Capítulo 29
Capítulo 29
Eles caminharam até a Frontier e Diego saiu de perto de Carolina para dar instruções aos seus homens e fazer ligações.
Carolina ficou completamente absorta em pensamentos sobre tudo que fora revelado. Aos poucos ela foi ligando as peças do quebra-cabeça. O fato de Giovanna nunca dizer a empresa em que trabalhava, a história que descobriu no Sítio que Giovanna era órfã e fora criada por um amigo de seu pai, ela era mestre de terceiro Dan em Kung Fu, o fato dela ter se machucado e dizer que tinha sido vendo a chácara, ela falando chinês, o fato de Virginia revelar que Giovanna consumia anabolizantes e ela negando dizendo que não era intencional, tudo agora fazia sentido para Carolina.
A única coisa que a deixava desesperada era saber que Giovanna era uma assassina, que já havia matado centenas de pessoas e participado de atentados e explosões; ela só cometeu os assassinatos contra membros do IRA, mas isso não era desculpa alguma, ela não deveria ter matado aquelas pessoas, por piores que fossem.
Mas ao mesmo tempo se lembrou e se sensibilizou por Giovanna, uma vez que ela não pôde escolher o que fazer, fora criada para ser uma máquina de matar, uma pessoa dura em sentimentos, ela havia começado a aprender essas coisas aos cinco anos. Tudo isso a fez comparar com a Giovanna carinhosa e cuidadosa, delicada e gentil que tinha ao seu lado esse tempo todo e entendeu que talvez existisse uma Giovanna que era uma assassina, mas sem dúvida alguma, existia também uma Giovanna que era uma mulher maravilhosa. O brilho de amor que via nos olhos de Giovanna era sincero e todos os seus amigos viam esse mesmo brilho e já haviam até comentado. Ela só precisava receber carinho e atenção, como talvez nunca tivera em sua vida. Carolina amava Giovanna e estava disposta a viver ao lado dela, se ela concordasse e quisesse realmente mudar e parar com essa loucura toda.
Carolina foi interrompida de seus pensamentos ao ver a movimentação de dois veículos que estacionavam ao lado da Frontier. Eram dois furgões e o que viu saindo de dentro dele, poderia ser classificado como uma movimentação de tropas especiais, dos melhores exércitos do mundo. Eram pelo menos dez homens em cada veículo, os homens estavam fortemente armados e com coletes à prova de balas, roupas especiais, coturnos, aparelhos de comunicação nos ouvidos e microfones finos perto do rosto, depois colocaram gorros que permitiam ver apenas seus olhos, lanternas, e diversos aparelhos que ela não fazia a menor ideia para que serviam, mas com certeza deveriam ajudar a localizar Giovanna. Carolina se assustou um pouco, mas por fim ficou feliz em saber que tudo isto seria usado para chegar até onde Giovanna estivesse.
Nesse momento sentiu um medo enorme, e se Giovanna já estivesse morta? E se o louco de seu ex-marido houvesse matado Giovanna? Carolina se desesperou. Precisava estar perto para poder encontrar Giovanna, tocá-la. Aproximou-se de Diego que acabara de sair do Furgão, onde trocou o terno por uma calça com diversos bolsos e uma camiseta preta e estava colocando o colete a prova de balas.
- Diego eu vou com vocês! – Disse decidida e com expressão séria, o encarando.
Ele a olhou com carinho. Segurou em suas mãos e disse suavemente – Eu entendo que você está preocupada com ela, mas Carolina, sua presença ali mais atrapalharia do que ajudaria! Por que eu teria que deixar homens cuidando de você, pode haver alguns bandidos no local, que queiram usar você como moeda de troca. Você fragilizaria o nosso grupo. Nesse momento, quanto mais meus homens possam agir com frieza e rapidez será melhor e também preciso de todos procurando Giovanna!
Carolina não teve como contra-argumentar. Ele tinha total razão. Ela só atrapalharia e seria um ponto vulnerável para eles. Abaixou a cabeça vencida, deixando lágrimas descerem livremente pela bela face. E recebeu um abraço acolhedor de Diego.
Ele a soltou e segurou em seus ombros e disse suavemente, vendo as lágrimas que desciam pela face da mulher, que era o amor de sua querida amiga e irmã. - Minha querida, você vai para a minha casa, ficará com a minha esposa, lá tem o centro de comando, você poderá ouvir tudo que nós falamos pelos nossos transmissores, que são ligados diretamente ao centro. Assim que conseguirmos resgatá-la a levarei diretamente para lá. Se acalme! Em breve ela estará em seus braços!
Diego mandou dois homens levarem Carolina com a Frontier para sua casa e fazer a guarda dela e do local.
Após a partida do veículo, Diego reuniu os outros vinte e três homens que estavam ali, separou as atividades que cada um executaria conforme suas especialidades, entraram nos furgões e partiram para o porto do Rio de Janeiro, às margens da Baía de Guanabara.
Aguardaram anoitecer e assim que desceram dos veículos, eles se dividiram em seis equipes com quatro homens em cada uma delas. Cada equipe teria um líder e Diego estava no comando geral das operações. Eles teriam que procurá-la em quase seis mil metros de instalações, sem contar milhares de containeres que estavam no local. Mas graças ao bilhete de Giovanna, eles só teriam que buscar nos barcos, traineiras e guindastes que emitissem apitos, essa era a dica para procurar em suas proximidades, o que reduzia consideravelmente a busca. Poderia ser que Giovanna não estivesse realmente dentro de um barco, mas utilizou a palavra para dar a dica de onde encontrá-la.
Eles renderam os seguranças do porto, prendendo-os em um galpão. Todos foram amordaçados, vendados e dopados com éter para adormecerem e não chamarem a atenção.
As equipes checaram os guindastes, os galpões e dois dos três navios cargueiros que estavam ancorados e aguardando a retirada de containeres. Abriram todos os containeres dos navios.
Iniciaram a busca no último navio, a equipe de Diego e a de Vásques um chileno que era especialista em explosivos. A equipe de Vásques abriria os containeres e de Diego checaria as instalações do navio.
Carolina chegou a uma casa que ficava no alto da estrada do Joá, a casa por fora parecia uma mansão e por dentro era uma verdadeira fortaleza, com cães e homens armados, uma torre com uma antena escondida, entre a mata nativa da floresta que ficava no fundo e guaritas camufladas. Ela foi conduzida pela lateral da casa e desceu dois níveis até um porão.
Quando entrou, uma mulata muito bonita estava sentada em uma das cadeiras. Ela estava grávida e mesmo com uma barriga, já um tanto quanto avantajada, permanecia com a voz firme, dando instruções aos homens e repassando orientações das movimentações para a equipe do porto. No momento que viu Carolina entrar ela se apresentou.
- Olá Carolina, muito prazer! – Ela disse calmamente, levantou e estendeu a mão para Carolina que a segurou por um breve momento. – Sei que você não me conhece. Meu nome é Amélia. Sou esposa de Diego e a responsável pela comunicação nesta operação.
- Oi Amélia, desculpe, mas para mim não está sendo agradável isso tudo, não!
- Eu compreendo! Preciso apenas que você não interfira em nada e aguarde tudo se acertar. Giovanna se preocupou muito com você e nos pediu para protegê-la constantemente. Logo que tudo isso acabar, vocês duas poderão conversar e esclarecer os fatos. – Ela voltou a sentar com um pouco de dificuldade pelo tamanho do ventre.
- Você acredita que ela ainda está viva?
- Eu acho que sim! Eles invadiram o apartamento dela hoje de manhã. Localizaram as maletas, mas não o cofre secreto. Com certeza querem ter certeza que não sobrou prova alguma.
Carolina ao ouvir aquilo, levou a mão ao rosto. – Meu Deus! O apartamento dela?
- Sim! Mas Giovanna tinha instalado um sistema de câmeras paralelo que conectou com as nossas câmeras e um alarme infravermelho silencioso, que apenas nós poderíamos detectar. E o cofre ainda está intacto. Por isso acredito que ela ainda tem valor para eles. Até localizarem todas as informações eles a manterão viva. – Amélia apontou o monitor, causando indignação em Carolina ao ver cenas de seu apartamento, sua clínica com a recepcionista e Jéssica no consultório, o apartamento de Giovanna e inacreditavelmente o sítio. Se revoltou com todas aquelas imagens.
- Quem instalou essas câmeras?
- A maioria foi a própria Giovanna. E algumas outras meus homens! – Amélia disse calmamente, sem perder o foco em um monitor.
Carolina se aproximou dela e viu que ela via uma imagem em movimento. - O que é isso? – Perguntou curiosa sobre as imagens que via.
- Essas câmeras que você vê nesses seis monitores, são as câmeras dos membros das equipes que estão no porto. Cada equipe tem um homem com uma micro câmera no capacete. – Ela apontou para um monitor e informou. – Essa daqui é a do Diego!
Carolina via uma imagem balançando e algumas vezes movimentando muito rapidamente, sem foco. Mas compreendia que ainda não estava acontecendo nada de especial. – Eles ainda não conseguiram localizá-la?
- Ainda não! Faltam apenas dois galpões e um navio. Todo o resto já foi checado e ainda não temos nada.
- Tomara que a localizem!
- Tenha fé Carolina. Olha, vou colocar no viva voz para você acompanhar conosco o que os homens estão falando. – Dizendo isso Amélia apertou um botão e o som invadiu o ambiente. Não era muito alto, mas eram ruídos de respirações e códigos, outras vezes uma linguagem estranha que Carolina desconhecia.
Amélia vendo as expressões dela, disse. – É uma linguagem militar, mas quando acontecer algo importante eu direi a você!
- Obrigada! Realmente não estou compreendendo nada!
Amélia sorriu e retornou para a comunicação.
Fim do capítulo
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Andreia
Em: 16/09/2024
Nossa pq a Carol não escutou a Gio ela tá passando por td isso por culpa da Carol e ainda descobriu q o ex marido tá por trás de td de mal e agora tomara q eles achem a Gio logo e salva ela e depois ela dá o troco muito mais dolorido p eles por td q ela passou abraços.
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