Capitulo 27

 

 

Michelle estava no bar da boate observando a estilista, que dançava seduzindo a morena. Michelle fez sinal pra estilista que acenou com a cabeça. Fernanda que tinha avistado a morena no bar, viu que ela fazia sinal pra uma pessoa. Pensou que fosse para Julia, mas não entendeu quando viu para quem era: Alessandra?! Como assim? resolveu abordar a morena.

 

-Aonde pensas que vai com tanta pressa? Perguntou se colocando na frente da morena que estava indo atrás da estilista.

 

-Fê?! Falou assustada.

 

-Assustada?

 

-Sim, sua abordagem me assustou.

 

-Imagina se fosse sua esposa?... por falar na Julia, onde ela está que te deixou vir sozinha numa boate?

 

-Está em casa. Aqui, outra hora conversamos, preciso ir.  disse tentando cortar o assunto; precisava ir atrás da estilista.

 

-Que porr* você pensa que está fazendo? Fernanda empurra a morena numa parede, estava irritada com a morena. Ao contrário do que muitas vezes acontece, Fernanda acabou se simpatizando com Julia. Sabia do amor que as duas tinham uma pela outra... agora estava vendo Michelle se engraçando pro lado de outra mulher?! E pior, um ser desprezível como a Alessandra. soube por Karla que a mulher não valia nada; e ainda por cima era mulher da amiga da Michelle! uma traição dupla.

 

-O que eu fiz? Perguntou sem entender.

 

-Eu vi você fazer sinal para aquela vagabunda da Alessandra. O que pensas que está fazendo? A morena tinha que se explicar, conhecia bem a Fernanda pra saber que ela seria capaz até mesmo de ligar pra Julia e contar na cara dela, sem esconder mesmo.

 

-Posso falar com você depois, então? Te explico o que está acontecendo.

 

-Quero uma explicação agora! Fê bateu o pé.

 

-Não posso agora falar agora. Te ligo amanhã e explico tudo. Implorou, mas Fernanda cruzou os braços batendo os pés e fingiu que nem tinha ouvido o apelo da amiga.

 

-Caralh*! Tudo bem, vem! Puxou Fernanda e saíram da boate. Tinha uma cafeteria bem próximo da boate e para lá seguiram.

 

-Você é difícil, viu! Disse a morena meio brava.

 

-Sim, sou! Fê fez cara de deboche. Viu a morena a sua frente mandar uma mensagem para alguém, provavelmente para a piranha da Alessandra.

 

-Eu sei que a Alice é filha do Carlos com a Alessandra, e não da Hellen como ela afirma. Mas não tenho como provar...

 

-Como assim?! Carlos o noivo da Gabi e irmão da Cris?!

 

-Sim!

 

-Que vadia! E que garoto escroto; pegou a própria cunhada.

 

-Então... eu resolvi arrancar uma confissão da própria Alessandra, já que um exame de DNA não adianta.

 

-E você acha que ela vai falar isso pra você assim d´boa?

 

-Por que não? Michelle fez cara de quem não tinha entendido nada.

 

-Hellooo! Michelle, esta mulher sabe que você é cem por cento team Hellen. Não vai abrir o bico pra você.

 

-Ah, ela é safada e doida por mim. Eu poderia faze-la falar.

 

-Beleza! Como você pretende fazer isto? Fernanda achava a ideia ótima, mas sabia que a vaca não iria abrir a boca.

 

-Pensei em embebeda-la. Michelle levantou uma sobrancelha esperando uma crítica da amiga, que veio, lógico!

 

-Mesmo assim ela não vai falar! Virou os olhos não acreditando que a amiga estava embarcando numa loucura daquelas sem um plano foda.

 

-O que você sugere então?

 

-Primeiro: você sabe onde está se metendo? Segundo: tenho certeza, isto pode trazer consequências terríveis. Se te pegam nesta situação, vai ser difícil explicar. Julia vai te matar!

 

-Não quero ver mais a Hellen sofrer nas mãos daquela desgraça. Michelle falava com ódio. Seria capaz até de matar a estilista, se fosse preciso. Teve nojo ao beijar a mulher, se sentiu nojenta por aquilo. Tinha enrolado Julia com uma história de que tinha uma emergência, sabia que teria que explicar tudo para a esposa. Queria muito falar com ela sobre o que estava fazendo e qual era o plano para desmascarar Alessandra, mas a conhecia bem pra saber que ela não aceitaria aquilo nem morta. Claro que iria contar para a esposa, mas não antes de fazer. A verdade era que estava sim, com muito medo da Julia descobrir de outra forma, mas pela Hellen, ela colocaria até o casamento dela em risco.

 

-Tudo bem! presta a atenção: se você acha que é do Carlos e que por isto o exame que vocês fizeram deu positivo, a única forma de provar que não é da Cris, é provando que é da Alessandra! Michelle bateu com a mão na testa como se estivesse a punindo por não ter pensado naquilo antes. Como não pensou naquilo?!

 

-Você é genial!!! Disse e abraçou a amiga a beijando de forma efusiva no rosto.

 

-Tá bom, chega! Eu sei que sou foda... mas para com isso que não quero problema com a sua esposa não!

 

-Tá bom, tá bom. Michelle se recompôs e começou a pensar em como fazer para pegar material genético da Alessandra.

 

-Agora você só precisa do sangue dela. Fernanda fez uma cara de malvada.

 

-Eu tiraria com minhas próprias mãos. Disse com os olhos vermelhos de ódio.

 

-Eita! Calma aê! Eu disse brincando, não é pra matar a mulher; só queremos o sangue pra fazer exame, o resto pode deixar lá. Fernanda sabia da dor que Michelle sentia, sem poder fazer nada diante da situação que a Cris estava. Quantas vezes teve que ouvir Michelle reclamando da Alessandra e tudo o que ela provocava na Hellen.

 

 

-O que você faz aqui, Sofia? Paula não estava acreditando que a ex a estava perseguindo. Estava colocando as compras no carro quando Sofia se aproximou.

 

-Nós precisamos conversar!

 

-Não! Nós já conversamos tudo o que tínhamos pra conversar. Você fez sua escolha!

 

-Por favor, Paula. Eu te amo. Caí na conversa da Alessandra, aquela miserável! Sofia falava desesperada. Depois que Paula terminou com ela, ela colocou Alessandra na parede, mas esta disse que não se separaria da Hellen pra ficar com ela, aquilo estava fora de cogitação. Sofia então percebeu que foi uma vaca com Paula e que também a amava.

 

-E você veio me procurar por que tomou um toco da Alessandra! Sofia, vamos fazer isto da forma correta. Não precisamos brigar, Já deu o que tinha que dar.

 

-Mas eu te amo! Não quero te perder... neste momento Paula ouve uma voz firme já conhecida dizendo:

 

-Amor, abre o porta malas. Comprei um vinho pro nosso jantar.

 

-Amor?! Sofia pergunta sem acreditar. Paula que não estava entendendo nada, resolveu entrar na brincadeira de Geovana.

 

-Claro, amor! Acabei me esquecendo. Ah, esta é Geovana. Geo, essa é Sofia. Sofia estava sem entender. Como Paula estava namorando outra mulher? E pior, deveria ter a metade da idade dela.

 

-Que palhaçada é esta? Disse incrédula.

 

-Ah, a Ex!  Geovana nem se deu ao trabalho de cumprimentar a mulher. Só a encarou.

 

-A que tipo de palhaçada você se refere? Perguntou Paula.

 

-Quantos anos essa garota tem? Nem saiu das fraldas. Pelo amor de Deus, Paula! Disse indignada. Paula iria responder, mas Geovana não deu tempo pra que ela o fizesse e disse:

 

-Bem, posso não ter saído das fraldas como você disse, ser uma garota... mas sou muito mais mulher que você. Tenho caráter e não sou uma piranha que tem a coragem de trair uma mulher como a Paula. Sofia partiu pra cima da loira e esta não perdeu tempo, se armou toda pra dar uns tapas na cara daquela cachorra... sorte dela que a Paula a segurou.

 

-Para! Enlouqueceu? A Geovana está certa, ela é muito mais mulher que você. Paula a soltou e pediu para que Geovana entrasse no carro e Geovana entrou. Sofia se agarrou na Paula e em prantos pediu mais uma chance. Geovana que observava a cena, sentiu certo desconforto. Tinha se encantado com a mulher desde que a conheceu. Já havia convidado ela pra sair, mas ela nunca aceitou. Sabia que ela não tinha a intenção de ficar com pessoas mais novas, mas não iria desistir.

 

-Tudo bem? Geovana perguntou assim que Paula entrou no carro e deu partida.

 

-Fico triste por ter vivido tanto tempo com uma pessoa e agora tudo terminar assim.

 

-Você ainda a ama? Perguntou insegura.

 

-Não, hoje eu sinta pena, pena por ser uma pessoa com um caráter tão fraco. Houve um silêncio no carro, Geovana entendeu que não era momento de falar. Gostava de dar espaço para as pessoas, não iria invadir o espaço da bela mulher. Enquanto admirava a mulher dirigir, não percebeu quando o carro parou no semáforo e Paula a pega no flagra a observando.

 

-Obrigada. Paula disse depois rir ao ver a garota desconcertada diante do flagrante. Geovana fez cara de que não entendeu o agradecimento e Paula esclareceu – por me livrar daquela situação. Não a via desde a nossa audiência. Confesso que não sei qual seria minha reação se ela insistisse. Não estava preparada; Obrigada! não sei nem como agradecer. Paula se arrependeu de ter falado aquela última frase...

 

-Bem, não foi nada. Mas eu sei como pode me agradecer. Deu um sorriso e Paula ficou preocupada com o que viria da loirinha. Sabia que a menina estava afim dela, mas não queria nada; afinal, a menina deveria ter um pouco menos da metade de sua idade. Nunca gostou de meninas mais novas, era muito assediada e tudo, mas sempre evitou qualquer tipo de intimidade pelas novinhas. Não que preferisse as mais velhas; Sofia tinha 39 anos, ela tinha 47, mas Geovana devia ter quantos? Uns 18?

 

-Qual sua idade? Paula não acreditou que havia perguntado aquilo em voz alta. Geovana riu com o arrependimento estampado na cara da mulher e respondeu.

 

-Tenho 21. faço 22 este mês. Riu; que sorriso era aquele? Paula pensou e por instinto colocou a mão na boca. A loira não entendeu nada, ficou confusa com a atitude da mulher. Paula tinha acabado de estacionar o carro.

 

-Saindo comigo pra jantar, dançar, conversar... é só uma sugestão. Riu olhando nos olhos da mulher.

 

-Sabe quantos anos eu tenho? o dobro e mais um pouco da sua idade. Sabe as chances de termos algo e dar certo? Nenhuma.

 

-Bem, você era casada com uma mulher mais velha que eu, que talvez pudesse ter sua idade, e... deu certo? Não. Eu não vou negar que a minha intenção não é te conhecer melhor, porque eu estaria mentindo; eu realmente quero te conhecer melhor. E quanto a sua idade, sério que você é tão quadrada assim pra não acreditar num relacionamento entre pessoas com idades diferentes?

 

-Não é que eu não acredite, eu não acredito que dê certo pra mim. Não me vejo nesse tipo de relacionamento.

 

-Só aceita o meu convite, não vai doer nada. Disse Geovana insistindo no convite.

 

-Tudo bem, eu aceito. Pode marcar e me ligar. A jovem saiu do carro e Paula seguiu pra casa.

 

 

-Vai me explicar todo esse mistério? Perguntou Julia

 

-Amor, confia em mim! Eu preciso que você confie em mim. Pedia Michelle depois da esposa a pegar conversando com alguém por mensagem no celular.

 

-Como posso confiar? Eu juro que estou tentando, mas está difícil!

 

-Amor, não estou te traindo. É só o que posso dizer neste momento. tentou se aproximar da esposa, mas ela se desviou do toque. -Julia, se te contar, você não vai entender agora. Por favor, só quero um voto de confiança. Amor, não tenho motivos para te trair. Tentou mais uma vez se aproximar dela, mas Julia estava brava. O que Michelle estava aprontando que ela não poderia saber? Julia pensava.

 

-Não dá, Mih! Me desculpa. Saiu do quarto; ela podia ter pego o celular da morena, mas era invasão de privacidade. Esperava muito que a esposa não a estivesse traindo.

 

Michelle resolveu terminar logo com aquilo, estava se arriscando demais, se Julia pegasse algo mal explicado, teria problemas sérios.

 

-Oi, quero te ver sexta.

 

-Oi, morena gostosa. Claro que pode!

 

-Então fica combinado assim. vou acabar com você!

 

-Ai, fico toda molhada só de imaginar.

 

-Te passo o endereço do motel.

 

-Desculpa, Tesão! Mas não vou num motel que você escolher não. você sabe que eu sou uma pessoa pública.

 

-Tudo bem. te pego no seu escritório e escolhemos um na hora. Só quero matar minha saudade que estou de você mesmo.

 

-Tô ansiosa! Alessandra não imaginava o que a aguardava. Esse era o mal dela, se achar muito boa, irresistível e cair como um peixe no anzol.

 

O grande dia chegou! Michelle subiu no escritório da mulher e avistou ela brigando com Ronan.

 

-Você é um incompetente! Não sabe fazer as coisas sem que eu esteja perto? Por isso foi abandonado num lixo... e nem deveriam ter tirado você de lá!

 

-Me desculpe, Alê! O rapaz estava com lágrimas nos olhos. Estava sendo humilhado diante de todos que estavam ali.

 

-Imprestável. Só não te demito agora, não sei ne porquê... Quando ela viu a morena, mudou o tom de voz e entrou na sua sala. O rapaz estava com ódio no olhar, esperou até que a estilista entrasse em sua sala para sair dali.

 

-Pessoas imprestáveis! Ei, abraçou a morena assim que ela entrou em sua sala. Me desculpe o estresse.

 

-Fique tranquila, vou fazer você relaxar. Disse Michelle a beijando e apertando sua bunda.

 

-Ah! Me faz ficar relaxada, vai! Pediu já fora de si. Michelle se soltou das mãos dela e disse:

 

-Não! quero te fazer gritar de prazer. Não vou te foder aqui. Vamos!

 

As duas foram, cada um no seu carro. Michelle foi na frente e Alessandra atrás. Tinham combinado que seria num motel qualquer; nada de surpresas. Acharam um bom e foram.

 

Para o azar da morena, uma mulher avistou seu carro entrando no motel, e como desgraça pouca é bobagem... esta mulher também viu Alessandra a seguindo. Sentiu o coração apertar, não acreditou no que os olhos estavam vendo. Os olhos encheram de lágrimas após parar o carro na entrada do motel e ver Alessandra fazendo um carinho no rosto da morena. Se sentiu mal, uma vertigem tomou conta de si e se não estivesse sentada, certamente teria caído.

Fim do capítulo