Capítulo 29 – Irmãos

 

Pov Lia

 

              — Vim te fazer uma surpresa. — Pedro falou sincero e meio sem jeito.

Lia continuava estancada no lugar, sem saber como agir e seu coração disparando feito louco. Não esperava chegar e encontrar o irmão bem ali em sua sala. Olhou para os lados disfarçadamente a fim de ver se seus pais também estavam ali, mas não viu nenhum resquício deles.

O irmão ainda olhava para Liz com curiosidade até que Cris chamou a atenção para si e apesar da amiga ter uma expressão tensa, parecia tranquila.             

              — Pedro chegou a pouco tempo, Lia. Te liguei e mandei mensagem, mas você nem viu.

              “Porr*! ” pensou aflita. O celular estava no silencioso, sempre o deixava assim quando estava com sua rockeira.

              Liz adiantou-se, se aproximando dele e lhe oferecendo a mão toda simpática. Obviamente ela estava tentando quebrar o gelo quando a viu pedrada de medo.

              — Olá. — Ela o cumprimentou com aquele riso de lado. — Muito prazer, eu sou a Lisandra.

              — Igualmente, me chamo Pedro. — O irmão a cumprimentou gentil como sempre, mas ainda confuso.

              — Sim, eu sei. O famoso, Pedro. — Liz falou e a olhou de volta. — Lia fala sempre de você.

              — Queria poder dizer o mesmo. — respondeu sem jeito e olhou para a irmã.

              Finalmente a irritadinha obrigou-se a agir e assim que foi se aproximando. Antes de qualquer coisa, os dois se abraçaram apertado por um bom tempo. Estava feliz em vê-lo, apesar de ter ficado chocada. Ainda bem que não eram o seus pais ali.

              — Parabéns, maninha — parabenizou-a com carinho.

              — Obrigada, Pedro — agradeceu sorridente. — Senti saudades de você.

              — Hum! — exclamou duvidoso. — Sentiu mesmo?

              — Claro que sim, maninho. — Lia enlaçou o seu braço.

Liz e Cris os observavam prendendo a respiração, até que ele pegou a sua mão, analisando a tatuagem e parecia estupefato. Sentiu-se nervosa. Apesar dele ser o mais novo, se importava com a sua opinião.

— Precisamos conversar, não é? — Estava nervosa.

— Finalmente — declarou sério e com sarcasmo, fazendo-a sorrir.

— Vamos até o meu quarto! — Chamou-o e assim que passou por Liz, sussurrou: — Contarei tudo.

              — Certeza que vai fazer isso sozinha? — Ela estava com o olhar apreensivo.

              — Sim, não se preocupe!

              Assim que entraram no quarto, Lia trancou a porta e os dois sentaram na cama de frente um para o outro. Se sentia muito nervosa e seu coração estava pulando de medo e receio, queria enfiar a cabeça em algum lugar, mas era agora ou nunca. Não soube bem o que dizer, mas Pedro deu o primeiro passo, pegando a sua mão com a tatuagem e admirando-a.

              — Não acredito que fez uma tattoo — Ele deu um riso travesso. — Mamãe vai pirar quando ver isso, Lia.

              — Isso é o de menos. Ela vai ter que se acostumar — declarou incomodada.

              — O de menos? Como assim?

              — O que você acha que está acontecendo? — jogou cautelosamente e viu que ele pensou por alguns segundos.

              — Então seu segredo tem algo a ver com aquela gata ali na sala!— O irmão estava sério, mas tranquilo ao mesmo tempo.

              Lia não pode deixar de sorrir ao ouvir o nome “gata”. Aparentemente ninguém era imune ao jeito único de Liz, nem mesmo Pedro. Respirou fundo e procurou dentro de si a coragem para falar.

              — É sim, maninho. Ela é o meu segredo. — Resolveu que o melhor era ser direta de uma vez, como sempre.

              — O que rola entre vocês? — Pedro era bastante sincero igual a ela e por isso se davam tão bem. — Estão ficando?

              — É mais sério do que isso — respondeu tímida e sem jeito. Se sentia vulnerável ao falar de Liz com o irmão. Eram muitos sentimentos misturados. — Estou apaixonada. Por incrível que pareça ela me pediu em namoro essa manhã.

              — Namoro? — Ele arregalou os olhos em surpresa.

              — Sim, eu estou namorando uma mulher — declarou por fim. E para que não restasse dúvidas, lhe mostrou a aliança de compromisso.

              Conseguia ouvir a mente dele funcionando arduamente para processar aquilo. Era uma agonia sem fim. Por fim, ele apenas franziu o cenho e perguntou confuso:

              — Lia, desculpe a pergunta, mas desde quando você é lésbica?

              Teve vontade de rir com a pergunta tão direta dele, mas ao mesmo tempo a forma como ele a pronunciou parecia estranha e incorreta, não se sentiu à vontade com o rótulo.

              — Acredite, Pedro! Ninguém está mais abismada ou surpresa do que eu, mas aconteceu, eu não tive como evitar — falou exasperada. — Eu não sei o que eu sou. A única coisa que eu sei é que eu a amo. Muito!

              — Lia, calma! — Ele pegou em suas mãos. — Respira! Eu não estou julgando você, mana.

              — Eu me joguei nisso de cabeça. Nunca me senti assim por mais ninguém, nunca...

              — Eu sei, mana. Te conheço e você deve estar muito apaixonada para estar dizendo isso. Nunca te vi assim antes. Só fiquei surpreso.

              — Eu imagino que sim. Até eu fiquei.

              — Eu sempre vi você de namorico com rapazes. — Ele sorriu levemente, parecia pensar consigo mesmo. — Lembro até de um que apareceu lá em casa querendo falar contigo e você me mandou dispensar em seu nome.

              Os dois riram com a lembrança compartilhada. Uma parte do peso estava saindo do seu peito com a forma como o irmão estava lidando com a informação. Como sentia saudades de falar com ele tão abertamente. Era o que mais gostava na relação de irmãos entre os dois, a forma como conseguiam se entender tão bem. Ela sabia como Pedro a admirava e respeitava como irmã mais velha.

              — Nenhum deles me alcançou dessa forma — confessou emocionada. — Liz mexeu comigo de uma forma que eu nem sei explicar. Me sinto uma idiota, uma boba sentimental.

              Pedro parecia envolvido por suas palavras e sorriu exultante, abraçando-a. Agarrou-o com força. Ele nunca a decepcionava. Nunca! E estava dissipando o seu medo e embaraço aos poucos.

              — Eu só quero que você seja feliz, Lia — declarou, confortando-a. Podia sentir o cuidado nas palavras dele e emocionou-se com isso. — Sempre vou ficar do seu lado, mana.

              — Obrigada, maninho. — Algumas poucas lágrimas escaparam de seus olhos sem convite. — Tive medo de você ficar estranho comigo e não aceitar.

              — Você é uma boba. — Repreendeu-a. — Jamais faria algo assim. Pensei que me conhecesse melhor. Não sou nenhum preconceituoso.

              Enxugando as lágrimas, ela afastou-se e o encarou. Ele tinha a expressão suavizada e sorria de canto.

              — Obrigada mesmo.

              — Não me agradeça — declarou arteiro, tentando quebrar a tensão. — Como foi que se conheceram? Quero saber isso aí direito.

              Lia deu um sorriso e suspirou aliviada. Jamais esperaria que ele teria uma reação tão positiva e madura, mas era Pedro ali, seu irmão incrível. Uma das melhores pessoas que já conhecera. É claro que não poderia ter sido diferente.

              Ela contou tudo. Como se viram pela primeira vez, sobre a implicância, a briga no banheiro, as birras e a trégua, onde tudo começou a desenrolar de vez. Terminando com o drama de Liz com a família e sobre a surpresa mais cedo.

              — Uau! — Pedro exclamou por fim, tocado pela trama toda. — Quantas coisas vocês já passaram juntas. Não acredito que não me contou nada disso, Lia.

              — Desculpe! — Abraçou-o novamente. — Eu estava com muito medo e foi tudo tão rápido, mas eu juro que estava para te contar tudo. Só estava procurando coragem.

              Os dois ficaram em silêncio por um momento e Pedro começou a rir marotamente.

              — Qual a graça?

              — Com todo respeito, mas sua namorada é muito gata.

              Lia deu um tapinha de leve no braço dele, entrando na onda.

              — Deixa de ser assanhado, garoto — repreendeu-o, fazendo-se de brava.

              Os dois gargalharam juntos como a muito tempo não faziam.

              — Ela é uma gata mesmo — falou toda orgulhosa. — Me dá uma dor de cabeça, mas vai.

              — Eu imagino, linda desse jeito deve cair muita mina em cima dela.

              — Você nem imagina o quanto. Eu tento controlar meus ciúmes o tempo todo.

              — Então você é ciumentinha, é? — Começou a tirar onda com a sua cara.

              — Sou sim, muito — admitiu cheia de si. — Mas ela também é.

              A expressão dele nublou. Percebeu que ele quis falar algo, mas parecia incerto.

              — O que foi?

              — Você vai assumir para os nossos pais?

              — Vou sim — confirmou sem hesitar. — Não sei quando ou como, mas eu vou. O que eu sinto por Liz é muito forte. A princípio eu estava com uma certa curiosidade e fiquei por curiosidade, só que... tudo mudou. Eu a quero na minha vida.

              — Saiba que vou estar do seu lado, sempre. — Pedro respirou fundo e lhe encarou. — Eu não quero te desencorajar, mas você sabe que não vai ser fácil, não é?

              — Eu sei. — Sentiu uma angústia incomum tomar conta do seu peito. No entanto, não queria pensar naquilo por enquanto. Nos últimos dias aquele “drama” que teria com os pais estava cada vez mais presente em sua mente. — Pelo menos você já sabe e me apoia. Quando chegar a hora certa eu vou contar.

              Os dois conversaram por mais algum tempo até que a barriga de Lia começou a roncar de fome. Já passava de uma da tarde.

              — Vamos almoçar? — Ela chamou o irmão.

              — Vamos.

              Voltaram para a sala abraçados e encontraram Liz e Cris sentadas no sofá com as expressões tensas, até que Lia lhes garantiu que tudo estava bem. Pedro era mesmo um garoto especial e ninguém ali teve dúvidas disso. Chamaram Alberto para finalmente irem almoçar e Liz os convidou para irem a um restaurante super caro da cidade. No banco de trás estavam Pedro, Lia e Liz.

              — Esse restaurante está fora do nosso orçamento, Liz. — sussurrou no ouvido dela para que ninguém ouvisse.

              — Não se preocupe, eu estou convidando — falou de forma simples como se aquilo resolvesse tudo.

              — Não é assim, não. Você não pode sair pagando tudo sempre.

              — Linda. — A rockeira segurou seu queixo e a fez lhe encarar. — Hoje é o seu dia. Será que eu não posso mimar minha namorada?

              — A questão é que você sempre sai pagando tudo quando saímos. Me sinto mal. Não quero ficar me aproveitando.

              Liz riu bastante às suas custas mais uma vez. Parecia um adulto a rir da inocência de uma criança e aquilo a incomodou.

              — Faremos o seguinte — propôs carinhosamente. — Hoje você me deixa pagar tudo porque é o seu dia e eu quero fazer isso. Nas próximas vezes, eu juro, que vamos dividir a conta.

              Para não discutir, Lia acabou assentindo, mas no fundo ainda estava desconfortável com a situação.

              Não poderia negar que as comidas ali eram um outro nível e o ambiente então, nem se falava. Já estava começando a se habituar às coisas caras sempre que saía com Liz. Já entendera que dinheiro para ela não era problema, mas não queria fugir de sua realidade e padrão de vida que já eram muito bons. Não tinha do que reclamar.

              O almoço transcorreu tranquilamente. Liz fez questão de sentar próximo a Pedro e Lia não protestou. Percebia como o irmão parecia gostar dela.

“Aliás, quem não gostava de Liz, não é? ” Pensou consigo mesma e sorriu feito boba.

              — E mais tarde vamos comemorar onde? — Pedro perguntou animado, já envolvido pelas ideias dela.

              — Boa pergunta. — Cris concordou e olhou para as duas.

              — Para onde você quer ir? — Liz perguntou, olhando-a.

              — Eu não sei. Pensava que já tinha planejado tudo — disse risonha e a rockeira lhe deu aquele sorriso de lado.

              — Está ficando mal-acostumada, hein? — Elas trocaram um selinho. Havia esquecido de Pedro por um breve momento e interrompeu o contato para olhá-lo, mas ele apenas sorria ao ver a sua felicidade. — Vamos até um barzinho, então. Soube de um hoje que vai tocar só MPB, do jeito que a gente gosta.

              Todos na mesa aplaudiram e concordaram com a ideia. Barzinho e música ao vivo, sim ou com certeza?

              Quando voltaram para o apartamento, acompanhou Liz até a garagem do prédio e conversaram um pouco recostadas no carro.

              — Vou deixar você à vontade com o seu irmão. — Liz acariciou sua face. — Como foi a conversa com ele, afinal?

              — Foi tranquilo contar a ele. Nossa! — Lia ainda estava admirada com a reação dele. — O Pedro sempre foi o meu melhor amigo, sabe? Ele é maravilhoso, mas mesmo assim eu estava apavorada.

              — Te entendo! Eu já percebi que ele é um rapaz muito legal mesmo. Nem parece ser tão novo.

              — Ele sempre teve esse jeito sereno e maduro — concordou e sorriu em seguida ao lembrar dos olhares de admiração que ele lançava para sua rockeira durante o almoço. — Acho que você já conquistou o coração dele com as suas conversas e brincadeiras na hora do almoço.

              — Você acha?

              — Eu tenho certeza que ele gostou de você.

— Fico aliviada! — Liz sorriu bobamente. — Mais tarde eu venho te buscar, ok?

              — Okay — respondeu e deu um selinho nela. — Eu vou convidar a Vanessa. Tudo bem?

              Liz não esbouçou nenhuma reação imediatamente, apenas olhou-a com “cara de paisagem”.

              — Hum! — exclamou incomodada. — Tudo bem. Eu vou convidar o Jack.

              Sorrindo, pendurou-se no pescoço dela e sorriu. Depois, sussurrou em seu ouvido.

              — Não precisa de ciúmes. Ela não tentou mais nada e mesmo que tivesse, eu sou completamente sua.

              Sentiu-a arrepiar completamente e sorriu.

              — Você é um perigo, Liana. — Liz lhe deu um beijo ardente com direito a muita língua e aperto de bunda. Já estava ficando excitada novamente.

              — Melhor eu ir agora antes que te jogue dentro desse carro e te coma aqui mesmo.

              — Uau! Isso foi uma ameaça ou uma promessa? — Falou e deu uma mordidinha em seu lábio inferior.

              — Está me provocando? — Liz parecia hipnotizada. — Verdade o que dizem que tudo só melhora com o tempo.

              — Você acha?

              — Tenho certeza. — A rockeira passou a mão em sua face delicadamente. — Estou adorando ter você assim, cada vez mais soltinha.

              — Você me deixa à vontade. Sinto que posso fazer tudo quando estou com você.

              — Eu também sinto o mesmo. Você deu um novo sentindo aos meus dias nublados.

              Lia só ficava cada vez mais envolvida no romance entre as duas, principalmente porque estavam conseguindo falar mais abertamente sobre sentimentos e tinha que admitir algo. Liz dizia cada coisa que lhe deixava boba.

              — Você me deixa boba falando essas coisas.

              — Eu disse que você ainda ia fuder com a minha vida. — As duas sorriram.

              — Não mais do que você com a minha.

              As duas sorriram e finalmente se despediram com um selinho. Era cada vez mais difícil dizerem “tchau” .

Voltou para o apartamento. Assim que chegou ao apartamento convidou Vanessa para sair com eles à noite e ela imediatamente lhe deu uma resposta positiva, dizendo que se encontraria com eles lá na hora marcada.

Os pais ligaram para lhe desejar parabéns por vídeo chamada e Lia prometeu que logo logo estaria de volta em casa assim que as provas acabassem, as datas de aniversário eram sempre muito emotivas na família e mais uma vez sua mãe a deixou com a consciência pesada por ela não ter ido passar com eles.

Ela e Pedro foram tirar um cochilo em sua cama depois de conversarem por um bom tempo. O irmão a presenteou com o boxe de DVDs da série Game of Thrones que ela tanto amava e os dois logo começaram a assistir até a hora de irem se arrumar para a noite que estava prometendo muita bebida, comemoração e diversão.

Por volta das nove Liz e Alberto chegaram. Cris iria com o namorado, já Lia e Pedro iriam junto da rockeira que trazia Jack consigo. Assim que desceram o prédio, Liz estava em pé, recostada no carro e segurava um buquê de rosas nas mãos. Além disso, estava linda usando a jaqueta que lhe dera de presente, uma blusa branca e calça preta. Estilo rebelde de sempre.

— Caramba! Vocês estão mesmo muito envolvidas. — Pedro falou para que só a irmã o escutasse.

— Vê agora o porquê de eu ser tão louca por essa garota? — Rebateu e andou apressada até ela.

Lia atirou-se em seus braços e a beijou carinhosamente.

— Está ainda mais romântica hoje. — Sentia o seu coração bater forte no peito de tanto amor que sentia.

— Você merece, linda. — Liz sorria exultante e entregou o buquê para ela.

              Voltaram a realidade quando um flash de cegar as interrompeu e quando olharam para o lado Cris tirava várias fotos das duas enquanto sorria sapeca junto de Pedro.

              — Ei casal do ano. — A amiga falou enquanto elas ainda estavam abraçadas. — Sorriso lindo para a foto, vai!

              Lia mostrou o dedo do meio para a amiga, mas Liz apenas a enlaçou pela cintura por trás e abraçou-a, fazendo pose para a foto. Teria que começar a se acostumar com fotos junto de Liz e queria várias com ela.

A primeira foto foi delas sorrindo e olhando para a câmera e a outra foi de Liz beijando o seu rosto.

              — Estou vomitando arco-íris já. — Cris brincou com as duas. — Eu shippo demais esse casal, gente.

              — Eu também já estou curtindo. — Pedro disse, fazendo com que as duas sorrissem

— Ih, Liz. Já conquistou o cunhadinho — disse Alberto que havia saído do carro, fazendo todos sorrirem.

Pedro sorriu tímido e finalmente decidiram seguir para a noite. Liz pegou as chaves do carro e entregou na mão de Lia e falou:

— Você dirige hoje, vai. — Imediatamente a irritadinha se animou.

— Lia dirigir? — O irmão estava confuso. — Mas ela não sabe.

— Eu aprendi maninho. — Lia sorriu e o abraçou contente. — Liz me ensinou.

— Nossa! — Ele parecia muito surpreso.

— Deixa de ser besta, mano.

Os três riram e Liz o abraçou pelos ombros com naturalidade. Finalmente entraram no carro e saíram. Lia estava impressionada em como havia pegado fácil o jeito para dirigir e Pedro elogiou as duas. No banco de trás, ele foi o caminho todo conversando com Jack. O irmão era muito fácil de se enturmar com as pessoas, sempre admirou isso nele também.

O barzinho era bem próximo a praia e o espaço dele era enorme. Liz havia reservado as melhores mesas para que todos ficassem juntos. Logo eles ocuparam metade da mesa. Alberto logo pediu uma torre de chopp para quem quisesse e alguns petiscos.

Lia pegou o cardápio e ficou a olhar a carta de vinho e algumas outras bebidas. Vivi chegou sozinha naquela noite e parabenizou Lia com um abraço e um presente.

— A melhor cunhada que a Liz poderia me dar — falou entre risos, querendo dizer que considerava Liz como uma irmã.

— Vivi, muito obrigada. — A irritadinha agradeceu emocionada. — Você também é uma cunhada incrível. Hey, deixa eu te apresentar meu irmão. — Lia virou para Pedro e ele parecia encantado ao olhar para a morena, estava paralisado e teve que chamá-lo outra vez. — Pedro!

Ele saiu do transe com o seu chamado e se pôs de pé rapidamente para cumprimentá-la com um beijinho do lado e outro.

— Olá — respondeu educadamente. — Muito prazer.

As faces da amiga coraram com a atenção dele. Lia não entendeu o que estava acontecendo ali, mas agiu naturalmente.

— Igualmente. Sou a Vivi. — A morena disse e ele sorriu simpático. — Vocês não negam mesmo serem irmãos.— São muito parecidos.

Pedro puxou a cadeira, convidando-a para sentar ao seu lado e ela aceitou educadamente.

Assim que o Chopp chegou, quase todos na mesa começaram a beber, até mesmo Pedro, ele parecia muito animado e à vontade com os seus amigos, principalmente Vivi e sorriu feliz por isso.

Todos já estavam animados e entre tantas conversas, Lia quase não via Vanessa se aproximando, também com um embrulho nas mãos. Ficou feliz assim que a viu, gostava muito dela, porém, sentiu que Liz ficou séria quando se levantou para abraçar a ruiva e agradecer pela presença. Em seguida a apresentou para os outros e ela sentou-se perto de Cris e Alberto.

Lia olhou para a namorada e a viu desconfiada de algo, mas não falaram nada. Assim que o garçom chegou com uns petiscos, Lia e Liz pediram suas bebidas.

— Você vai beber, mana? — O irmão estava surpreso. — Alguns poucos meses sem te ver e já nem te conheço mais.

Todos na mesa sorriram, inclusive Liz, que respondeu na brincadeira.

— Lia era muito certinha, não acha? Ela está me surpreendendo também.

              — E falando nisso, como foi a surpresa mesmo? — Alberto entrou curioso na conversa.

              Entre sorrisos bobos e felizes as duas iam alternando a narrativa sobre mais cedo, pulando apenas a parte do sex* quente e gostoso que haviam feito.

              — Você está me devendo pelo orgasmo da manhã. — Liz sussurrou de forma sexy e por baixo da mesa, passou a mão em suas pernas desnudas devido a jardineira curtinha que usava.

              — Hum... verdade! Pensando em alguma forma de pagamento?

              — Sempre. Sabe que eu tenho a imaginação fértil. Preparei uma surpresinha, mas já que seu irmão está aqui depois a gente faz. Quero você totalmente estregue e relaxada.

              — Hum... já quero!

              Elas estavam entrando em um nível de flerte muito delicioso, estava amando aquele clima todo. A noite ficou ainda mais animada quando a banda começou a tocar. Não eram nem de longe tão bons quanto Liz e os meninos, mas já estava ótimo.

A interação de todos era muito boa e fluida, mas o que surpreendeu mesmo foi a afinidade rápida que surgiu entre o irmão e Vivi. Os dois sorriam e conversavam alegres enquanto ele lhe mostrava algo no celular.

              — Olha só os dois na maior interação. — A rockeira comentou desconfiada para que só ela escutasse.

              — Será que ela está dando trela para ele? — Lia se sentia confusa, afinal, algumas semanas atrás Vivi estava com um outro rapaz. — Eu pensei que ela estava comprometida.

              — Ela disse que não estava gostando muito das atitudes dele e o dispensou.

              — Ah! Como a Cris fala, estou passada.

              — Eu também.

              Liz bebeu muito naquela noite e Lia também. Pedro também havia bebido, mas não tanto. Estavam todos muito alegres e festivos. Quando menos esperava, Cris e Liz chegaram com um grande bolo de chocolate na mesa e com uma daquelas velas que disparavam faíscas.

Por sorte, a irritadinha estava já bêbada ou então ficaria morrendo de vergonha, pois quando começaram a bater parabéns chamaram a atenção do bar inteiro. Hilário foi quando começaram aquela parte constrangedora do “com quem será? ” E começaram a gritar o nome de Liz.

— E aí, Liz? — Jack gritou no meio algazarra. — Vai encarar essa?

— Mas é claro que eu vou. — A rockeira disse e abraçou Lia forte pela cintura. — Essa eu não vou deixar escapar nunca.

Lia apenas sorria feliz da vida e as duas trocaram beijinhos. De longe eles eram a mesa mais animada. Cris ajudou Lia a partir o bolo e depois distribuíram os pedaços para todos.

A banda atendia aos pedidos de música deles e quando começaram a tocar a música “A sua” de Marisa Monte, Lia puxou Liz pela mão.

              — Quero dançar com você — declarou Lia risonha.

              — O que eu não faço por você, minha irritadinha!

              Elas começaram a dançar coladinhas no maior clima de romance enquanto a mesa toda as aplaudiam entre fotos e filmagens, até mesmo Vanessa vibrava pelas duas.   

              Na madrugada, percebeu que Pedro já havia passado o braço pelos ombros de Vivi e os dois conversavam íntimos no maior clima. Aquele estava sendo o melhor aniversário de toda a sua vida.

Depois das uma da manhã todos decidiram ir para a praia e ficaram lá sentados, fizeram fogueira e tudo mais. Como Liz sempre andava com o seu violão no carro, começou a tocar animadamente para todos. Sua rockeira era uma alma festiva e alegre que sempre contagiava todo mundo.

Passaram uma boa parte da madrugada lá, até às quatro da manhã. No entanto, não tiveram coragem de tomar banho já que as ondas estavam muito fortes. Deitaram na areia perto uns dos outros e ficaram admirando o sol nascer.

Lia estava escorada em Liz, as duas estavam juntinhas e se beijavam. Não sentiam sono e nem cansaço por incrível que parecesse. Sua vida já não era mais a mesma desde Liz e adorava tudo aquilo.

— Gostou do seu dia? — A rockeira perguntou baixinho.

— Se eu gostei? Está brincando? Foi perfeito, Liz. — Lia a beijou carinhosamente. — Obrigada por tudo.

— Você vai me agradecer do jeito certo mais tarde, nem se preocupe!

Sorriram safadas uma para a outra e curtiram o sol nascer...

***

Pov Liz

              Acordou com uma dor de cabeça tremenda no outro dia. Estava deitada ao lado de Lia e em seu quarto. O porre havia sido dos bons. Por incrível que parecesse havia despertado antes da sua irritadinha. Já passava das duas da tarde,

              Foi até a cozinha pegar um remédio e enquanto procurava por um Engov, viu Pedro sentado silencioso no sofá da sala e sem blusa e bebendo água. Ele assustou-se ao vê-la ali, parecia uma criança ao ser pega em flagrante fazendo alguma coisa errada.

              — Bom dia. — Ele a cumprimentou, disfarçando o embaraço e foi até o balcão que separava a sala da cozinha, ficando de frente para ela.

              — Bom dia. — A rockeira reparou que ele estava risonho demais. — Você dormiu aqui?

              Estava tão bêbada na madrugada que não se lembrava bem de como haviam chegado até ali.

              A pergunta o fez sorrir arteiro e Liz soube naquele momento exatamente o que tinha acontecido. Já passara por aquela situação milhares de vezes antes. “Não estou acreditando nisso! ” pensou descrente e surpresa ao mesmo tempo.

              — Você dormiu com a Vivi? — Foi direto ao ponto e ele arregalou os olhos. Ele olhou ao redor para ver se alguém estava ali por perto e sorriu novamente.

              — Ela me convidou para dormir no quarto dela, mas não é o que você está pensando.

              Liz não aguentou mais e sorriu para valer.

              — Pedro... para cima de mim! — Ela tomou o remédio e arrodeou o balcão sentando-se ao lado dele. — Pode falar, isso é a coisa mais normal do mundo.             

              — Estou falando sério! — Ele não conseguia parar de rir. — A gente ficou, mas não rolou nada. Só dormimos abraçados na mesma cama. Ela me convidou quando eu disse que dormiria no sofá.

              — Eu não consigo acreditar nisso! — Gargalhou mais uma vez, mas ele parecia mesmo sério sobre o assunto.

— Vivi é uma garota muito legal. Gostei muito dela.

              — Aparentemente ela gostou de você também.

              Ficaram em silêncio por um tempo até que ele puxou mais assunto.

              — Cadê a Lia?

              — Ela ainda está dormindo.

              — Vocês devem estar com uma ressaca das boas. Nunca a vi bebendo, ela nunca foi disso. Eu estou muito surpreso de vê-la assim, fazendo tattoo e se divertindo nos bares à noite. Nem em um milhão de anos eu iria imaginar isso.

              As considerações dele lhe chamaram a atenção e de repente ficou preocupada com uma coisa, o que só aumentou sua dor de cabeça.

              — Você acha que eu sou uma má influência para sua irmã?

              O cunhado a olhou confuso e assustado.

              — Claro que não Liz. Desculpe, não foi isso que eu quis dizer. — Ele deu um longo suspiro e pareceu pensar um pouco no que dizer. — É só que a Lia sempre foi uma garota muito quieta. Ela passou a adolescência toda lendo e assistindo filmes e estudando. Essa é a imagem que eu ainda tinha dela. Posso te ser bem sincero?

              — Claro! Pode falar — respondeu ansiosa.

              — Lia nunca foi “Maria vai com as outras”. Esse negócio de você ser má influência... — Ele balançou a cabeça como se negasse algo absurdo. — Ela só faz o que quer, sempre foi assim. Eu acho é que a minha maninha finalmente está começando a criar experiências e viver a vida. Estou feliz por ela e falo sério.

Liz sorriu com isso, achava bonitinho a forma como os dois se tratavam. Era sempre maninha para cá e maninho para lá. Eles tinham uma cumplicidade enorme.

— Eu não tenho a cabeça fechada, sabe? — Pedro continuou divagando. — Eu sempre só quis ver a Lia feliz e a respeito muito. Posso até estar enganado, mas ela parece mais viva e feliz e isso é graças a você, então tenho até que te agradecer.

— Poxa! É um alívio saber disso. — Liz estava mesmo aliviada, sentia um peso sair de seus ombros. A última coisa que queria era ser um problema entre ela e a família.

— Estou mesmo preocupada é com o pai e a mãe. Principalmente a mãe. Eles deram liberdade para Lia vir morar em uma cidade grande sozinha porque confiam nela, já que sempre foi uma garota quieta. Tenho medo da reação deles, entende?

— Entendo sim. — Liz passou o braço pelos ombros dele. — Você é um cara muito legal mesmo. Esperto e super sincero, não negam mesmo serem irmãos.

Pedro abriu um sorriso contente e a encarou.

— Eu gosto do seu jeito, Liz. Acho que está fazendo muito bem a minha irmã.

— Acredite, Pedro. Ela é quem faz muito bem a mim.

— Ótimo saber disso. Vocês têm meu apoio. Podem contar sempre.

— Valeu mesmo por isso.

Voltou para o quarto, levando um remédio para Lia também. Ela ainda dormia pesado. Deitou-se ao lado dela e abraçou pela cintura. As duas ainda estavam com cheiro de álcool. Resolveu esperar ela acordar para tomarem banho juntas e acabou dando um outro cochilo. Só acordou quando a sentiu se mexer.

— Porr*! — Exclamou incomodada. — Que dor de cabeça.

— Eu trouxe água e remédio para você, estão aí do lado.

A irritadinha imediatamente tomou e deitou-se de barriga para cima.

— Nunca mais eu vou beber desse jeito em toda a minha vida!

Declarou decidida e Liz apenas sorriu. Já havia tomado tanto porre em sua vida que perdera as contas.

Tomaram um banho quente e relaxante, juntinhas na banheira, mas não estavam com disposição para sex*, devido ao mal-estar que sentiam. Passaram o dia todo deitadas e tomando bastante líquido. Pela noite, quando finalmente melhoraram um pouco encontraram Vivi e Pedro no maior amasso no sofá da sala.

— Uhum! — Liz pigarreou de implicância, assustando os dois, que se separaram rapidamente.

— Agora eu estou surpresa mesmo. — Lia zoou com os dois. — Você não dá uma viajem perdida, né, maninho?!

— Estou vendo mesmo que se deram muito bem. — Liz continuou zoando.

— Já chega! — Vivi falou com sarcasmo. — Estamos aproveitando nossa juventude.

— E como estão! — A rockeira voltou a brincar. — Vamos fazer o quê agora? Vamos sair para jantar ou pedir uma pizza?

— Eu não estou muito a fim de sair. — A irritadinha parecia cansada. — Prefiro pedir uma pizza.

— Nós também. — Pedro disse pelos dois.

— Ok então! Pede duas que estou morrendo de fome. — Lia pediu ansiosa e todos riram dela. Já sabiam da fama de comilona que ela tinha.

Decidiram os sabores que queriam e ficaram assistindo TV e jogando conversa fora à espera do pedido. Liz percebia como Lia parecia ainda mais feliz em ter seu irmão ali com ela, com certeza a presença dele havia feito toda a diferença no seu dia tão especial.

***

              Pedro iria embora na segunda pela manhã, então acordaram mais cedo, antes de irem para o campus para se despedirem. Ele estava no carro da mãe.

              — Obrigada por ter vindo, maninho. — Lia o abraçou demoradamente. Ele apenas sorria contente.

              — Eu que agradeço. Me diverti muito com a turma de vocês. — Ele virou-se para Liz a abraçou também. — Foi um prazer te conhecer, cunhada!

              — Também gostei muito de te conhecer, Pedro.

Depois delas de despedirem, deixaram ele sozinho com Vivi para que de despedissem com mais privacidade e partiram para mais um dia de aula.

Pela tarde, elas trocaram mensagens provocadoras uma com a outra.

Liz: “ Está pronta para me pagar mais tarde? ”

Lia: “Nem precisa perguntar, já estou super curiosa para saber o que está aprontando”.

 Essas mensagens atiçavam a sua vontade e a espera pela noite foi uma tortura. Se encontrou com os meninos da banda e ensaiaram um pouco. Para variar, eles tiraram muita onda com a sua cara por todo o seu envolvimento com Lia.

— Quem diria que a mais pegadora de todas seria domada um dia. — Felipe, o guitarrista falou.

— Agora ela está até usando aliança. — Jack pegou em sua mão e levantou para que os meninos vissem. Liz apenas achava graça do jeito bobo deles. — Olha só o tamanho do bambolê.

— Vocês estão é com inveja que eu sempre pego mais mulheres do que vocês. Aliás, eu pegava, né? Agora sou de uma só.

Eles ovacionaram e bateram palmas com aquilo.

— Ainda acho isso tudo estranho. — Danilo, o baixista divagou. — Agora a gente não sai mais para beber e tirar Liz das enrascadas. Conta para gente, vai. O que a Lia fez com você?

— Eu me pergunto isso até hoje. — A rockeira deitou no sofá e tomou um pouco de refri. — Podem zoar, eu estou mesmo fudida.

— Você seria idiota se deixasse aquela menina escapar, isso sim. — Jack declarou e foi até ela, estendendo a mão para que ela batesse. — Ela faz muito bem a você.

— Eu penso a mesma coisa — concordou feliz e sorridente.

Depois de mais algum tempo de zoação, já no fim do ensaio, Liz foi direto se encontrar com Lia em seu apartamento. Estava ansiosa, pois havia comprado algo diferente para testar com ela, mas como Pedro as visitou, o sex* ficou um pouco de lado, decidiu fazer aquilo depois. Queria levá-la para o seu apartamento naquela noite.

Assim que chegou  ligou para ela, que logo desceu com uma mochila nas costas. Se cumprimentaram com um beijinho safado e muito gostoso.

— Estava louca por essa noite. — A irritadinha confessou.

— Não mais do que eu. — Liz acariciou sua face e sorriu safada. — Vamos!

Chegaram em casa em tempo recorde. Jantaram um sanduíche rápido e foram direto para o quarto. Liz a cercou por alguns segundos, passando as mãos por seu corpo e arrepiando-a com beijos e carícias.

— Cada dia que passa eu me sinto mais louca por você, Liana.

Lia enlaçou seu pescoço e a beijou de forma ardente.

— Eu estou é tarada, isso sim. Só conseguia pensar em hoje à noite — confessou tímida.

— Hum... mas e se você não gostar disso? — Liz pegou em sua mão e beijou em cima da tatuagem.

Liz estava mesmo preocupada com a reação dela. As garotas gostavam quando ela fazia aquilo, imaginou que Lia também gostaria. Queria ir devagar com ela, mas como a namorada parecia sempre receptiva e aberta a coisas novas, tomou a coragem de fazer isso.

— Acho difícil isso acontecer. Sabe que pode fazer o que quiser, confio em você. Gosto de tudo o que a gente faz.

— Então é mesmo verdade o que falam sobre escorpianas. Intensas e fogosas.

— Hum! Ainda tem muitos adjetivos para me dar. — Lia se afastou e tirou a blusa. — Eu tiro uma peça a cada um que você acertar.

Liz sorriu e lambeu os lábios. Aquilo só melhorava. Já se sentia completamente molhada. Lia a deixava pegando fogo e cheia de tesão. Deitou-se na cama enquanto ela estava parada de forma sapeca na sua frente.

— Ok. Vamos lá... então. Já disse intensa e fogosa. Que tal... inteligente.

Lia sorriu com o elogio e retirou o sutiã, mostrando os seios alvos e lindos. Sua boca aguou.

— O quê mais? — Provocou mais um pouco.

— Provocadora!

— Assim vai me deixar nua rapidinho. — Ela retirou o short. — Agora só falta mais uma e esse tem que ser muito bom.

Liz passou a língua sobre os lábios e sorriu. Queria muito jogá-la em sua cama e fazer tudo o que estava fantasiando.

— Irritadinha!

Dessa vez Lia riu para valer, retirou a calcinha com vontade e pulou sobre o seu colo, beijando-a com vontade. Liz rolou na cama ficando por cima e entre beijos, falou com a respiração ofegante:

— Tenho uma surpresa para você. Está na minha gaveta de calcinhas, pega lá.

Lia a olhou curiosa e fez o que ela pediu. Liz sentou-se na cama e ficou à espera de sua reação. Viu-a abrir a gaveta e sorriu quando ela voltou a olhá-la surpresa e voltar até a cama com o dildo preso em uma cinta.

A noite prometia...

 

***

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo