Esconderijo por Lou
Capítulo 19 - Tudo resolvido... ou não!
Vitória não queria confessar para si mesma, mas estava sentindo falta de Rebecca. Pensou em procurar seu antigo amor, porém desistiu já que tinha se acertado com Laísa e não queria magoar novamente a loira.
Mas como as coisas nem sempre saem como planejado, naquela segunda-feira, enquanto estava sentada no sofá de sua sala concentrada em alguns papéis importantes, Vitória ouviu a porta de sua sala sendo aberta e reconheceu o perfume de Rebecca antes mesmo de olhar e se certificar de quem estava entrando.
- É incrível como o tempo só te deixou ainda mais linda. – Rebecca sorriu ao entrar e se deparar com Vitória tão concentrada. – Aliás, você sempre fica linda quando está concentrada dessa forma.
Vitória observou bem a mulher, admirando sua beleza e percebendo que poderia repetir aquele elogio sobre o tempo a ruiva.
- Oi, Rebecca. – Vitória não conseguiu evitar um sorriso tímido. – Não esperava você por aqui.
- Bom, eu prometi te dar algum tempo, não é? – Rebecca se aproximou e sentou na ponta do sofá. – Espero não ter feito mal por aparecer, mas senti sua falta.
- Não fez mal, apenas me surpreendeu. – Vitória começou a juntar alguns papéis na tentativa de não ficar encarando Rebecca. – O que te trouxe aqui?
- Antes de mais nada, saudade de você. – Rebecca falou deixando Vitória sem jeito. – Mas também vim te convidar para um café, uma taça de vinho, um jantar, qualquer coisa que me dê um pouco da sua companhia.
Vitória levantou procurando se afastar de Rebecca, já que aquelas palavras foram suficientes para lhe causar sensações.
- Sinceramente, Rebecca, eu não sei se devo.
- Eu só quero conversar com você, Vitória. Sobre aquela proposta de emprego que recebi, eu já tenho a minha decisão.
Vitória ficou curiosa para saber o que a ruiva havia decidido, mas ao mesmo tempo sabia que não seria bom voltar a se aproximar dela.
Rebecca percebeu a hesitação da morena e se aproximou, ficando frente a frente.
- Eu só quero uma chance de conversar com você.
- Não posso sair daqui agora, Rebecca. Como você pode ver, estou cheia de trabalho por aqui. – Vitória apontou para sua mesa, tentando se esquivar do convite. – E aqui também não é um bom lugar para conversarmos, eu prefiro que você vá embora. Depois eu te procuro e nós conversamos.
- Tudo bem, não tenho intenção de atrapalhar seu dia de trabalho. Posso te pedir uma coisa antes de ir embora?
Vitória tentava reprimir suas vontades e ser indiferente, mas estava cada vez mais difícil negar o efeito de Rebecca sobre si. Fez que sim com a cabeça.
- Me deixa te abraçar? – Rebecca segurou as mãos de Vitória, percebendo que estavam levemente suadas. – Eu sinto como se o seu cheiro fosse um ímã que me puxasse para você.
Vitória simplesmente fez que sim com a cabeça novamente, sem força e sem vontade de negar aquele pedido.
Finalmente, depois de quase uma década de distância, Vitória e Rebecca se abraçaram, num carinho apertado, como se procurassem gravar na pele o contato dos dois corpos.
- Eu senti falta disso diariamente! – Rebecca não se afastou, as duas mantiveram as testas coladas, sentindo apenas a respiração uma da outra. – Vou te esperar no meu hotel hoje a noite.
As duas estavam tão conectadas naquele abraço que sequer notaram que a porta da sala de Vitória havia sido aberta outra vez e dessa vez quem entrou foi Laísa.
A loira viu aquela cena e não se agradou nem um pouco por se deparar com sua namorada naquele abraço que parecia tão íntimo com aquela mulher até então desconhecida.
- Vitória? Estou atrapalhando alguma coisa?
Vitória teve um sobressalto ao escutar a voz da namorada e rapidamente se afastou de Rebecca, que ficou apenas observando a loira para entender quem era ela.
- Oi... Oi Laísa. – Vitória falou tentando não transparecer seu nervosismo. – Claro que não está atrapalhando. Você precisa falar comigo?
Laísa estranhou a frieza que notou na atitude da namorada, o que a deixou ainda mais intrigada com aquela mulher que a encarava como se nada de anormal estivesse acontecendo.
Vitória, por outro lado, tentava agir da maneira mais normal possível, tentando evitar que Rebecca percebesse a relação entre ela e Laísa, já que não sabia o que a ruiva poderia falar na frente de sua namorada.
- Não era nada demais, posso voltar outra hora. – Laísa falou se sentindo indiferente naquela sala.
- Não precisa, eu já estou de saída. – Rebecca finalmente falou alguma coisa. – Vitória, pense no meu pedido.
As duas observaram Rebecca sair da sala sem dizer mais qualquer palavra.
Laísa ficou encarando Vitória, esperando uma explicação para aquilo, mas ela não sabia bem o que dizer, só tinha a certeza de ter magoado novamente sua namorada.
- Você não acha que eu mereço uma explicação para o que acabei de ver? – Laísa perguntou já irritada pelo silêncio de Vitória.
- Você vai acreditar se eu disser que nada demais aconteceu aqui?
Vitória tentou se aproximar de Laísa, percebendo que sua namorada não estava nada satisfeita. Mas não sabia bem como explicar qualquer coisa para Laísa, sendo que ela mesma não entendia aquilo tudo.
- Realmente, não sei mais no que devo acreditar, Vitória. – Laísa falou chateada e sentou-se no sofá. – Não é a primeira vez que eu me deparo com você numa situação íntima demais com outra mulher, é difícil continuar de olhos fechados quando você não faz a menor questão de esconder as coisas.
Vitória estava tão confusa com a volta de Rebecca e seus próprios sentimentos, tudo estava à flor da pele, que se irritou com o que ouviu de Laísa.
- Esconder o que, Laísa? Você não viu nada demais e já está tirando conclusões precipitadas. – Falou nervosa enquanto andava pela sala. – Eu nunca escondi de ninguém a vida que eu tinha antes de você e sei que já lhe contaram coisas sobre mim, não venha agora falar como se tivesse descoberto um monstro.
- Como quer que eu aja depois de entrar aqui e ver você quase beijando aquela mulher? –Laísa cobriu o rosto com as mãos e respirou fundo, tentando não se exaltar. – Aliás, quem é aquela mulher?
- É só alguém do passado. Alguém sem importância alguma! – Vitória falou tentando convencer Laísa e a si mesma.
- Não foi o que pareceu. Isso está ficando cansativo, Vitória!
Laísa se referia ao relacionamento das duas, que parecia sempre estar entre altos e baixos. Vitória entendeu isso.
- Eu preciso de um tempo. – Vitória falou encarado a namorada. – Preciso de um tempo para resolver essa situação.
- Como você quiser, Vitória...
Vitória observou a namorada sair de sua sala sem dizer mais nada. Não queria que nada daquilo estivesse acontecendo e sabia que precisava consertar as coisas antes que perdesse Laísa. Por outro lado, não conseguia evitar todas as sensações que a proximidade de Rebecca causavam em seu interior.
Laísa foi para sua sala, mas não conseguia voltar ao trabalho. A loira estava emocionalmente cansada, com todos os problemas de saúde do pai não conseguia descansar sua mente e aquela situação com Vitória a esgotou ainda mais.
Pensou e resolveu arrumar suas coisas e ir para casa. Mesmo não gostando de misturar seu relacionamento com suas obrigações no escritório, depois da breve discussão com Vitória, a loira não tinha mais cabeça para continuar tentando trabalhar.
Assim que a loira chegou em casa, resolveu tirar a noite para descansar seu corpo e sua mente, afinal ainda era segunda-feira e teria que ir para o congresso anual naquela semana.
Laísa tomou um banho demorado, deixou a água cair sobre sua cabeça na tentativa de levar embora seus pensamentos ruins, e deitou em sua cama procurando um filme que a relaxasse.
Acabou escolhendo um filme de comédia que adorava, mesmo já tendo assistido diversas vezes, mas funcionou, em poucos minutos de filme já estava sentindo seu corpo relaxar e o sono chegar, mas quando estava finalmente cochilando foi interrompida pelo toque seu celular.
Até pensou em não atender a ligação, mas viu que era sua mãe quem a ligava e poderia ser algo importante.
- Filha, vem pro hospital, seu pai vai ser operado. – Adriana estava num misto de euforia e preocupação do outro lado da linha.
Laísa sentou na cama surpresa e processando aquela notícia.
- Agora? Meu pai está bem? Encontraram um doador compatível? – Laísa falava já nervosa.
- Ele está bem, filha, se acalme! Adriana tentava acalmar a filha, mas ela mesma estava andando de um lado para outro no hospital. – Sim, os médicos acabaram de confirmar a compatibilidade. Venha para cá, suas irmãs também virão, aqui nós conversamos melhor.
- Tudo bem, daqui a pouco estarei aí.
Laísa se arrumou em questão de segundos e partiu para o hospital.
O resto da noite foi corrido. Tudo aconteceu às pressas, já que a situação de Marcelo era delicada e urgente. Adriana explicou para a filha que assim que surgiu um doador, a equipe médica que acompanhava Marcelo se reuniu e, após atestar a compatibilidade entre eles, iniciaram todo o protocolo para que a cirurgia fosse feita ainda naquela noite.
Laísa e as irmãs mesmo aflitas tentaram dar todo apoio à mãe, que estava muito nervosa e preocupada.
Em um momento, enquanto aguardava notícias da cirurgia de seu pai, Laísa se afastou um pouco de todos e seus pensamentos foram parar em Vitória. Apesar daquela discussão, queria que a namorada estivesse ali ao seu lado.
Laísa olhou as horas e percebeu que não estava tão tarde assim, então resolveu ligar para a namorada, mas suas três ligações não foram atendidas.
Por um segundo, lembrou-se de Ana Júlia e pensou em ligar para ela, gostaria de ouvir sua voz naquele momento, mas desistiu, já que além da diferença de fuso horário, provavelmente também não seria atendida.
Chateada, a loira voltou para perto da família e abraçou sua mãe.
…
Vitória saiu do escritório naquele dia disposta a ter uma conversa definitiva com Rebecca, não poderia seguir com aquela situação confusa que só vinha lhe trazendo problemas.
Mesmo disposta a pôr um fim naquela aproximação, não conseguiu evitar que a ansiedade lhe consumisse.
Depois de tomar um longo banho e se arrumar, Vitória partiu rumo ao hotel onde Rebecca estava hospedada.
Assim que parou em frente ao hotel, Vitória sentiu suas mãos suarem e seu coração acelerar. Olhou o celular uma última vez, respondeu algumas mensagens e guardou o celular no compartimento do carro.
- Calma, Vitória, fique calma! – Disse para si mesma antes de finalmente sair do carro.
Vitória foi até a recepção, para sua surpresa, a recepcionista informou que Rebecca pediu para que ela subisse até o quarto e não fosse ao restaurante.
Na porta do quarto, Vitória respirou fundo e tomou coragem para bater na porta.
- Eu não canso de me surpreender com o quanto você fica mais linda a cada dia. – Rebecca falou galante assim que abriu a porta e se deparou com Vitória, que também a olhava admirada. – Por favor, entre. Pedi que nosso jantar fosse servido aqui na varanda do quarto.
Vitória entrou em silêncio. Tentava controlar a emoção de estar novamente dentro de um quarto na companhia de Rebecca, que naquele momento parecia ainda mais linda e atraente do que se lembrava.
- Aceita uma taça de vinho?
Vitória não conseguia tirar os olhos da ruiva, estava envolta numa áurea de nostalgia e encantamento.
- Sim.... Sim, aceito! – Falou hesitante. – Você falou sobre já ter decidido aceitar ou não seu emprego aqui.
- Vamos falar sobre isso mais tarde? – Rebecca sugeriu ao entregar a taça para Vitória. –Fiquei muito feliz por ter vindo, achei que fosse desistir depois daquela situação na sua sala mais cedo com sua namorada.
Vitória fez uma careta ao perceber que ficou claro seu relacionamento.
- Eu precisava resolver essa situação, Laísa não tem nada a ver com isso. – Vitória falou sem querer falar sobre a namorada.
- A última coisa que quero é falar sobre outra pessoa, hoje só você me importa. – Rebecca sentou-se em um pequeno sofá que tinha no quarto e fez sinal para que Vitória sentasse ao seu lado. – Me conta, o que você fez depois da minha partida, como foi sua vida nesses anos?
- Depois da sua partida as coisas ficaram um pouco complicadas para mim. – Vitória sentou ao lado de Rebecca e respirou fundo, deixando as lembranças chegarem. – Eu aprontei muito, magoei pessoas, principalmente Ana Júlia e minha tia Marta.
Rebecca segurou uma mão de Vitória e passou a fazer um leve carinho.
- Além da minha faculdade, nada mais parecia fazer sentido. Acabei de envolvendo com pessoas erradas, me envolvendo em algumas encrencas, as coisas só não foram piores por causa da tia Marta. – Vitória contou lembrando da tia, que fora o mais próximo de uma mãe que ela teve. – Ela tentou de todas as formas me ajudar, até que um dia eu cheguei em casa bêbada, depois de dois dias sem dar notícias, e ela foi me dar uma bronca por isso, disse que me amava como uma mãe, mas que não sentia orgulho do que eu estava me tornando, o que me irritou muito. Acabei falando que ela não era minha mãe e deveria me deixar viver. Acho que nunca havia a chateado tanto. Foi aí que tio Alexandre resolveu intervir e ligar para os meus pais.
- Você realmente pegou pesado. – Rebecca comentou e encheu mais uma vez as taças que já estavam vazias. – E aí seus pais chegaram e tudo piorou?
Vitória sorriu triste ao lembrar da situação.
- Na época meus pais estavam morando na Espanha. Meu pai apareceu, minha mãe sequer se deu ao trabalho de ir até lá, mas às vezes eu penso que seria melhor que ele também não tivesse ido. – Vitória tomou de uma só vez o vinho em sua taça. – Meu pai me disse coisas horríveis, jogou na minha cara que se não fossem pelos meus tios eu não teriam ninguém por mim e, com suas próprias palavras, garantiu que se Vítor estivesse vivo ele não seria o desgosto que eu era para meus pais. Eu estava no último período da faculdade, foi então que resolvi voltar para o Brasil e me virar sozinha.
Quando terminou seu desabafo, Vitória sentia seu corpo mais leve. Não sabia se já era efeito do álcool ou se estava mais leve por estar se abrindo sobre aquilo pela primeira vez.
- E quando chegou aqui resolveu abrir o escritório? – Rebecca perguntou incentivando Vitória a se abrir ainda mais.
- Sim, achei que deveria começar algo por mim mesma, sair da aba da minha tia, que estava assumindo problemas que não eram dela. Mas, como esperado, ela foi quem mais me ajudou em tudo no início e também fez com que eu aceitasse trabalhar com Ana Júlia.
- Ana Júlia sempre foi tão especial, sua mãe não seria diferente.
O comentário de Rebecca, mesmo sem qualquer malícia, causou um certo incômodo em Vitória.
- Tem uma coisa que eu não entendi ainda. – Rebecca fez sinal para que Vitória prosseguisse, entendendo que ela faria alguma pergunta. – Você sempre soube que eu e Ana Júlia éramos primas, por que levou aquilo adiante?
Rebecca pensou um pouco antes de finalmente responder.
- Eu gostava de vocês, de modos diferentes, mas gostava das duas. E, sim, eu fui muito egoísta, mas era bom. Você sempre foi adrenalina, emoção, paixão, enquanto Ana Júlia era carinho, cuidado e calmaria.
Vitória passou a mão pelo rosto, enxugando uma lágrima que fugiu de seus olhos.
- Você disse que gostava das duas de modos diferentes. – Rebecca confirmou com a cabeça. – De quem você gostava mais?
Rebecca percebeu a insegurança presente naquela pergunta e o quanto Vitória já estava vulnerável ali na sua frente. Antes de responder, preencheu o vazio das taças e acabou com a distância que ainda havia entre as duas.
- Bom, eu estou aqui com você, não é? – Rebecca passou levemente os dedos desenhando os lábios de Vitória e aproximou-se ainda mais. – Então você já tem a resposta de quem é a minha preferida.
Vitória encarou Rebecca e se deixou levar pela nostalgia e pelo sentimento que a ruiva ainda despertava em si. Seus olhos foram para os lábios de Rebecca, tão próximos e convidativos, e Vitória não resistiu a vontade de sentir seu gosto novamente.
O beijo entre elas começou lento, tinha gosto de saudade e boas lembranças. Vitória sentia todo seu corpo responder ao beijo, principalmente depois que as mãos firmes de Rebecca começaram a acariciar seu corpo.
- Eu esperei por esse beijo todos esses anos. – Rebecca falou ao finalizar o beijo dando alguns selinhos em Vitória. – Eu quero te fazer minha novamente, Vitória.
Rebecca levantou e ofereceu a mão para Vitória, que prontamente aceitou. A ruiva levou Vitória até a cama.
Vitória fechou os olhos ao sentir os beijos quentes de Rebecca percorrendo seu corpo e se entregou por inteiro ao desejo que a consumia desde que colocara os olhos sobre a ruiva naquele reencontro.
…
- Filha, seu pai não iria gostar que você fizesse isso! – Adriana afirmou quando Laísa contou que pretendia deixar de ir ao congresso anual de arquitetura.
A cirurgia de Marcelo já tinha acabado e os médicos afirmaram seu sucesso e estavam otimistas com sua recuperação. Lavínia e Larissa estavam cochilando na sala de espera do hospital, já que estavam à espera da liberação de visitas.
- Mãe, eu não tenho cabeça para viajar e participar de um congresso com o papai dentro desse hospital.
Adriana segurou as mãos da filha, entendendo seu dilema.
- Meu amor, seu pai não sairá daqui nas próximas semanas estando você ao lado dele ou longe. – Adriana sorriu e fez um carinho no rosto cansado da filha. – Fale com a Vitória e peça esses dois dias para descansar e ficar ao lado do seu pai, mas não perca uma oportunidade tão interessante para sua carreira.
- Eu vou ficar tão aflita longe daqui, mãe. A senhora tem certeza que devo ir?
- Sim, filha! Daqui a pouco você vai para casa e descansa um pouco, amanhã você vai até o escritório e conversa com a Vitória, tenho certeza que ela vai entender. E eu prometo que vou te dar notícias de tudo que acontecer por aqui.
- Tudo bem, mãe. Obrigada!
Laísa abraçou a mão, recebendo um cafuné enquanto esperavam para ver Marcelo.
…
Vitória acordou sentindo o corpo leve e relaxado depois da noite que tivera com Rebecca, mas ficou surpresa ao procurar pela ruiva e não a encontrar pelo quarto.
Ao olhar as horas, notou que já estava um pouco atrasada para o trabalho, mas ainda era cedo. Sem saber onde Rebecca poderia estar e sem celular, Vitória colocou sua roupa e resolveu ir para casa tomar um banho antes de ir para o escritório.
Quando estava prestes a sair do quarto de Rebecca, Vitória notou que tinha um papel com seu nome escrito em cima do aparador ao lado da porta.
Vitória reconheceu a letra de Rebecca.
"Vitória,
Não consigo descrever em palavras o quão grata estou por você ter me dado a oportunidade de reviver esse amor. Eu sonhei com nosso reencontro durante todos esses anos!
Por favor, não duvide dos meus sentimentos nem de tudo que lhe contei, fui sincera em cada palavra.
Mas, infelizmente, meu lugar não é aqui, minha vida não é aqui. Eu recusei a proposta para lecionar no Brasil e estou voltando para a Europa.
Me perdoe por não esperar que você acorde, mas não conseguiria me despedir de você novamente.
Espero te reencontrar um dia, de novo!
Com todo meu amor,
Rebecca."
Vitória terminou de ler aquele bilhete com os olhos cheios de lágrimas. Mais uma vez, sentia a dor do abandono de Rebecca.
Vitória entendeu tudo naquele momento. Rebecca nunca tivera intenção de ficar no Brasil, apenas aproveitou a oportunidade de se reaproximar e usá-la novamente enquanto estivesse por perto.
Com raiva, partiu para casa, deixando as lágrimas caírem e sentindo a dor de finalmente ter se libertado da visão de uma Rebecca que somente existia para ela.
…
Laísa chegou em casa quando o dia já estava claro. Tentou falar com a namorada mais algumas vezes, todas sem sucesso.
Resolveu ir até o escritório e conversar pessoalmente com Vitória antes de voltar para casa e descansar. Precisava ser responsável em suas obrigações com o escritório e também desejava se acertar com a namorada.
Laísa chegou no escritório e pretendia ir direto para a sala de Vitória, mas quando estava passando pela recepção foi interrompida por Carla.
A recepcionista já estava imaginando que algo estava rolando entre Vitória e Rebecca, conhecia bem sua chefe e podia apostar naquele romance. Quando estava trabalhando no começo do dia, um buquê de rosas fora entregue no escritório, eram para Vitória. Carla não aguentou a curiosidade e leu o cartão, não foi surpresa quando leu o nome de Rebecca no fim do cartão.
Assim que Carla notou que Laísa estava chegando, uma ideia passou pela sua cabeça.
- Laísa, bom dia! Será que posso te pedir um favor?
Laísa se segurou para não revirar os olhos, mas parou para falar com a secretária.
- Bom dia, Carla! O que você precisa?
- Será que você pode passar na sala da Vitória e entregar esse buquê que chegou para ela? – Carla falou com um sorriso forçado. – É que estou ocupada com algumas coisas aqui e sei que não vai ser esforço nenhum para você ir até a sala de Vitória.
Laísa viu aquele buquê de rosas e ficou curiosa. Em qualquer outra ocasião, iria confiar piamente na namorada, mas não pode evitar se recordar da cena que presenciou no dia anterior.
- Tudo bem, Carla. Eu entrego!
Laísa pegou o buquê e notou que havia um pequeno bilhete dentro dele. Desconfiada, até tentou não invadir a privacidade da namorada, mas não se conteve e pegou para ler o que estava escrito ali.
A loira sentiu os olhos encherem de lágrimas ao ler o que dizia o pequeno cartão. Nervosa, foi até a sala de Vitória e entrou sem pedir permissão.
Vitória estava em sua sala perdida em pensamentos, com raiva de Rebecca e de si mesma por ter se deixado levar pelas palavras sedutoras da mulher e ter posto em risco seu relacionamento. Mas estava decidida a não falar sobre aquilo com Laísa, deixaria aquela história e Rebecca definitivamente no passado.
Acabou se assustando ao ouvir a porta de sua sala abrir de repente e se deparar com sua namorada nervosa e com os olhos cheios de lágrimas.
- É assim que você costuma resolver as coisas?
Fim do capítulo
Oi, meninas! Um pouquinho atrasada, mas ta aí o capítulo novo!
Me contem o que acharam da traição da Vitória rs
E agora, será que Laísa e Ana Júlia vão se reencontrar? rs
Acho que posto capítulo até terça, ok?
Até logo!
Bjs,
Lou.
Comentar este capítulo:
cristiany
Em: 20/09/2019
Bom dia... amei o capítulo. Vitória, só mostrou o que é, fraca e que não ama de verdade a Laisa, pq se amasse, nao teria caído nas garras da outra com tanta facilidade. Ela foi muito fácil, se fosse algo que acaonteceu a meses, mas foram anos e qdo se ama nao existe mais ninguém, muito menos passado. Laisa precisa de alguém que a ama de verdade e essa é a Anaju, pois se Rebeca fosse até ela e mesmo ela solteira como esta, nao teria caído nas garras dela. #laiju... aguardando e muito os próximos capítulos. Lou, esta ótima a sua história. Parabéns!!!
Nath D
Em: 14/09/2019
Até o capítulo anterior estava torcendo para que a Laisa ficasse com a Ju, mas depois dessa sacanagem feita pela Vitória, quero mais é que a Laisa fique com a Ju.
A Vitória é muito fraca e não merece alguém forte como a Laisa.
Cada vez tô amando mais e ansiosa pelos próximos capítulos.
[Faça o login para poder comentar]
Brescia
Em: 14/09/2019
Boa tarde mocinha.
Dizer que eu não esperava que Vitóri ficasse com Rebecca, seria mentira, mas não querem contar para Laisa, é como viver com ela numa mentira e a usando como estepe. Será que se Rebecca tivesse ficado no Brasil, elas não ficariam juntas?
Baci piccola.
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]