Capitulo 2 - Cliente fixa
CAPÍTULO DOIS
CLIENTE FIXA
Luiza escorregava suas costas no azulejo frio do banheiro. Seu corpo estava vermelho de tanto esfregar a bucha de banho. Água e o sabão não foram capazes de arrancar as marcas do seu trabalho.
A loira trocou a estabilidade de sua cidade natal para um novo recomeço. Embora suas escolhas a levaram ao caminho da prostituição, isso não quer dizer que a jovem deixará de sonhar. Luiza sempre fora uma excelente aluna, entrará cedo numa das faculdades mais concorrida do Rio Grande do Sul, encontrava-se no 3º ano do curso de medicina. Mas, às vezes a vida nos oferece alguns desvios durante o percurso. Depois de uma fatalidade do destino, a loira se viu obrigada a paralisar seu sonho de tornar-se médica. A graça da vida é que nada é permanente. Querendo reescrever sua história, a gaúcha resolveu aceitar o convite de Isabela para morar na cidade. E ali estava em busca de uma nova alvorada.
Depois do banho, a loira tirou o envelope que estava na bolsa, sua cliente foi bastante generosa. Algumas centelhas de dúvidas brotavam em sua cabeça, principalmente como aquela garota havia conseguido seu número. Duvidará que algum cliente tivesse lhe dado. Luiza dispunha de poucos clientes na cidade e ao certo não daria seu contato. Principalmente o pessoal. Outra coisa que lhe intrigou foi a idade de sua cliente. “Amanda” repetiu baixinho balançando a cabeça espantando os próprios pensamentos.
Duas semanas depois.
Era domingo de páscoa.
— Cadê meu ovo da páscoa? Não acredito que você esqueceu — dispara Isabela cruzando os braços como uma criança irritada.
Luiza revirou os olhos. Foi até seu quarto pegou uma sacola entregou a prima.
— Eba!
O celular da loira tocava no móvel próximo a televisão. Ao ver o número no visor, sua testa franziu.
— Alô!
— Qual a dificuldade de atender o telefone? — diz uma voz feminina do outro lado da linha impaciente — costuma deixar seus clientes esperando é? — exaspera.
— Quem é? — perguntou à prostituta.
— Vai dizer que já esqueceu sua melhor cliente? — Amanda usara um tom mais provocante. — Houve um silêncio do outro lado da linha — Amanda, lembra-se?
— Oi Amanda — responde seca. — Tudo bem? O que deseja?
— Sexo — diz sem rodeio. — Quero te ver.
Luiza já tinha decidido não o fazer programas com mulheres. Sem querer parecer indelicada, a loira tentou dispensar a cliente. — Não tenho horário livre. Sinto muito.
— Eu pago bem — argumentou a morena.
— Não se trata de dinheiro, meu programa é R$ 300,00 a hora. Só quero receber o valor acordado. Porém, não costumo fazer programas com mulheres, aquele dia foi uma excepcionalidade. Sugiro que procure outra pessoa — disparou impaciente.
Amanda teve que controlar a própria raiva, odiava ser contrariada.
— Gostei do nosso último encontro, queria um programa com você — seu tom era macio — Vanessa, sei que deve ter uma agenda atribulada a levar em consideração a qualidade de seus serviços. Mas, peço que reconsidere. Cubro qualquer valor.
Luiza ficou atônita. Queria se livrar da garota, porém, a proposta era boa. Ela não tinha nenhum programa agendado para a semana. Tentou resistir um pouco para valorizar o trabalho, no final cedeu. — Está bem, quando você quer?
— Agora!
— Agora não posso. — Ela escutou a respiração forte do outro lado, sorriu por dentro.
— Tudo bem, amanhã então às 19h00min, vou mandar meu endereço por mensagem.
— Estarei na hora marcada.
— Espera! Não venha vestida como uma vadia, é um prédio residencial. — Dispara a outra. Luiza se sente ofendida, mas não tem tempo de responder. — Você já é bonita demais, não precisa chamar mais atenção, venha com roupa comum.
— O.k.
Ao desligar o celular Bella a olhava com curiosidade.
— Quem era?
— Aquela guria.
Bella deu uma risada maliciosa. — Curtindo as gurias, prima? — perguntou num tom zombeteiro.
— Arrogante, prepotente e cheia de si — retruca a loira. — Mas é uma potencial cliente. E paga o dobro. Você sabe que estou reduzindo o máximo meus clientes. Quero fazer diferente aqui.
Isabela sabia bem a luta da prima. Luiza era orgulhosa demais para aceitar sua ajuda. Escolhera aquela forma de ganhar dinheiro e pronto. A única coisa que ela poderia fazer, era apoiá-la.
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Fim do capítulo
Respiram meninas?
As vezes é bom saber que não estou sozinha, deixem de preguida rum#
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silverquote
Em: 19/11/2019
"Não venha vestida como uma vadia" é ótimo kkkkk a bicha é ruin hein.
Brescia
Em: 23/10/2019
Oi de novo mocinha.
Essas duas estão me prendendo tanto que estou até deixando de ver as notícias sobre o mengão, isso é um milagre,rs.
Parece que a Amanda está tirando o prumo da Luiza, é não é só pelo dinheiro que ela aceita .:)
Baci piccola.
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