JOIAS RARAS por Aureapp
Notas iniciais:
:) Boa tarde lindezas, obrigada pelo incentivo de continuar.
Capitulo 11 Brincadeira de mal gosto
O café da manha estava silencioso mesmo a mesa estando cheia. Helena não parava de olhar para Valentina que estava com a cabeça baixa com o olhar fixo na xícara de café. Quando Jade retornara ao quarto delas de madrugada notara a amiga um pouco alterada e não descansará ate ela confessar o que tinha acontecido na cozinha. Não gostava de nenhum contato forçado, mais olhando para Valentina não conseguia ver nela uma mulher que forçavam as outras. E Jade não se comportara como se tivesse sido forçado a algo. Estava por mais curiosa daquela proximidade, Jade tinha explicado que a mulher chegara bêbada e talvez nem se lembrasse do ocorrido de manha. Estava ali somente por que Jade insistira muito, pois não queria de jeito nenhum que as irmãs e principalmente a amiga pensassem que estava lá por algum interesse. Sabia muito bem se virar sozinha quando precisava e detestava pensar que alguém a estivesse intitulando de interesseira.
-E então meninas o que acharam da primeira noite de vocês na fazenda? – Ágata quis saber.
-Bem tranqüila. O silencio aqui da fazenda é bem reconfortante. – Quem respondeu foi Safira.
-Também tive uma ótima noite mais tive que descer pra pegar uma água de madrugada, pois estava morta de sede. –Rubi comentou olhando de Jade para Valentina.
-Teve dificuldade para descer as escadas? Devia ter chamando uma de nos. –Safira ficou preocupada.
-Nadinha chaveirinho, estou bem não se preocupe, já me adaptei bem as muletas. Acabei encontrando com Jade e Valentina na cozinha. –Comentou faceira, pois adorava ver o circo pegando fogo.
Jade engasgou com o café que tomava e Valentina continuou calada como se nada demais tivesse sido dito.
Ágata olhou de uma para outra e sentindo o clima ficar um pouco pesado. Parecia que desconhecia algo que acontecera dentro da própria casa.
-Ótimo falem logo o que aconteceu? –Ágata exigiu seria.
-Não aconteceu nada Ágata, estava com sede e desci para beber água, logo Valentina chegou nos cumprimentamos e fomos cada uma pro seu canto. –Jade disse tentando evitar uma cena. E claro Rubi não ajudou ficando calada.
-Pois é, cada uma foi pro seu canto mesmo, isso depois de eu pegar a Valentina dando uma prensada na Jade perto da pia.
-Prensada? – Safira não entendeu.
-Como é?- Ágata quis ter ouvido errado.
-Isso mesmo que você ouviu grandona, sua amiga ali... – apontou para Valentina e continuou... - estava bem à vontade com a Jade ontem na cozinha.
O silencio voltou a reinar na mesa e Safira levou a mão na boca quando enfim a ficha caiu sobre o que acontecera na cozinha.
-Valentina explique-se? –exigiu Ágata para a amiga.
-Explicar o que? Tomei umas a mais ontem e quando cheguei encontrei com a Chinesa na cozinha, só falei que ela era muito bonita... – Valentina disse calma ainda tomando seu café.
Ágata suspirou pensando no fazer, já tinha magoado a amiga quando pedira para ela se manter afastada de Rubi e agora aquilo. Não estaria preocupada se Valentina fosse uma mulher que estava atrás de um relacionamento serio, mais não, eram iguais, gostavam era de uma boa foda e um adeus. Olhou para Jade e a irmã estava parecendo um pimentão vermelho. Sabia que não tinha sido só isso, conhecia o jeito que Valentina chegava nas mulheres. Só queria saber se Jade tinha ficado ofendida.
-E você Jade tem alo a falar?
-Grandona tu esta parecendo uma juíza ouvindo os réus e esperando para dar a sentença. – A ruiva se intrometeu de novo. – Não se preocupe, eu estava lá, Valentina não fez nada demais apenas mostrou seu interesse na chinesa e pelo que pude ver ela não ficou tão indiferente assim.
Sem nem perceber Ágata olhou para Helena tentando ver o que ela achava de tudo aquilo. Essa lhe devolveu o olhar silenciosamente.
-Bom dia meninas vejo que já estão todas reunidas. – Jose chegou falando, como já era de casa não tocava a campanhinha, apenas entrava. – Vim para resolvermos o testamento do pai de vocês.
Ágata decidiu conversar com Jade e Valentina depois.
-Tudo bem padrinho, vamos pro escritório que é mais cômodo para todas. Meninas quero apresentá-las Jose meu padrinho Jose, ela também é advogado da família Alcântara e nos ajudara quanto ao testamento.
As irmãs se levantaram e Helena pegou Túlio que estava ao lado dela e de Jade num carrinho de bebe bem gasto.
-Eu vou dar uma volta com esse pequeno pelas redondezas enquanto conversam. – Helena avisou.
-Valentina se importa de acompanhá-la? – Ágata pediu para amiga. Valentina estava cheia de coisas para fazer mais apenas balançou a cabeça concordando.
As irmãs subiram para o escritório enquanto Helena e Valentina seguiam para fora da casa.
Túlio já estava com quase sete meses e olhava tudo ao redor com curiosidade.
-Te peço apenas que pense bem em suas ações, quando se encontrar com Jade novamente. – Helena pediu.
-Não se preocupe, o que aconteceu na cozinha não vai mais se repetir.
-Já deu para perceber que Ágata esta assumindo um papel de protetora com as irmãs, não sei ainda porque mais uma coisa te digo. Se Jade não quiser ela sabe muito bem como se defender. Infelizmente não tivemos uma criação normal e enfrentamos momentos em nossas vidas que nos ensinaram a lutar, então se tem algum interesse nela não se acanhe. – deu uma parada na caminhada e olhou bem para Valentina e continuou. –Mais apenas se quiser algo serio, senão não insista, ela já tem sua cota de pessoas que a quiseram apenas com interesse na sua beleza oriental.
-Não gosto de relacionamentos. – Valentina foi honesta.
-Então a deixe quieta no canto dela. – Helena pediu.
Andaram mais um pouco ate Valentina perguntar.
-Vão voltar para a cidade de vocês?
-Não vamos voltar para aquele inferno de jeito nenhum, Jade precisa de um lugar tranqüilo para criar o filho e não acordar a noite e se jogar no chão junto com ele com medo de ser atingida por uma bala perdida.
-Aqui é um bom lugar. –Valentina falou baixinho.
Helena apenas sorriu e continuaram a caminhada ate chegarem num imenso galpão.
-O que é ali?
-Criadouro de galinhas, nos as criamos e comercializamos junto com os ovos.
-Há, o que mais fazem aqui? – perguntou curiosa.
-De tudo acho, criação de vaca leiteira e gado de corte, Criação de cavalos, produção de queijo artesanal, Valentina começou a pouco uma plantação de cana de açúcar, quer investir na água ardente, açúcar e etanol, mais é apenas um projeto para o futuro, as plantações estão bem recentes ainda.
-Você a ajuda por aqui?
-Sim.
-Então deve estar cheia de coisas para fazer, com Ágata parada resolvendo o assunto das irmãs com certeza tudo vai para suas mãos.
Valentina deu de ombros.
-Se tiver alguma coisa que precise de sua presença, pode ir tranquila, eu já vou voltar com o Túlio, ele toma um banho agora cedo.
-Então esta certo, vou resolver algumas coisas então.
-Tenha um bom dia.
-Bom dia pra você também. –Valentina se despediu e foi em direção aos seus afazeres.
Ainda estava inconformada com sua atitude de madrugada. Não gostava de sair agarrando mulheres por ai, mais quando bebia umas ficava bem solta. Jade era simplesmente linda. Tinha que pedir desculpas para ela e ficar o mais longe, pois só com o toque nos cabelos e braços dela já ficara bem excitada imagina se a pegasse por inteiro.
Enquanto isso no escritório Jose relia o testamento e colocava Jade, Safira e Rubi a par de suas heranças. Tanto no quesito imóvel quanto valores em dinheiro e investimentos em ações em gado e cavalos. De acordo com que ele falava Jade precisou se sentar, pois suas pernas não a sustentavam mais. Fora ali, pois achava que conseguiria um dinheiro para comprar uma modesta casinha para ela, Túlio e Helena. Mais aquilo tinha ultrapassado tudo o que imaginara. Rubi estava com um largo sorriso, pois uma parte daquele dinheiro que receberia iria direto para as mãos da mãe. Já Safira estava seria se perguntando o que faria com tanto dinheiro dentro de um convento.
-Tem apenas uma clausura nesse testamento que ficou de ser lida apenas na presença das quatro irmãs reunidas. – Jose soltou a bomba que nem Ágata tinha conhecimento.
-Como é que é? – perguntou surpresa.
-Posso continuar a leitura? –Jose perguntou para Ágata já antecipando a explosão.
-Sim continue com isso, mais com certeza você já sabe do que se trata correto?
O advogado continuou com a leitura sem encará-la.
-“E por ultimo e não menos importante, imponho a presença das quatro irmãs reunidas na fazenda Jóia Rara no determinado tempo de um ano residindo e convivendo juntas. Tomando conhecimento e aprendendo a cuidar do legado dos Alcântara junto a irmãs mais velha Ágata. No final desse tempo é que todas terão direito ao que lhes foi deixado.”
-Mais foi mesmo um filho de uma puta. – Rubi começou a dizer revoltada. – Esse velho e suas artimanhas de manipulação.
-Mais eu não posso ficar, vou fazer meus votos em pouco tempo. –Safira sussurrou assustada.
-Então tudo ira para Ágata a filha primogênita de Demétrius. E vocês viveram de uma mesada estipulada já em valor pelo pai de vocês. – Jose disse ao ouvir que Safira não podia ficar.
-Como assim, ela pode não ficar mais eu posso. – Rubi falou revoltada.
-Ou as quatro vivem na fazenda durante um ano ou perdem direito a herança.
Todas olharam para Ágata pedindo num pedido de socorro mudo.
-Jose isso não tem como estar certo, elas tem o direito a herança, pois são filhas dele tanto quanto eu, não precisam se prender a um lugar para recebê-la. – Ágata tentou argumentar, mais sabia que se seu pai tinha colocado aquela clausula para o recebimento da herança não tinha mais o que fazer.
-Sinto muito Ágata, mais esta aqui, se qualquer uma delas for embora antes do prazo estipulado ou não puder ficar todas elas perdem, recebendo apenas uma mesada já estipulada aqui no testamento pelo seu pai.
-De quanto é? – Jade quis saber. Pra quem não tinha nada sair dali com uma mesada não era tão assustador assim.
-Dois mil por mês para cada uma. Era o que ele mandava para as mães de vocês todo mês.
Rubi riu nervosa vendo suas esperanças de dar uma vida melhor para mãe irem por água abaixo. Olhou para chaveirinho que estava num canto com a cabeça baixa. Só podia ser uma brincadeira de mau gosto do destino.
Fim do capítulo
Notas finais:
E agora, Safira decide ai...
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Comentários para 11 - Capitulo 11 Brincadeira de mal gosto:
marlymikail
Em: 05/11/2019
Não demora para postar. A história está ficando cada vez mais interessante. Espero que a Safira deixa pra lá essa decisão absurda de se tornar freira e decida ficar na fazenda para herdar a herança.
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