão imensa. Gisele era sobrinha de um dos meus melhores patrocinadores... – revirou os olhos. - Quase perdi o patrocínio. – Haidê apenas ouvia. – E foi assim que brigamos. – esperou pela reação da morena que permanecia quieta. - Não vai falar nada?
-- Se precisar, agora sei a verdade e saberei argumentar. – a olhou. – Ela não foi a única culpada, sabe disso, não é? – levantou-se antes da surfista responder. – Vamos arrumar essa bagunça.
-- Está chateada? – perguntou receosa.
-- Desde que não role o momento recordações, não. – Lívia estava visivelmente envergonhada e Haidê tentou superar o ciúme. – Vem me ajudar, depois podemos caminhar na praia.
-- Posso ir assim? – mostrou o corpo só com a camisa que estava vestida, queria quebrar o clima tenso que pairava.
-- Só se me emprestar uma das suas para acompanha-la. – Lívia bufou.
-- Não sabe brincar, tem que pegar pesado. – saiu irritada e Haidê a abraçou por trás.
-- Parece que eu tenho um bichinho selvagem, também.
-- Não enrola Haidê. – a advogada a encheu de beijos enquanto a segurava.
-- Eu amo esse anjo loiro que vive se metendo em confusão. – falou mais alto enquanto segurava uma surfista irritada.
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-- Essa comida está com um cheiro maravilhoso.
-- Sai daqui Haidê, isso é surpresa.
-- Não quer uma ajudinha? – passou a mão pelo corpo de penugens loiras e se aproximou, sussurrando em seu ouvido. – Deixa?
-- Não vai me chantagear... – respondeu com a voz embargada. Haidê soltou a parte de cima do biquíni de Lívia. – Não vai conseguir... – tentou parecer convincente.
-- Sério? – tirou a parte de baixo, e se ajoelhou, beijou e mordiscou o corpo exposto.
-- Eu não... – sua respiração começava acelerar.
-- Sim?
-- Porr*! – desligou o fogão e se virou. – Agora me ch*pa. – exigiu e foi atendida.
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Haidê estava apoiada na varanda com uma taça de vinho na mão. Lívia se aproximou e colocou uma música suave, abriu a porta que dava para a área onde a morena estava e aceitou a taça que lhe foi oferecida, bebeu um pouco e esticou a mão.
-- Ficarei feliz se uma morena dançar comigo.
-- Qualquer morena?
-- A minha, também conhecida como esposa. – Haidê a puxou e abraçou, iniciaram a dança.
“What’s going on in that beautiful mind?/ I’m on your magical mystery ride/ And I’m so dizzy, don’t know what hit me, but I’ll be alright...
-- Seu cheiro é tão bom. – Haidê declarou após aspirar o cheiro da cabeça loira.
-- O seu também. – beijaram-se. Haidê cantou acompanhando a música, Lívia estava completamente entregue. Deixou-se levar pela voz e carícias da advogada.
“ ‘Cause all of me/ Loves all of you/ Love your curves and all your edges/ All your perfect imperfections/ Give your all to me/ I’ll give my all to you/ You’re my end and my beginning/ Even when I lose I’m winning/ ‘Cause I give you all of me/ And you give me all of you...”[1]
-- Eu queria que esse momento parasse e ficássemos assim até o final dos nossos dias.
-- Não podemos, minha querida. – apertou mais a loirinha entre seus braços. – Bem, ao menos podemos perpetuar em nossas memórias. Isso faz parte da nossa existência.
-- Eu não quero que você se torne uma lembrança... – a olhou. – Promete que vai se cuidar?
-- Querida, eu prometo que farei o impossível.
-- Eu não vou sobreviver se alguma coisa lhe acontecer. – Haidê se afastou e olhou dentro dos olhos verdes.
-- Lívia, quero que me escute: quero que prometa...
-- Não vou prometer ficar longe de você e muito menos viver bem com isso.
-- Se acostumar a viver com dor faz parte de nós. – afirmou pensativa.
-- Haidê, eu nunca irei me acostumar sem você. – beijou as mãos da morena. – Eu sei que sofreu e conviveu com isso por muito tempo, mas agora estou aqui e lhe amo, quero fazê-la feliz.
-- Está cumprindo com êxito sua missão. – beijaram-se, depois Haidê a puxou para sentar.
-- Você também está conseguindo. – sentou sobre a perna dobrada. – Meu bichinho consegue maravilhas quando quer. – Haidê lhe fez uma carícia no rosto. – Ainda dói muito, não é? – a morena pegou a taça e bebeu mais um pouco do vinho.
-- Doeu mais... – estava pensativa. – Quando lhe conheci aliviou, você veio como um analgésico. A dor é crônica, nunca vai passar, mas você veio para alivia-la com toda essa alegria. – Lívia franziu o nariz com um sorriso e beijou Haidê. – Muitas noites, na hora de dormir, eu ouvia Rodrigo me chamar: “Mãe” ... – forçou um sorriso. Lívia passou a mão pelo rosto da morena, colocou uma mecha do cabelo preto por trás da orelha. – Eu me levantava e ele não estava mais ali. Entende por que devo prosseguir com isso?
-- Entendo sim. – apertou a mão de Haidê. – Querida, meu pai sempre sonhou em ter a casa cheia de crianças, esse desejo eu herdei dele e queria muito ter um filho seu. – a advogada fez um silêncio por segundos.
-- Eu... Eu acho que não posso. – revelou com tristeza.
-- Não vamos pensar nisso agora. – Haidê a beijou e Lívia alisou a própria barriga. – Imagino uma Haidê crescendo aqui dentro, um pedacinho seu. – Haidê sentiu as lágrimas rolarem e se aproximou para beija-la.
-- Lívia, você é a minha vida. – confessou olhando-a nos olhos. – Eu nunca me senti tão vulnerável como estou ao seu lado. Meu anjo, você é meu ponto fraco. – Lívia alisou seu rosto e a beijou.
-- E você é minha vida, meus dias, minhas noites... Haidê, você é meu mundo, meu tudo. – voltaram a se beijar.
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-- A viagem de volta não vai ser tão cansativa, estamos saindo cedo.
-- Eu não queria voltar... – choramingou.
-- Querida, eu prometo que isso vai passar logo. – pegou o celular.
-- Conversou com seu irmão?
-- Não, mas vou enviar uma mensagem para ele saber que chegaremos hoje.
-- Confesse: ele sabia que estávamos aqui. – a olhou de forma avaliadora.
-- Ele precisava saber. – deu um meio sorriso. – Pronta?
-- Sim. – olhou em volta a casa. – Fomos tão felizes aqui... – declarou com um tom nostálgico. – Sentirei saudades.
-- Não sinta, voltaremos em breve.
-- Infelizmente o planejamento não faz muito parte da nossa vida. – Haidê puxou.
-- Não fica assim, eu prometi. – beijaram-se e sentiu o celular vibrar, leu a mensagem. – Vamos? Ulisses quer conversar.
-- O que foi?
-- Ele não vai falar nada por telefone.
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-- Vejo que uma semana fez muito bem as duas.
-- Deveria tirar uma semana com ele, também. – Lívia apontou com a cabeça para Ulisses.
-- Nem me fala. – Mariana revirou os olhos. – Teremos grandes novidades hoje.
-- Sabe o que aconteceu?
-- Melhor deixar sair do telefone, assim ele fala para todo mundo.
-- Fala o que? – Haidê apareceu com um copo de suco.
-- Seu irmão tem novidades. – Haidê sentou e puxou Lívia para seu lado.
-- Espero que as noivas tenham aproveitado bastante as férias.
-- Eu também estava com saudades do meu irmãozinho. – sorriu para o moreno que se abaixou para beija-las. - O que descobriu?
-- Amo sua objetividade, nem parece mulher. – brincou e Lívia revirou os olhos. – Haidê, o papo é reto. Descobrimos mais sobre a operação.
-- John está aqui?
-- Sim. Ele nos ajudou muito.
-- Johnny já foi levado?
-- Ainda não. – Haidê o olhou surpresa. – Precisamos dele para chegar a chefe. – olhou de Lívia para Haidê, observando-as.
-- Ulisses, você tem algo a falar? Diga logo e sem mistérios. – Haidê pediu impaciente.
-- Descobrimos a chefe.
-- Ulisses! – Mariana o repreendeu.
-- Não tem como subir no muro e miar, para depois falar. – Haidê pensou um pouco.
-- É Franciele? – Lívia a olhou surpresa.
-- Não. – Ulisses respondeu com o semblante fechado.
-- Como poderia ser minha mãe?
-- Olha Lívia, depois Haidê lhe conta toda a história, todos os detalhes que descobrimos, mas agora preciso falar sobre essa maldita que causou tudo.
-- Rosário Provence... – Haidê declarou antes de Ulisses anunciar. Ela pegou a mão da loirinha e a olhou. – Ou Jeanine Provence.
-- Como? – perguntou surpres.
[1] All Of Me – John Legend
Fim do capítulo
Boa tarde meninas!
Antecipando a postagem de amanhã.
Beijos
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Baiana
Em: 17/11/2019
Eita! A ex/falecida é a chefona? Que coisa...
Essa Lívia também não perdoava uma hem,até namorando ela aprontava kkk
Estamos na reta final da história,ou elas ainda vão meter a porrada em muita gente?
Ah,quero ver a loirinha grávida da Haidê,já imagino os desejos e exigências kkkk
Resposta do autor:
Pois é, a que faleceu sem nunca ter morrido. Lívia era uma surfista descolada, garota que vivia na onda do momento, pegava geral. Sin=m, reta final com poucos capítulos restantes e com certeza ela vai querer ser mãe, não sei se Haidê vai ceder.
Bjs
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