Capitulo 29

 

 

-O que é tão importante assim pra vocês me chamarem com essa urgência toda?

 

Julia e Michelle entregaram os exames nas mãos do Carlos. O jovem analisou os papeis e perguntou:

 

-O que significa isso?

 

-Queremos saber de você. Disse Julia.

 

-Não estou entendendo nada.

 

-Não se faça de bobo! Disse Michelle se irritando.

 

-Não entendi o que são esses exames. O que eu tenho a ver com a Alessandra?

 

-Você sabe muito bem o que tem a ver com ela. Fala logo ou entregamos pra Hellen. Michelle estava cada vez mais irritada com ele.

 

O jovem abaixou a cabeça e percebendo que não teria como fugir daquela conversa, resolveu contar o que aconteceu. Mas queria saber até que ponto as mulheres sabiam ...

 

-Tudo bem. O que vocês querem saber? Sejam claras, por favor!

 

-Queremos saber do seu caso com a Alessandra.

 

-Eu não tenho caso com ela.

 

-Como não?! não sei se você percebeu, mas estes exames provam que a Alice não é filha da Hellen, porém tem o DNA dos Gomes e dá Alessandra. Enquanto Michelle falava, Julia só analisava a situação.

 

-Eu nunca tive um caso com ela! Eu transei sim, com ela, mas foi só uma vez. Eu estava em NY, tirei uma foto e postei, ela viu e sabendo que eu estava ali, me chamou pra jantar com ela. Durante o jantar ela me contou que ela e Hellen estavam mal. Bebemos, e quando eu ia embora, ela me chamou pra entrar; eu estava bêbado, ela veio pra cima... falando que estava carente... transei com ela.

 

-A mulher da sua irmã?! Julia disse decepcionada. Colocava a mão no fogo pelo irmão; acreditava ser ele uma pessoa de caráter, mas não, foi um escroto e transou com a própria cunhada.

 

-Eu estava bêbado! A Alessandra não é feia, muito pelo contrário, é bonita pra caramba e eu sou de carne e osso.

 

-A Hellen... estou decepcionada com você. Lamentou Julia.

 

-Eu estava bêbado, bêbado! Será que vocês ouviram isto?

 

-Não interessa! Você sacaneou a pessoa que jamais faria algo parecido com você! Michelle quase gritou. Eduardo lembrou da cena que viu, da irmã e a noiva quase se beijando, se ele não tivesse chegado, certamente a irmã teria feito a mesma coisa que ele.

 

-Eu sei que pisei na bola.

 

-Você não ia falar com a Hellen? Contar toda essa safadeza dessa infeliz da Alessandra?

 

-Eu vou contar, só preciso de tempo.

 

-Tempo?! Isso tem quase dois anos e você fala que precisa de tempo?! Michelle andava de um lado pra outro, como um leão feroz. Você vai contar agora!

 

-Não, eu não vou contar agora. Foi a primeira vez que ele levantou a voz.

 

-Claro que vai! Ou você conta ou conto eu. desafiou.

 

O jovem vendo que não iria convencer as mulheres, resolve apelar:

 

-Vocês não fazem ideia do quando isso me machuca. Sentou e colocou as mãos na cabeça. Eu estou evitando a Hellen desde o dia em que transei com a Alessandra. vocês não sabem como eu tenho sofrido com isso. Chorou. Vocês sabem o quanto eu amo minha família... levantou a cabeça e olhou nos olhos das duas. Eu amo demais a Hellen. Eu não tive coragem de contar! Soluçou. Mais um ator. Na verdade, o jovem estava falando a verdade; ele de fato sofreu com esta situação, mas depois que soube que a mulher que ama é amada também pela irmã, isso o deixou com menos peso na consciência.

 

-Carlos... Julia abraça o irmão. Eu entendo, mas você precisa falar com a Hellen. Disse doce, olhando nos olhos dele.

 

-Eu sei Juh! mas tenho medo dela não querer me perdoar. Chorou mais forte, abraçado na irmã.

 

-Ei, você conhece muito bem a Hellen... ela vai ficar puta com você, mas com certeza vai te perdoar.

 

-Você tem certeza? Porque eu não tenho.

 

-Você sabe que sim... é só você contar! Michelle falou se aproximando do rapaz também.

 

-Eu vou contar! Disse firme.

 

-Que bom! Vou ligar pra ela vir aqui, acho que será melhor pra vocês. Se animou Michelle.

 

-Não!!! por favor! Eu não estou preparado pra isso agora. Estou enrolado com os preparativos do casamento, mas prometo que conto tudo depois do casamento.

 

-Não, você tem que contar antes de se casar! Falou Michelle efusiva.

 

-Por quê? encarou a morena. Michelle não iria falar porque tinha que ser antes do casamento.

 

-Porque quanto mais cedo você resolver isto, melhor! Interferiu Julia.

 

-Estou vivendo o melhor momento da minha vida, não posso tentar resolver um problema agora; ainda mais sabendo que vou decepcionar uma das pessoas que mais amo nesta vida.

 

-Como você não pode contar?! É só falar. Simples assim.

 

-Desculpa, mas não vou arriscar meu casamento por uma besteira que eu fiz bêbado e que já tem dois anos. Eu imploro a vocês que não contem nada pra Hellen. Eu fiz merd* eu conto!

 

-Se você não contar, eu conto! Michelle foi firme.

 

-Por favor, não faz isso. Eu vou contar, mas não tenho cabeça pra isso agora. Por favor, eu imploro. Chorou tentando convencer a morena. Sabia que a Julia estava no papo, mas a Michelle era mais difícil dobrar.

 

-Tudo bem! disse Julia. Nós não vamos contar.

 

-Não responda por mim, se ele não contar, eu vou contar.

 

-Não posso te impedir. Mas imagina toda a confusão que este assunto vai causar. A Hellen é louca pela pequena. Lembrou-se da menina, que agora tinha certeza que era sua filha. Vai gerar uma confusão muito grande, principalmente por causa do casamento. Mih, te imploro... não estrague isso. Disse chorando.

 

-Ela não vai, cuido disso. Falou Julia. Carlos abraçou a irmã e foi embora. Ele não tinha segurança de que Julia iria segurar a esposa a impedindo de contar. Mas como sabia do domínio da irmã sobre a cunhada, ele teria tempo pra casar com sua amada.

 

-Amor?

 

-Não!

 

-Amor?

 

-Não! não e não!!!

 

-Mih, ele tem razão. Ele que tem que contar. A Hellen ama a filha, imagina como ela vai sofrer com isso?

 

-Ela já está sofrendo e seu irmão tem cinquenta por cento de culpa. Se ele não tivesse trans*do com a Vagabunda da Alessandra, nada disso estaria acontecendo.

 

-Mih, você acha que vai mudar o que no casamento deles ao contar pra Hellen? Nós sabemos como a Hellen é, ela nunca vai fazer o mesmo que o Carlos fez... ela não vai correr para os braços da Gabi pelo que ele fez com ela. Michelle pensou e teve que concordar com a esposa.

 

 

 

-Oi.

 

-Oi, entra. Gabi estava experimentando o vestido quando seu irmão entra no quarto. seu casamento seria no outro dia.

 

-Tudo bem? perguntou o garoto que já não era mais tão garoto assim.

 

-Sim.

 

-Tá nervosa? Sentou na cama da irmã.

 

-Até que não. estranho né? Sentou ao lado dele.

 

-Talvez... Gabi, pra que você vai se casar? Você não o ama!

 

-Eu gosto dele!

 

-Mas é apaixonada pela irmã dele.

 

-O que adianta eu a amar se ela não me ama? Perguntou se lembrando do dia que a Cris falou que o que sentia por ela tinha acabado.

 

-Olha, eu estive com ela outro dia e não foi isso que eu percebi... ela ainda te ama.

 

-Não sei, ela disse que me amava?

 

-Não, mas eu senti!

 

-Não adianta muito, ela ainda está casada com a Alessandra. ela podia ter se divorciado, mas não o fez. Vou tentar com o Edu... Acha que vai dar errado?

 

-Espero que dê super certo. Abraçou a irmã e saiu do quarto. Gabi pensa na primeira vez das duas e chora, chora por saber que o destino foi ruim com as duas. Resolveu mandar uma mensagem pra mulher amada.

 

Mas desistiu quando digitou as primeiras palavras. Tirou o vestido e resolveu ir na casa da mulher. Quando estava chegando na sala, ouve a campainha e é o noivo.

 

-Não estou aguentando de tanta ansiedade. Estou louco para que chegue logo amanhã.

 

-Acho que você deve tomar um calmante. Vai ter um troço daqui a pouco. Riu a morena.

 

-Preciso ir, só vim falar com minha irmã. Deu um beijo na morena e saiu.

 

-Oi! Filha, você tem certeza que está fazendo a coisa certa? Marcelo sabia que a filha não estava nada animada com o casamento.

 

-Não, pai!

 

-Então não casa! quer que eu te sequestre?

 

-Só você mesmo! Te amo.

 

-Eu estou falando sério. Posso te sequestrar, você não seria irresponsável, eu sim!

 

-Não posso fazer isso com o Edu.

 

-Acho que seu pai está coberto de razão. Você não precisa casar pra agradar ninguém, você é livre.

 

-Mãe, deu certo com vocês, por que não daria comigo?

 

-Seu pai e eu nos amamos, tá aí a diferença. Mas qualquer que seja sua decisão, nós iremos te apoiar.

 

 

Cris acordou cedo, mas não foi correr como era acostumada. Não conseguiu achar animo pra levantar. Alessandra não estava em casa, chegaria e iria mais cedo para o sítio. O casamento seria num sítio da família Gomes. Os pais dos noivos iriam se arrumar lá no sítio mesmo. O lugar era grande e comportava facilmente duas famílias grande.

 

-Cris, está tudo bem? perguntou Sara batendo na porta e colocando a cabeça só quando a médica deu permissão. Sara tinha ficado preocupada com a mulher. Não era normal ver a Cris na cama. Ela sempre acordava cedo.

 

-Ei, Sara. Bom dia!

 

-Bom dia! Me desculpe ter acordado você. Eu fiquei preocupada, você não é de ficar na cama até tarde.

 

-Obrigada por se preocupar. Deu preguiça. Riu

 

-Você precisa mesmo descansar, você não para.

 

-É, estou precisando de umas férias mesmo, mas prefiro ficar ocupada com o serviço.

 

-Mas tem que descansar, ninguém aguenta trabalhar o tempo todo.

 

-Verdade. Você queria algo mais?

 

-Sim, quero saber como que vai ser hoje, vou com você ou com a Dona Alessandra?

 

-Você vai com a Alessandra. eu vou mais tarde; tenho uma cirurgia pra fazer hoje.

 

-Ah tá. Te vejo lá.

 

Sara era bonita e muito eficiente. Claro que Cris sabia que a mulher olhava pra ela com segundas intenções, mas fingiu não ver o interesse da mulher em sua pessoa. Até poderia se dar uma chance, depois de se separar da Alessandra, porque este era o plano. Daria um basta naquele casamento. Hellen tomou coragem e se levantou; naquele dia veria a única mulher que amou se casando com seu irmão. “O que pode acontecer de pior? O destino é cruel comigo.” Pensou.

 

-Bom dia, André.

 

-Bom dia, doutora! só a senhora que não tem folga, né? Riu o simpático senhor.

 

-É. Vou ficar agarrada aqui até umas cinco da tarde.

 

-Acho que a senhora deveria ir mais cedo. Subir a serra à tarde é uma tarefa difícil, ainda mais numa sexta. Alertou o homem.

 

-É, eu sei! mas não tem jeito, tenho uma cirurgia pra fazer. Hellen não estava com nem um pingo de pressa, se se atrasasse, seria um alivio. Também não teria que inventar uma desculpa por não ir ao casamento. Ah, André, pode comprar o jornal pra mim? Mais tarde pego aqui com você.

 

-Claro, doutora! se despediram e a médica entrou. Atendeu algumas consultas e entrou pra sala de cirurgia. Saiu eram umas três da tarde, queria se atrasar mais, porem não era uma cirurgia difícil e acabou cedo.

 

-Filha, não demora muito. O trânsito no centro está terrível, você vai ficar presa no trânsito se demorar.

 

-Tudo bem, mãe. Já estou subindo, acho que vai dar pra se arrumar aí. Beijos. Cris estava enrolando de propósito; não queria chegar para o casamento, mas era mulher e enfrentaria suas decepções. Pegou o jornal com o porteiro, colocou no banco do carona e seguiu em direção a Domingos Martins, onde ficava o sítio. Dirigindo ao som de Roupa Nova, seguia seu caminho.

 

Quando chegou no trevo de Guarapari, encontrou um pequeno congestionamento, estavam em obras e no modo “pare e siga”. Viu que seu celular havia descarregado, ela colocou pra carregar no carro e como estava parada, resolveu folhear o jornal. O coração da mulher acelerou ao ler na capa do jornal, no canto superior direito:

 

- “A ex modelo e estilista Alessandra Ferraz, mentiu sobre a gravidez”.

 

Cris abre a página e começa a ler a matéria. “segundo fontes próximas a estilista, ela não engravidou da esposa como fez questão de anunciar que era uma inseminação artificial. não foi uma inseminação artificial. Ela teria engravidado do irmão da esposa, Dr Carlos Eduardo Schultz. Ainda segundo a fonte, ela teria forjado a gravidez porque o casamento com a Neurologista Hellen Cristini Schultz, estava por um fio”.

 

-Mentira! Hellen estava tremendo. Não estava acreditando naquilo que estava lendo. Ouviu buzina atrás de si e arrancou com o carro. Passando o trecho de pare e siga, ela parou o carro no acostamento e terminou de ler a notícia.

 

“Exames de DNA foram feitos, o que prova a veracidade da notícia. A pequena Alicia, que é o fruto desta gravidez, tem o DNA da estilista, assim provando a mentira dela. Entramos em contato com a clínica e eles confirmaram que os exames são verdadeiros.” Cris viu o nome da clínica e ligou pra lá.

 

-Boa tarde. Sou Keila Feroz, jornalista da TV Independentes. gostaria de confirmar a notícia sobre os exames feitos aí sobre a estilista Alessandra Ferraz. Você confirma a veracidade deste exame?

 

-Sim, o exame é verdadeiro.

 

-Obrigada! Cris com os olhos cheios de lágrima, ligou o carro e acelerou em direção ao sítio. Meia hora depois, Hellen estacionava o carro de qualquer maneira em frente a mansão dos pais. Alessandra estava entrando na sala quando a loira entrou na casa.

 

-Oi, minha esposa. Pensei que fosse chegar mais tarde. Disse secando os cabelos; ela estava dando uns mergulhos na piscina.

 

-Me explica como você teve a coragem de trans*r com meu irmão com o intuito de engravidar? Hellen cuspiu as palavras. Alessandra tomou um susto. Ao ouvirem a voz da Hellen alterada, Michelle e Julia foram ver o que estava acontecendo.

 

-Quem te contou essa mentira?

 

-Não é mentira! Gritou. Alessandra nunca viu a esposa tão alterada como estava naquele momento. Quando Michelle chega na sala, Alessandra acusa:

 

-Foi você! Com ódio no olhar. Cris percebendo que a esposa acusava a amiga, resolve perguntar:

 

-Você sabia?! A morena balança a cabeça de forma positiva e pede uma explicação- por que você não me contou?

 

-Se não foi ela, quem foi? Alessandra pergunta. Eduardo que estava se arrumando no quarto, desce para ver o que estava acontecendo.

 

-O que está acontecendo aqui? Perguntou o rapaz ao ver a irmã olhando pra cara da Michelle de forma estranha, acabou se arrependendo da pergunta.

 

-Seu escroto! Cris gritou. Como você teve a coragem de fazer isto comigo? Eduardo percebeu que a irmã sabia de tudo.

 

-Cris... eu estava bêbado! Tentou convencer a irmã.

 

-Como você teve a coragem de trans*r com meu irmão? Cris se virou pra Alessandra. Alessandra resolveu contar.

 

-Você estava me traindo. Queria que eu te desse de mão beijado pra garota? Ao ver a cara de surpresa da esposa, esclarece: sim, eu sabia! Sabia desde o dia que te beijei no elevador na frente dela. Eu sabia que existia algo ali, por mais que vocês mesmas não sabiam, eu sabia. Vi isso só em vê-las juntas. Eu não iria perder você pra uma pirralha, que nem das fraldas tinha saído ainda. Os pais da Hellen também desceram e logo após os pais da Gabi também.

 

-Eu não tinha nada com ela naquela época! Cris disse triste por ter traído Alessandra. Alessandra vendo o olhar de arrependimento da esposa, resolveu humilhar a mulher e de quebra, acabar com a Michelle. precisava se vingar da morena por ter sido enganada por ela.

 

-Ah, amor! Não faz essa carinha de arrependida. Eu fiz a mesma coisa, te traí também e não foi só com seu irmão... foi com muitas mulheres, porque você sabe, né? Eu não curto homens e preciso dizer que ele é péssimo na cama. olhou pra Eduardo. Ah, já ia me esquecendo... também te traí com sua melhor amiga. Olhou pra cara de Michelle neste momento com um olhar perverso. E preciso dizer, ela é ótima! Pena que é uma escrota.

 

-Deixa de falar besteiras, Alessandra. Michelle só fez aquilo pra conseguir colher seu sangue para te desmascarar. Julia intercedeu pela esposa. E se encrencou com a irmã.

 

-Você também sabia? Perguntou incrédula. Quem mais sabia? Só eu que não sabia?

 

-Você é ingênua. Tenho dó de você. Disse Alessandra e dra Patrícia entrou na briga.

 

-Alessandra, pega as suas coisas e sai da minha casa, agora! Todos ao ouvirem aquela voz forte se calam e Alessandra sobe obedecendo a ordem da mulher, sem dar mais um piu.

 

-Sara, pega as coisas da Alice e leva ela pro meu carro, por favor!

 

-Hellen? Michelle tentou falar com a amiga quando ela passou em direção a porta.

 

-Tira a mão de mim! Gritou Cris.

 

A apreensão naquela sala era terrível. Assim que Cris arrancou com o carro, Gabi entra pela porta para ver o que estava acontecendo, ficou com medo de ser algo grave.

 

-Aconteceu alguma coisa? A Cris saiu com o carro em alta velocidade.

 

-Não, amor, não aconteceu nada. Disse Eduardo.

 

-Filha, aconteceu sim. Gabi olha pra mãe e pergunta:

 

-O que aconteceu? Eduardo não queria mais falar naquele assunto.

 

-A Hellen descobriu que a Alice é filha do Eduardo. Todos olharam pra cara da menina, esperando uma reação, que veio.

 

-Então a mulher com quem você transou foi a Alessandra? sua cunhada?

 

-... o rapaz não sabia o que falar.

 

-Fala, Eduardo! Entendendo que o que tinha ouvido era verdade, a jovem continuou... como você teve coragem de fazer isto com a Cris?

 

-Eu estava bêbado.

 

-Sua irmã! A jovem estava indignada.

 

-Gabi, para! Você quase beijou a Hellen lá no hospital, se eu não tivesse chegado, vocês teriam se beijado.

 

-Você viu? E por que não falou nada?

 

-Sim, vi. Eu não queria te perder. Ele tentou se aproximar dela, mas ela se afastou.

 

-Se nós estivéssemos se beijado, a Cris estaria muito mal por ter beijado a cunhada. Olhou decepcionada pra ele. Por ter traído você.

 

 -Ah tá! Eu também pensava isso da Cris, até saber que ela teve um caso extraconjugal. Gabi riu.

 

-Pelo jeito você não conhece nada, nada, nada da sua irmã. Gabi virou pro pai e falou: me empresta seu carro?

 

-Claro, querida! Entregou a chave nas mãos da menina que já ia saindo quando foi interceptada pelo noivo.

 

-Aonde você vai? Segurou no braço dela.

 

-Não te parece obvio?

 

-Nossa casamento é daqui a três horas. Ele insistiu

 

-Não vai ter mais casamento. Eu vou atrás da Cris.

 

-Você não pode simplesmente fazer isto! Ele se alterou.

 

-Eduardo, solta ela. Disse Henrique, pai do Edu.

 

A jovem saiu em busca da loira. Eduardo também pegou o carro, Michelle, Paula, que foi a única convidada para se arrumar ali no sítio, além das famílias dos noivos.

 

-Amor, onde você vai? Perguntou Julia

 

-Vou atrás da da minha amiga. Disse Michelle e saiu.

 

Cris tinha dirigido por uma hora e meia; ficou dirigindo pelas rodovias só ela e a filha no carro. Quando saiu do sítio, ela acelerou, acelerou; chegou a maior potência do carro. Mas colocou a cabeça no lugar ao olhar a filha dormindo na cadeirinha. Era normal, só entrar no carro e a pequena dormia.

 

-Você é MINHA filha! Não me importa o que o exame diz, você é minha!

 

 

Gabi dirigia o carro tentando contactar a loira, mas ela havia desligado o celular. Pensou, pensou, pensou e foi como se tivesse tido uma luz. Seguiu para o lugar que a médica estaria com certeza. Pelo menos era o que pensava.  Mas antes precisava passar em um lugar.

 

Cris estava sentada numa manta observando o céu, que neste momento estava escuro e aparecendo as primeiras estrelas. Os olhos cheios de lágrimas. A pequena estava sentada entre as pernas da mãe, brincando. Cris se sentido observada, olhou pra trás e lá estava a morena...

Fim do capítulo