Capitulo 28

 

 

Michelle pegou uma suíte e pediu um vinho. Fernanda tinha uma amiga que trabalhava no motel e combinaram de colocar um calmante na bebida. Não seria difícil dopar a estilista. Michelle foi justamente em direção àquele motel, porque tinha a intenção de fazer a Alessandra querer aquele mesmo. Foi exatamente o que ela fez, estava com pressa e não queria ir num motel mais longe. As coisas estavam saindo como a morena queria. Entraram no quarto e Alessandra foi igual onça pra cima de Michelle.

 

-Eiiii, espera! Estou suada, quero tomar um banho primeiro. Michelle sabia que a mulher era bem chata com esta questão, odiava pessoas suadas. Disse e afastou a mulher.

 

-Eu quero você suada mesmo! Puxou a blusa dela com o desejo de joga-la na cama, mas Michelle foi mais ágil e ficou por cima dela.

 

-Você não vai se arrepender em esperar! Disse e saiu rápido, indo para o banheiro. Michelle ficou no banheiro até a bebida chegar. Não queria ir tão longe com a vaca da Alessandra sentia nojo da mulher. precisava só que ela bebesse o vinho e conseguiria executar o que planejou.

 

-Nossa! Você tá demorando. Reclamava Alessandra na porta do banheiro.

 

-Calma aê, apressada! Michelle ouve a campainha do quarto e sabia que era a bebida. Resolveu sair do banheiro.

 

-Nossa! Alessandra estava de boca aberta. Michelle estava só de roupão, cabelos molhados e com as coxas aparecendo. A morena a ignorou e foi servir o vinho. Colocou um copo para a estilista e outro pra ela.

 

-Toma, Molha a boca. Deu o copo nas mãos dela. Segurou nos cabelos da mulher e beijou seu pescoço. Sentia náusea só com o cheiro da mulher, não que a mulher tivesse mau-cheiro, muito pelo contrário... mas pela pessoa que ela era. Poxa! Michelle era melhor amiga da esposa dela e como se fossem irmãs!

 

Michelle percebendo que Alessandra tomou todo o liquido, foi até a garrafa e encheu de novo. viu a mulher reclamar, mas não ligou. Michelle mesmo não bebeu o vinho, afinal, na garrafa tinha remédio.

 

A morena percebendo que Alessandra estava meio sonolenta, foi ao banheiro colocar sua roupa; precisava colocar seu plano em ação o mais rápido possível. Conseguiu colher o sangue da mulher e colocar no lugar necessário para fazer o exame. pronto! Agora levaria o material na clínica que havia ali perto. Teve que cortar um pouquinho do cabelo da Alice, mas era por uma boa causa.

 

-Consegui. obrigada! Mandou uma mensagem pra Fernanda.

 

-Boa! Fer respondeu.

 

Verificou os batimentos da Alessandra, não iria ligar se ela morresse, mas ela não queria carregar esta culpa. Foi para a clínica com os materiais e era preciso os nomes reais. Ainda bem que lembrou de pegar a identidade da estilista. Depois de tudo pronto, foi pra casa com um peso a menos nas costas.

 

 

Julia

 

 

 

-Não estava acreditando no que estava vendo... Michelle e Alessandra?! minha vontade foi entrar naquele motel e dar uma surra nas duas; Alessandra eu já sabia que não valia nada, mas Michelle?! e toda aquela dissimulação da Michelle em relação a Alessandra? Ela odiava a mulher... segundo ela. Que ódio! Como pude ser tão trouxa? mas eu estava com o Pedro e Ester no carro, não podia ir lá fazer um show. Fui pra casa tremendo, mas antes, tirei uma foto das duas; queria ter provas, já que ela poderia negar.

 

Teria que ir trabalhar à tarde, mas não conseguia e liguei pra lá para avisar que eu não iria mais. Michelle chegou e foi direto para o banheiro, social mesmo, tomou um banho e colocou um roupão e depois veio com a maior cara-de-pau pro meu lado, querendo me beijar. Não deixei, é claro!

 

 

Michelle

 

 

-Lucia, leva as crianças um pouquinho no clube. Por favor. Julia pediu para a babá. E você, vem pro quarto.

 

Opa! Se ela não estivesse com uma cara tão fechada, eu até iria gostar daquela Ordem/ convite, mas tinha algo errado. Fui sem questionar.

 

-O que significa isto? Julia com lágrimas nos olhos me perguntou entredentes sobre uma foto minha e da Alessandra na entrada do motel. Meu coração parou, minha boca secou. Pronto, fudeu!

 

-Juh, eu posso explicar! Tentei me aproximar, mas ela não deixou.

 

-Explica sem colocar a mão em mim. Confesso que estava até com medo, Julia estava possessa de raiva. Via no olhar dela.

 

-Não é nada do que você está pensando. Porr*, pra que fui falar aquilo? frase mais idiota. Julia jogou o celular dela na parede. Olhei assustada... ela jogou o celular dela?!

 

-Vou perguntar mais uma vez... o que você estava fazendo no motel com a Alessandra? parece uma pergunta meio idiota, né? Aff! É isto que estou sendo: uma idiota.

 

-Não, amor! Posso explicar... eu te pedi pra confiar em mim. supliquei

 

-Amor? Amor? Julia colocou a mão na cabeça. Vai embora, Michelle! pega suas coisas e vai embora. Ela abriu a porta do quarto pra que eu saísse.

 

-Não, eu não vou embora. Eu preciso se explicar. Julia veio igual leoa pra cima de mim, pegou meu braço e me puxou pra fora do quarto. ela já estava chorando.

 

-Eu não consigo olhar na sua cara. Vai embora! Gritou. Neste momento a segurei contra a parede, próximo à porta e olhei dentro dos olhos dela.

 

-Eu pedi pra você confiar em mim, vou te pedir de novo: confia em mim? Ela tentou se soltar, mas como estava presa, ela desistiu. No dia que eu levei a Hellen em casa, eu vi o Carlos e a Alessandra conversando, e ela parecia estar o ameaçando. Eu até perguntei o que estava acontecendo, mas ele desconversou e foi embora. Alessandra flertou comigo... eu vi ali uma oportunidade de a fazer falar sobre a Alice. Dei corda, marquei de sair com ela. Aquele dia que eu disse que tinha plantão e você descobriu que eu tinha mentido, eu fui me encontrar com ela. Você me pressionou e eu pedi pra confiar em mim... falei tudo olhando nos olhos dela.

 

-Confiar? me solta. Ainda brava.

 

-Você vai me ouvir? Vai ouvir tudo o que tenho pra dizer?

 

-Você tem dois minutos!

 

-Nesse dia eu me deparei com a Fernanda. Ela me deu uma dura, tive que contar pra ela. Ela me perguntou qual era o plano e eu disse que faria a Alessandra contar. Ela me fez desistir da ideia, porque certamente Alessandra não contaria. Então disse pra eu fazer exame com materiais da Alessandra e da Alice. E ai tive a ideia de sedar ela e colher o sangue para o exame.

 

-Como quer que eu acredite nisto?

 

-Eu tenho como provar. Fui até minha bolsa, peguei o papel e mostrei à ela. Era os papeis pra pegar o resultado do exame.

 

 - Por que você não me falou antes? Julia estava mais calma

 

-Porque você não me permitiria fazer o que eu fiz!

 

-VOCÊ CHEGOU A TRANSAR COM ELA?!  Julia gritou.

 

-NÂO! Não, amor, não transei. Dopei ela, ela dormiu. Não trans*mos.

 

-Então não aconteceu nada entre vocês? Perguntou desconfiada.

 

-Não!

 

-Nem beijo?

 

-Beijo, sim. Julia ficou puta de novo.

 

-Precisava beijar?! Você tá me fazendo de trouxa, né?

 

-Amor, como eu iria convencer ela que eu estava realmente afim?

 

-Não sei, desse um jeito! Mas não precisava beijar.

 

-Tá vendo porque eu não te falei? Você não iria deixar que eu fizesse isso.

 

-Não ia deixar mesmo! Até parece! Quando sai o exame?

 

-Ai, amor. Pedi pra que fosse o mais rápido possível, mas como foi o cabelo da Alice, vai demorar uns 15 dias.

 

-Cabelo? Foi você quem cortou o cabelo dela! A Hellen estava doidinha tentando entender o que aconteceu com o cabelo da Alicinha. Hellen vai te matar! Riu

 

--Ah, foi por uma boa causa e foi só um facho de cabelo; nem fez diferença.

 

-Se a Hellen descobrir que foi você, tenha certeza que ela vai te matar. Mas foi sim, por uma boa causa. Se der positivo, a Alice é mesmo filha do Carlos, né?

 

-Sim, amor! Teremos que perguntar pra ele o que aconteceu.

 

-É. Ai meu celular! Ela parece ter lembrado que quebrou o celular. Ri e ela me olhou com cara feia.

 

-Desculpa! Cheguei perto dela e perguntei: estamos bem? meio receosa

 

-Sim. fui beijá-la e ela virou o rosto.

 

-O que houve? Não estava entendendo nada.

 

-Estamos bem, mas você ficou com a Alessandra, por mais que tenha sido por uma boa causa...

 

-Então não posso encostar em você?

 

-Isto! Só por um mês.

 

-O QUE? Não estava acreditando. A gente tenta fazer o bem e acabamos tomando no...

 

-Olha a boca! Ela estava saindo do quarto, quando parou na porta e disse: Ah, você precisa arrumar seu armário.

 

 

-Mas eu arrumei na semana passada. Tá arrumado.

 

-Não tá não. fez cara de sonsa e saiu do quarto fechando a porta. Fui correndo ver o que ela tinha feito.

 

-JULIIIAAAAAA!!! Aquela FDP bagunçou minhas coisas tudo. Ela “arrumou” as minhas malas. Colocou algumas roupas nas malas e o que não coube nas malas, ela fez uma trouxa com um lençol. Cara, eu só não matava a Julia, porque eu a amo e também tinha que dar graças à Deus por não ter sido morta por ela. Dos males o menor.

 

 

-Oi, filha. Pronta? Dra Patrícia entra na sala da Hellen.

 

-Sim, vamos! As duas mulheres se encaminharam para a sala de cirurgia quando no meio do caminho se deparam com Gabi.

 

-E aí, querida. Você está pronta? Hellen não entendeu nada quando via a garota com o pijama de médico. O que ela estava fazendo ali? Pensou.

 

-Oi, Cris! Gabi estava sem graça.

 

-Oi, tudo bem? Cris tentou ser simpática e demonstrar segurança.

 

-Sim, tudo. E você, como está?

 

-Bem.

 

-Então, vamos? Chamou Dra Patrícia.

 

-Sim. Cris viu que a jovem também iria. Estranhou, mas não falou nada.

 

-Hellen, eu convidei a Gabi pra participar da cirurgia, tudo bem?

 

-A sra é quem manda!

 

-Hellen! Minha mãe chamou minha atenção.

 

-Só se você deixar, é claro! Gabi falou sem graça.

 

-Não tem problema, Gabrielle. Gabi sentiu uma dor profunda no peito. Cris nunca a tinha chamado pelo nome todo, e agora foi super seca com ela.

 

As mulheres entraram na sala, o paciente já estava pronto. Ele tinha um tumor no cérebro, era uma cirurgia delicada, mas ele estava em boas mãos. Começaram sedando o e anestesiando a homem de 36 anos. Gabi olhava a mulher embevecida. Como admirava aquela mulher... toda compenetrada no que estava fazendo. Gabi percebeu que todos naquela sala, sem exceção, confiavam naquela mulher. E ela agia muito confiante no que estava fazendo.

 

-Gabi, fica aqui ajudando a Hellen. Doutora Patrícia chamou Gabi para assumir seu lugar. Patrícia não estava colocando a vida do paciente em risco, sabia muito bem que a filha poderia dar conta sozinha, mas era muito cansativo pra ela fazer a cirurgia sozinha. Queria ver a atuação das duas juntas e pode comprovar que eram uma excelente dupla. A menina era muito inteligente e Hellen era ótima professora.

 

-As duas formam uma linda dupla. Um lindo casal... pensou. Patrícia viu a sincronia das duas e ficou com o coração apertado. Os dois filhos eram amavam a mesma mulher. Não podia se meter, por mais que soubesse que a menina amava mesmo era a filha. Via como ela olhava para Hellen, mas não podia se meter. Estava numa situação complicada, mas esperaria o desenrolar daquela situação. Estava torcendo para que tudo desse certo no final.

 

-Terminamos! Disse Hellen um pouco exausta, mas com um sorriso de dever cumprido.

 

-Gabi, vai com a Hellen passar o que foi feito na cirurgia para a família do paciente. Quero que você aprenda com a melhor em relacionamento com a família.

 

-Ah, para mãe! Disse Hellen vermelha.

 

-Tudo bem pra você? Perguntou Gabi. Adorando aquele rubor da face da loira.

 

-Claro. Vamos lá! As duas foram e Cris contou todos os detalhes da cirurgia para a família que estavam ansiosos para saber sobre a cirurgia.

 

-Podem ir descansar, ele só vai acordar amanhã, e vocês precisam estar bem apresentáveis. Cris sorriu e confortou a família dizendo que o Paulo iria acordar, que ele era forte. Gabi só conseguia admirar mais ainda aquela mulher.

 

-Você foi incrível! Disse Gabi, empolgada.

 

-Nada. Acho que te disse que você precisa amar o que você faz. As duas estavam indo para a sala de descanso dos médicos. E continuaram a conversa; naquele momento, era como se não houvesse um abismo entre as duas. Os médicos que estavam lá na sala saíram e só restou as duas.

 

-Eu senti sua falta. Disse Gabi se aproximando da loira.

 

-Eu também. As duas estavam bem próximas uma da outra, olhando nos olhos as bocas foram se aproximando. Gabi colocou a mão de forma sutil no rosto da médica, já Cris levou as mãos à cintura da menina. O beijo era inevitável. Os corações estavam acelerados. As respirações estavam ficando pesada. Quando os lábios estavam tão próximos...

 

-Olha só quem veio visitar a mamãe. Disse Eduardo entrando pela porta com Alice no colo e impedindo o beijo. as mulheres se afastaram; foram pegas no flagra. Eduardo viu o quase beijo, mas fingiu que não viu nada.

 

-Mamã... disse a pequena Alice no colo de Eduardo, atrás dele entra Sarah, a babá da Alice.

 

-Oie, meu amor. Tudo bem? Cris pega a filha no colo e da um cheiro.

 

-Trouxe pra você. Imaginei que estaria com fome. Disse a babá, com uma bolsa com lanches e frutas pra médica. Gabi olhou atentamente para a babá... viu que ela era bonita e que arrastava um caminhão pela Cris; sentiu ciúmes.

 

-Nossa! Mil e uma utilidades. Disse Eduardo para a irmã assim que Sarah foi lavar as mãos de Alice, pois a pequena adorava morango e acabou se sujando. Cris ignorou o que o irmão disse. As duas mulheres não se olharam mais depois do quase beijo. Gabi só observava a babá dando em cima da médica.

 

Duas semanas se passaram. Michelle recebeu um e-mail dizendo que os exames estavam prontos.

 

-Amor, os exames estão prontos, vamos lá pegar? Michelle estava tão ansiosa por aquele exame, que nem estava dormindo direito. Queria que o exame saísse antes do casamento, que era dali a uma semana.

 

-Claro! As duas chegaram na clínica e pegaram o exame. já no carro, Michelle não aguentava mais de curiosidade e abriu o exame.

 

-EU NÃO DISSE? Michelle gritou ao ver que deu positivo. A menina não era da Hellen.

 

-O que a gente faz? Perguntou Julia apreensiva. Com medo da atitude da irmã

 

- Vamos entregar pra Hellen.

Fim do capítulo