Capitulo 11 - Jantando com os sogros
CAPÍTULO ONZE
Jantando com os sogros
Na sexta-feira depois a aula, a gaúcha tinha ido à biblioteca pegar alguns livros para estudar. As aulas começaram muito puxada, principalmente para ela que havia passado 2 semestres sem estudar.
— Obrigado! — agradeceu a gaúcha, saindo da biblioteca com uma penca de livros. Enquanto caminhava em direção a saída do campus foi interceptada por um carro. O coração acelerou. Os vidros abaixam, logo Amanda apareceu.
— Que susto guria!
— Entra — ordena.
A expressão de Luiza endureceu ao receber aquela ordem, antes de responder a porta do carro se abriu e Amanda saiu do carro, sua irritação não poderia ser mais notável.
— Eu disse entra. — Foi ríspida tomando os livros das mãos da estudante e jogando no banco traseiro do carro.
— Amanda.
— Entra nessa porr*! — Gritou a morena. Alguns passantes paravam para ver a cena. Constrangida Luiza entrou no carro. Amanda entrou logo em seguida.
— Quem você pensa que é para gritar comigo guria? — disparou Luiza, perdendo totalmente a compostura. Amanda parecia ignorar. — Para onde estamos indo?
Amanda continuava muda, levara as mãos a têmpora fazendo um movimento circular, como se estivesse com dor de cabeça.
— Amanda!
— Vamos a casa dos meus pais. Depois te deixo em casa.
Essa foi a única informação que a estudante lhe deu. Luiza soltou o ar com força. Pôde perceber que a morena não estava em seu normal. Amanda estava silenciosa demais e seus olhos pareciam tristes, quase chorosos. Ela pegou o telefone e começou a falar com alguém do outro lado da linha. Os ouvidos de Luiza ficaram curiosos ao perceber que ela falava com a Duda. Um sorriso formou-se em seus lábios ao lembrar do último encontro que aquela menina tão brava. Luiza percebe que gostava de provocar a menina que sempre insistia em se esbarrar com ela nos corredores, ou lançar olhares furiosos, acompanhado com um gesto infantil dando língua.
— Duda, hoje não dá, estou indo jantar com meus pais.
Amanda finaliza a conversa, vira-se para Luiza, mas nada diz. O percurso dura cerca de 30 minutos, Luiza agiu no automático, se perguntava porque acabava sendo submissa aquela garota. O carro entrou uma imponente casa. Depois de alguns metros percorrido. O motorista estacionou na entrada principal.
— Vamos jantar com meus pais.
— Amanda…
— Luiza, hoje não. Apenas preciso que eu e VOCÊ, jantemos com meus pais.
Luiza respirou fundo. A porta do carro foi destravada, Amanda foi a primeira a desce, sendo seguida pela estudante. Amanda conduziu Luiza até o interior da casa. Minutos depois uma mulher na casa dos 40 anos, alta, bonita e bastante elegante entra na sala. Amanda abriu um sorriso correndo feito criança para os braços da mulher.
— Você não é mais uma pequena filha — disse a mulher, abraçando carinhosamente a garota.
— Estou quase desistindo dessa profissão. Será que vou precisar ter que marca uma hora para ver minha própria mãe. — Sua mãe percebeu o tom de cobrança.
— Prometo que não.
Luiza era apenas uma espectadora tentando descobrir porque Amanda a trouxera ali. Os olhos da mulher pousaram na acompanhante da filha. A loira impressionou-se com a semelhança entre as duas.
— Essa é minha namorada. A garota que disse por telefone.
Luiza olhou incrédula para Amanda.
— Namorada? — Indagou a mulher também surpresa com o anúncio da filha.
— Sim. Minha namorada, Luiza, eu contei a senhora esqueceu?
A mulher tentou disfarçar a surpresa. Não porque era uma garota, desde muito pequena, Amanda já denotava sua preferência pelas meninas. O que lhe gerou surpresa, foi o fato que a filha nunca trouxera uma namorada em casa.
— Prazer Luiza! — Murmura a loira, oferecendo a mão.
— Andréa. Muito prazer Luiza — enviando um sorriso.
Andréa fez companhia a filha e a nova nora por alguns minutos, depois precisou sair para ver o andamento do jantar.
Amanda pulou no colo dela tentando beijá-la.
— Me solta. Nem em sonho voltarei a fazer programa com você — disparou, levantando-se. — E porque está me apresentando como sua namorada, ficou louca guria?
— Você não tem de querer Luiza. Sei muito bem das suas condições financeiras, inclusive, foram transferidos trinta mil reais para conta da senhora Heloísa, como antecipação dos seus serviços.
— O quê? — Luiza olhava assustada, antes de falar alguma coisa Andréa voltou a sala. Amanda lhe deu um puxão a fazendo senta-se novamente.
— Seu pai acabou de chegar — anunciou Andréa.
Amanda apertou a mão de Luiza com força. Luiza ainda tentava assimilar o que acabara de ouvir. Amanda levantou-se ao ouvir a voz do pai entrando pela sala. Luiza acompanhou seu gesto. O sangue pareceu estar num congestionamento terrível. Sua respiração sairá com dificuldade. O coração teve uma resposta contrária, batia lentamente. Por pouco a gaúcha pensou que fosse desmaiar, seus olhos foram de encontro com aquele homem. Ele estancou ao ver as pessoas da sala, seu rosto ficara branco.
— Pai! — Exclamou Amanda. — A morena soltou a mão da nova namorada e foi ao encontro do pai, lhe dando um abraço e um beijo na face. — Queria te apresentar minha namorada Luiza. — Disse a morena, ciente da bomba que acabou de jogar na sala de estar.
O homem teve dificuldade de se recompor, porém, Luiza se esforçou para sair da paralisia.
— Vem cá amor — chamou Amanda de forma carinho — Pai me deixa apresentar essa Luiza Lafaiete.
O constrangimento passou por despercebido para anfitriã, que se posicionará ao lado do marido. Ela estava muito sorridente.
— Pois é, ela estava falando sério. — Disse a mulher. — Amor, não vai cumprimentar nossa nora?
O homem, ainda nervoso ofereceu a mão para a estudante. — Prazer Luiza. — Luiza pôde percebe que suas mãos tremiam.
— Prazer — tentou sorrir.
Depois de um drink, o jantar foi servido. A mãe de Amanda esbanjava simpatia e um questionário de perguntas, Luiza tenta ao máximo ser simpática. Já Armando lançava olhares confuso a garota de programa. Depois do jantar Amanda anuncia sua partida. Luiza se despede dos atuais sogros.
— Volte mais vezes. — Pede Andréa.
— Sempre mãe. — Responde Amanda, entrando no carro.
No caminho de volta a loirinha não profere uma palavra, Amanda estaciona em frente ao prédio onde a prostituta mora.
— Quero subir — disse a morena.
Luiza jogar o ombro para trás, entra em casa e encontra sua prima na sala vendo televisão. Bella percebe o clima pesado dá uma desculpa qualquer e sai da sala.
— Ele é meu pai Luiza — finalmente Amanda falou. — Você tem dormido com ele há quase dois anos. — Pausou, a gaúcha permanecia imóvel — primeiro eu pensava que se tratava de uma mulher qualquer. Meu pai é rico, bonito. Enquanto fosse apenas um programa tudo bem, mas vocês tinham um caso, ou melhor, tem, um caso. — Amanda mantém o tom de voz, calmo. — Por sua culpa, minha família quase se destruiu — Luiza fitou Amanda, antes de qualquer questionamento a morena continuou, sua voz estava embargada, seus olhos começaram ficar marejados. A loira percebeu que não era raiva que dominava aquela garota — você viu minha mãe. Viu como ela é linda, simpática, inteligente — diz cheia de orgulho. As lágrimas riscam seu rosto — ela é a melhor mãe do mundo. Melhor pessoa do mundo, mas por pouco sua estrela deixou de brilhar, porque meu pai trouxe uma rapariga para morar aqui.
— Eu não vim morar aqui a pedido do seu pai.
— Cala boca — gritou Amanda — você colocou minha mãe numa situação humilhante. Por culpa sua, meu pai queria deixá-la. Por culpa sua, minha mãe ficou tão mal que queria tirar a própria vida.
— Eu…
— Não foi difícil conseguir seu telefone, nem descobrir as coisas sobre você. Eu precisava saber o que você tinha de especial para meu pai querer cometer tamanha loucura. Luiza, ele teve suas aventuras, mas ele sempre foi apaixonado por minha mãe. Eles sempre foram um casal admirável até você invadir a vida dele e estragar tudo.
— Eu não podia imaginar — falou em voz baixa. Luiza sentia-se envergonhada.
— Tu nunca imaginas o mal que pode causar a outra. O importante é apenas o dinheiro.
— Nem todas são inescrupulosas Amanda. Se tivesse me falado eu teria parado de fazer programa com ele. Se…
— Meu pai está enfeitiçado por você. Ele não ia larga do seu pé. Você sendo minha namorada ele não ia ousar nem ligar para você. — Amanda limpou a garganta. — Faremos um acordo comercial Luiza, você continuará prestando serviço a mim, ficará longe do meu pai, e quero você longe da Maria Eduarda também. — Luiza olhou curiosa — Duda anda lhe dando crédito demais, ainda remoem aquela história do motel exaustivamente.
— Quanto a seu pai, não tenha dúvida que me manterei longe. Sobre nosso acordo comercial já disse e repetirei quantas vezes forem necessárias, não presto mais serviço a você.
— Você me deve. Se dúvida ligue para sua mãe e pergunte se ela recebeu a transferência.
Luiza não teve oportunidade de contestar, Amanda, saiu de imediato do apartamento da loirinha. Luiza sentia suas ideais confusa, Isabela entrou logo em seguida na sala, olhou para prima preocupada, Luiza desabou no sofá.
— Liga pra Tia.
Luiza, hesitou, mas acabou ligando. Jogou o telefone para o lado minutos depois, seus olhos já foram invadidos por uma onda gigante. Em silêncio chorou.
— Calma — pede. — Essa guria quer te manipular.
— E foi no meu ponto fraco Bella. Porque ela não precisa de dinheiro. Mas me obriga a enviar como uma penitência.
— Já sei o que vamos fazer, você irá comigo e com o Augusto para Gravatá, neste final de semana.
— Não vou atrapalhar o programa de vocês dois.
— Deixa de besteira guria.
Passar uns dias longe, veio bastante a calhar. Ela não conhecia a serra, então foi uma ótima oportunidade de conhecer um pouquinho do agreste do estado. O clima de interior ajudou a recarregar suas baterias.
Fim do capítulo
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