Capitulo 44 - Investigação independente
Pérola por fim decidiu deixar a cidade de Helena e passar uns dias com sua tia até poder voltar para seu próprio apartamento. Deixou todas as informações de sua conta para a polícia ao menos tentar rastrear o IP dos suspeitos, principalmente aqueles responsáveis pelas ameaças online.
“Eu já estou sentindo sua falta.” Helena, enquanto prepara um lanche, no início da noite, na cozinha, conversa por vídeo com Pérola.
“Eu também, meu amor. Já que estou evitando usar meu apartamento, aluguei um estúdio para as gravações dos próximos vídeos. Pretendo falar um pouco das ameaças, dar mais ênfase aos protestos, não vou deixar me abater por isso. E como vão os estudos para a prova de amanhã?”
“Bem, o Dante vem aqui daqui a pouco para estudarmos, é aquela matéria que ele e eu fazemos juntos, e a Lívia se propôs a nos auxiliar. Aliás, falando neles, acabaram de chegar!” Helena escuta o barulho da chave na porta.
“Então vou deixar vocês estudando aí que tenho um longo roteiro para escrever. Beijão!” Pérola se despede, e Helena come rapidamente o lanche para juntar o caderno, os livros e o notebook.
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“Gente, não esquece de repassar pneumotórax e DPOC.” Lívia alerta, enquanto monitora os estudos do namorado e da amiga.
“Já repassei isso.” Helena afirma, e aproveita para olhar o celular. “Cara, meu maior arrependimento foi ter adicionado a Thaísa na rede social. Que publicações idiotas.”
“Quem é Thaísa?” Lívia questiona.
“A sobrinha-neta do Presidente. Eu faço microbiologia com ela à noite.” Helena mostra o celular. Lívia pega o aparelho e começa a percorrer as postagens.
“Piadas contra o deputado homossexual assassinado alguns anos atrás, piadas machistas contra opositoras... gente, essa menina consegue ser pior que o meu ex!” A veterana de Helena não se conforma.
“E a amiga dessa menina ainda passou pano para ela, dizendo que não sabia se era preconceituosa, quando está escancarado aí. Acha que só porque não maltrata o garoto homossexual da sala dela, está tudo bem.” Helena comenta.
“Ela pega pesado com as piadas. Gente, tem comentário dela rindo da ação da polícia na última parada queer na capital. Poxa, teve gente que foi parar no hospital, e ela caçoando. Que falta de caráter.” Lívia continua a percorrer o perfil, horrorizada.
“E sabe o que é pior? A irmã dela é LGBTQIA+, eu acho.”
“E essa irmã não a confronta?” Dante pergunta, curioso.
“Não sei nem se ela sabe sobre a irmã. Queria dar um jeito de me aproximar da irmã para poder ter mais informações da família. Tentar escancarar as hipocrisias, sei lá, vai que eu descubro algo mais sério.”
“Mas você pensa em expor a menina? Seria muita falsidade, Helena.” Lívia avisa.
“A Pérola me alertou sobre isso. Mas eu queria fazer uma abordagem diferente, descobrir mais sobre a família mais odiada do país.”
“É uma boa, vai que por sorte tu descobres algum furo jornalístico!” Dante incentiva, e pega o celular de Helena que estava na mão de Lívia. “Como é o nome da irmã dessa guria?”
“Nicole. Eu já a adicionei também, mas não tem nada de comprometedor no perfil. Só aparenta ser uma roqueira mais voltada para o centro do espectro político. Uma versão semelhante da Paula.”
“Nossa, nem lembrava mais da existência da Paula.” Lívia comenta. “Ah, ser de centro não configuraria tanta rebeldia assim.”
“Dentro da família dela, qualquer pessoa que não é completamente radical já é considerada desvirtuada.” Helena completa.
Dante continua mexendo no celular de Helena, enquanto isso. “Dá para ver os eventos que ela vai, pelo menos. Tem um show do Jimmy & Rats, é isso? Parece que vai ser no feriado de novembro, em São Paulo.” O rapaz comenta, observando o perfil.
“Jimmy & Rats? Sério? Deixa eu ver!” Helena pega de volta o celular.
“Que banda que é essa?” Lívia pergunta.
“O Jimmy era vocalista do Matanza, mas eles acabaram ano passado e ele se juntou a essa banda aí, Rats, e formou o projeto.” Helena explica enquanto entra no site de venda de ingressos. “Já vou comprar uma entrada para mim e uma para a Pérola, farei uma surpresa para ela.”
“Os outros integrantes do Matanza formaram outra banda, o Matanza Inc, também.” Dante completa.
“Sim, ouvi falar, porém o que sempre me agradou foi a voz do vocalista, o Jimmy.” Helena dá de ombros.
“Essa é uma boa oportunidade para fazeres amizade com a tal da Nicole também, o que achas?” Dante sugere.
“Realmente. Vou confirmar presença pelo evento da rede social e puxar papo com ela. Ótima ideia!”
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Alguns dias se passaram, e Pérola ainda aguardava esperançosa a respeito das investigações. Ela e Helena se falavam todos os dias, pouco antes de Pérola terminar de escrever os roteiros ou gravar os vídeos. Helena aproveitava o tempo livre para passar matéria a limpo e, em um momento de distração, decidiu checar sua rede social. Em meio a outras postagens, viu que havia uma notificação de Nicole no evento do show de novembro. Era um oferecimento de carona para o concerto. Helena pensou primeiramente em ir com seu próprio carro, mas ponderou e se recordou que lá na capital, caso precisasse com urgência, teria a moto de Pérola. Não demorou muito e já mandou mensagem perguntando detalhes da carona.
‘Oi! Então, a gente sai daqui de manhãzinha. Podemos passar o dia na cidade e ficamos para o show a noite. Vamos retornar de madrugada, logo depois do show, e também rachar gasolina e pedágio.’ A garota envia.
‘Beleza! Vamos nos falando até chegar próximo a data. Confirma meu lugar aí, por favor.’ Helena pede.
‘Confirmado!’ Nicole responde de pronto.
Helena então aproveitou para verificar algumas fotos, e viu em uma postagem anunciando a venda de um produto.
‘Hey, você está vendendo um LP do Matanza?’
‘Estou sim! Acabei ganhando um repetido. Por quê?’
‘Porque eu gosto de colecionar e não tenho esse ainda. Faz por quanto?’
‘Faço por noventa. Se quiser a gente sai um dia para beber e eu levo o vinil para você ver, o que acha?’ Nicole pergunta.
‘Firmeza, vou ver se minha namorada vem para cá semana que vem e eu vejo com ela se podemos ir sim!’
‘Ratificar que tem namorada foi alguma forma de deixar claro que você não está disponível? Hahahahah relaxa, eu sou ace.’
‘É o quê?’
‘Ace, sou assexual. Não sentiria atração sexual por você, entende?’
Helena então fica intrigada. ‘Mas... você pega pessoas por aí, não? Digo, não sei como funciona isso.’ E garota relembra dos acontecimentos no Pub.
‘Já peguei sim, antes de me definir dentro do espectro. Hoje sou bem mais resolvida quanto a isso.’ Nicole explica.
‘Interessante! Não sabia, desculpa. Deixamos marcado para semana que vem então?’
‘Fechado.’ Nicole logo confirma.
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Mais uma semana, e nada de respostas. O tal troll não ameaçou mais, e aos poucos Pérola foi perdendo aquele pavor que lhe consumia, dando lugar apenas a um medo basal que casava com algumas precauções, mas nada muito extra, dado que já havia retornado ao seu apartamento, apesar de continuar gravando no outro estúdio por via das dúvidas.
‘Gatinha, vou lá negociar o LP do Matanza com a Nicole. Mando mensagem quando chegar.’ Helena envia.
‘Vai mesmo na sua cruzada jornalística para descobrir notícias daquela família? Hahahaah okay amor, boa sorte e boa compra.’ Pérola responde.
Nicole enviou a localização de um bar próximo à rodovia, que Helena não conhecia, mas que exalava uma vibe que lhe agradava à primeira vista. A estudante se aproximou da garota com um disco de vinil no braço, sentada em frente ao balcão.
“Não deu para a namorada vir?” Nicole pergunta.
“Ela está em São Paulo, não pôde voltar por enquanto, longa história.” Helena dá de ombros. “Posso ver o LP?”
“Sim, claro.” Nicole coloca-o sobre o balcão, e Helena abre a embalagem e vê o disco em perfeito estado. “Noventa, né?”
“Paga depois, vamos beber primeiro. Não tenho parceiros de copo há um tempo, já.” Nicole sugere.
“Pelas suas fotos da rede social, você parece ter vários amigos.”
“Eu tiro foto com pessoas aleatórias em balada quando estou chapada, não quer dizer a mesma coisa.” A garota então olha para o bartender. “Duas canecas de chopp, por favor.”
“Eu pesquisei um pouco sobre esse lance de ser ace que você me disse.”
“Pesquisou, foi?”
“Sim.” Helena se senta ao lado da garota. “É o que a gente faz para não cometer gafes ante a um assunto novo.”
“Pelo menos mostrou boa vontade.” Nicole acaba rindo discretamente do esforço alheio.
“Pois é...” Helena dá mais uma olhada ao redor do bar. “Nunca tinha ouvido falar desse local.”
“Você mora aqui faz quanto tempo?” Nicole pega as duas canecas servidas pelo bartender e entrega uma a Helena.
“Já está para fazer dois anos. Vim para estudar.”
“Medicina né? Vi no seu perfil. Bem, você não mora aqui a tempo o bastante para conhecer esse bar.” Nicole pisca de um jeito que involuntariamente parecia arrogante.
“Você nasceu aqui?”
“Sim. Nasci, estudei, comecei uma faculdade, larguei, comecei outra, larguei, agora estou tentando decidir o que fazer na vida.” Nicole toma um largo gole de seu chopp.
“Quais faculdades você começou?”
“Fiz dois semestres de medicina e percebi que não era para mim, mas isso foi há uns quatro anos. Depois entrei na faculdade de arquitetura, fiquei uns dois anos e também não era o que eu queria.”
“E qual o plano para agora?”
“Decidir o que me faz feliz.”
“E o que lhe faz feliz?”
“A verdade? Desde o ensino médio sempre amei filosofia, mas de onde eu venho isso não é muito bem aceito, então acabo suprimindo isso.”
“Como assim de onde você vem?” Helena coloca os cotovelos no balcão e finalmente chega no ponto que mais almejava da conversa.
“O de sempre, a profissão não é valorizada, só isso.” Nicole corta rapidamente. “Mas me diga, o que tanto você pesquisou sobre assexuais?”
“Bem... vocês não sentem atração sexual, mas podem sentir outros tipos de atração. É isso?”
“Sim. Porém também me considero arromântica. É um pouco difícil a aceitação dentro de uma sociedade movida a sex* e sob pressão constante de se suprir carências amorosas. O prazer que vocês encontram em um relacionamento romântico, eu encontro em amigos, ou pequenos detalhes da vida cotidiana. O problema é que com tantas mudanças na vida, acabei perdendo vários desses amigos.”
“Mas você brigou com eles?”
“Apenas perdi contato. Não estudo mais com eles, daí não os vejo sempre, os rolês se modificam, eles já não tem tanta disponibilidade, e assim fomos nos afastando.”
“Entendo... mas voltando ao assunto de filosofia... você parece ser uma pessoa que vive sob suas próprias regras, então por que simplesmente não ignora os preconceitos e faz o curso?”
“Não funciona assim.” Nicole suspira. “Mas me conte sobre você... namoro à distância, né? Como está indo?”
“Na medida do possível estamos bem. Ela está enfrentando um problema com alguns haters mas já estamos resolvendo isso com a polícia.”
“Haters? Ela é famosa ou algo do tipo?”
“Pode –se dizer que sim, eu acho.”
“Cantora?”
“Influenciadora digital.”
“Ah, os famosos da nova era...”
“Não curte nenhum influencer então?”
“Prefiro usar a internet para ver videoclipes, mesmo.”
“E não dá para fazer as duas coisas?”
“E estragar o algoritmo do site de vídeos para sempre me indicar isso? Nem pensar.” Nicole ri e as garotas pedem outra rodada de chopp.
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“Amor, vem para a cama...” Lívia pede, enquanto Dante joga em seu computador desktop utilizando o fone de ouvido. “AMOR!” Lívia grita, e finalmente o namorado escuta.
“Oi! Desculpa, eu estava no meio de uma batalha. Meu time está tomando pau de um outro grupo aqui. Eu deveria ter escolhido outro servidor, mas eles estavam lotados e só restou esse brasileiro.”
“Larga desse jogo e vem dormir comigo, necessito de contato humano.” A namorada reclama.
“Espera só um pouquinho, meu batalhão está terminando de pegar as armas e...espera...Ah!!!! Ah não!!! Não vou deixar por isso mesmo. Não mesmo!” Dante resolve ignorar o chamado e continua a jogar.
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Anna Júlia pegou duas garrafas de cerveja, e entregou uma para o namorado, que utilizava o notebook na sala.
“Vai demorar muito aí?” Anna Júlia questiona, vendo o namorado concentrado.
“Estamos esmagando o outro time, não vai demorar nada. Deve ser um bando de adolescente.” Bernardo desdenha sem saber quem é.
“Não quer ir ao Pub hoje?” Anna propõe.
“Ah, o outro time acabou de pedir outra rodada... acho que vai demorar mais um pouco.”
“Que jogo que é?”
“É uma guerra de domínio de territórios onde todos os soldados são robotizados.”
“Já ouvi a Lívia falar disso... acho que o Dante joga.”
“Então não deve ser aqui nesse server, porque eu tenho certeza que só tem principiante contra a gente. Esse outro time é muito ruim.” Bernardo continua a jogar com aquele sorriso superior estampado no rosto.
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Após várias rodadas de chopp, um pouco de whisky também, Nicole ainda parecia inteira, e Helena tentava segurar o pouco de sobriedade que lhe restava.
“Acho que já vou indo, já está tarde e não quero entrar em coma alcoólico.” Helena ri, toda ébria.
“Mas já? A noite mal começou! Viu, minha mãe voltou da Bélgica esses dias e trouxe um chocolate maravilhoso que combina com uma cerveja de fabricação própria daqui, vou pedir para viagem e a gente toma lá em casa o que acha?” Nicole propõe.
“Chocolate e cerveja? Assim fica difícil não topar.” Helena reflete um pouco e finalmente decide acompanhar a garota.
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“Vamos entrar pelos fundos para não fazer barulho” Nicole guia o caminho, enquanto Helena a acompanha na ponta dos pés, na entrada da casa da família da nova amiga.
“Não esquece de passar o endereço correto do bar senão eu não vou lembrar onde deixei o carro estacionado.” Helena sussurra, enquanto elas entram na residência, passam por alguns cômodos, sobem as escadas e finalmente chegam no quarto.
“Já podemos voltar a falar em tom normal. Tive que deixar meus chocolates escondidos no quarto porque toda vez que minha irmã fica ansiosa com provas, ela vem e rouba o chocolate da cozinha.” Enquanto Nicole comenta, coloca um vinil de MPB para tocar em sua vitrola personalizada.
“Hey, não vai acordar seus pais?” Helena questiona, preocupada.
“O quarto deles é lá embaixo, por isso viemos na ponta dos pés. Aqui não tem problema. Só tem o quarto da minha irmã ao lado.” Nicole tira as cervejas da bolsa e abre os chocolates. “Primeiro você deixa o chocolate derreter na boca e depois bebe a cerveja.”
“Espera, mas não tem o risco da sua irmã se incomodar e aparec-” Antes que Helena terminasse a frase, ouve-se três batidas fortes na porta e logo em seguida, uma garota furiosa aparece.
“Nicole, que saco! Eu já falei para você parar de botar música de noi-Helena?!” A garota se assusta e seu rosto se torna pálido.
“Thaísa?” Helena finge surpresa.
“Vocês se conhecem?” Nicole fica confusa.
“Veja bem, Nicole, só não coloca música alta, tá okay?” Thaísa franze a testa, tentando ignorar a existência de uma terceira pessoa no quarto.
“Está falando que nem nosso titio avô agora? Cuidado com a testa senão forma ruga, hein.” A irmã mais velha provoca, e Thaísa, dando-se por vencida, retira-se.
“Tio avô?” Helena questiona, já tendo ideia do que se passa.
“Achei que soubesse. Se conhece a Thaísa então provavelmente sabe que ela fala pelos quatro cantos sobre nosso parentesco com o excelentíssimo você-sabe-quem.”
“Bem, eu tinha uma certa ideia...” Helena confessa.
“Mas pelo susto que ela levou... vocês já tiveram alguma coisa?” Nicole pergunta com franqueza.
“Alguma coisa? Como assim?” Helena se assusta com o teor da pergunta. “Eu faço uma matéria com ela de noite, microbiologia, só isso. Por quê?”
“Não sei, a última vez que a vi fazendo essa cara era porque ela tinha visto uma ex namorada de tempos atrás e ficou morrendo de medo da menina contar para os nossos pais.”
“Espera... ela... é?!?”
“A Thaísa? Completamente! Fui amiga das duas ex`s dela, que foram as únicas pessoas que ela amou na vida, e ambas me disseram que o único problema era a autoaceitação, daí ela pinta todo um quadro hostil para tentar afastar qualquer suspeita.”
“E como ela faz pra ficar mantendo em segredo? Porque assim, nesses tempos de rede social fica fácil descobrir qualquer coisa.”
“Ela é extremamente cautelosa. Não sai ficando por aí, ou em baladas, nem cria perfis em aplicativos de relacionamento. Essas duas gurias entraram na vida dela e ficaram por um bom tempo até ela adquirir confiança. É um inferno de vida, se pensar bem, porque ela tem que estar vigilante a todo momento.”
“Mas nem as amigas mais próximas dela não sabem?”
“Provavelmente não, e eu só descobri justamente por causa da amizade que eu tinha com as duas ex’s dela.”
“E por que você está me contando isso?”
“Contando o quê? Nunca lhe contei nada...” Nicole abre um sorriso sarcástico.
“Você deve odiar sua irmã mesmo, hein...”
“Não a odeio, mas essa implicância dela em tentar ser uma garota dentro de padrões normativos me irrita, sendo que obviamente ela não nasceu para viver dentro de tais normas.”
“E você quer que eu faça o quê? Que conte aos amigos dela?”
“Dificilmente eles acreditariam, ela esconde bem e eles confiam nela. Porém ela é uma pessoa extremamente carente e dependente, e quando ela está amando se torna uma pessoa relativamente melhor. E por mais que eu não concorde com essa co-dependência intrínseca que boa parte da humanidade necessita para viver, ela precisa se apaixonar por alguém e parar de encher o saco ao viver para ser tão defecadora de regras.”
“Espera, você não está propondo de eu tentar seduzir sua irmã, né? Porque eu estou com a Pérola e você já sabe disso.” Helena responde, séria.
“Eu não tinha pensado nisso, meu plano era ter alguém que conhecesse o círculo dela para me indicar alguma garota e me ajudar no trabalho de cupido. Mas a ideia de você seduzi-la não é ruim, você faz bem o tipo dela, baseado nas últimas namoradas.”
“Eu acabei de dizer que estou com outra garota, Nicole. Fora de cogitação!”
“Eu queria que alguém pelo menos se aproximasse dela e dissesse que está tudo bem ser diferente. Não aguento mais essa chatice dela de querer seguir uma regra estúpida e ainda por cima tentar convencer os outros que o estilo de vida tradicional dela é o melhor a se seguir.”
“Bem, se o que ela precisa é de uma amiga que entenda como é ser lésbica, talvez eu possa tentar me aproximar. Com certeza minha namorada também adoraria ajudar. Mas como vamos conseguir isso? A garota mal quer sentar perto de mim, quanto mais conversar.”
“Essa parte você deixa comigo.” Nicole começa a elaborar um plano em sua mente.
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Ao pegar um táxi para casa, a primeira coisa que Helena fez foi ligar para a namorada e contar tudo o que ocorreu. Ela mal podia se conter com tantas notícias e novidades, e no meio acabou soltando sobre a surpresa de ir a São Paulo na semana seguinte.
“Espera, você comprou um ingresso para mim também?!” Pérola não se aguenta de felicidade. “Como você sabia que eu amo o vocalista do Matanza?”
“Eu tenho faro para essas coisas.” Helena brinca.
“Boba... e a respeito do plano dessa Nicole aí, vai funcionar mesmo?”
“Se vai, eu não sei. Só sei que eu e você teremos o papel mais importante, vamos tentar ensinar uma pessoa do mais alto grau de autopreconceito a se aceitar.” Apesar de empolgada, Helena sente a responsabilidade sobre si e recebe a missão de bom grado.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
rhina
Em: 03/09/2020
Boa noite.
Grandes novidades. Nicole.....Assexual e arromantica.
Thaisa......Lesbica que não se aceita e defende idéias e postura totalmente contrária ao que ela é.
E para variar Helena está neste círculo pelos próximos movimentos. Uma gama de coisas pode acontecer a partir daí.
Rhina
Resposta do autor:
Creio que você já passou pelo capítulo de evolução de Thaísa, confesso que foi um dos que mais gostei de escrever ao longo da história!
E Helena, logicamente, não poderia ter ficado de fora dessa...
Beijão!!
Brescia
Em: 14/10/2019
Boa tarde mocinha.
Essa Helena está sempre combinando alguma coisa,rs. Acho válido que ela e a Pérola tentem ajudar a Thaísia, mas será que ela ficará contente com isso?
Baci piccola.
Resposta do autor:
haahuahuaha Helene sempre se metendo em confusão...e realmente, as vezes as pessoas se esquecem em checar como os outros se sentem, apesar das boas intenções!
Beijão e te aguardo nos próximos feedbacks ;)
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