Capitulo 30 - Provas e decisões
Capitulo 30 – Provas e decisões
Pov Lia
Assim que Lia abriu a gaveta e viu aquele, “p*nis de borracha” pensou, assustou-se. Olhou surpresa para Liz que apenas repousava na cama a olhando risonha e com o olhar em fogo.
Pegou o “p*nis” que estava preso em uma espécie de cinta e voltou ansiosa até ela, que percebeu o seu embaraço e a puxou pela cintura, fazendo-a sentar em seu colo.
— Está tudo bem, irritadinha?
— Mais ou menos. — Sentia as bochechas queimarem. — É essa a surpresa?
— É sim, se você quiser.
Liz pegou o strep on de suas mãos e as duas o analisaram. Exceto pela cor preta do objeto, ele parecia bem real. Ficou desconcertada, não esperava mesmo por aquilo e uma dúvida surgiu em sua mente.
— Você quer usar isso em mim? — perguntou nervosa.
— Só se você estiver a fim. – Ela falava tudo de forma tranquila e natural.
Lia deu um sorrisinho sem graça e ficou calada por alguns segundos, refletindo. O sex* delas já era tão bom, não sentia falta de nada, não que pudesse comparar já que nunca havia tido relações com mais ninguém, mas enfim, só sabia que se sentia completa ao seu lado.
— O que está achando? Diz alguma, linda, por favor!
Lia suspirou. Não sabia ao certo o que pensar, ainda estava estranhamente excitada, mas também envergonhada e insegura por algum motivo. Tinha medo de sentir dor com o objeto.
Quando estava começando a se interessar em Liz, chegou a pesquisar por “lésbicas” na internet e com curiosidade viu alguns vídeos indecentes relacionadas àquilo, porém, nunca imaginou que um dia poderia chegar a usar um.
Aquela era a primeira coisa que sua rockeira havia lhe pedido para fazer que havia lhe deixado insegura.
— Eu não sei o que dizer. — Lia admitiu e viu a decepção nos olhos negros da namorada.
Liz pegou o objeto de suas mãos e o colocou de lado, depois olhou-a e acariciou a sua face, lhe sorrindo amavelmente.
— Desculpe, linda. Não precisamos fazer isso, foi só uma ideia que eu tive. Não quero que se sinta pressionada. É apenas uma fantasia minha.
“Fantasia? ” Lia pensou surpresa. Se era uma fantasia dela então teria que se esforçar um pouco mais.
— Você não está me pressionando. É compreensiva e carinhosa como sempre. Só fiquei um pouco assustada.
— Eu entendo. — Liz deu uma risadinha e beijou seu pescoço, arrepiando-a. — Vamos voltar para onde paramos, esquece isso.
A rockeira derrubou-a na cama e se pôs sobre seu corpo e Lia a acolheu entre as pernas enquanto ela lhe mordiscava o pescoço, arrepiando-a.
Travaram um beijo gostoso. Liz invadiu sua boca com a língua e por instinto, Lia a ch*pou demoradamente sentindo o doce da saliva que tanto amava. Era louca por aquela boca, por aquele hálito e pelo fogo que sempre as consumia. A mão gulosa dela acariciou e apertou toda a sua coxa e bumbum com vontade. A pele quente dela roçava em seu sex* nu e pulsante.
— Você é tão safada! — A rockeira rosnou excitada e desceu até seus seios, abocanhando-os com vontade.
Soltou um gemido, Liz tinha o poder de lhe acender facilmente. Mordeu os lábios e apurou a sensação da boca dela a lhe devorar com vontade. Olhou-a desejosa e se deliciou com a visão gostosa dela lambendo o bico do seu seio, os cabelos dela estavam extremamente bagunçados e caíam feito uma cascata por sua face avermelhada.
— Adoro quando me devora assim! — Lia invadiu os cabelos dela com os dedos, puxando-os com força e quando fitou os seus olhos cheios de desejo e malícia, foi tomada por um ímpeto ainda maior de provar tudo com ela.
A sua mente não conseguia deixar de pensar na surpresa que ela havia preparado e no quanto parecia empolgada em realizar aquela “fantasia”. Decidiu confiar, Liz sabia muito bem como fazer tudo, sempre sentia um prazer além das palavras em seus braços. Sua curiosidade havia sido aguçada.
Na hora do sex* elas pareciam conectar muito mais do que os corpos, as almas também se misturavam em uma loucura frenética de emoções.
— Liz — sussurrou ofegante e pegou em seu rosto, afastando a boca dela do seu seio. — Espera!
— O que foi? — Olhou-a atenciosa.
— Vamos fazer o que você planejou — sugeriu e beijou-a.
Depois do susto inicial, sua mente estava imaginando coisas e agora queria se entregar verdadeiramente e experimentar tudo aquilo.
— Não precisamos fazer isso...
— Mas agora eu quero! — Exclamou impetuosa.
Viu que Liz a olhou surpresa e sorriu sapeca.
— Por que mudou de ideia?
— Você que nem deixou eu falar, foi logo me dizendo para esquecer.
— Eu percebi que não gostou — declarou com os olhos semicerrados.
— Eu só não estava esperando algo assim. — Lia a afastou e rolou seus corpos ficando por cima. — Você quer ou não?
Liz a acomodou entre as pernas e sorriu lasciva, depositando um beijo em seu pescoço.
— Com você eu quero tudo. — A rockeira a puxou pela nuca e as duas selaram os lábios com mais um beijo sôfrego e ardente, não se cansava nunca de provar daquela boca.
Lia a despiu aos poucos, adorava ficar por cima e ir ditando o ritmo de tudo. Assim que retirou a calcinha boxe preta de Liz, viu o quanto ela estava molhada. Era indescritível a sensação de vê-la assim, de ter um mulherão daqueles lhe desejando tanto. Sentiu-se incendiar ainda mais com o tesão que o corpo bronzeado dela exalava.
— Diz o que você quer bem aqui no meu ouvido! — Liz lhe ordenou e percebeu como ela estava cheia de desejo. Inclinou-se até ela.
— Faz amor comigo! — Sussurrou e depois deu uma lambida em sua orelha, seguida de uma mordida.
Liz gem*u lindamente e quando voltou a encará-la, viu que seus lindos olhos estavam em fogo e suas pupilas dilatadas. Aquela era a expressão que mais gostava nela, a de devassa. Aquele era sempre o prelúdio para uma noite quente.
— Eu faço tudo o que você quiser. — A rockeira disse safada e apertando seu bumbum com força.
Lia teve uma súbita vontade, queria experimentar aquilo já a algum tempo.
— Eu quero tomar sorvete em você — confessou com um sorrisinho torto e Liz sorriu em contentamento.
— Safada! Acho que tenho um na geladeira. — Liz levantou-se empolgada da cama, vestiu um roupão e saiu do quarto.
Lia esperou-a ansiosa, rolando louca pela cama e sorrindo. Estava surpresa consigo mesma a cada dia que passava, nunca pensou que um dia pudesse ser tão “atirada”. Em pouco tempo ela estava de volta e com um pote se sorvete nas mãos. Trancou a porta e sentou-se ao seu lado. Era sabor de creme.
— Coloca alguma música para gente escutar — pediu maliciosa e pegou a vasilha das mãos dela.
Liz deu aquele sorriso torto de canto, Lia sabia que ela também amava aqueles momentos mais quentes, era visível o quanto parecia empolgada com a noite.
— Seu desejo é uma ordem minha irritadinha! — A namorada era sempre paciente ao atender aos seus pedidos, sempre querendo agradá-la. Tinha sorte por ter uma mulher como ela como parceira. Liz era mesmo perfeita!
“Porr*, foder com ela é bom demais” Lia pensou desejosa.
A namorada pegou uma caixinha de som portátil que estava em seu quarto e conectou uma música pelo celular que não reconheceu, mas que combinou muito com o momento, a batida era forte e sexy.
— Perfeito! — Adiantou-se, desamarrando o laço e livrando-a do roupão.
Mais uma vez se pôs por cima do corpo de Liz, deu uma colherada no sorvete e voltou a beijá-la, espalhando-o todo pela boca dela e lambuzando-as completamente. Sorriram durante o beijo e Lia procurou ávida por sua língua, foi uma delícia senti-la tão gelada. Sugou-a com vontade por longos segundos até que Liz emitiu um gemido gostoso que a deixou arrepiada.
— Está inspirada hoje. — Liz acariciou a sua cintura e arranhou suas costas, lambendo o seu rosto melado de sorvete. — Sabe que creme está se tornando meu sabor favorito?
— Mesmo? — Retrucou sapeca e dessa vez lambuzou os seios dela. — Também está se tornando o meu.
Assim que falou, abocanhou seu seio esquerdo com ainda mais urgência. Já gostava de experimentar o gosto natural do corpo dela, mas com o sorvete ficava diferente. Estava adorando prova-la daquela forma. Agora entendia a felicidade de Liz naquela vez em que usara brigadeiro nela.
Limpou um seio e depois o outro vagarosamente, sempre lhe dando uma ch*pada nos mamilos ao terminar.
— Você tem uma boca tão gostosa, Liana.
Viu que Liz tinha os lábios entreabertos e sua respiração estava ofegante. Ela era linda e perfeita com aqueles cabelos bagunçados.
— Você quer minha boca onde agora? — Perguntou arteira.
— No meu sex*. — Liz respondeu sem titubear e abriu um pouco mais as pernas. — Me ch*pa, Liana. Estou louca por você.
Lia sorriu e investigou o sex* dela com as mãos, estava completamente inundado de desejo e paixão. Era tão gostoso sentir aquele líquido quente em seus dedos, fazendo-os deslizar facilmente por sua intimidade. A rockeira fechou os olhos e pendeu a cabeça para trás, entregando-se ainda mais. Sentiu o seu próprio molhar-se.
Sem demora, pegou o sorvete e melou da sua barriga até o ventre e, mais uma vez, fez um rastro de lambidas gulosas, arrepiando-a. Não poderia mentir que estava adorando aquilo tudo.
— Isso é tão bom — pensou alto demais. — É delicioso.
Liz a olhou e lhe deu aquele riso de lado e safado.
— Está se divertindo aí?
— Muito! — Afirmou sem hesitar. Provar o corpo dela sempre era excitante e prazeroso.
Queria provocá-la mais, porém, estava curiosa para experimentar o sorvete junto ao prazer do seu sex* e ver as suas reações tão incríveis. Pegou mais uma colherada generosa e foi passando em sua intimidade. Liz contorceu-se um pouco ao senti-lo gelado em suas partes sensíveis, mas soltou um suspiro intenso junto de um gemidinho.
— Isso é bom? — Lia quis saber e a olhou atentamente.
— Claro que é, mas pode melhorar. — Liz insinuou o quadril em direção a sua boca e prontamente entendeu o recado. Não a deixaria na vontade nem mais um segundo.
Passou sua língua vagarosamente em toda a sua extensão e sorriu ao sentir o gosto doce do sorvete se misturando com o líquido salgado dela. Era uma delícia, se sentia no céu. Seu sex* pulsou dolorosamente, mas primeiro iria se aproveitar e abusar o quanto pudesse dela.
— Puta que pariu, Liana. Que tesão essa sua boca gostosa! Me come!
Liz gem*u e segurou seus cabelos com os dedos, aumentando mais a pressão dos lábios em si, ela mordia o lábio inferior com vontade e tinha os olhos fechados, apurando as sensações. A abocanhou e ch*pou com vontade, sugando todo o líquido e limpando todo o sorvete dali.
Passou um bom tempo ali, provando-a e atiçando com sua língua cada vez mais habilidosa, queria fazê-la goz*r gostoso em sua boca e tinha pressa.
— Goz* para mim, Lisandra! — Ordenou, desencostando os lábios do sex* dela rapidamente e em seguida lhe deu uma ch*pada de leve bem em seu clit*ris.
— Aaaaahhh! Porr*, Lia — gem*u deliciosamente com aquela voz ofegante. — Só você me deixa assim.
Lia estava extremamente envolvida no momento e sentia as pernas dela tremerem e soube que o orgasmo estava chegando. Usou lua língua precisamente naquele ponto tão quente, macio e eriçado, porém, Liz a afastou puxando seus cabelos.
— O que foi? — Não entendia porque ela havia parado aquele momento logo quando estava tão pertinho. — Por que me fez parar?
— Não quero goz*r agora — declarou puxando Lia para cima de si e invertendo as posições. — Eu que quero fazer você goz*r primeiro hoje.
Com o atrito dos corpos, Lia percebeu como a pele dela havia ficado pegajosa por conta do sorvete, mas logo logo aquilo amenizou com o suor dos corpos. Empolgada, Liz se pôs entre as suas pernas e atacou seu pescoço, enquanto apertava seu bumbum com força e vontade.
- Eu já disse o quanto você é uma delícia?
Liz a buscou intimamente com seus dedos habilidosos e desceu com a boca por seu colo.
- É sempre bom ouvir de novo.
Lia gem*u ao sentir o toque dela brincando com seu sex* e depois a pressão gostosa de uma ch*pada delicada em seu seio. A rockeira continuou com a pressão por algum tempo, até que Lia começasse a insinuar o quadril de forma desejosa.
Queria senti-la dentro de si da forma que ela tivesse vontade, estava com desejo de entregar-se totalmente. Se remexeu em baixo do corpo dela, tateou a cama à procura da cinta que ela havia jogado de lado e a entregou. Liz parou por alguns segundos e olhou-a incerta.
— Tem certeza que quer experimentar isso? — Perguntou pacientemente.
Lia sorriu, acariciando o corpo nu e bronzeado dela.
— Eu confio em você. — Puxou-a pelos cabelos e colou seus lábios aos dela. — Faço tudo com você.
O olhar de Liz brilhava com alegria misturada a tesão. Conhecia aquela expressão facial muito bem e sentiu pegar fogo ainda mais intensamente.
— Só você me deixa assim. — Liz a fez passar as pernas por seu quadril e grudou seu sex* ao dela, movimentando o quadril e fazendo pressão na sua intimidade. — Você é tão gostosa, tão quente, tão safada...
Lia se envolveu no momento, adorava quando ela a pegava naquela posição. Levou as mãos até seu bumbum e o apertou com vontade.
— Me fode, Liz! — Comandou e fechou ainda mais as pernas ao seu redor.
— Hum... você falando assim tão safada... é uma tentação.
Liz afastou-se, levando a cinta consigo e se pondo de pé. Lia apoiou-se nos braços e a olhou. Não tinha palavras para descrever o quão gostosa ela era quando vestiu a peça e começou a prendê-la em seu corpo. Isso tudo sem desviar os olhos dos dela, pareciam conversar por pensamento.
Sua boca aguou com a vista que tinha dela tão perfeita e gostosa usando aquela peça. Lia roçou as coxas uma na outra quando sentiu aquela excitação lhe tomar totalmente. Era estranhamente sexy vê-la tão poderosa usando o objeto que ficou bem posicionado em frente ao sex* delicioso.
Quando prendeu a cinta devidamente, Liz a olhou risonha e abriu a gaveta do criado mudo ao lado, pegando uma espécie de óleo lubrificante de lá.
— O que está achando? – Liz quis saber, sapeca.
— Perfeição! — Exclamou embevecida e a chamou com as mãos. — Estou cheia de tesão.
Rapidamente a namorada se pôs sobre suas pernas e as duas se beijaram ardentemente.
— Posso acabar de vez com esse fogo todo?
— Não precisa perguntar.
Liz a instigou e enlouqueceu com os dedos primeiro, sempre olhando no fundo de seus olhos. Ela estava extremamente delicada e romântica naquela noite. Primeiro a namorada beijou todo o seu corpo e usou o sorvete nela também, lambendo do ventre até seu sex*. Tinha pressa em se satisfazer, não queria que ela demorasse muito e ela entendeu o recado.
Foi uma delícia quando o sorvete ainda geladinho tocou sua intimidade quente, foi um contraste delicioso e provocativo. Liz sorriu quando ela contorceu-se um pouco e disse:
— Está sensível e molhada, do jeito que eu gosto!
Em seguida ela sugou e lambeu seu sex* com aquela mesma precisão e fome de sempre. Pendeu a cabeça para trás e fechou os olhos apurando aquele prazer tão intenso que ela lhe proporcionava, adorava ser ch*pada e comida por ela daquela forma. Liz poderia usar e abusar dela da forma que quisesse, nunca iria se opor.
Naqueles momentos, entre quatro paredes, se sentia uma safada sem vergonha com ela. Amava aquela sensação de liberdade que sempre experimentava em seus braços, ali poderia se mostrar totalmente, sem receios. Sua cabeça dava voltas e mais voltas toda vez que ela usava a língua firme naquele ponto exato e depois a levava à loucura com uma ch*pada precisa, amava quando ela fazia isso.
— Hummm... — Lia voltou a olhá-la totalmente concentrada a lhe ch*par. Era uma visão do paraíso vê-la de olhos fechados se deliciando-se em seu prazer. — Boca gostosa!
Já estava totalmente sensível quando sentiu os dedos dela lhe penetrarem com força e vigor. Arqueou o quadril e se entregou mais ainda ao prazer quando ela tocou aquele ponto sensível que tinha, com certeza ela sabia fazer um sex* gostoso como ninguém mais era capaz e era todinha sua, só sua e de mais ninguém.
O pensamento de tê-la apenas para si a excitou ainda mais, parecia que fogo vivo corria em suas veias. Queria senti-la ainda mais, Liz sabia como conseguir o que queria dela sempre a tratando com todo o respeito, carinho e a enlouquecendo de prazer.
Soube que Liz seria um perigo desde o momento em que se beijaram pela primeira vez e experimentou aquela pegada tão gostosa. Claro que no sex* não seria diferente. Era isso o que ela era, sua deusa gostosa do sex*.
— Me come de vez, Liz! — Ordenou desejosa, puxando-a pelos cabelos.
Liz a olhou completamente envolvida e sorriu. Elas se beijaram com vontade e sentiu a boca dela com o sabor do sorvete e do seu próprio desejo. A namorada se posicionou bem à sua frente e pegou o óleo já esquecido ao lado, abrindo-o e lhe entregando.
— Passa o óleo nele! — Comandou firmemente.
Lia aprumou-se e despejou o óleo por toda a extensão do objeto. Liz pegou em sua mão e a fez envolver os dedos ao seu redor, espalhando o líquido por ele completamente. Era a primeira vez que, de fato, o tocava. Era macio e também não tão grande, mas mesmo assim, ainda estava com um pouco de receio em sentir dor, mas nada a faria parar.
Liz tinha a face mais safada do que nunca ao observá-la deslizando a mão por ali.
— O que achou? — A rockeira quis saber, olhando-a bem nos olhos.
— É bem macio. — Estava sendo sincera, o dildo era suave e firme ao mesmo tempo.
— É tudo para o seu prazer, minha gostosa — declarou com a voz rouca e começou a beijá-la. Deitou-a novamente na cama e se posicionou entre as suas coxas.
Lia sentiu o objeto tocar seu clit*ris, estimulando-a com a sua ponta bem sugestiva. Era gostoso sentir aquilo. Viu que Liz pegava nele com prioridade enquanto subia e descia brincando com sua feminilidade, já não conseguia mais, estava “coçando” para senti-la dentro de si e a puxou pelo quadril.
— Calma, irritadinha! — A namorada a fez abrir ainda mais as pernas e acariciou suas coxas. — Vamos com calma.
— Eu quero muito sentir você dentro de mim — confessou com afobação. Precisava daquilo.
A frase pareceu ter um impacto forte em Liz e Lia reconheceu aquela expressão dominadora que ela tinha ao morder os lábios e sorrir de forma perversa.
— Vou te devorar da forma como você merece!
Finalmente ela colou o quadril ao seu e bem lentamente foi introduzindo o “p*nis” em seu interior. Ela entrou fácil e suavemente. Não poderia mentir que sentia ainda um leve desconforto com ele abrindo-a ainda mais, afinal, não se poderia comparar com os dedos de Liz, mas não era nada que pudesse atrapalhar.
Liz percebeu seu desconforto e ficou sem se mover por um tempo.
— Tudo bem? — Perguntou toda atenciosa.
— Está tudo perfeito. — Lia a puxou e colou os lábios aos dela com euforia. — Pode se mexer.
Cuidadosa a namorada foi mexendo o quadril com sensualidade e precisão, lhe tomando totalmente. De olhos fechados, apurava as sensações, o dildo a preenchia e deslizava facilmente em seu interior, os movimentos que Liz fazia eram muito gostosos, assim como quando usava os dedos, mas muito mais intenso e começou a sentir umas contrações deliciosas.
Quando abriu os olhos, viu que sua rockeira estava totalmente concentrada e com a cara safada lhe olhando com prazer, conhecia aquele olhar de puro tesão dela. Sentia quase como se Liz estivesse mesmo lhe penetrando e acabou se envolvendo ainda mais no momento. Puxou-a pela nuca para um beijo intenso e colado.
Liz ch*pou sua língua com precisão enquanto as mãos ansiosas dela passeavam pelo seu corpo, lhe causando arrepios. Lia passou as mãos pelas costas suadas dela e depois apalpou seu bumbum gostoso em movimento com o vai-e-vem.
O prazer começou a lhe tomar de uma forma diferente e sem mensurar a força, usou a unhas para arranhar as costas dela, que fechou os olhos e sorriu safada, gem*ndo.
— Ah, Liana! — A rockeira exclamou possessa e tomou as mãos dela nas suas, entrelaçando os seus dedos e levando-as acima de sua cabeça dela, prendendo-a na cama. — Você quer me marcar?
— Vou marcar você com meu amor — sussurrou ousada e levou a boca até o pescoço dela, a surpreendendo com uma ch*pada.
— Aaaahh...! — Liz a repreendeu safada e pôs uma mão em sua boca. — Está perigosa hoje.
Lia sorriu mesmo com a mão dela fazendo uma leve pressão em sua boca. Abriu os lábios de leve e passou a língua na pele dela, que intensificou o movimento do quadril no seu e sentiu como ela a tomou ainda mais.
— Você está me descontrolando. — A rockeira passou o dedão pelos seus lábios, contornando-os lascivamente.
Lia o mordeu de leve e percebeu que ela gostou daquilo e, como que por instinto, o colocou na boca, ch*pando o dedão dela com vontade. Liz gem*u com o ato e soltou a sua outra mão da dela, levando-a até seu seio e tomando-o com vontade, depois foi descendo-a e começou a brincar com o seu clit*ris, aumentando o seu prazer.
— Você é uma safada, Liana. — Liz sussurrou, parecendo possessiva enquanto a observava ch*par seu dedo e declarou: — Diz que você é só minha.
— Você sabe que sou só sua! Nunca fui de mais ninguém. — Lia declarou entre gemidos e beijou-a mais uma vez. — Sempre serei apenas sua.
Liz a olhou emocionada e extremamente apaixonada e colou seu corpo ao dela. Lia a abraçou com os braços e pernas e sofregamente elas continuaram a se amar totalmente conectadas. Estava adorando a forma como ela a pegava e se movimentava dentro de si, ainda mais com os dedos eriçando seu ponto mais sensível. Podia ouvir os próprios gemidos ficarem mais audíveis a cada momento.
Em determinado momento, Liz pegou em seu bumbum e aumentou a velocidade das estocadas, lhe consumindo e fodendo totalmente. Estava com medo de sentir dor quando viu o objeto a primeira vez, mas assim que o desconforto passou, só conseguia sentir prazer com o estímulo que ela fazia dentro de si.
— Aaaahhh... Liz...
— Você gosta disso, sua safada? — Liz atacou seu pescoço, mordendo-o e lambendo. — Gosta de ser fodida assim?
— Eu amo tudo... com você... hummm... — Entre gemidos Lia entregava com as reações de seu corpo o quanto estava gostando de tudo aquilo. — Amo você.
— Vem cá!
Liz as fez trocar de posição, deixando-a por cima e no total controle da situação. Lia gostou daquilo e pouco a pouco, foi tomando-a dentro de si novamente, ficava mais intenso naquela posição por isso se mexeu sobre o objeto com cuidado no começo. A namorada agora tinha as mãos livres para passearam por seu corpo e logo ela acariciou seus seios por um longo tempo.
— Você é tão linda! — A rockeira disse enquanto seus olhos lhe admiravam apaixonados. — Sou louca por você.
Os gemidos de Lia voltaram à tona quando Liz voltou a brincar com os dedos em seu clit*ris, adorava sempre tudo o que faziam. Queria-a fazendo-a ser sua para sempre. Sempre! Liz sentou-se, apoiando-se em uma mão e Lia a abraçou com as pernas e braços, segurando-a coladinha a si.
Sem parar os movimentos, Lia se movia sobre ela, adorando o calor e o contato entre os corpos colados das duas. Logo ela a fez deitar-se novamente para ficarem mais confortáveis. Comandava o ritmo da forma que queria e mais gostava, os dedos de Liz em seu clit*ris começavam a enviar espasmos por todo o seu corpo.
Logo seus gemidos ficaram mais e mais fortes assim como o prazer que ia aumentando em seu interior, Liz sabia exatamente como enlouquecê-la mexendo em seus pontos sensíveis, ela fazia amor gostoso como ninguém, jamais iria querer se entregar a qualquer outra pessoa em sua vida, só a ela, somente ela.
Gem*ndo com os espasmos quase lhe tomando totalmente, resistiu o quanto pode, mas a excitação e o prazer lhe invadiram totalmente e atingiu o ápice com um gemido gutural que nunca havia emitido antes. Liz a olhava sorrindo satisfeita e vitoriosa, como sempre. Ela sempre a olhava assim depois de fazê-la goz*r tão gostoso.
Lia continuou conectada a ela pelo objeto e deitou-se em seu peito molinha ainda pelo orgasmo. Logo Liz começou a acariciar seu bumbum.
— Gostou? – perguntou pretensiosa.
— Você sabe que eu sempre gosto.
Liz sorriu sapeca e a abraçou. Aninhou-se a ela manhosa enquanto recuperava um pouco das forças e da respiração ofegante.
— Adorei a forma como se entregou hoje. — A namorada voltou a falar. — Que bom que mudou de ideia.
— Você sempre me faz mudar de ideia. — Beijou-a ternamente. — Vem cá. Deixa eu tirar isso.
Lia se pôs de joelhos e as duas desataram a cinta do seu corpo. Ela estava bem suada, era lindo observar o corpo moreno dela tão sinuoso e gostoso.
Depois de colocar a cinta para o lado, beijou-a por todo o corpo e começou a sugar seus seios com vontade. Liz apenas abriu as pernas acomodando-a entre elas.
Sentia o gosto do suor dela em sua pele, mas mesmo assim não conseguia parar de beija-la até chegar ao seu sex*.
— Quero ch*par você.
— Então me ch*pa! — Liz enlaçou os fios de cabelo dela com seus dedos e colou a boca dela em si.
Era sempre uma nova sensação fazer sex* oral nela. Adorava a forma como ela se entregava e como sempre estava molhada à sua espera. Liz parecia extremamente sensível e não demorou muito para que ela logo começasse a se retorcer de prazer na cama, insinuando seu quadril e apertando os lençóis entre os dedos.
— Ah... Lia... que delícia!
Lia adorava ouvir aquela voz rouca dela gem*ndo e clamando por seu nome, era música aos seus ouvidos, sua alma e energia pareciam se misturar com a dela de uma forma inexplicável. Procurou bem o clit*ris durinho dela e com a ponta da língua o estimulou por um longo tempo, e ela pareceu enlouquecer ainda mais.
— Você é tão gostosa minha rockeira safada! Nunca vou querer provar mais ninguém.
Liz a olhou emocionada e fechou os olhos quando Lia levou as mãos e começou a acariciar os seus seios. Adorava tatear a pele quente e macia dela, se pudesse a comeria inteira. Cada diz que passava estava mais louca por ela.
Liz estava cada vez mais molhada tanto de seu líquido natural a lubrificando com o prazer que sentia, quanto da saliva de Lia, o que fazia seu rosto molhar-se inteiro e deslizar pela intimidade quente dela. Era louca pelo saber e cheiro natural que ela exalava e começou a distribuir ch*padas em seu sex*.
Percebeu que ela começou a tremer e gem*r mais intensamente, já sabia o que aquilo significava. Sua língua já estava ficando um pouco cansada, mas naquela noite queria fazê-la goz*r daquela forma e esforçou-se ainda mais nos movimentos o quanto pode e não deu trégua até senti-la se retorcendo de prazer e gem*ndo gostoso enquanto apertava a cabeça dela contra si.
— Aaaahh... Humm... Lia! — Gem*u descontrolada, elevando um pouco as costas da cama.
E finalmente com um suspirou profundo, ela se esvaiu em êxtase na sua boca, exatamente como queria, adorava toma-la daquela forma. Sentiu-a relaxar todo o corpo de volta no colchão e seu corpo chacoalhar levemente com a gargalhada que ela deu em seguida.
— Puta que pariu! Que delícia! — Liz exclamou satisfeita e Lia sorriu deitando-se mais uma vez sobre o seu corpo. — Que boca é essa, hein?! Cada dia que passa você fica melhor nisso.
— É que eu tenho uma excelente professora — respondeu arteira.
— Hum... ela deve ser uma mulher de sorte.
— Ela é mesmo — admitiu cheia de confiança e Liz sorriu com vontade. — Mas eu também sou, muito.
As duas se abraçaram extremamente envolvidas no clima e ficaram ali, apenas conversando e ouvindo a música que ainda tocava...
***
Novembro chegou e passou-se com tudo e infelizmente com isso, significava as últimas provas do semestre. Lia estava besta com a rapidez que os dias se passavam. Tinha sempre muito conteúdo e livros para ler e Liz, por sua vez, estava com cada vez mais shows e ensaios com sua banda, isso acabou limitando um pouco o tempo das duas.
Na correria dos dias, Lia mal tinha tempo para nada. Além dos exames, seria também o mês da prova do intercâmbio e mesmo que não tivesse ideia do que faria caso passasse, ainda assim, estava nervosa com o teste. Aquelas vagas seriam bastante disputadas, todas as turmas estariam participando.
Em certa tarde, estava concentrada, deitada em sua cama e lendo um livro quando o seu celular tocou, despertando-a. Pegou-o ansiosa achando que fosse Liz, mas era o seu pai. Seu coração falhou uma batida, sua mãe quem sempre lhe ligava e atendeu ao telefone ansiosa.
— Oi, pai.
— Olá querida. Pode falar agora? — Ele tinha sempre uma calma na voz que a confortava.
— Claro que sim! Estava lendo um livro para a prova, mas preciso mesmo dar uma pausa. Minha cabeça está dando um nó já.
Ele sorriu do outro lado da linha, o que a fez sorrir também.
— Que bom ver o quanto você é sempre responsável com seus estudos. Você e seu irmãos nos orgulham muito, filha.
— Obrigada, pai — Agradeceu feliz. Amava receber os elogios dela, mas seu sorriso morreu quando lembrou-se da relação que estava vivendo às escondidas dos dois. — Aconteceu alguma coisa?
— Ah, nada. Apenas saudade de um pai pela sua garotinha. Você tem andado ainda mais solta ultimamente. Só quero saber se está tudo bem. Você não vem aqui desde julho.
Lia estranhou, aquilo estava cheirando a ser coisa de sua mãe, se bem que tinha de admitir que ele tinha razão. Ela tanto perdeu a festa de aniversário do tio quanto deixou de passar o seu próprio com eles. É claro que eles estariam desconfiando de algo, nunca foi de fazer algo do tipo antes.
— Apenas muita coisa para estudar. Além das provas do curso também estou estudando para o intercâmbio. A prova será em algumas semanas, então estou na corrida para fechar todo o conteúdo.
— Estamos todos torcendo por você. Sabemos como isso é o que você vem sonhando a tanto tempo, não podemos perder essa oportunidade. Será uma boa folga no nosso orçamento essa bolsa, ainda mais agora que seu irmão logo estará indo para uma faculdade também.
Mais uma vez o coração de Lia apertou, será que seria assim tão inevitável não ir para esse intercâmbio? Resolveu ter de lidar com essas questões apenas depois do resultado. Não podia mentir que estava confiante. Era inteligente e seu histórico acadêmico não poderia ser mais impecável, tinha tudo o que era necessário para ganhar essa vaga.
— Vamos ver qual será o resultado — falou simplesmente. — E como andam as coisas por aí?
— O de sempre. Como você mesma diz, não tem nada de bom para se fazer nessa cidade.
Mais uma vez os dois sorriram juntos. Ele tinha um jeito bem mais calmo e divertido assim como Pedro, já ela tinha o temperamento mais irritado da senhora Nádia, sua mãe.
— E a mamãe? Cadê ela?
— Aqui, reclamando da sua distância. Ela vem insistindo para que eu fale com você sobre isso, que está achando você muito rebelde, essas coisas. Quer me contar algo?
Lia suspirou. Apesar de se irritar com aqueles exageros de sua mãe, no fundo tinha raiva porque eles estavam certos sobre algo estar acontecendo. Teria que tomar coragem para falar sobre Liz para eles, mas não fazia ideia de como seria isso, tinha certeza que eles iam pirar, até mesmo seu pai que era sempre tão calmo.
— Tenho sim algo a contar, mas quero fazer isso pessoalmente — disparou antes que a sua coragem sumisse de vez, seu coração estava louco e disparado no peito. — Não é nada grave, não precisam se preocupar, ok?
— Tudo bem, meu amor. Você sabe que confiamos em você, não sabe?
— Obrigada, pai. Amo muito vocês.
— Nós também te amamos. — O Sr. Horácio era um homem sério e calmo, mas sempre demonstrava seus sentimentos pelos filhos quando era preciso. — Quando você fica de férias?
— Esse mês já. Depois do dia 20, eu acho, assim que eu fizer a prova do intercâmbio já terá saído o resultado das outras e aí estarei livre.
— Ótimo então. — O pai disse pensativo e ficou sério novamente. — Dessa vez tenho uma exigência a fazer, mocinha! Quero que você venha logo para casa, assim que puder, ok?
Lia xingou mentalmente. Aquilo só poderia ser coisa da sua mãe, mas se seu pai estava falando, com certeza ele estava concordando com a ideia, não teria escolha e mesmo que tivesse, apesar do medo, já estava passando da hora de ter aquela conversa com eles. Não podia esconder seus sentimentos por Liz.
— Tudo bem, pai. — Acatou a “exigência” dele. — Assim que eu estiver livre, volto para passar as férias com vocês.
— Muito bem, então. Perfeito. Estamos conversados. Volte a estudar agora e tenha uma boa sorte nas provas.
— Obrigada, pai. Até mais.
— Até mais, querida. Te amo.
— Também amo o senhor.
Finalmente desligaram. A ligação ficou na mente de Lia por toda a semana, se sentia estranha e o fato de ter que se assumir logo para os dois estava se tornando cada vez mais real e assustador.
Liz era quem percebia essa distância. Lia até quis conversar sobre seu medo com ela, mas não queria que pensasse mal ou a achasse uma covarde, Liz já tinha os próprios problemas para ainda ter que se preocupar com sua família. Não poderia mentir que aquela situação a estava assustando.
A semana das provas no meio do mês foi cruel. Cada exame estava pior do que o outro de complexidade. Cada semestre parecia piorar, seus neurônios chegavam a quase sair fumaça de tanto ler e absorver conteúdo, mas tinha que admitir que o seu inglês estava aumentando muito no vocabulário.
Ela e Liz só se viam na hora do intervalo e muito rapidamente e quando ela ia buscá-la de tarde depois de terminar os estudos com Vanessa. Para falar a verdade, Liz também parecia muito calada naqueles últimos dias. Pensava ser apenas cansaço já que ela também tinha as próprias provas, banda e o bar para tomar de conta.
Em um desses dias ela havia ido lhe buscar no campus e foi lhe deixar em casa para ir ao ensaio com os meninos, quando Lia resolveu tentar tirar algo dela.
— Está tudo bem? — A abraçou pelo pescoço e beijou seus lábios de leve.
— Está sim, minha linda. Não se preocupe.
— Você sabe que eu te conheço, né? Me diz! — Insistiu um pouco mais.
— Tia Luísa ligou, ela está tendo uns problemas na empresa com o meu tio Flávio, irmão do meu pai — admitiu preocupada. — Fico preocupada com ela, resolvendo tudo sozinha.
— Luísa não é irmã dele também? — Lia perguntou confusa.
— Não, tia Luísa é irmã da minha mãe. Eu não tenho muito contato com a minha família paterna, eles são desagradáveis demais para o meu gosto.
Lia teve vontade de se bater. Pensava que Luísa era irmã do pai dela já que ela havia assumido a empresa, ficado com a carta e tudo mais.
— Por que não gosta deles?
— Eles são gananciosos. Nem mesmo quando meu pai morreu eles tiveram o mínimo de interesse em mim, só querem saber de negócios.
— A empresa é uma sociedade entre a sua tia e eles, é isso? — Quis entender melhor o que estava acontecendo já que Luísa era quem parecia comandar tudo.
— Sim, mais ou menos. Hoje em dia a empresa já tem vários acionistas e estamos na bolsa de valores, enfim. Antigamente essa empresa começou com meu tetravô, o senhor Vargas, e foi passando de geração até se associar com os Moraes que é a família do meu pai — explicou de forma sucinta. — Primeiro começamos como imobiliária, já que a família era cheia de imóveis e com o tempo o meu avô se meteu no ramo de construção também e deu certo. Hoje em dia somos um dos maiores grupos da área no Brasil.
— Eu bem imagino — disse sarcástica ao lembrar da casa luxuosa que a tia dela morava e de tudo que já tinha visto na televisão sobre eles.
— A riqueza da minha família nunca significou muita coisa para mim, até onde eu me lembro papai e mamãe sempre tentaram me criar de forma simples e depois que eles morreram essas coisas pararam de ter sentido para mim.
— Entendo! E te admiro muito por isso. Eu jamais iria imaginar que você fosse herdeira de um império tão grande.
Liz balançou a cabeça em negação.
— Eu nunca saio dizendo quem sou por aí. Atrai muita gente interesseira e isso eu não quero. A única coisa que o dinheiro me proporcionou foi poder viver rebelde e sem rumo por alguns anos, me acabando em festa e bebidas, tentando fugir da realidade.
— Está dizendo isso porquê? Está pensando em assumir os negócios?
Liz suspirou pesadamente e pensou por alguns segundos.
— Eu não sei, Lia. Sinceramente, não sei. Esse é o sonho da minha tia, ela sempre me pediu isso, mas eu só queria o máximo de distância possível de tudo aquilo depois do que aconteceu. Só que agora...
— Agora o quê? — Insistiu, queria que ela sempre desabafasse.
— Eu até tenho vontade de tentar novamente, mas... eu não sei nem por onde começar. Descuidei tanto dos estudos que, sei lá. Só entrei na universidade para que ela parasse de encher o meu saco. Agora estou até estudando para essas provas.
Lia sorriu de leve. Ela estava diferente depois de ter desabafado e lido a carta. Na verdade, tudo pareceu mudar depois daquilo. Ficava contente de saber que havia contribuído de alguma forma para que aquilo acontecesse.
— Fico feliz de saber que está ao menos cogitando a possibilidade.
— Tudo começou graças a você — confessou Liz, tímida. — Tudo melhorou depois daquilo e também você é tão estudiosa que acaba me contagiando.
Lia sentiu seu coração acelerar com o que ela falou e sorriu feliz. Era uma honra servir de inspiração logo para ela, para a sua rockeira rebelde. Já havia aprendido tantas coisas com ela também e sentia que já não era mais a mesma.
Nunca fora dada a pensar em relacionamentos como se fossem contos de fadas, apenas queria que quando acontecesse que fosse para ter uma troca tão legal de coisas como as duas estavam tendo. Com Liz, seus dias eram muito mais coloridos e cheios de vida.
— Seja lá o que você decidir, eu te apoio, só quero o melhor para você.
— Obrigada, minha linda. — Liz acariciou sua bochecha. — É melhor você ir, não quero te atrapalhar.
— Para com isso! — Beijou-a ternamente e acariciou sua face. — Você não me atrapalha.
As duas se despediram com mais uns beijinhos. O que restava para o resto do dia era apenas saudade e foi assim durante toda a semana de provas...
***
Pov Liz
Liz estava bastante preocupada com Luísa. Na última ligação que tiveram ela parecia bem cansada e indisposta, ainda mais levando em conta as coisas que seu tio Flávio andava fazendo, desafiando suas ordens como presidente na frente dos acionistas. Aquilo era inadmissível. Sua consciência pesava por não tomar conta da empresa junto dela.
A semana das provas foi um borrão. Lia estava totalmente estressada e sem tempo para nada. Uma noite em que foi dormir lá nem teve coragem de tentar algo a mais com ela para conseguir aliviar a tensão que estava sentindo, apenas ficava quieta, fazendo carinho até ela pegar no sono.
Amava demais aquela garota, mas tinha que admitir que era difícil de lidar com as explosões dela. Quando algo irritava Lia, ela descontava em todo mundo e aquilo lhe irritava demais. Às vezes conseguia deixar para lá, mas outras vezes não e naqueles dias ela estava mais irritada além do comum.
Certa vez elas voltavam de tarde da universidade e Liz a deixou ir dirigindo até o apartamento dela. Liz estava em seu período menstrual dessa vez, ficava apenas mais sensível do que de costume. Quando pararam em um sinal, Lia estancou e o carro atrás dela deu uma buzinada frenética para que saíssem da frente.
— Esse filho da puta! — Exclamou Lia estressada e buzinou de volta.
— Liga o carro, Lia. Deixa esse babaca para lá.
Ela ligou o carro novamente para sair, mas o automóvel de trás deu uma arrancada e se pôs ao lado delas, o motorista gritou para que escutassem em alto e bom som.
— Tinha que ser uma mulher mesmo!
“Que babaca!” Liz pensou enraivecida e viu quando Lia começou a gritar com ele de volta, mostrando o dedo do meio e mandando o cara ir “se fuder”.
Liz assustou-se quando viu que ele quis descer do carro até onde as duas estavam.
— Lia, sai daqui. Vai, acelera! — Ordenou, debruçando-se sobre ela e subindo os vidros das janelas. — Acelera, porr*!
Lia a obedeceu e as duas saíram embaladas. Seu coração batia rápido, Lia não tinha noção de nada mesmo. Olhou para trás para ver se ele as seguia, mas não. Agora sim Lia havoa conseguido lhe deixar com raiva.
— Você é doida ou o quê, Liana? — Ralhou chateada e enraivecida. — Sabe o perigo que pode ser discutir com alguém no trânsito?
— Você não ouviu o que aquele machista de merd* falou? — Lia estava possessa e ainda continuava dirigindo rápido.
— Diminui a velocidade! — Ordenou sem paciência.
— Estou dirigindo normalmente, não está vendo? — Respondeu de forma sarcástica, o que irritou Liz.
— Será que você pode ser menos impulsiva?
— Eu não tenho sangue de barata, porr*! — Retrucou enraivecida.
— Encosta o carro, AGORA! — Gritou e Lia a olhou assustada.
Muito a contragosto, encostou o carro na próxima esquina e desceu na velocidade de uma bala. Liz ficou olhando-a sem entender para onde ia. Lia nunca a escutava, só fazia o que queria, isso lhe dava nos nervos, que menina orgulhosa. Ela pegou sua mochila no banco de trás e fez sinal para o táxi.
Liz bufou. Não podia acreditar que isso estava acontecendo. Por acaso elas estavam na sexta série? Desceu para ir atrás dela e conseguiu alcança-la antes que entrasse no carro.
— Não acredito que você está fazendo isso.
— Me deixa, Liz. — Lia ia entrar no táxi, mas a puxou de volta para si, abraçando-a.
— Deixa de ser tão impulsiva, Lia. Volta! — Pegou a mochila de seu ombro e a puxou consigo, depois gritou para o motosita. — Não vai precisar, desculpa!
Voltaram para o carro mudas e Liz foi dirigindo até o apartamento dela. Fizeram o caminho todo em silêncio. Não podia acreditar que Lia estava chateada quando ela era quem deveria estar com raiva pela impetuosidade e grosseria dela. Queria só ver se ela não assumiria que estava errada. Tinha certeza que não.
— Por que está toda bravinha hoje? — Lia perguntou fazendo pouco caso e isso apenas voltou a lhe irritar.
— Você acha que só você tem maus momentos, Lia? Vê se cresce!
— Não precisava ter gritado comigo daquele jeito. Eu estava nervosa.
— Aprende a se controlar, então... — Liz olhou-a e viu que ela estava disposta a discutir, mas não estava minimamente a fim disso. Brigar com Lia lhe deixava muito esgotada. — Melhor você descer, Lia.
Sem mais se olharem ou trocarem uma palavra, ela saiu. Lia sempre muito orgulhosa e não admitia estar errada, não tinha a mínima vontade de lidar com ela agora. Foi para casa totalmente frustrada e cansada. Tirou a roupa e procurou uma blusa dela em suas coisas.
Enquanto revirava a gaveta, encontrou o papel amassado da carta do pai e seu estômago embrulhou. Desde aquele dia na casa da tia não teve coragem ou vontade de a reler sozinha. Voltou a guardá-la e deitou-se para tirar um cochilo, queria carinho, mas não poderia esperar aquilo de Lia no momento, então apenas ficou sozinha até pegar no sono.
Elas passaram os próximos sem se falarem. As provas acabaram finalmente e mais um final de semana chegou. Por sorte não iriam ter nenhum show marcado para aquele sábado, pois estava se sentindo moída de cansaço. Liz chegou do bar depois de ter tido uma reunião com Tom sobre algumas coisas de lá.
Havia passado a semana toda querendo ler a carta, mas sem coragem. Naquele dia resolveu enfrentar seus medos. Pegou o papel, deitou-se e começou a ler. Chorou feito uma criança a tarde toda até pegar num sono. O peso da culpa ainda continuava lá, estava sendo tragado para o fundo de seus pensamentos obscuros novamente.
Quando acordou foi atrás de uma bebida e se deparou com Vivi na cozinha, logo ela reparou em seus olhos inchados.
— Pensei que você estava com Lia hoje, matando as saudades.
— A gente brigou essa semana. — Liz foi até a geladeira e pegou uma garrafa de vinho. — Estava até demorando já.
— O que aconteceu? — A amiga perguntou preocupada ao vê-la pegar a bebida. — O que você vai fazer, Liz?
— Eu só quero relaxar um pouco.
— Por que não liga para ela?
— Não, Vivi. Dessa vez não, ela quem tem que me ligar.
Voltou ao quarto, trancou-se, colocou uma música alta e deitou-se na cama, bebendo o vinho direto da garrafa. Enquanto solvia o líquido, olhava para a tela do celular à espera de alguma mensagem ou ligação por parte dela, mas não recebeu nada de volta. Estava se sentindo fraca e vulnerável, e mais uma vez chorou compulsivamente.
***
Pov Lia
Lia tentava estudar para seu intercâmbio, a prova seria em poucos dias, mas Liz era a única coisa que vinha à sua mente. Deveria estar passando a tarde toda com ela, mas seu orgulho não lhe permitia dar o primeiro passo. Tinha certeza que ela ligaria, ela sempre lhe procurava.
Já era quase noite quando resolveu mandar uma mensagem, mas a mesma não respondeu. Ligou em seguida e ela não lhe atendeu, Liz sempre a atendia. Começou a preocupar-se.
Teve a ideia de ligar para Vivi.
— Oi, Lia. — A morena atendeu alegre como sempre.
— Oi, Vivi. Você está em casa?
— Estou sim.
— A Liz está por aí? – Perguntou ansiosa. — Ela não está me atendendo.
— Ah! Está sim. Pegou uma garrafa de vinho e se trancou no quarto, estou ouvindo a música alta daqui. Ela me disse que vocês brigaram.
— É, tivemos uma discussão besta — admitiu tímida. — Olha, eu estou indo aí. Por favor, não deixa ela sair, ok?
— Não acho que ela vai sair, mas pode ficar tranquila.
— Obrigada, Vivi.
Desligou o telefone apressada e chamou um táxi pelo aplicativo. Vestiu-se em tempo recorde e dentro de uns quinze minutos mais ou menos já estava em frente ao prédio dela. Passou na portaria sem maiores problemas, sua entrada já estava liberada e subiu ansiosa até o apartamento.
Vivi atendeu a porta e as duas se cumprimentaram com um abraço. Realmente dava para escutar a música alta vindo do quarto dela.
— Ela está no quarto. Boa sorte!
— Obrigada.
Lia bateu na porta com força, mas não obteve qualquer resposta. Voltou a bater com mais entusiasmo e gritou o nome dela. Pode ouvir que o som baixou dessa vez e a porta se abriu, revelando uma Liz surpresa, usando apenas calcinha e sutiã e com os olhos inchados e avermelhados.
Sem pensar muito, abraçou-a por instinto, e Liz apenas a abraçou de volta escondendo o rosto em seu pescoço. Sempre cortava o seu coração vê-la assim e ficou imaginando o que teria acontecido daquela vez, pois não poderia estar assim apenas pela briguinha das duas.
— O que aconteceu, meu amor? — Perguntou preocupada, a raiva ou qualquer resquício de razão sumiu de sua mente. Ela não respondeu nada. — Liz...
A rockeira a puxou para a cama e Lia deitou-se ao seu lado, acolhendo-a em um abraço e afagando seus cabelos. Ela não chorava, mas parecia extremamente fragilizada. Resolveu esperar que ela melhorasse para conversarem, mas tinha ideia do que seria quando seus olhos vislumbraram a carta amassada bem ao lado no colchão.
Achava que ela ainda não a tinha relido desde aquele dia, sabia que Liz precisaria fazer aquilo um dia sozinha. Pelo menos não havia feito nenhuma besteira dessa vez. As duas passaram um bom tempo em silêncio, com Lia fazendo carinho na pele de suas costas e ainda abraçadas. Liz quebrou o silêncio primeiro.
— Por que veio aqui?
— Eu estava preocupada com você. — Foi sincera, aquele não era o momento para brigar.
— Hum! — Liz exclamou manhosa e se aconchegou mais ainda em seu corpo. — Você consegue me acalmar de um jeito que me assusta.
Lia apenas sorriu. Sabia exatamente o que ela estava falando, pois se sentia da mesma forma, a briga daquele dia já estava esquecida em sua mente, aquela idiotice.
— Por que não me disse que queria ler a carta novamente?
— Você está tão estressada com as provas, nem quis te incomodar com meus dramas...
— Eu já disse que você não me incomoda. — Estava com a consciência pesada por ter sido rude com ela. — Desculpe por ter sido tão idiota.
— Desculpe por ter gritado com você. — Liz a beijou de leve. — Eu fiquei assustada...
— Eu também!
Lia pegou a garrafa de vinho seca no chão e a olhou.
— Quer falar sobre isso?
Liz apenas balançou a cabeça em negação.
— Não tenho muito o que dizer que você já não saiba. — Tentou disfarçar.
— Estou falando de como está se sentindo agora, você me entendeu. — Ela olhou bem para Liz, mas ela permaneceu calada. — Ainda a mesma culpa?
— Um pouco! Não como da outra vez, mas... acho que nunca vou me livrar disso.
Lia pegou em sua mão, a olhou bem nos olhos e acariciou sua face.
— Não é nada fácil, Liz. Eu te entendo. Você passou muito tempo com isso guardado. Será que não está na hora de procurar uma ajuda profissional?
Liz bufou e sentou-se na cama, se afastando dela.
— Lá se vem vocês com isso novamente. Quando não é minha tia é você.
Aquilo preocupava Lia demais. Não precisava daquela recusa toda, aquele era um sinal de que as coisas não estavam nada boas. Liz não poderia viver se consumindo com um sentimento tão pesado, sabia o quanto era perigoso.
— A gente se importa e se preocupa com você. — Abraçou-a por trás pela cintura e deu um beijinho em sua nuca. — Eu quero te ver bem, apenas isso.
Liz virou novamente e deitou-se sobre ela.
— Você já me faz bem o suficiente. Não vê o quanto eu já mudei desde que estamos juntas?
Ela não esperou por uma resposta e avançou em seus lábios. Quando Lia ch*pou sua língua, conseguiu sentir ainda mais o gosto de vinho em sua boca. Liz sempre queria ter momentos íntimos com ela quando estava mal, conseguia entender, em partes, porque ela agia assim, mas até quando aquilo seria o suficiente?
Lia a fez separar os lábios dos seus e disse:
— Você precisa tomar um banho e jantar alguma coisa.
— Estou sem fome!
— Você bebeu a tarde toda, Liz. Isso não faz bem. — Lia a ajudou a se levantar da cama e a levou até o banheiro. — Toma um banho que vou preparar alguma coisa.
Por sorte, ela atendeu ao seu pedido sem mais delongas. Lia foi para a cozinha e junto de Vivi, as duas começaram a preparar uma salada, arroz à grega e um bife para a janta. Entre um prepara e outro, Vivi perguntou:
— Como está o Pedro? — A pergunta chamou sua atenção.
— Ele está bem, tem uns dois dias que falei com ele.
— Nos falamos semana passada. — Ela tinha um sorriso bobo nos lábios. — Seu irmão é um rapaz muito especial.
— Ele é sim. — Lia tinha uma dúvida. Sabia que algo havia acontecido entre os dois, mas não sabia o quê exatamente. — O que rolou entre vocês?
— Só uns amassos. — Ela respondeu sem rodeios. — Queria vê-lo mais vezes.
Lia sorriu contente. Vivi era uma ótima garota, seria sorte se os dois ficassem, tinham muito a ver. A conversa foi interrompida pela entrada de Liz na cozinha. Ela tinha uma expressão mais suavizada no rosto e mais disposta. Prontamente ela foi até onde Lia estava e lhe abraçou por trás, beijando seu rosto.
— Fizeram as pazes! — Vivi atestou o óbvio. — Que bom ver meu casal favorito feliz.
As duas sorriram felizes e Liz se juntou a elas no término do jantar, mesmo que desajeitadamente. Ela não tinha o menor jeito para cozinhar. Assim que tudo ficou pronto elas jantaram em um clima leve e entre conversas.
Depois da refeição, foram lavar a louça da janta e em seguida, Vivi desejou boa noite e foi para o quarto deixando-as sozinha no sofá da sala. Lia estava sentada em seu colo e estavam abraçadas. A conversa com os pais não deixava sua mente.
— Já faz dias que você está pensativa. — Liz puxou o assunto. — É só por conta das provas mesmo?
Lia suspirou e resolveu ser sincera.
— Meu pai me ligou há alguns dias atrás.
— O que ele queria? — Quis saber enquanto acariciava sua coxa.
— Na verdade ele me intimou a estar de volta em casa assim que as provas acabassem. Eu disse que tinha uma coisa para conversar pessoalmente com eles.
Pode sentir como o corpo da namorada ficou tenso e ela a olhou um pouco surpresa.
— Você tem certeza que está pronta para isso?
— Eu nunca fui de mentir para eles, Liz. Nunca! — Colou a testa na dela. — Isso está me assustando muito, não posso mentir.
— Deixa eu ir com você falar com eles...
— Não, não... eu preciso ter essa conversa sozinha com eles. Sei que vai ser um choque.
Elas ficaram um tempo em silêncio apenas nas carícias e trocando beijinhos ternos.
— Ei... eu sei que foi tudo mais fácil para mim, mas... eu sei como se sente. Nunca é fácil. Só faça isso quando se sentir pronta, eu não me incomodo em esperar mais um pouco.
— Eu quero gritar para o mundo que estamos juntas. Poder postar fotos com você sem medo ou esse tipo de idiotice que namorados fazem. Eu quero viver isso para valer.
Sempre se emocionava com o tamanho dos sentimentos que sentia por Liz. Cada palavra que dissera foi verdade, queria mesmo viver tudo aquilo ao lado dela e com todos os clichês idiotas que tinha direito.
***
Finalmente o dia da prova do intercâmbio chegou e com ele toda a pressão e ansiedade de tudo que estava em jogo. Teriam o primeiro horário todo para fazer a prova. Encontrou-se com Vanessa no pátio antes de começar o teste e as duas se abraçaram desejando sorte uma a outra. Percebeu a carranca de Liz quando isso aconteceu. Logo as duas se despediram.
— Precisava desse abraço todo? — A namorada perguntou desgostosa e Lia não pode evitar sorrir. Era bom fazê-la sentir o gosto do próprio veneno de vez em quando.
— Só estava desejando boa sorte a ela. — Lia a abraçou e colou os lábios aos dela. — Vai me acompanhar até lá?
— Claro que sim!
Liz enlaçou a mão dela na sua e foram andando juntas até a sala designada. Sua mão estava fria e suada. A rockeira lhe deu um abraço firme e sussurrou em seu ouvido:
— Boa sorte, minha linda. Sei que você vai arrasar nessa prova.
As palavras dela lhe deram um ânimo e aqueceram seu coração.
— Obrigada!
Se separaram com um selinho e finalmente foi enfrentar mais uma fase que seria tão decisiva para o seu futuro. Ao contrário do que pensou a prova não estava nada fácil. Tinham muitas pegadinhas e ficou em dúvida com várias, aquilo não era nada bom. Os textos eram enormes, o conteúdo estava realmente denso e bem distribuído.
Lia gastou o tempo todo da prova na tentativa de surgir alguma luz ou lembrar de mais alguma coisa, porém, teve de arriscar o famoso “chutômetro” em algumas. Estava se sentindo péssima, nunca havia feito uma prova tão em dúvida. Saiu da sala um pouco cabisbaixa e foi até o pátio onde Liz a esperava. Ela estava entretida mexendo no celular e deu um pulo quando observou-a se aproximar.
— Que carinha é essa?
— Eu não fui muito bem na prova. — Estava desanimada e só queria comer um chocolate para lhe alegrar.
— Poxa, linda! — Liz fez carinho eu seus cabelos curtos. — Você estudou tanto. Calma, eu sei que você foi melhor do que a maioria.
— Só o resultado nos dirá. Eu quero sair daqui.
Elas saíram de mãos dadas do campus e no carro, Liz perguntou:
— Quando sai os resultados?
— Janeiro, no site da universidade. — Não queria mais ficar pensando naquilo, estava se sentindo mal. — Não vamos mais falar sobre isso, ok?
— Tudo bem. — Liz ligou o carro e deu um beijinho em sua mão. — Para onde quer ir?
— Eu queria comer chocolate.
Liz sorriu de canto e tentou disfarçar. Ela sempre comia doces quando estava ansiosa ou triste. Liz a levou ao shopping e foram em uma loja de Brownie que adorava. As duas se deliciaram com um delicioso petit gateau e passaram a tarde apenas passeando e se distraindo. A noite Liz a levou para o seu apartamento, a mimou com pizza e assistiram a um filme juntinhas na Netflix com direito a pipoca e muita Coca-Cola.
Logo o resultado das provas do curso saiu. Como já era previsto, passou com êxito em todas e o dia que mais temia chegou. Já estava livre para voltar para casa. Como que por coincidência, no dia que recebeu a última nota, sua mãe ligou querendo saber de sua volta. Aquilo a irritava demais, muito mesmo, mas manteve a paciência e disse que já iria naquele fim de semana.
A noite chamou Liz até o seu apartamento e deitadas na cama, ouvindo música como sempre, elas conversaram sobre isso.
— Eu vou sábado para casa.
— Sábado agora? — Liz perguntou para ter certeza. — Mas já?
— Mamãe já me ligou hoje querendo saber isso — respondeu apreensiva. Seu estômago estava revirando de medo e ansiedade.
— Tudo bem, é melhor mesmo você ir antes que eles pensem que você está sob minha má influência.
Lia sorriu desgostosa. Talvez fosse isso mesmo que eles iriam pensar.
— Eles conhecem a filha que tem. Sabem que nunca me deixo influenciar pelos outros.
— Eu estou com você para o que der e vier, ok?
As duas se beijaram intensamente e fizeram um amor sôfrego até a madrugada. Não queria jamais perder aquilo e deixar de sentir todas aquelas coisas e isso era a força suficiente que precisava para fazer o que sabia ser o certo, embora tivesse medo...
Liz insistiu em leva-la de carro para a sua cidade, então saíram as sete da manhã do sábado até lá. De carro gastava cerca de umas duas horas e meia para chegar lá ou um pouco mais. Lia não havia dito a eles que estava indo já que Liz a estava levando.
Assim que chegaram, Liz ficou animada olhando e observando toda a cidade natal dela, como se tivesse algo de bom para ver ali. Indicou a direção até chegar ao endereço e a pediu que parasse no começo da rua para que ninguém as visse, foi bastante incômodo ter de pedir isso a Liz, mas ela pareceu lhe entender.
— Aquela é a minha casa. — Lia indicou com o dedo, mostrando a casa mais ao longe do outro lado da rua, cercada por grades pretas.
— É uma bela casa. — Liz disse e virou-se para ela. — Está tudo bem?
— Até agora sim — disse apreensiva. — Estou nervosa.
— Eu sei como se sente, linda. Olha, eu quero que me prometa que vai me mandar uma mensagem qualquer coisa, qualquer horário que seja. Promete?
— Prometo!
As duas trocaram um selinho e Lia a abraçou apertado.
— Vai dar tudo certo.
— Eu espero que sim. — Olhou para a namorada com atenção, parecia que iria desfalecer ao sair daquele carro. — Dirige com cuidado e me manda mensagem quando chegar lá de volta, ok? Obrigada pela carona.
— Tudo bem. — Liz colou a testa na dela e trocaram um último beijo sofrido.
Lia saiu do carro de vez e pegou sua mala no banco de trás. Com mais um aceno, ela deixou Liz para trás, fitando-a com aqueles olhos castanhos escuros que lhe tiravam o chão. Ela parecia tão ansiosa e temerosa quanto si própria. Dependendo de como fosse a reação dos pais, combinaria com ela como poderiam se ver naqueles meses de férias.
Com o coração acelerado, foi caminhando em direção a casa, aquele seria o dia em que tudo mudaria... ou não.
***
Fim do capítulo
N/A: Perdoem a demora... rsrsrs
Espero que gostem de mais esse e vamos nos preparar para o que vem por aí...
Beijinhos!
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Aurelia
Em: 07/11/2019
Eis que a hora da verdade, mantenha-se forte e seja sincera como sempre, complicado a situação da Liana ainda soma a dependência dos pais, depender de alguém financeiramente é abetura para imposições e controle de sua ações. Aguardando esse conversa que pelo visto vai ser bem tensa, vamos ver se os pais dela não vai ficar interessados no patrimônio da Liz, e ela deve sim ajudar a tia na administração do seu patrimônio, acredito que ela administra a empresa por amor a Liz. Abraços e inté
Resposta do autor:
Olá Aurélia querida!
Hora da verdade mesmo... vou te dizer, essa dependência financeira é horrível quando os pais não aceitam, é um drama pesadíssimo.
A conversa entre eles será bem delicada. Eu tenho que acertar o clima desse momento e todo o resto que virá a seguir.
Quanto a eles ficarem interessandos no patrimônio da Liz, talvez eles tenham proconceito, mas ambição... será? Eita eita... nós ainda não sabemos muito bem sobre os pais da Lia, afinal. Só vimos eles uma vez e muito rápido... acho que nesse momento iremos conseguir captar a essência dos dois.
Olhe só com a Liz está mesmo mudando. Ela não queria saber da empresa depois de tudo o que aconteceu e agora está reconsiderando. O que será que ela vai fazer sobre isso? Luísa é responsável pela empresa porque também é da família dela. Desde que a irmã morreu, a mãe da Liz, que ela tomou conta da presidência. Ela tem filhos, mas nenhum se interessa na empresa. No fundo ela conta com a sobrinha pra tocar o negócio.
O ano novo nos trará muitas respostas... vamos ver como vai ser isso!
Obrigada pelo lindo comentário.
Beijinhos!
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Anny Grazielly
Em: 05/11/2019
Adorei.... amo essas duas... espero que Lis nao aceite tudo que os pais vão fazer... tenho quase certeza que eles vao proibir ... ate mesmo dificultando a vida dela na cidade... aiaiaiaiai...
Resposta do autor:
Olá Anny...
Então... realmente não será fácil para as duas, isso é coisa certa! Lia está muito envolvida e muito apaixonada... mas vamos ver o que ela é capaz de fazer pelo amor da Liz. A reação deles... vamos ver como vai ser isso. Não quero demorar muito para postar o próximo e dividir com vocês o "drama". Rsrs
Espero que tenha gostado do capítulo e muito obrigada pelo lindo comentário.
Beijinhos!
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