Capítulo 47
Capítulo 47
Quando saíram do quarto de Giovanna e Carolina, Diego e Amélia chamaram o senhor Niko e a senhora Pepa. Informaram que Beatriz havia acordado, mas não se lembrava de nada. Não reconhecia as pessoas e pediu para eles terem cuidado ao dizer algo a ela. Senhor Niko e a senhora Pepa, informaram aos outros empregados da casa o que tinha acontecido e pediram para todos serem discretos ao tratarem com a dona da casa.
Assim que saiu do quarto, Giovanna começou a caminhar pelos corredores da casa, olhando tudo à sua volta. Não reconhecia absolutamente nada daquele local e nem ao menos sabia onde estava. Encontrou com uma moça no caminho, que veio ao seu encontro e se jogou em seus braços, enlaçando seu pescoço e a beijando nos lábios.
- Meu amor! Que bom que está bem! Pensei que não acordaria mais!
Giovanna empurrou a moça e se soltou dos braços dela.
- Quem é você? Está maluca me beijando? Não sabe que minha mulher está aqui?
- Não se lembra de mim? Sou eu, Indra! Nós nos amamos, somos namoradas há dez anos, desde que eu tinha treze e você vinte e dois, não se lembra? Beatriz sou eu! - Indra fingia estar magoada com o esquecimento da mulher.
- Não me lembro de você! Não sou Beatriz, sou Giovanna! Não posso ser sua namorada, minha mulher está naquele quarto! - Giovanna apontava para o quarto que havia saído e estava em desespero, ela tinha uma amante e não sabia, e pior, ela estava na mesma casa que sua mulher. Isso não estava certo. Não sentia nada pela mulher que a beijou, não sabia o que fazer.
- Beatriz, não diga isso! Sempre nos amamos, você não se lembra que fomos o primeiro amor uma da outra, você foi a única pessoa até hoje que tocou em meu corpo? - Indra fingia que chorava, queria destruir a relação de Beatriz com Carolina, para ter Beatriz só para si. Giovanna estava paralisada no meio do corredor.
Diego que subia as escadas e percebeu a maldade da moça a segurou pelo braço e a levou para um dos quartos. Giovanna foi atrás seguindo os dois.
- Indra, para com isso! Você está louca? Não ouviu o que eu disse sobre não falar nada para a Beatriz, muito menos mentiras, como estas? - Diego apertava o braço da moça que começou a gritar olhando para Giovanna.
- Meu amor, não acredite neles, eles querem te enganar, querem que você acredite ser uma pessoa que não é! Eu sou a sua verdadeira mulher! Estamos juntas há dez anos! Eu a amo! Beatriz me escute! Eles querem te usar! Você não tem outra mulher, eu sou a sua única mulher! - Indra chorava e tentava se soltar do aperto que Diego dava em seu braço.
Carolina despertou ouvindo uma discussão no corredor, viu Diego arrastando uma das funcionárias da casa para um quarto e Giovanna seguindo os dois. Ao se aproximar do quarto que estava com a porta entreaberta, ouviu tudo o que a mulher gritava.
Carolina abriu completamente a porta e Indra fez uma expressão de medo. Carolina atravessou o quarto, reuniu todo o seu ódio pelas frases que ela disse e desferiu um soco no rosto da mulher. Que virou o rosto violentamente com o impacto e se calou imediatamente. Agora ela choraria com razão de fazê-lo.
- Sua mentirosa! Porque está fazendo isso? - Carolina segurava no outro braço da mulher e a sacudia.
Giovanna que estava encostada na parede do quarto, com os olhos muito abertos e a expressão de pânico, olhando toda aquela cena e para Carolina e Diego. Saiu correndo e desceu o mais rápido que pode as escadas que davam para uma imensa sala. Sentia que estava sendo enganada por alguém e que corria perigo. Tinha acreditado em tudo que Carolina e Diego contaram, mas agora não sabia mais em quem confiar, eles a chamaram de Beatriz também. Estava se sentindo perdida, enganada.
Olhou para os lados e achou uma porta de saída, correu o mais rápido que podia. Não sabia o que estava acontecendo, mas sentia que precisava sair daquele local urgentemente.
Diego e Carolina largaram os braços da moça e correram atrás de Giovanna, Diego corria na frente e Carolina o seguia um pouco atrás.
Indra ficou parada com a expressão séria e passando a mão no rosto dolorido pelo soco.
Giovanna começou a correr em direção ao penhasco que tinha na parte esquerda da casa e que ela não se lembrava que existia ali. Corria e olhava Diego a seguindo e corria mais, olhava para trás e corria mais ainda. Não sabia para onde estava indo. Diego aumentou o ritmo e saltou sobre Giovanna, a derrubando e a jogou contra algumas pedras, eles pararam a poucos metros da beirada do penhasco, mas se livraram da queda fatal.
Diego ficou ajoelhado ao lado de Giovanna, após alguns segundos ela se sentou e colocou a mão na cabeça e sentiu algo quente descendo de seu curativo. Olhou para a mão e viu o sangue, depois piscou algumas vezes, balançou a cabeça e viu Carolina chegando. Conseguiu dizer uma única palavra.
- Carolina? - E perdeu novamente os sentidos.
Diego a apoiou para não bater novamente a cabeça e a suspendeu no ar. Carolina e Diego levaram-na para a casa. Todos os funcionários da casa que viram a cena dos três correndo não compreendiam nada. Sabiam apenas que Beatriz havia se machucado e estava desmaiada.
Diego colocou Giovanna no sofá da sala e Pepa veio ao encontro dos dois com panos limpos. Carolina pediu para Hermes pegar sua valise na suíte principal, o rapaz subiu, entregou a valise e desapareceu em direção a cozinha juntamente com seu pai.
Carolina retirou o curativo e percebeu que haviam rompido três pontos, preparou novamente os materiais e realizou a sutura. Limpou novamente o local e fez um novo curativo.
Após algum tempo que terminou o curativo, ela viu Giovanna abrindo os olhos, ainda lentamente.
- Carol? - Giovanna disse ainda um pouco zonza.
Carolina sorriu, pois adorava aquele tom de voz tenro e a forma como Giovanna a chamava.
- Oi amor, estou aqui! - Carolina acariciava o rosto de Giovanna.
- Diego? O que aconteceu? - Giovanna sentou no sofá e sentiu uma pontada forte na cabeça. Fez uma expressão de dor e levou a mão ao local. Sentiu um curativo e viu os panos e o sofá sujos de sangue. Olhou para o lado e estranhou o local onde estava.
Abriu os olhos em desespero e sem entender nada.
- Como vim parar na Grécia? Não estávamos no Rio de Janeiro?
Carolina soltou um suspiro de alívio, fechou os olhos e abraçou Giovanna, que a olhava sem entender nada e olhava para Diego que sorria.
- Que bom que você está de volta Fênix! - Disse Diego aliviado por ter sua amiga de volta.
Giovanna apertou Carolina nos braços, acariciando suas as costas e beijando sua testa.
Carolina permanecia nos braços de Giovanna com os olhos fechados e feliz por ter a sua amada de volta.
Os funcionários foram dissipando, ficando apenas, Diego e Carolina com Giovanna sentada no sofá.
Quando todos saíram, Giovanna levantou o rosto de Carolina e deu um beijo em seus lábios. Ela ficou olhando Carolina e sorrindo, acariciando seu rosto.
Depois ela falou. - Gente, agora vocês podem me explicar tudo o que aconteceu?
Carolina estava ansiosa, se soltou dos braços de Giovanna, ficou em pé andando de um lado para o outro, gesticulando e tentou explicar tudo o que tinha ocorrido.
- Aconteceu amor, que você caiu no meu quarto e bateu a cabeça, tiramos você do Rio de Janeiro e te trouxemos para cá, você acordou e não se lembrava de nada. Aí a sua empregadinha muito safada, a Indra, disse para você, que vocês eram amantes há dez anos. Eu dei um soco nela e você saiu correndo e o Diego te pegou a tempo, senão você cairia em um penhasco... Ufa! - Suspirou Carolina e puxou o ar que havia perdido pela fala ao terminar de desabafar tudo o que tinha acontecido. Sentou-se novamente ao lado de Giovanna.
Diego ficou com a boca aberta ao ouvir o desabafo rápido de Carolina e achou graça da forma como Giovanna parecia perdida.
Giovanna estava com a expressão de quem não havia entendido absolutamente nada, mas preferiu não dizer isso à Carolina, pois ela estava nervosa e não queria que ela repetisse tudo aquilo.
- Tá, péra ae, vamos voltar ao começo. Como saímos do apartamento da Carolina? - No momento que Carolina ia falar Diego a interrompeu. - Deixa que eu explico!
- Eu liguei para a Amélia e pedi para ela ligar para o seu piloto pedindo com urgência um vôo, depois arrumamos as malas. Assim que Amélia confirmou que o avião tinha chegado, eu liguei para a polícia e disse que era um morador de Ipanema e tinha percebido movimentações suspeitas em dois carros e tinha visto armas. Descemos e quando a polícia chegou e cercou os carros dos capangas do Roberto nós saímos do prédio e embarcamos no vôo para cá. - Diego falava calmamente, para Giovanna compreender.
- Hummmm... Perfeito Tigre! Ta aprendendo, hein? - Giovanna ria e Diego apertou os olhos fingindo estar bravo pela brincadeira. - Logo, logo você fica craque nesse negócio, maninho! - Terminou de provocar o amigo. Diego deu um soco de leve no ombro de Giovanna que fingiu sentir dor e deitou a cabeça no ombro de Carolina. Que a abraçou.
Ela levantou a cabeça e se lembrou das provas contra Roberto.
- Mas, agora falando sério, cadê o relógio? - Ela perguntou e olhou para eles. Diego coçou a cabeça e disse. - Está no Rio de Janeiro!
- Putz!!! - Giovanna apertou os olhos. - Que droga! Será que entraram o apartamento de Carolina?
- Ai, tomara que não! Me dá um pavor imaginar alguém invadindo meu apartamento! - Carolina fazia uma expressão triste.
- Bom, vamos ter que voltar lá para saber! - Concluiu Diego.
- Mas só depois que Giovanna se recuperar um pouco! - Pediu Carolina.
- Tudo bem! Vamos esperar uns dias! Aqui estamos seguros. - Disse Giovanna.
Ficaram mais alguns minutos no sofá, Amélia se juntou a eles. Falaram sobre o machucado na cabeça dela, a amnésia, e tudo o que tinha ocorrido desde que chegaram à ilha. Giovanna ficou sabendo que Carolina cuidou dela o tempo todo e a abraçou e beijou mais vezes. Estava feliz por tê-la junto a si.
Nesse momento ouviram-se choros de criança e Carolina se lembrou das filhas que estavam sozinhas no quarto. Giovanna também não havia se lembrado de perguntar pelas filhas. Carolina levantou, sendo seguida por Giovanna que a acompanhou até a suíte, queria muito poder ver as filhas, se lembrava dos poucos minutos que viu as bebezinhas em Ipanema, mas quando chegaram ao local, ficaram aterrorizadas.
Fim do capítulo
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