• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • Nossa canção inesperada
  • Capítulo 28 - Eu te amo

Info

Membros ativos: 9524
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,492
Palavras: 51,967,639
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Thalita31

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Legado de Metal e Sangue
    Legado de Metal e Sangue
    Por mtttm
  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • A Uber
    A Uber
    Por caribu
  • SEIS CORES
    SEIS CORES
    Por Jessica Cantanhede

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Nossa canção inesperada por Kiss Potter

Ver comentários: 3

Ver lista de capítulos

Palavras: 8520
Acessos: 1931   |  Postado em: 04/10/2019

Notas iniciais:

Emoções...

Capítulo 28 - Eu te amo

Capítulo 28 – Eu te amo

 

Pov Liz

 

              Liz acordou-se no domingo e estranhou quando não sentiu Lia ao seu lado. Virou-se para o teto e um sorriso escapou de seus lábios ao lembrar-se da noite anterior. As duas haviam se entregado de uma forma totalmente intensa e incrível. Se sentia ainda mais conectada a ela com o passar dos dias se é que aquilo fosse possível. Depois da varanda foram para o chuveiro e ficaram se provocando até terminarem a madrugada em sua cama.

No celular viu que já passa do meio-dia. Levantou-se e saiu à procura de um blusão. Foi até a sala e a viu sentada à mesa da cozinha conversando alegremente com Vivi. Parou na porta do corredor e ficou a admirá-la de longe. Era tão linda e delicada.

Uma ideia inesperada surgiu em sua mente como que em um passe de mágica. Já sabia exatamente o que iria fazer para ela no dia do seu aniversário, algo romântico do jeito que ela gostava e que ao mesmo tempo a fizesse se redimir em definitivo pelo fiasco no dia da sua própria festa.

Por algum motivo, lembrou-se da conversa dela com a própria mãe e da conversa que tiveram depois. Aquilo havia ficado martelando em sua cabeça e estava apreensiva com a situação, não poderia negar. Não queria mais nenhum problema as afastando, apenas queria viver aquele sentimento lindo que nunca tivera por mais ninguém.

— Bom dia, Liz. — A voz de Vivi a trouxe de volta para a realidade.

Balançou a cabeça, espantando os pensamentos e sorriu com a sua simpatia usual.

— Bom dia — cumprimentou-as e foi até a mesa, sentando-se ao lado de sua irritadinha.

— Bom dia, dorminhoca. — A irritadinha falou carinhosa e lhe deu um selinho.

— Você comeu alguma coisa?

— Eu preparei café-da-manhã para nós duas. — Vivi respondeu por ela. — Vou precisar sair agora com o Raul. Já vou me vestir. Beijos meninas.

— Tchau, Vivi.

— Até logo.

A morena saiu da cozinha, deixando-as sozinha.

— E você? — falou aproximando-se de Lia e a abraçando. — Quer fazer o quê hoje?

— Eu não pensei em nada específico. Achei que só ficaríamos por aqui mesmo, namorando ou assistindo um filme.

— Ideia tentadora. — falou sobre seus lábios e a beijou. — Que tal um cinema?

Viu que a pergunta a animou muito e logo ela estava fazendo planos e procurando a programação e horários no celular. O guarda-roupa de Liz já abrigava algumas peças de roupa dela para situações como aquela. Uma vez ouvira dizer que quando o relacionamento chegava nesse estágio não tinha mais volta.

Lia foi dirigindo, sempre a colocava para praticar e estava surpresa em como ela estava dirigindo bem para duas semanas de aula. Tinha que admitir que ria muito quando ela ficava puta, xingando os barbeiros à sua frente. Como o trânsito estava relativamente calmo.

Almoçaram no shopping mesmo e depois foram comprar os ingressos. Era inusitado estar fazendo aquele tipo de passeio, mas ao mesmo tempo era algo natural. Estava de mãos dadas com sua namorada na fila do cinema, uma segurava a pipoca e a outra o refri. Nunca fizera aquele tipo de coisa, nunca. Acabou rindo alto com o pensamento e chamou a atenção da irritadinha.

— Qual a graça?

— Eu nunca fiz isso antes. Sempre fui de vir ao cinema sozinha ou apenas com amigos.

Ela abriu um sorriso lindo e empolgado ao ouvir aquilo. Liz sempre se sentia tímida ao falar aquele tipo de coisa, mas Lia parecia gostar e muito.

— Quer dizer que eu sou a sua primeira? — perguntou fazendo graça.

— Você é a minha primeira em quase tudo, Liana. Antes de você talvez a essa hora eu estivesse na casa de uma menina qualquer ou bebendo com alguma galera na zorra.

Lia ficou em silêncio, refletindo em suas palavras por alguns segundos.

— Você não sente falta dessas aventuras?

— Não. — Nem hesitou em responder. Se sentia tão plena e completa ao lado dela. Apenas fazia tudo isso antes para aplacar a solidão que carregava dentro de si, mas estar com ela era totalmente diferente. — Eu juro que não!

— Fico feliz em saber disso. — Trocaram um selinho e a fila começou a andar.

Depois do filme elas foram fazer algumas compras e depois foram jantar em um bom restaurante da cidade. Voltaram para o seu apartamento cansadas. Tomaram um banho e depois Liz tocou e cantou para ela em seu violão até que o sono as tomou.

 

***

 

As duas semanas até o dia 27 passaram rapidamente. O aniversário de Lia cairia no sábado o que seria ainda mais perfeito para os seus planos, pois conseguiria montar um roteiro sem pressa. Na quarta-feira, assim que saiu do campus, foi em busca de comprar o que faltava para que a sua surpresa saísse ainda mais perfeita e simbólica, não conseguia nem acreditar no que estava fazendo.

Jamais havia se permitido agir como uma boba apaixonada antes, até porque nunca havia se sentido assim de fato, mas por Lia tudo valia a pena. Se alegrava apenas em ver a felicidade naqueles olhos castanhos lindos. Jamais fora uma romântica e se sentia estranha, mas parecia a coisa mais natural do mundo ao mesmo tempo.

Pela tarde ela se juntou com Tom no bar, na loucura e correria da semana de provas e ensaios havia deixado o negócio de lado, mas estava ciente de que não era bom fazer isso. Ele basicamente lhe mostrou o balanço do mês e o fluxo de caixa. Passou a tarde inteira resolvendo alguns pepinos com ele. Não podia negar que até gostava de tomar de conta dali.

Tudo graças a sua tia Luísa, que insistira em lhe dar algo de responsabilidade para tomar de conta e como presente de aniversário de dezenove anos, comprou o prédio e lhe deu o bar antigo para que o reformasse da forma que quisesse e tomasse de conta. Liz tinha visão, tanto que o investimento feito já havia retornado quase todo para o bolso da tia. Fazia questão de pagar tudo a ela novamente.

Apesar de viver bem e com conforto, a sua riqueza nunca foi algo que lhe encheu os olhos, muito pelo contrário. Depois da morte dos pais usava apenas o básico, as coisas não tinham tanta graça assim. Já fizera viagens e tudo mais, mas nada grandioso. Também nunca sentira falta de sair do seu país, não era louca de ficar longe das praias e das mulheres brasileiras.

E foi uma coisa maravilhosa não ter feito isso, só assim teria conhecido Lia e agora sim, tudo estava a mudar. Admirou-se quando lembrou dos pais aquela semana, desde aquele final de semana em que a levara para ler a carta, havia pensado mais neles. O peso ainda povoava sua mente, não conseguia fugir, mas pelo menos não sentia a necessidade de fugir.

Cris havia lhe dado uma ideia e iria aproveitar já que ela dissera que ajudaria. Na sexta deixou foi dormir com ela em seu apartamento e deixou as coisas dentro do carro para que ela não desconfiasse. Lia parecia feliz e ansiosa pelo dia posterior. Jantaram junto de Cris e correram para o quarto, sentiam uma vontade louca e urgente de estarem nos braços uma da outra.

Seus sentimentos por Lia pareciam estar cada vez mais aflorados. Fizeram amor calidamente naquela noite, olhando uma para a outra. Não queria perder nada, nenhum olhar, emoção, suas expressões ou seus olhos revirando com o orgasmo. O sex* entre elas não poderia ser comparado com nada que fizera antes, estava em um nível muito além. Ela sim, era uma mulher que valia a pena amar de verdade.

— Está ficando cada vez melhor, não acha? — Lia perguntou sorridente, deitada sobre o seu peito.

— O quê? — instigou provocativa, gostava de conversar sobre aquelas coisas com ela.

— Quando fazemos amor — respondeu tímida e foi a vez de Liz sorrir. — Não concorda?

— Concordo em gênero, número e grau. — Apertou o bumbum dela. — Você é incrível.

— Você que é. — Ela pôs o rosto sobre a mão e a olhou. — Com quantas mulheres você transou antes de mim?

Liz não conseguiu conter a gargalhada. Não esperava por aquela. Nunca haviam remexido nesse passado antes.

— Por que está me perguntando isso?

— Vai me responder, ou não?

— Por que quer saber agora? — Voltou a insistir. Queria entender de onde vinha aquilo.

— Eu só estou curiosa, Liz. — Revirou os olhos sem paciência. — Você é tão experiente...

Ponderou por um momento. Aquela não era uma lista que já tivera numerado antes. O assunto era um pouco delicado, mas decidiu responder.

— Acho que umas quinze, por aí. — Tinha certeza de que haviam sido muito mais do que isso.

Lia arregalou os olhos espantada e saiu de seu peito, sentando-se na cama. Teve vontade de rir, mas se controlou.

— Você acha?

— Ah, não vai pirar com isso agora. O que passou, passou...

— Não é isso, Liz. É só que... — Suspirou profundamente. — Você nem tem certeza. São muitas...

— Você que quis saber. — defendeu-se.

— Eu sei. — A irritadinha ficou calada por alguns segundos. — Quinze mulheres. Por que eu?

— Como assim? — Não entendia o que ela queria dizer.

— Você pode ter a mulher que quisesse. Por que eu?

Por que ela? Era uma boa pergunta aquela. Nunca havia parado para pensar, mas disse o que achava mais certo.

— Eu não sei, Lia. Eu nunca precisei conquistar garota nenhuma. Todas elas chegavam em mim. Nunca fui do tipo conquistadora que saía à busca disso, mas você... você não gostava de mim, até me distratava. — Sorriu ao lembrar das brigas idiotas. — Ao mesmo tempo que fiquei com raiva, também foi uma novidade. Nenhuma delas conseguiu me levar dessa forma, eu não sei. Você não veio para cima de mim, você fugiu. Aquilo só me deixou ainda mais doida. Depois daquele beijo nada mais foi a mesma coisa.

Lia apenas ouviu tudo atentamente com um sorriso leve nos lábios.

— Você ficou com alguma garota depois do nosso primeiro beijo?

— Fiquei. — respondeu sincera e viu o seu olhar de desapontamento. — Mas não passou de alguns amassos. Eu queria mesmo era você. Vai soar clichê se eu disser que as outras perderam a graça para mim?

A face de Lia se ilumino e ela a abraçou firmemente, depois lhe deu um beijo de tirar o fôlego. Amava passar tempo assim com sua irritadinha, conversando sobre tudo e nada.

— E amanhã? — Estava curiosa para saber. Queria ter certeza que ela ficaria ali na cidade. — Vai ficar por aqui mesmo?

— Vou sim — disse decidida e sem titubear. — Minha mãe encheu o meu saco hoje de novo, mas o meu pai a convenceu. Pedro também me mandou uma mensagem, disse que queria me ver.

— O seu irmão mais novo?

— É, ele mesmo. — Lia parecia meio tristinha.

— O que foi? — perguntou preocupada.

— Sinto falta dele, agora que parei para pensar. — confessou parecendo chateada. — Eu costumava contar tudo para ele.

— Vocês são mesmo muito unidos, não é? — concluiu solidária ao perceber a sua melancolia. — Você nunca me falou muito sobre a sua família antes.

— Ah... — Ela deu de ombros. — Eu não queria falar muito sobre isso já que você tinha assuntos mal resolvidos com a sua, tinha receio de te deixar desconfortável.

Liz sentiu um aperto no peito ao escutar aquilo. Nunca fora a sua intenção fazê-la conter-se em qualquer assunto que fosse. A coisa que mais gostava no mundo era conversar com ela. Sabia que tinha sido sua culpa mesmo. Percebia como as duas e o relacionamento em si estava muito leve e diferente depois de ter lhe contado tudo.

Aquela conexão havia aumentado ainda mais depois disso e não podia mentir que estava adorando. Tudo isso só a fazia ter mais certeza e vontade de concretizar o que havia planejado para o próximo dia.

— Sinto muito por ter escondido isso por tanto tempo — disse com sinceridade. Apesar de estar bem melhor, ainda sentia tristeza ao lembrar do assunto.

— Hey! — chamou sua atenção. — Como você está se sentindo com isso?

— Melhor! — respondeu sincera. — Aquele peso diminuiu muito.

— E a culpa?

Ficou em silêncio. Ainda sentia essa culpa e a consciência pesada, claro que não como antes, mas não queria falar aquilo ou ela começaria a insistir na mesma conversa sobre psicólogo e não precisava de nada dessas besteiras.

— Eu estou bem, Lia. Juro! — Trouxe-a para cima de seu corpo, ficando face a face com ela. — Você já me ajudou muito.

— Eu apenas me preocupo com você. — Lia afagou sua bochecha e depois acariciou seus cabelos ternamente. O olhar irritado constante dela sempre se derretia naqueles momentos.

— Eu sei que sim, minha linda. — Beijou-a suavemente e começou a acariciar seu corpo gostoso. — Mas... me diz, o que você quer fazer amanhã?

— Eu não sei bem. Pensei em passarmos o dia na praia, sei lá. — Ela estava pensativa.

Sorriu. Praia. Até nisso as duas pareciam muito. Pegou o seu celular e viu que já passava das onze da noite, ficava tarde e chamou-a para dormir já que teriam que acordar bem cedo no dia seguinte.

— Mas já? — Ela estranhou, surpresa. — Pensei que a gente ia virar a noite e comemorar trans*ndo!

Liz sorriu marota e mordeu os lábios quando ela começou a investigar o seu pescoço de forma desejosa e, como não era de negar fogo, prontamente atendeu às suas exigências. Iria se virar com o dia posterior, não poderia perder a oportunidade de fazê-la gem*r e se contorcer em seus braços nunca...

 

***

Acordou-se às 4 da manhã com Cris chacoalhando o seu braço. Cuidadosamente abandonou a cama para que Lia não acordasse. Foi até o carro pegar as compras que havia feito, junto da cesta, e voltou para o apartamento. Elas preparam em silêncio um café-da-manhã para a irritadinha. Por sorte, Cris havia decidido lhe ajudar, pois não sabia fazer quase nada na cozinha e não levava o menor jeito.

Ficou surpresa ao ver que ela preparava alguns crepes, uma coisa que Lia simplesmente amava. Enquanto isso preparou alguns sanduíches naturais, colocou o suco e café em garrafas térmicas e foi ajeitando tudo na cesta grande típica de piquenique.

Preparou também torradas, geleia e nutella, sabia o quanto ela gostava de variedades de comida e assim que a loira terminou com os crepes, colocou-os dentro de uma vasilha para que não esfriassem tanto.

— Será que ela vai gostar disso? — Se perguntou subitamente indecisa. — Lia odeia acordar cedo no sábado, ela vai xingar até a minha alma.

A loira sorriu concordando e depois respondeu a acalmando:

— Ela odeia mesmo, mas tenho certeza que vai amar quando se der conta da surpresa.

— Assim eu espero. Me sinto uma boba, fazendo essas coisas — confessou sem jeito.

— Ela disse a mesma coisa quando fez aquela surpresa para você.

—Obrigada pela ajuda, Cris — Agradeceu sincera.

A loira a ajudou a descer com as comidas para o carro. De volta ao quarto, suspirou, tomando coragem de ir acordar a fera, que ainda dormia pesado sem se dar conta de nada. Foi até ela, quase deitando-se por cima do seu corpo e sussurrou em seu ouvido:

— Acorda, linda. — Ela resmungou, mas não acordou. — Liana!

Liz começou a acaricia-la até que ela se remexeu e abriu os olhos de leve. Seu coração estava palpitando de medo e ansiedade. Agora entendia mais ainda o quão doloroso havia sido a sua atitude no dia do aniversário surpresa.

— O que foi? — Estava sonolenta, sua voz saiu rouca e em tom aborrecido.

— Feliz aniversário, irritadinha — saudou-a com um lindo sorriso, que ela não retribuiu.

— Hum — disse no automático. — Que hora é? Estou morrendo de sono ainda. Me deixa dormir, porr*!

Foi inevitável não sorrir, já esperava por aquela reação.

— Vem tomar um banho comigo! — convidou carinhosamente e aquilo pareceu chamar a sua atenção. — Precisamos sair logo.

— O quê? — perguntou sem entender e com o cenho franzido.

— Vem comigo! — Liz a descobriu do lençol e se pôs de pé, despindo-se em sua frente. Não podiam perder tempo, queria curtir o nascer do sol com ela. — Vamos!

— O que você está aprontando? — Ela finalmente levantou-se com uma expressão surpresa.

— Você vai ver.

Se enrolaram em toalhas e foram até o banheiro. A água quente as despertou um pouco mais. Não tiveram tempo de trocar tantas carícias no chuveiro devido o tempo. Vestiram-se rapidamente e desceram. Percebeu que Lia estava com um sorriso nos lábios.

Caíram na estrada com o tempo ainda começando a clarear. Liz ligou o som e começou a tocar Pitty, é claro que não poderia faltar uma trilha sonora para embalar aquele momento. Assim que pegaram a rodovia litorânea, Lia abriu um largo sorriso.

— O que você planejou, Liz? — Ela perguntou curiosa.

— Você já vai ver.

O sol já estava apontando ao longe, chegariam bem na hora. Foi uma sorte tudo sair de acordo com o que planejara. A música as envolvia de forma acolhedora e o vento do litoral já tomava conta do carro ao entrar pela janela. As duas pareciam envolvidas em uma espécie de bolha mágica diferente, era muito gostoso e libertador. Sempre se sentia assim quando estavam juntas.

Elas foram para a praia à beira mar. Aquela da ponte onde haviam se acertado pela primeira vez. Sentia que aquele lugar era especial para duas. Além de ser romântico, tinha uma vista perfeita ali. Estacionou no calçadão, não havia ninguém devido a hora.

Pegou a cesta atrás do carro e um edredom caso estivesse fazendo muito frio. Lia ainda não tinha visto as coisas e sorriu, finalmente entendendo os seus planos. Ajudou-a a carregar as coisas e caminharam até a ponte, apenas contemplando a vista perfeita, o som de mar e das aves voando ao longe.

              As duas pareciam extremamente tímidas com a situação, por isso não falaram muito coisa. Sentaram-se de frente para onde o sol estava nascendo. Abriu o edredom e o jogou pelos seus ombros, protegendo-as do frio.

              Elas se olharam profundamente. O coração de Liz disparava feito louco, nunca pensara que um dia poderia fazer algo do tipo e não sabia bom como agir. As palavras estavam na ponta da sua língua, mas não conseguia falar nada. Não queria estragar, estava tudo tão perfeito, parecia um sonho lindo. Passava das cinco e meia da manhã e o céu estava se alaranjando aos poucos.

Lia pousou a cabeça sobre o seu ombro e abraçou-a pela cintura.

              — Obrigada! — A irritadinha sussurrou emocionada em seu ouvido.

              Um bolo começou a formar em sua garganta. Estava estranhamente emotiva e sensível, não conseguia entender o porquê. Algo em Lia a desmontava e derretia completamente

              — Gostou? — perguntou incerta. Nunca havia se sentido tão insegura na vida.

— Eu amei. — Ao olhar para o seu rosto delicado, percebeu que uma lágrima corria por sua face. Aquilo aumentou ainda mais sua própria emoção e buscou seus lábios beijando-a sofregamente.

As duas foram deitando no batente alto e largo de madeira onde estavam. Liz acariciou a sua face e limpou suas lágrimas, já não conseguia mais conter as suas próprias.

— Odeio chorar feito uma idiota. — Lia disse com voz chorosa.

— Eu também — respondeu da mesma forma e as duas riram uma da outra.

Voltaram a se beijar lenta e apaixonadamente. Os lábios quentes e macios dela massageavam os seus, assim como sua língua. Tateou a sua cintura por baixo da blusa e ficou sentindo a pele quente dela se arrepiar com os seus toques.

— Quero te compensar pela surpresa frustrada no dia do meu. Me perdoa!

— Vamos esquecer isso!

Cada dia que passava seus sentimentos por ela iam ficando ainda mais claros. Mesmo com briguinhas, birras e desentendimentos, era louca por ela e entendia como eram perfeitas juntas. Sentia que aquele era o momento perfeito e foi terminando o beijo aos poucos.

Sentaram-se novamente e, nervosa, procurou a caixinha dentro da cesta. Os olhos de Lia se arregalaram quando viu o que segurava. Se sentia uma verdadeira boba por estar tão nervosa. Elas já namoravam, não entendia aquele medo todo. Com o coração disparando enlouquecido dentro do peito, abriu a caixa onde haviam duas alianças de prata.

— Quer namorar comigo, Liana? — perguntou sorridente e ainda nervosa.

Ela sentou sobre seu coloco com uma perna de cada lado e a beijou empolgada. Entre risos, lhe respondeu:

— Claro que eu quero. Óbvio.

Liz sentiu como se uma tonelada saísse de seus ombros e seu coração deu uma guinada, mas de felicidade. Conseguia sentir como os batimentos dela também estavam acelerados. Depois de mais uma série de beijinhos, Lia a olhou bem no fundo dos olhos. Podia ver o quanto ela estava realmente emocionada.

— Eu te amo, Lisandra — declarou-se e encostou a testa na sua. O seu coração falhou uma batida e logo em seguida voltou com força total, podia escutar os batimentos. — Te amo, muito.

Ouvir aquilo significava o mundo para ela, saber que aquela mulher à sua frente lhe amava foi a melhor coisa que já escutara na vida e se sentia da mesma forma, não tinha dúvidas, mas estava nervosa e as palavras simplesmente não saíram, não era fácil. Nem mesmo lembrava quando dissera aquela frase pela última vez a alguém.

— Lia... eu...

— Não tem que me dizer nada. — A irritadinha respondeu e lhe abraçou ao perceber sua confusão. — Tudo bem, mas eu precisava falar, estou com isso guardado já a algum tempo.

— Obrigada, minha linda — agradeceu com a voz embargada. — Não sabe o quanto isso significa para mim.

Se beijaram lentamente e ficaram apenas curtindo a maciez dos lábios e a ternura nos toques e carícias. A luz do sol as iluminava completamente agora. O dia amanhecia com um céu limpo e claro. Um cenário perfeito.

Liz finalmente pegou as alianças de compromisso e segurou a mão dela, reparou como estava fria e suada, as suas também estavam e sorriram uma para outra feito duas bobas. Esperava que tivesse comprado o tamanho correto e ficou aliviada com o anel deslizou perfeitamente em seu dedo anelar direito. Depois foi a vez de Lia fazer o mesmo. O sorriso não abandonava os seus lábios.

— Satisfeita agora? — Brincou, suavizando a intensidade do momento e Lia sorriu.

— Muito. — Ela parecia mais do que satisfeita e um sentimento leve de contentamento tomou conta do peito de Liz. — Foi perfeito.

Olhou no celular, já passava um pouco das seis.

— Está com fome? Eu trouxe café-da-manhã.

Os olhos dela brilharam e a expressão de gula tomou conta de sua face.

— Oba! — comemorou alegremente feito criança. — Agora ficou ainda mais perfeito.

Entre sorrisos, sentaram uma ao lado uma da outra e ajeitaram o edredom sobre os ombros, ainda estava muito frio. Abriu a cesta e Lia começou a revirar tudo que tinha lá. Parecia impressionada com a quantidade de comida e ficou ainda mais surpresa quando viu os crepes.

— Não acredito que trouxe isso também. Eu amo crepe.

— Eu seu, isso é óbvio. A Cris me ajudou a preparar tudo.

              Ajeitaram as coisas sobre o batente e logo se fartaram de tudo que tinha ali, era engraçado vê-la comendo tão concentrada, gostava daquele jeito verdadeiro e espontâneo dela, muito mesmo. O clima estava leve e conseguia sentir a felicidade as envolvendo naquele momento.

              Fizeram a refeição entre beijos e brincadeiras. Aquilo era tão bom, aquela cumplicidade e harmonia que tinham juntas. Parecia idiotice ter passado tanto tempo resistindo ao que sentia, não conseguia mais imaginar a sua vida sem Lia, era sempre perfeito estar com ela. Quando terminaram, deitou-a sobre o edredom e passou a geleia em seus lábios risonhos.

              — Agora vamos para a melhor parte! — disse sapeca e apoderou-se da boca dela com a sua.

              O beijo foi quente e doce, era uma delícia sentir a saliva se misturando com a geleia. Buscou a língua dela com a sua e as entrelaçou em uma dança quente e sensual. Liz se pôs sobre ela e sentiu-se arrepiar quando as mãos dela apertaram seu bumbum e depois acariciaram suas costas por dentro da blusa.

              — Hum... que delícia de beijo. Está ficando mais velhinha e ainda mais gostosa.

              — Estou é? Que bom saber disso.

              Deitada entre suas pernas, beijou e lambeu o pescoço dela com domínio e precisão, enquanto acariciava as suas coxas tenras e macias. Lia soltou um gemidinho safado em seu ouvido, aquilo a fez pulsar e molhar de tesão. A queria ali, naquele momento. Ajeitou o edredom para que as cobrissem totalmente e viu a apreensão de Lia quando a mesma se deu conta do que ela queria fazer.

              — Alguém pode nos ver aqui — alertou-a apreensiva.

              — Relaxa! — respondeu roucamente em seus lábios, mordendo-os em seguida. — Não tem ninguém aqui, vou me comportar direitinho.

              Lia nunca conseguia resistir ao seu charme e aproveitou-se disso. Foi descendo os beijos por sua barriguinha por baixo da blusa e rapidamente abriu o seu short e o desceu junto da calcinha até o meio de suas coxas. Com uma mão a tocou intimamente e gem*u de satisfação ao senti-la tão molhada e excitada, com a outra acariciou os seus seios, eriçando ainda mais os mamilos.

              — Você está sempre pronta para mim.

              — Só você me deixa louca assim, meu amor! — disse a olhando cheia de desejo.

              Será que seu coração sempre iria falhar ao ouvir aquilo? Sua respiração ficou ofegante, sorriu emocionada e em seguida beijou-a ardentemente, brincando e estimulou o clit*ris durinho dela com uma precisão alucinante.

              — Aaahh... Liz... que delícia! — Ela gemia entre os beijos. Se sentia pegar com fogo com a visão dela enlouquecida. — Faz mais rápido!

              Liz atendeu prontamente ao seu pedido e aumentou a velocidade dos toques e ela começou a gem*r sensualmente. Lia parecia estar ainda mais sensível naquele momento e aproveitou-se disso. Penetrou-a com os dois dedos de uma vez e ela levantou o quadril em prazer. O frio deu lugar ao calor do mesmo instante e já se sentia suar ali embaixo do tecido grosso.

              — Adoro comer você assim — disse enquanto lhe dava estocadas firmes e rápidas. Se sentia mais do que satisfeita ao vê-la se contorcer daquela forma. — Você gosta disso? Me diz!

              — E eu adoro sentir você dentro de mim — confessou enlouquecida. — Não para!

              — Você é um tesão, Liana! — ofegou ao vê-la tão entregue ao prazer que sentia.

              Continuou a toma-la de forma firme, reversando entre movimentos rápidos e profundos. Seu dedão começou a pressionar novamente seu clit*ris lhe causando ainda mais prazer. Passou um bom tempo daquela forma. Liz poderia fazer aquilo o dia todo se fosse preciso de tanto prazer que sentia.

              Seu instinto selvagem estava vindo à tona novamente e cada vez mais, talvez desperto por estarem em um local público. Ainda bem que Lia não estava se assustando quando tentava algo novo, muito pelo contrário. Sempre era pega de surpresa pela disposição dela ao novo. Porém, o que queria fazer ia um pouco mais além de tudo e sentia que aquele era o melhor momento para testar aquilo.

Sabia o quanto a irritadinha estava perto de alcançar mais um orgasmo intenso.

              — Você confia em mim? — Sussurrou em seu ouvido. 

              — Claro que confio... — disse entre um gemido e outro, não cessou os movimentos em nenhum momento.

              Ela assentiu de olhos fechados. A rockeira aprumou o seu corpo melhor e levou a mão que estava nos seios, até o pescoço dela. Lia a mirou sem entender, mas nada disse, o seu olhar estava em fogo com as sensações que a tomavam.

              Se esforçava para não perder o controle e bem de leve, apertou na base de seu pescoço. Asfixia durante o sex* era muito bom, mas algo perigoso que não deveria ser feito sempre. Os olhos de Lia se arregalaram surpresos e imediatamente afrouxou o aperto.

              — Está tudo bem? — adiantou-se preocupada ao vê-la ofegar intensamente e diminuiu o ritmo dos seus dedos nela.

              A irritadinha parecia não saber o que responder por alguns instantes, mas logo começou a sorrir satisfeita.

              — Faz de novo! — pediu safada e em seguida fechou os olhos, se entregando mais uma vez.

              Aquilo só aumentou o fogo em Liz, ela sempre lhe dava liberdade para tudo e era incrível a confiança que sempre tinha em si.

              — Você é louca! — Sussurrou, se sentia ainda mais dominante naquele momento.

Aumentou a velocidade do dedo em seu ponto mais sensível e observou lentamente as reações de seu corpo. Lia começou a estremecer, aquela era a deixa que precisava. Quando sentiu que ela estava a ponto de goz*r, apertou firmemente seu pescoço no mesmo local e viu-a se contorcer e grunhir com mais intensidade do que em qualquer outra vez.

O rosto dela avermelhou-se mais e cessou o aperto no mesmo instante. Assim que o fez, ela tossiu um pouco, gem*u e gargalhou de satisfação. Sua expressão se suavizou e logo o olhar satisfeito dela encontrou o seu.

— O que achou? — perguntou retoricamente. Estava visível o quanto ela havia gostado.

— É incrível. Eu nem sei explicar. — Ela parecia muito surpresa e incerta, ainda estava ofegante. — Foi mais intenso. A falta de ar... é... boa!

— Sim, deixa tudo mais intenso mesmo. — Liz sorriu aliviada e levou os dedos encharcados pelo prazer até os lábios, sugando-os. — Gostou mesmo? Eu te machuquei?

— Gostei sim. Não, você não apertou tão forte. Está tudo bem.

— Que bom! — Beijou-a delicadamente, não acreditava no que havia feito. — Feliz orgasmo de aniversário.

As duas deram uma boa gargalhada e quase não paravam mais de rir. Estava boba e feliz de uma maneira que nunca ficara antes.

— Acho que é melhor a gente se ajeitar. Alguém pode aparecer. — Liz sugeriu.

— Verdade!

Lia subiu o seu short, se recompondo e depois a rockeira as descobriu. Estavam levemente suadas. Fizeram do edredom um travesseiro e se recostaram nele. Ficaram por longos minutos em silêncio, apenas apreciando a linda paisagem e o vento forte as refrescar.

— Com quem você aprendeu a fazer isso?

Mais uma vez, Lia a pegou de surpresa com a curiosidade e imediatamente seu pensamento voou longe até Cíntia.

— Foi com uma mulher mais velha e experiente, mas já faz muitos anos.

— Bem! — Lia suspirou parecendo aborrecida e em seguida falou enciumada. — Pelo menos agora essas habilidades todas são só minhas.

Liz sorriu e a beijou.

— Claro que sim. Nada do que eu fiz antes, importa. Eu só quero você. Acho que já provei isso. — Segurou em sua mão direita e levou-a até os lábios, beijando o dedo com a aliança.

— Está muito mais do provado. Obrigada por isso, eu amei tudo. — Agradeceu sincera e feliz.

— Ainda não acabou. — Liz declarou e pegou o seu celular consultando o horário. Já era quase oito.

— O que ainda faremos? — Via como ela estava curiosa em saber.

— Eu já disse, é surpresa. Vamos caminhar um pouco pela praia primeiro?

— Vamos! — Respondeu animada.

Recolheram tudo o que estava ali e levaram até o carro, depois voltaram e ficaram caminhando abraçadas por algum tempo, apenas com os pés dentro da água. Era relaxante estar daquela forma com ela, naquela paz e quietude depois de se amarem. Logo a praia começou a se encher de pessoas e decidiu que era hora de irem para a segunda surpresa do dia.

***

Pov Lia

Ainda estava custando a acreditar no quanto Liz se mostrava romântica. Jamais poderia imaginar que ela faria uma surpresa tão delicada quanto aquela. Quando viu para onde estavam indo, logo para aquela ponte, suspirou apaixonada. Tudo havia começado ali, de fato, por isso o pedido ainda havia sido o mais lindo do mundo.

Sem contar do sex* depois. Foi uma coisa totalmente inesperada e ousada. Não podia mentir que havia adorado tudo o que haviam feito, o orgasmo pareceu vir com uma intensidade muito maior, era difícil de explicar.

Depois de passearam juntas pela praia, voltaram para o carro.

— Você dirige! — A rockeira lhe entregou a chave do carro e foi para o lado do passageiro.

Lia animou-se. Estava gostando de dirigir cada vez mais, não podia negar que a sua instrutora também havia contribuído muito para o seu desempenho. Ela ensinava muito bem e o melhor de tudo, era paciente. Ali era uma coisa que Lia admirava muito nela, sua paciência e calma. Aproveitaram que ainda estava cedo e com pouco tráfego.

— Qual o nosso destino agora? — perguntou animada ao dar a partida.

— Vamos até o centro — disse misteriosa e em seguida pegou os seus óculos escuros no porta-malas, colocando-os. Ela ficava ainda mais sexy com eles.

— Tudo bem.

Chegar até o centro levaria cerca de uns vinte e cinco minutos já que não havia trânsito, mas como ainda estava aprendendo, chegaram lá quase no dobro do tempo. Elas conversavam, riam e escutavam música descontraidamente. Liz lhe indicou em qual rua entrar e foram para um estacionamento privado. Estacionar foi uma tarefa um tanto árdua e mesmo com as instruções de Liz, o carro ficou um pouco torto.

— Tudo é questão de costume. — Ela tentava lhe animar. — Você já está desenrolando muito e olha que está com menos de um mês de aula.

As duas saíram o carro e foram andando juntas de volta para a rua.

— Você acha mesmo que eu estou me saindo bem? — Se sentia alegre com o seu elogio.

— Claro que está. — A rockeira acariciou sua face e disse em um tom de voz maroto. — Eu tenho a namorada mais habilidosa, inteligente e o mais importante... é muito safada!

Elas desataram a rir e se abraçaram. Algumas pessoas que passavam na calçada as olhavam risonhas, mas em nenhuma dela, Lia sentiu preconceito.

— Vamos lá!

Ela pegou em sua mão e apenas se deixou ser guiada. Caminharam por uma rua estreita que havia ali perto por alguns minutos, as lojas eram bem peculiares. Haviam vários sebos, alguns voltados apenas para HQs. Tinha também alguns Cafés. A rua em si era toda grafitada com lindos desenhos. De repente, Liz parou e a segurou de leve pelo braço.

— Então, eu pensei muito no que te dar de presente, mas só uma coisa vinha na minha mente. Eu vou entender se você não quiser, mas algo me diz que você vai gostar.

— Você está me deixando ansiosa, me diz logo o que é — pediu impaciente.

Ela apenas sorriu e a abraçou por trás, beijando o seu pescoço.

— Estamos quase lá. Vou tampar seus olhos e te guiar.

Lia sorriu com tanto mistério, já estava apreensiva de verdade, mas acatou. Ela tampou bem os seus olhos com as mãos e foram andando mais um pouquinho daquela forma, com ela por trás. Até que finalmente pararam e Liz a virou para a direita.

— Preparada? — sussurrou em seu ouvido. Conseguia sentir a empolgação na sua voz e aquilo a fez sorrir.

— Estou. — disse ansiosa.

Finalmente Liz retirou a mão de seus olhos e quando situou sua vista, estavam bem em frente a uma porta larga de vidro e na fachada acima tinha o letreiro em vermelho: Jack’s gallery. “Galeria do Jack?!” Pensou e ficou atônita ao se dar conta de que se tratava de um estúdio de tatuagens. Olhou-a surpresa e sorriu:

— Você me trouxe aqui para fazer uma tatuagem?

A rockeira deu aquele sorriso sapeca de lado e confirmou com um aceno de cabeça.

— Se você quiser, sim.

O coração de Lia palpitou frenético com a possibilidade. Sempre tivera vontade de fazer uma, mas nunca havia tido coragem suficiente para encarar o desafio. Não levou a sério se iria fazer uma mesmo, estava nervosa e incerta.

Não tinha ideia do que fazer ou onde tatuar seja lá o que fosse. Liz a pegara totalmente de surpresa com aquilo, mas não poderia mentir que estava considerando.

— Esse estúdio é do Jack da sua banda?

— Exatamente. Foi aqui que a gente se conheceu. Ele é um dos melhores tatuadores da cidade, é conhecido por isso. Vamos entrar?

Nervosa, entrou de mãos dadas com ela pela porta de vidro e ficou encantada com o interior. Estava tocando “21 guns” do Green Day. As paredes estavam cobertas de desenhos variados de todos os tipos. O ambiente era climatizado e surpreendentemente amplo por dentro. Um clima de rock’n’roll tomava conta dali.

Havia uma divisória de madeira ao fundo, talvez o local onde as tatuagens eram feitas. Uma atendente morena e alta, com os braços tatuados se aproximou das duas e cumprimentou Liz com uma simpatia exacerbada e em seguida também lhe atendeu bastante educada.

— Você que tem hora marcada agora para as nove horas com o Jack? — perguntou sorridente, voltando sua atenção para Liz novamente.

— Sim, sou eu mesma. Aliás, para minha namorada. Lia essa é a Duda, assistente do Jack. Duda, essa é a Liana, minha namorada.

— Olá, muito prazer.

A morena estendeu sua mão, tentando disfarçar um incômodo. Com certeza aquela também estava na “lista de mulheres” de Liz. A sua vontade foi de fechar a cara, mas se controlou. Pelo menos ela já a apresentara como namorada.

— Olá! — aceitou o cumprimento dela e apertaram as mãos.

Quando olhou para o lado, sua rockeira a analisava receosa e aquele comportamento desconfiado só a vez ter mais certeza de que seus pensamentos estavam corretos. Estreitou os olhos em sua direção e viu que ela entendeu exatamente os seus pensamentos.

— Venham ver os desenhos para escolher algum.

Duda as levou para uma parte do estúdio onde haviam várias pastas com desenhos variados. Liz segurava sua mão com firmeza e agradeceu por isso.

— Você vai mesmo fazer isso? — Liz perguntou surpresa e a tal Duda sorriu ao seu lado.

— Por que esse tom de surpresa? — rebateu irritada.

— Ok — A rockeira respondeu orgulhosa depois perguntou carinhosamente. — Você tem algo em mente? Quer alguma ideia, palpite?

Uma ideia estava se formando em sua mente, mas ainda não tinha certeza e continuou calada analisando os desenhos à sua frente.

— Muitas pessoas chegam aqui morrendo de medo e incertas. — A tal Duda opinou de forma metida e risonha. — É normal.

Uma coragem súbita a tomou e sem pensar mais, disparou:

— Não se preocupe, querida. Eu vou fazer uma, sim. — Cortou-a e virou-se para Liz que a encarava com admiração. — Eu quero uma parecida com a sua.

— Qual?

— A da sua costela.

Liz abriu um sorriso largo e genuíno e as duas trocaram olhares cúmplices, até que Duda estragou o momento completamente.

— Eu sei qual é. Também acho linda e perfeita.

              Lia a olhou sem acreditar e a raiva borbulhou em suas veias. Fechou o punho com força. Quem aquela fulana pensava que era? Liz tentou desconversar e pegou a pasta de sua mão. Nesse momento, Jack saiu da sala junto de um cliente e rapidamente juntou-se a elas.

              — Lia, que prazer ter sua presença ilustre aqui. — Ele a cumprimentou-a alegremente, lhe abraçando e depois olhou para Duda. — Pode deixar que eu cuido das duas pessoalmente.

              — Ok. Se precisarem é só chamar. — A morena disse obediente e voltou para o balcão onde estava antes.

— Então, decidiu o que vai ser hoje? — Jack lhe perguntou atencioso.

Lia e Liz trocaram um olhar tenso, ela já sabia o quanto estava puta de raiva.

— Posso escolher a sós com ela por um momento? — A rockeira pediu ao amigo.

— Claro. Vou esperar vocês na minha sala.

Ele saiu, deixando-as a sós e Liz começou a falar baixinho para que só ela escutasse:

— Olha, não fica pensando besteira...

— Eu não estou pensando, Liz. Eu tenho certeza. — revidou no mesmo tom. Não queria fazer ceninha, odiava aquilo. — Quer dizer que ela acha lindo a sua tattoo perto do seio? Com certeza ela está na sua lista. Você poderia ao menos ter me alertado. Estou cansada de ver essas meninas babando por você na minha frente.

— Ok. Primeiro, ela não está na minha lista. — defendeu-se. — Segundo, ela sabe da tattoo porque me ajudou a escolher já que eu fiz aqui. Terceiro, nunca passou de uns amassos, eu nunca transei com ela.

Lia ficou em silêncio por alguns segundos e suspirou vencida. Ainda estava com raiva pelos ciúmes, mas acabou acreditando nela.

— Quantas vezes mais ainda vou passar por isso? — indagou chateada.

— Quantas forem necessárias. — Liz aproximou-se de mansinho e lhe abraçou. — Vamos mostrar a todas que agora eu sosseguei e tenho dona.

— Se toca, Liz! — exclamou aborrecida. — Quem tem dona é cachorro.

A rockeira desatou a rir descontrolada e Lia não resistiu, acabou a acompanhando. Quando o ataque de risos passou, Liz a olhou bem no fundo dos olhos e lhe deu um selinho.

— Não quero que se sinta pressionada a fazer isso, ok? Eu só achei que seria legal, você disse uma vez que tinha vontade, então...

— Eu sempre tive vontade mesmo, mas a coragem me faltava. Eu quero fazer sim.

— E quer uma parecida com a minha? Tem certeza?

— Tenho! — respondeu convicta.

As duas foram para a sala de Jack. Ele estava sentado na cadeira ajeitando algo na máquina de fazer tatuagem. Ele as lançou um olhar tranquilo de interrogação.

— Decidiram algo?

— Jack, eu quero uma tattoo parecida com a que Liz tem na costela, mas pode ser algo mais simples.

O amigo pensou por alguns segundos e depois pareceu ter uma ideia maravilhosa.

— Eu acho que já sei uma perfeita para você naquele estilo. — Ele tirou o celular do bolso e começou a procurar o desenho. — Aqui, é esse. Bem delicada e discreta, é a sua cara.

Jack ofereceu o celular para que as duas dessem uma olhada. Lia gostou de cara, era um ramo de folhas muito parecido com o que Liz tinha, mas bem menor. Estava perfeita, era aquilo mesmo que queria. Não iria pensar muito se não iria desistir e não daria o gosto da vitória para a Duda, iria fazer e pronto!

— Eu achei linda — declarou Liz. — Por mim, está aprovada. O que acha?

— Eu também gostei dessa. — Lia se animou com a aprovação da namorada. — Vou fazer essa mesmo, Jack. Está perfeita.

— Ótima escolha, não vai se arrepender, Lia. — Ele levantou-se e saiu da sala.

— Tem certeza disso, linda? Não tem pressa. — A rockeira lhe perguntou carinhosamente. — Pode olhar outras.

— Eu gostei dela, parece com a sua. — Estava decidida, seria aquela e pronto.

Jack voltou a sala com o desenho em um papel estranho. Ele colocou as luvas, máscara e começou a organizar tudo o que iria precisar. Lia viu que ele tinha uma lâmina e produtos de higienização. Liz pegou um banco e sentou-se ao seu lado.

— E onde você vai querer a tattoo?

              “Porr*” pensou aflita e sorriu nervosa. Não tinha ideia de onde fazer aquilo. Talvez fosse preferível deixa-la escondida. Não sabia o que fazer e seus olhos procuraram os de Liz, que lhe sorriu docemente.

              — Onde você acha que ficaria melhor?

              — Lia, é melhor você decidir isso. — A rockeira disse meio incerta.

              — Estou pedindo sua opinião, apenas. Se eu não gostar eu não faço.

              Liz coçou a cabeça incerta e pensou por alguns segundos, até que pegou o seu braço e apontou para a parte de cima da sua mão.

              — Eu acho que ficaria linda, aqui. É muito bonita para ficar escondida.

              O seu coração bateu forte, concordava com ela, ficaria realmente bonita ali. Só que ao mesmo tempo, todo mundo ia logo ver. Já poderia imaginar a cara dos pais ao vê-la tatuada. Será que eles iriam se incomodar tanto? “Ah, foda-se” pensou revoltada e concordou com o local só de birra.

              — Pode ser aí mesmo, eu gostei da ideia.

              — Certeza? — Jack perguntou pegando a lâmina mais uma vez.

              — Sim, pode fazer aí — consentiu convicta e olhou para Liz. — Dói muito?

              — Não muito. É só relaxar, ok?

              — Ok. Pode começar, Jack.

              Seu coração pulou feito louco de ansiedade, não poderia acreditar que estava mesmo fazendo aquilo e começou a rir nervosa. Liz segurou sua mão lhe acalmando.

              — Fica tranquila. Essa tattoo é simples e fácil de fazer. Logo, logo termina.

              Jack a fez sentar-se devidamente na cadeira e começou todo o processo necessário. Decidiu fazer na mão esquerda e ele higienizou devidamente com uns produtos e primeiro raspou os poucos cabelos que haviam no local, pegou o pedaço de papel e aplicou o tal stencil, assim como ele explicou, sobre a sua pele.

O desenho ficou lá direitinho e ele iria cobrir com a tinta da máquina em definitivo. Seu medo aumentou mesmo quando ele a ligou e começou a fazer aquele zumbido alto e estranho, só de ouvir aquilo, a sua pele já doeu e antes que ele começasse, ela e Liz trocaram um selinho rápido.

              — Lia, apenas respira e relaxa, ok? — Ele a instruiu calmamente, levava muito jeito com as pessoas. — Não fique pensando na dor, não é nada terrível. Não pode mexer o braço por nada. Fique quietinha, relaxa e aproveita. Você vai ver que é uma dor viciante.

              Logo sentiu as primeiras “pinicadas” em sua pele e trincou os dentes. “Que caralh* para doer. Puta que pariu” xingou mentalmente e encostou a cabeça na cadeira. Olhou para o lado e viu Liz observando atentamente o desenho ser feito, ela tinha um sorriso nos lábios. As duas trocaram olhares e ela aproximou-se segurando a sua mão.

              Aquela foi a força necessária para continuar encarando a dor firme e forte. A tatuagem demorou uma hora para ficar totalmente pronta. Jack fazia tudo com uma concentração e paciência enormes e acatou as pequenas pausas que ela pediu quando já não conseguia mais suportar a dor. Tinha que admitir que não havia sido tão ruim assim apesar de tudo.

              Liz não saiu do seu lado e nem soltou a sua mão nem por um segundo. Conseguia sentir o quanto ela estava animada por ter aceitado o seu presente e ter sido corajosa o bastante para encarar o desafio. Quando finalmente acabou, sua pele estava meio avermelhada e conseguia ver um pouco de sangue.

              Cuidadosamente, Jack limpou o local, aplicou uma pomada e depois a cobriu com um plástico. Pela primeira vez, Lia viu o desenho pronto claramente sobre a sua pele alva. Estava linda e perfeita, sentiu orgulho de si mesma por ter tido peito para ir em frente. Liz pegou em seu pulso e ficou a admirá-la por alguns segundos.

              — Ficou incrível. Excelente trabalho, Jack. — Ela o parabenizou.

              — Ficou incrível mesmo. — Admitiu e admirou mais uma vez.

              Antes de saírem, ele lhe entregou uma pomada e lhe deu recomendações de aplica-la e ter cuidado com o sol, principalmente nos primeiros dias. Jack os acompanhou até a porta e viu que já tinha um rapaz sentado no sofá preto à espera de ser atendido.

Passaram direto pelo balcão, mas Duda foi até elas e fez questão de dar uma checada na sua tatuagem.

              — Nossa! Ficou incrível, Lia. — parabenizou-a e depois virou-se para Liz. — Sua namorada é corajosa.

              — Ela é incrível mesmo. — A rockeira disse sorridente e depois entrelaçou os dedos nos seus.

              — Lia, eu espero que tenha gostado. Foi um prazer ser o seu primeiro tatuador. — Jack disse alegre e a abraçou. — Meus parabéns. Onde vai ser a comemoração mais tarde?

            — Obrigada, Jack, eu gostei muito, de verdade. A gente manda uma mensagem, qualquer coisa.

              — É, vamos decidir e aviso para vocês. — Liz deu um abraço nele e elas finalmente saíram.

              Chegaram logo de volta ao carro. Liz pagou o estacionamento e foi dirigindo dessa vez. No caminho até o apartamento, as duas ia conversando despreocupadamente.

              — Como está se sentindo?

              — Tatuada! — alegou em tom de brincadeira e as duas sorriram. — Estou sentindo dolorido, mas está tudo bem?

              — Eu sabia que você ia aceitar esse presente. — disse convencida.

              — Sabia como?

              — Eu não sei explicar isso, mas somos muito parecidas. Gostamos das mesmas coisas. Sabia que você não ia resistir. E olha que decidiu rápido o desenho e onde fazer.

              Lia sorriu e concordou por fim.

              — Você me passa uma segurança em tudo. É difícil explicar. Me sinto corajosa e decidida ao seu lado — falou timidamente. Ainda era novidade elas falarem sobre sentimentos de maneira tão livre e aberta.

              — Eu também me sinto da mesma forma.

              As duas logo chegaram até o apartamento. Decidiram voltar para tomar um banho e depois saírem para almoçar junto de Cris e Alberto. O clima entre as duas foi só romance. Assim que entraram no elevador, começaram a se beijar abraçadinhas e assim que pararam em frente a porta, Lia pegou as chaves, enquanto Liz a abraçava e lhe dava beijinhos na nuca.

              Entraram de uma vez no apartamento, com Liz a enlaçando pela cintura e beijando seu pescoço, Lia a empurrou e voltou para fechar a porta. Quando olharam para o lado, Pedro as encarava surpreso e de queixo levemente caído, ele parecia tentar entender o que estava acontecendo.

              Lia estancou no lugar e se livrou das mãos da namorada que ainda a enlaçavam. Arregalou os olhos e o seu coração disparou de nervosismo.

              — Pedro!

 

 ***

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Olá meninas... cá estou eu mais uma vez.

Não demorei nada, não é?

Espero que gostem e se emocionem com o capítulo e não me matem... rsrsrsrs

Beijinhos!!!


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 28 - Capítulo 28 - Eu te amo:
patty-321
patty-321

Em: 18/09/2020

Vixe

Responder

[Faça o login para poder comentar]

josi08
josi08

Em: 07/10/2019

No Review

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Brescia
Brescia

Em: 05/10/2019

         Boa tarde mocinha.

 

Gostei do capítulo comprido, ainda mais pelo aniversário da Lia que foi comemorado em grande estilo e principalmente com muito amor. Eu já imaginava que balguem da família dela fosse aparecer.

 

        Baci piccola.


Resposta do autor:

Olá mocinha

Brescia querida, perdão pela demora em lhe responder. Adoro seus comentários. 

Quem bom que vocês gostam tanto dos capítulos compridos, às vezes eu vejo algumas leitoras reclamando de capítulos assim... só que não dá pra escrever um bom para desenvolver bem com menos de 6.000 palavras, enfim... rsrsrs

O Pedro é um cara super tranquilo e de boas, o super irmão mais novo... rsrsrs. Ele é muito fofinho e compreensivo.

Peço desculpas também pela demora em atualizar o capítulo, mas espero que tenha gostado. Poderia ter ficado melhor, mas eu não estava com muita inspiração e não queria deixar vocês esperando muito mais pela continuação, sei como essa espera é aflitiva. 

Beijinhos!!!

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Aurelia
Aurelia

Em: 05/10/2019

Oua, adorei as surpresas e com essa confiança uma na outra, Porra que legal essa entrega da Lia. Tudo mágico e no final e que são elas. O que fazer agora, foi pega no flagra, não tem como fugir Lia. Seja forte e não se esconda afinal a Liz está demostrando todo o sentimento que tem por ti. Abraços e até o próximo. 


Resposta do autor:

Olá querida...

Primeiramente, perdão pela demora em te responder.

Então, elas estão finalmente como um casal deve ser, sentindo confiança e segurança uma com a outra. Liz deu um grande passo.

Olha, Lia é autêntica e sincera. Ela está com medo da reação dos pais, mas ela não vai e nem quer esconder esse amor todo que está transbordando dentro dela.

Demorei para postar o 29 e peço desculpas.

Muito obrigada pelo comentário.

Beijinhos!

 

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web