O dia começara cedo para Ágata que de madrugada já estava de pé para fazer a ronda com o delegado Afonso. Estavam empenhados em descobrir quem estava fazendo isso. O delegado tinha feito algumas investigações pelas outras fazendas da região e descobrira que apenas a de Ágata estava sendo atacada. Agora tinham que descobrir o motivo. Daria uma volta por parte da propriedade nos pontos onde aconteceram os roubos. Para tentar descobrir as estratégias que os ladrões estavam usando. Já Valentina ficara encarregada de levar Jade, Helena, Túlio e Safira para fazerem compras. Rubi também iria, pois passaria no consultório do fisioterapeuta para começar as seções, queria estar livre daquelas muletas o quanto antes, ainda bem que estava tendo uma ótima recuperação. O dia passou rápido para todos. Jade evitou ficar sozinha com Valentina, pois queria esquecer o que se passara na cozinha da fazenda. Safira comprara algumas peças de roupas para usar, pois só tinha levado os vestidos do convento. Jade quase tivera um troço ao consultar o saldo de sua conta bancaria para ver o quanto podia gastar, Ágata exagerara na transferência. Ficara sabendo que pedira as contas de Rubi e Safira e fizera a mesma coisa para elas também. Já estava na hora do almoço quanto todas se reuniram novamente. - Nossa estou morrendo de fome, onde vamos comer hem? – Rubi perguntou. -Tem um restaurante muito bom de uma amiga minha lá elas fazem um peixe delicioso, se gostarem é claro. - Valentina convidou. Deu uma olhada em Jade que não a olhara em momento algum. -Nossa adoro peixe. – Helena comentou. – Vamos então também estou com fome. Foram ao tal restaurante e assim que entraram já foram logo escutando. -Há não acredito Valentina no meu humilde estabelecimento. – Todas se viraram e viram uma bela de uma mulata indo em direção a elas. -Sonia querida, de humilde esse lugar passa longe. – Valentina arreganhou os dentes para a mulher que lhe deu um forte abraço. O rosto de Jade era uma mascara de pedra sem expressão nenhuma. -Você sumiu hem, devia estar com raiva. – reclamou Sonia toda soltinha pro lado de Valentina. -Trabalhado demais, mais deixa apresentá-las, essas são Jade, Safira e Rubi, irmãs de Ágata, e Helena uma amiga da família. -Fiquei sabendo da historia, essa cidade adora uma fofoca sabe como é. –Sonia se virou toda sorridente para complementá-las. – e olha que graça de criança. – disse olhando para Túlio que estava nos braços de Jade. – Com certeza seu filho, é a sua cara. – Jade apenas sorriu fracamente e não disse nada. Sonia deu uma olhada para Valentina e continuou. – Vem, tem uma mesa onde caberão todas. – Chegou mais perto de Valentina a enlaçando pela cintura e a puxando para andar contigo. Não sem antes olhar para a chinesa e ver uma veia saltando de seu pescoço. Valentina toda simpática acompanhou a bela mulata passando o braço por seus ombros. Todas foram acomodadas e Sonia lhes entregou o cardápio. -Faça a sugestão Valentina, pelo visto esta acostumada a comer por aqui. – Jade disse grossa. Helena arregalou os olhos surpresa com o comportamento da amiga, Rubi deu uma risadinha e Safira ficou vermelha com o duplo sentido da frase. Valentina a encarou seria, ia falar algo mais foi interrompida por Sonia que não deixou barato. -Claro que ela esta acostumada a comer aqui, e sempre sai muito satisfeita querida. – Disse de forma bem sensual. -Pelo amor de Deus gente. – Safira falou baixinho passando as mãos nos rosto super vermelho. -Sonia pode trazer o de sempre então, por favor. – Valentina disse rápido querendo evitar mais discussões, pois viu que Jade se preparava para revidar. Essa saiu sorrindo rebol*ndo mais que o necessário, Rubi que adora ver o circo pegar fogo acompanhou o rebol*do da mulata e soltou. -Não vai me dizer que já tocou aquele pandeiro ali. – Valentina para provocar Jade deu um sorrisinho faceiro. -Aqui serve uma ótima comida. -Sei bem. – Rubi riu. – Como é que funciona entre você e Ágata hem? -Funciona o que? – Valentina não entendeu. -Vocês pegam mulheres que a outra já pegou? -Eu vou ao banheiro. –Safira disse se levantando rápido. Jade se levantou e entregou Túlio para Helena dizendo que ia também. -Da pra parar de provocar pediu Helena a Rubi. -Não estou provocando, estou querendo saber por causa da policial, acho que foi amor a primeira vista, vou atrás dela. –Rubi explicou. -Elas não têm mais nada há muito tempo. –Valentina falou, não sem perceber a reação de Helena que deu uma leve tossida. -Ótimo. – comemorou a ruiva feliz. – Sabe onde posso encontrá-la? -Sei, te levo La depois do almoço, enquanto as meninas acabam de fazer o restante das compras. -Não falta muita coisa. – Helena falou. -Apenas lembre Jade de comprar a cadeirinha do Túlio, não podemos ficar rodando de carro com ele sem ela. Helena concordou com a cabeça. Safira voltou sozinha. -Onde está Jade? – Helena quis saber. -Esta passando uma água no rosto. Valentina se levantou rapidamente e foi em direção. -E lascou grandona dois em ação, peguem a pipoca. – brincou Rubi. Helena se levantou para ir atrás mais foi detida pela mesma. – Deixe, não estão mais na favela, Valentina não foi lá para machucá-la, tem que deixá-la enfrentar suas próprias batalhas agora Helena. -Mais... - Helena ia dizer algo mais achou melhor ficar calada. Essas mulheres ainda não as conheciam, tinha medo do Jade poderia fazer com Valentina lá no banheiro. Jade pegou a toalha de papel para passar no rosto e quando terminou viu Valentina pelo reflexo do espelho. Preparou-se. -Quem você pensa que é para tratar daquele modo uma pessoa que não conhece. – Valentina perguntou de forma baixa. -Não a destratei. -Falou frase de duplo sentido. Não gostei não faça mais isso. Jade riu da postura de Valentina. -Eu faço o que quiser Valentina, apenas acho que você tinha que controlar suas vadias perto de Safira que é inocente. No instante seguinte Jade estava imprensada conta a parede do banheiro com Valentina colada nela, lhe segurando pelos braços. -Ficou louca ou o que, para falar assim que alguém que não lhe fez nada e outra quem começou foi você com as provocações. -Me solta agora, tem essa mania de ficar me agarrando sem eu lhe dar permissão, não vou tolerar isso. -Bem você não pareceu achar tão ruim assim da ultima vez. -Estávamos na casa de minha irmã, achei melhor respeitar, agora não estamos mais, me solte agora ou se arrependera. – falou com voz firme, tentando controlar os arrepios que lhe passavam pelo corpo com aquela proximidade da maior. Jade apenas sentiu Valentina avançando e tomando sua boca num beijo nada gentil, era selvagem, exigente. Perdeu um pouco a noção e se viu correspondendo na mesma ânsia. Nunca tinha beijado mulheres e isso lhe surpreendeu, não era nada mal. Mais não iria permitir tal ousadia da parte de Valentina. Num movimento rápido, deu um golpe que aprendera com um bom amigo e uma rasteira na grandona que logo se viu estatelada no chão com os olhos arregalados. -Mais que porr* é essa. – se levantou o mais rápido que conseguiu e olhou Jade revoltada, aquela tampinha de uma figa tinha lhe dado um golpe e a derrubado. De onde surgira tanta força inferno. -Estou surpresa por ter mulheres se tem o costume de agir assim, claro que devem gostar se tratando de vadias acostumadas com esse tratamento. Mais eu não ouviu. – Jade foi firme. – Nunca se eu não quiser, nunca se eu não deixar entendeu. Vai fazer isso com as mulheres gostam de serem tratadas assim, a mim não. Ficaram se encarando com as respirações alteradas ate jade perguntar. -Te machuquei? – quis saber olhando Valentina pra ver se a tinha machucado. Não gostava de agir assim mais apreendera junto com Helena para poderem sair sem medo de ser encurralada por um bandidinho na favela querendo sex* rápido e fácil. –Não vou pedir desculpas, pois você mereceu. Valentina foi ate a pia e passou uma água no rosto tentando se acalmar, nunca ninguém tivera a ousadia de fazer isso com ela, claro que já se metera em varias brigas em bares junto a Ágata por causa de mulheres, mais nunca fora ao chão. Baixinha dos infernos. -Não se preocupe, não vou mais encostar a mão em você, uma coisa que detesto é mulher fresca. – falou com voz fria Jade se, pois atrás dela, e ficaram se encarando pelo reflexo do espelho. -Fala isso por que nunca tentaram te pegar a força Valentina, então não chame de frescura o que você não conhece. E por hoje deu quero ir embora agora. - E saiu do banheiro batendo a porta. -Mais que inferno. –Valentina disse com os dentes trincados de raiva. Nunca em sua vida precisara se controlar para não fazer merd*. –E que porr* é essa de forçar? Ela vai ter que explicar direitinho, a se vai. Jade voltou à mesa toda alterada pegou Túlio dos braços de Helena e avisou. -Estamos indo embora. -Hein, como assim eu to morta de fome. – Rubi reclamou. Helena pegou as coisas dela e de Jade e foi atrás da amiga preocupada que ela tivesse feito uma burrada. -Acho melhor irmos Rubi. –Safira se levantou pegou suas coisas e esperou a irmãs pegar as dela. -Mais o que será que aconteceu. –Rubi disse inconformada por ir embora sem comer, o cheiro que vinha da cozinha era divino. -Olha a cara da Valentina. –Safira disse baixinho para Rubi. Essa levantou a cabeça em direção a Valentina e arregalou os olhos, a mulher tava a cara do capeta. -Estamos indo embora meninas, vou lá dentro cancelar o pedido com Sonia e já chego para levá-las de volta a fazenda. -Mais que porr* aconteceu naquele banheiro? – Rubi quis saber agora preocupada. -A filha da mãe da sua irmã me deu uma rasteira e me derrubou no chão. – Valentina disse com raiva. –Mais ela me paga. – avisou e foi em direção a cozinha encontrar com Sonia e se desculpar, nunca passara tanta vergonha em um só dia. -Como é que é? – Safira arregalou os olhos sem acreditar. -Olha ai, a chinesa é ninja gente. E derrubou a grandona dois. –Falou abismada. – E eu perdi isso, num to acreditando. – falou inconformada. -Rubi isso é agressão. – Safira falou descrente com a irmã. -Chaveirinho deixa eu te explicar uma coisa linda, essas duas soltam faíscas quando estão no mesmo ambiente entendeu, e pelo que Valentina disse, ela apenas a derrubou no chão não bateu nela. A grandona dois que não esta acostumada a levar um não e ficou brava com o chega pra lá de Jade. -Mais é só dizer não gente. –Safira falou. -Então tem gente que precisa mais que isso para entender as coisas, mais pelo que observei ate agora, Jade esta negando uma coisa que ela esta muito afim. -Será? Rubi deu de ombros pegou suas coisas quando notou a proximidade de Valentina, as seguiram sem dizer uma palavra sequer, pois a cara dela não dava abertura. O trajeto no carro foi feito em um pesado silencio quebrado apenas pela musica que Rubi tinha posto no som do carro. Valentina acelerava o carro a medida que se lembrava do tombo que levara provocado por Jade. -Hei grandona dois, vamos mais de vagar ta bom. – pediu Rubi que estava na frente com ela. Valentina apertou o volante mais diminuiu a velocidade. Assim que chegaram à fazenda todas desceram do carro. Jade já ia se encaminhando para dentro mais foi parada por Valentina que a segurou pelos braços. -Você não sai daqui ate termos uma conversa. – falou decidida. -Eu vou levar Túlio lá pra dentro, ele deve estar com fome, fique e converse com ela, você lhe deve isso. – Helena falou firme para a amiga e pegou Túlio nos braços saindo com ele. Tinham conversado rapidamente fora do restaurante e helena não concordara com a atitude da amiga. “podia ter resolvido isso com uma conversa Jade.” Ela tinha falado. Quando as duas ficaram a sós, Jade limpou a garganta e disse olhando para Valentina. -Ok talvez eu tenha exagerado um pouco, me desculpa. – pediu um pouco nervosa. -Num quero mais falar sobre isso. – Valentina a cortou. – Que historia é essa de força alguma coisa, eu não ia nunca na minha vida te forçar fazer algo que não quisesse. – Valentina disse com certa magoa. – Nunca tomei mulher a força, reconheço que te agarrei, mais foi apenas um beijo. Jade já estava arrependida de ter feito aquilo, mais tinha certas situações que lhe davam raiva, pois se lembrava do que Helena tinha passado. --Minha adolescência foi vivida dentro de uma favela Valentina, minha mãe não ligava muito em me defender, só pensava na segunda viagem dela se é que me entendi. Depois que Helena chegou éramos somente eu e ela, uma pela outra. Tínhamos um amigo de uma ONG que dava aula de defesa pessoal para quem quisesse e nos quisemos. Estava cansada dos homens me passando a mão quando saia para trabalhar ou ate tentar algo mais. -Você foi...? –Valentina não queria nem falar essa palavra. -Não. – ela respondeu triste. –Por causa do que aprendi escapei ilesa. Mais passei a não gostar de ser agarrada a força, detesto isso. Gostaria que não fizesse mais isso. -Não voltara a acontecer. –prometeu Valentina seria. – Nunca mulher nenhuma ficou comigo sem querer. – se virou para ir embora. Jade respirou fundo e decidiu dar uma chance para Valentina. -Não é que não queira. – falou fazendo a outra se virar rapidamente. – Mais se tiver mesmo interesse terá que mudar suas táticas, esse seu jeito bruto não vai nos levar a nada. Não gosto. -E do que gosta? –perguntou se aproximando lentamente de baixinha. -Não sei, nunca fiquei com uma mulher na vida, é novo para mim. Mais já sabe do que não gosto. – falou dando um discreto sorriso e se encaminhando para dentro sem acreditar que tivera coragem para fazer isso. Valentina deu um sorriso de lado e entrou na caminhonete para guardá-la dentro da garagem. -Há chinesa, você não sabe com quem esta mexendo.

Fim do capítulo