Boa tarde amores, voltei!
Chegamos ao final da nossa história e já estou com saudades antecipadas. Espero que curtam o último capítulo.
Nos vemos em uma próxima, se Deus quiser.
Beijão
DESTINO
POV Luna
Olhar aquelas nuvens estava me fazendo ficar nostálgica, eu poderia inclusive dizer que estava tendo um déjà vu, mas não, eu realmente vivi aquela situação. Por mais que as circunstâncias tivessem mudado, era impossível não lembrar de tudo, das minhas escolhas e das consequências advindas, fossem elas boas ou não. Tudo poderia ter sido tão diferente...
_ Esse avião e a volta a Porto Alegre estão mexendo com minha cabeça. Murmurei comigo mesma enquanto olhava para o lado e via minha filha dormindo o sono dos justos, completamente alheia a tudo que se passava na minha cabeça. Vê-la tão entregue, tão crescida, tão linda, fazia valer cada escolha e cada consequência, mesmo as mais difíceis e doloridas e olha que não foram poucas.
Segurei delicadamente aquela mãozinha pequena e voltei a me perder no horizonte, na imensidão de nuvens e nos meus pensamentos. Lembrei da volta a Porto Alegre depois da difícil decisão de abandonar meus sonhos, meus pacientes e minha bolsa na África, de encontrar uma Helô magoada, indiferente e grávida. Revivi inconscientemente a dor de descobrir que ela tinha dormido com outra pessoa, enquanto eu chorava dia e noite a falta que ela me fazia. Me senti traída, muito embora tecnicamente não fosse o caso. Lembrei da sensação de encurralamento, se é que existe essa palavra, ao me ver entre assumir uma gravidez fora dos padrões desejados e a perda de um grande amor. Nossa... como foi difícil passar por cima do meu orgulho, da minha dor, do meu ciúme e assumir aquela gestação, mas qualquer resquício de dúvida passou quando ouvi aquele pequeno coração batendo, melhor sensação da minha vida. Sorri voltando a olhar minha pequena.
Lembrei da destruição que vivi quando ouvi o Rafael dizer que eu não era nada da Carol, por mais que ele tivesse falado num momento de dor, doeu, doeu muito, pois eu me sentia mãe, esposa e em uma fração de segundos vi toda fragilidade daquela relação.
Um carinho no meu braço e um beijo na minha mão me trouxeram de volta a realidade. _ Acordou meu amor? Retribui o carinho e o beijo.
POV Carina
_ Eu não acredito que a Luna deixou pra vir no dia da cerimônia, ô amiga ingrata!!!
_ Para de reclamar Carina, daqui a pouco ela chega.
_ Daqui a pouco é sacanagem né? Ela é madrinha, deveria estar aqui desde ontem.
_ Mas que mulher reclamona essa minha, kkk... Amor nosso príncipe tem os melhores padrinhos que poderíamos escolher, então relaxa que daqui a pouco a Luna chega.
_ Cara eu ainda não acredito que ela foi pra África! Não podia ser um país vizinho? Mas não, tinha que se enfiar no cu do mundo.
_ Não fala mal do país do nosso príncipe, não se esqueça que foi lá que conhecemos nosso amor.
_ Quer saber de uma coisa, deixa eu ver nosso moleque, antes que eu pire.
Dei um beijo nela enquanto ela sorria do meu desespero pré batizado. Nem no nosso casamento eu fiquei assim e olha que a cada 5 minutos eu olhava no relógio imaginando que ela tinha desistido de ficar comigo tamanha demora. Cheguei no quarto do nosso pequeno Lorenzo e ele dormia tranquilamente. Era incrível ver o tamanho do amor que eu sentia por aquele pentelho, um amor tão grande que eu sequer supunha ter a capacidade de sentir. _ É... quem diria dona Carina, esposa e mãe, quem te viu, quem te vê! Falei comigo mesma dispondo meu melhor sorriso.
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2 Anos Antes
POV Heloísa
_ Que???
_ É isso mesmo que você ouviu, agora se me der licença eu preciso andar um pouco antes que essa conversa tome rumos, até então indesejáveis.
_ Até então? Ela virou as costas e saiu do nosso quarto. Como assim até então? Que porr* de amor era esse? A essa altura eu não sabia mais se era ou não a Mônica o tal amor do passado, minha cabeça parecia uma montanha russa de tanto que girava. Corri atrás dela e a encontrei trocando de roupa no quarto de hóspedes. _ Você não vai sair assim.
_ Eu tô cansada Helô, me deixa quieta, outra hora conversamos.
_ Não me enlouquece Luna, pelo amor de Deus, que amor é esse? Mesmo sem querer voltei a chorar. _ Me fala que aquelazinha não vai conseguir te roubar de mim, eu não suportaria.
_ Chega ser irracional você pensar uma coisa dessa, ainda mais depois de tudo que passamos. Seu ciúme te cega e algumas vezes me machuca. Sem contar que quem é você pra falar da Mônica tendo a Roberta colada no seu calcanhar?
_ Esquece a maluca da Roberta, ela é passado. Agora vê se entende, pelo amor de Deus, a Cartomante previu aquelazinha. Meu medo de te perder falou mais alto que qualquer racionalidade, até mesmo porque você e a Carina endeusam essa mulher. E a Mônica está longe de ser sua amiga, ela te quer e só você não vê ou, pelo menos, finge que não vê.
_ Seu ciúme te cega Helô. Definitivamente não dá pra manter qualquer conversa com você agora, respeita, por favor.
_ Não é questão de respeito Luna. Eu mal cheguei em casa e você já foi me acusando, não me deu direito de defesa e ainda quer falar de mim. No mais, qualquer intenção, espera, intenção não, qualquer tentação sua impacta diretamente na minha vida, se é que você ainda não se deu conta. Então se você está pré-disposta a aceitar, seja lá quem for, eu preciso saber.
_ Minha tentação não está ligada a alguém se é esse seu medo. O amor do passado que a Madame Berta se referiu é a África, eu recebi um convite irrecusável, mas apesar de tentada já tinha decidido recusar a proposta, afinal, mais uma vez eu colocaria você acima dos meus sonhos. Mas, sinceramente não sei se vale a pena. Por mais que nos amemos, estamos quebradas e as cicatrizes acabam falando mais alto.
Ela pegou o celular, a carteira, as chaves do carro, virou as costas e saiu de casa, me deixando completamente devastada. Eu não sabia o que pensar, meu peito estava oprimido e a sensação de enjoo me invadiu. Eu precisava gritar, explodir, chorar... eu precisava aliviar aquela pressão no peito, mas não fazia a mínima ideia de como. Voltei pro nosso quarto e me joguei na cama arrasada, o choro até então contido não deu vazão e mesmo sem querer explodi num choro intenso. Meu celular tocava de forma estridente na bolsa e a vontade que eu tinha era de jogá-lo na parede, mas não podia, eu tinha uma filha na rua e uma mulher com raiva à solta. A insistência na chamada me fez pegar o celular e atender de forma basicamente automática.
_ Graças a Deus Helô, estou tentando falar com você tem horas.
_ Desculpa Carina, mas não é a melhor hora para conversarmos.
_ Vai ter que ser, a Mônica te dopou mais cedo, eu vi tudo, inclusive quando você foi para a sala dos médicos.
_ Oi???
_ Isso mesmo que você ouviu gata e o pior você não sabe, a vaca está de conluio com a sua ex. A vagabunda tirou sua roupa e a dela e muito provavelmente dariam um jeito da Luna pegar vocês no flagra, mas eu acabei com a graça e a raça dela.
_ Infelizmente não faz mais diferença, a Luna não acredita em mim, me acusou sem ao menos me dar o direito de defesa.
_ Como não faz diferença? Ficou maluca??????
_ Por mais que eu faça a Lu não confia em mim, enfiou na cabeça que eu permiti que a Roberta visse nossa filha. Disse que eu menti pra ela, escondi que a Roberta tinha voltado, daí pra pior. Mais uma vez meu coração se dilacerava.
_ Não chora amiga, a Lu vai cair em si. Você falou com ela sobre a Mônica?
_ Falei e me arrependo amargamente.
_ Porque?
_ Ela virou o jogo, disse que mais uma vez eu preferi esconder as coisas dela e que sou maluca por acreditar que ela me abandonaria por uma paixonite de adolescência.
_ Então erramos o alvo? Mas se não é ela, quem será esse amor?
_ África!
_ África, como assim?
_ Há uns anos atrás ela ganhou uma bolsa de estudos para desenvolver um projeto na África. Era o sonho dela e por incompatibilidade de sonhos acabamos nos separando. Três meses depois ela voltou dizendo que não conseguia ficar longe de mim.
_ Uau, eu não sabia disso. Ela desistiu de tudo por você? Que prova de amor do cacete! Não sei se seria tão abnegada assim. Mais uma vez meu choro ganhava proporções desmedidas. _ Não chora morena, pelo amor de Deus se acalma. Meu plantão acabou, daqui uns 20 minutos chego aí.
Dias atuais
POV Carina
_ Cheguei! Ouvi a voz do meu irmão ecoando pela casa, acordando nosso pequeno. _ Cadê o afilhado mais lindo do mundo?
_ Estava dormindo até agora. Descemos, eu e meu príncipe que ao ver o padrinho, literalmente se jogou dos meus braços.
_ Cadê o amor do dindão? Meu pequeno gargalhava com as palhaçadas que meu irmão fazia. Era lindo vê-los juntos! _ Cadê a Luna?
_ Aquela desnaturada ainda não chegou.
_ Amor não começa, pelo amor de Deus. O voo atrasou Enzo, daqui a pouco ela chega.
_ Eu falei que era para chamarmos a Helô pra ser madrinha do nosso príncipe, ela é super responsável, nunca me deixaria nesse desespero.
_ Oi? Meu irmão me olhou assustado.
_ Teria graça Carina, a Lu é minha melhor amiga e você sabe muito bem. Sem contar que você escolheu o padrinho.
_ Que desespero é esse Carina? Até parece que não conhece a Luna? Se ela conseguia se enrolar morando a 20 minutos da gente, imagina morando em outro continente, kkkk...
_ Não põe lenha na fogueira Enzo. Se a Carina continuar nessa pilha, a coitada da Luna voltará pra África em pedaços, kkk...
_ HA, HA, HA... Muito engraçadinhos.
_ Cunhado você pode passar um olho no Lorenzo por uns 30 minutos? Ele assentiu com a cabeça sorrindo. Fui pega pela mão e levada para nosso quarto. Olhei pra ela questionando silenciosamente o que fazíamos ali. _ Vou te fazer relaxar de uma forma bem gostosa.
Ela me jogou na cama, arrancou minha roupa e começou a beijar meus pés, minhas coxas, minha virilha... minha respiração foi ficando ofegante e quanto mais descompassada, mais ela me torturava com beijos, lambidas e mordidas pelo corpo. _ Assim você me mata amor. Ela sorriu e voltou a me torturar. _ Não brinca comigo loira, que eu vou esquecer que o Enzo está na sala e vou te fazer gritar.
_ Goz* logo Carina, porque temos um batizado para finalizar.
_ Mentira que você resolveu aparecer logo agora? Eu vou matar você Luna! O tesão estava a pico, mas o clima tinha sido completamente quebrado. Vesti minha roupa duplamente emburrada, primeiro pela demora da madrinha abusada, depois pela foda interrompida. Se tinha uma coisa que me deixava extremamente irritada era uma trans* interrompida. _ Para de rir Alex, antes que sobre pra você.
Abri a porta e antes que pudesse verbalizar minha irritação fui surpreendida pelo abraço apertado da loira. _ Que saudades...
2 Anos Antes
POV Luna
_ Alex preciso de você. Disparei assim que ela atendeu.
_ Lu eu te liguei várias vezes. Diz pra mim que você não discutiu com a Helô?
_ Infelizmente. Voltei a chorar. _ Eu saí de casa. Falei entre soluços. _ A Carina está com você?
_ Como assim saiu de casa Luna? Vem pra cá agora e não se preocupe com a Carina, ela foi consolar a sua mulher que está desolada.
_ Desolada estou eu com a falta de confiança dela. Ela me esconde as coisas, mente pra mim e ainda se acha no direito de ficar desolada?
_ Eu vou desligar antes que você fale alguma merd* e se arrependa mais tarde.
Ela literalmente desligou o telefone na minha cara. Enxuguei as lágrimas e assim que o sinal abriu acelerei o carro. Em poucos minutos estava eu tocando a campainha.
_ Alex....
_ Me escuta primeiro. A Roberta e a Mônica estavam armando pra cima de vocês.
_ Não viaja Alex, as duas nem se conhecem.
_ A Carina viu a Mônica dopando a Helô hoje. Depois que deixamos você em casa, passamos na cantina e para nossa surpresa a Helô e a Mônica estavam conversando entre sucos e bolachas. A Carina achou estranho e resolveu marcar um tempo por lá. Pouco tempo depois ela me ligou dizendo que a Mônica colocou alguma coisa na bebida da Helô e que iria segui-la.
_ A Carina deve ter se enganado, só pode ser! A Mônica é minha amiga e nunca faria isso com a minha mulher.
_ Não defenda aquelazinha antes de escutar o resto da estória! A Helô ficou sonolenta e foi para a sala dos médicos, logo em seguida a Mônica entrou. A Carina ficou do lado de fora, decidindo se entrava ou se espera algum sinal de confusão. Essa parte eu não se te explicar direito, porque foi a Carina quem viu, só sei que ela se enrolou com o celular que caiu no chão e quando decidiu entrar deu de cara com a Roberta jogada em cima da Helô, que por sua vez estava completamente desmaiada. A Carina tirou a Roberta de lá a base de porr*da, foi um auê no hospital, porque a vaca ruiva saiu correndo apenas de calça e soutien, enquanto Helô foi colocada no soro.
_ Eu não tô acreditando!
_ Pois acredite minha amiga, as duas se juntaram pra foder seu casamento e pelo jeito conseguiram.
_ Não me olhe assim Alex, eu não tinha como imaginar uma coisa dessas.
_ Concordo, mas ainda assim, sua obrigação é acreditar na sua mulher.
_ Você não está entendendo Alexandra, eu puxei um assunto qualquer, justamente visando dar ensejo para que ela me contasse, mas ainda assim ela optou por me esconder.
_ A coitada estava sobre pressão, enfiou na cabeça que a Mônica roubaria você. Quando a Roberta apareceu, ela simplesmente ignorou, até porque ela é passado.
_ Outra loucura, que tipo de amor ela acredita que eu sinta? É inaceitável ela acreditar que eu seria capaz de trocá-la por um amor juvenil.
_ Nesse ponto a culpa é muito mais nossa que dela. Qual opção que a coitada teve a não ser confiar? Você mesma a enlouqueceu com suas maluquices por causa das previsões da Madame Berta. Dei vazão a dor incontida e chorei compulsivamente, me sentia perdida, cansada e com medo. Eu não aguentava mais sofrer, não aguentava mais chorar, eu só queria uma vida sossegada ao lado da minha família, mas nem isso eu estava conseguindo. _ Amiga fica calma, conversa com a Helô, vocês se amam.
_ Esse é o problema Alex, nosso amor não é mais forte que nossas cicatrizes. Por mais que nos colemos, as marcas sempre estarão lá, apontando nosso fracasso e colocando a prova tudo que sentimos. Eu não sei se quero isso pra minha vida, viver com medo dela estar escondendo alguma coisa de mim.
_ Racionaliza Luna, ela estava com medo de te perder e acabou se atropelando, nada que não seja justificável, ainda mais você sabendo que aquelas duas estavam armando. E por mais que você diga que não deixaria a Helô por um amor adolescente, você há de convir que ela não estava de todo errada em cismar com a cara da Mônica. A maluca foi capaz de dopar a sua mulher! O que teria acontecido se a Carina não tivesse visto? Com certeza elas dariam um jeito de você dar um flagrante na Helô. Mas a pergunta que não me sai da cabeça é, até onde elas seriam capazes de ir? O que mais poderiam fazer?
_ Eu juro que entendo seus argumentos, só não consigo entender a opção dela em se manter calada. Ela devia ter dividido comigo essa história da Madame Berta, deveria ter me contado que a Roberta estava de volta. Nós teríamos resolvido juntas. E a pergunta que não sai da minha cabeça é, até quando ela agirá pelas minhas costas? Eu não quero viver assim. Nós já passamos por tantas coisas, já enfrentamos tantas crises, não é justo a essa altura começarmos a viver na retaguarda. Você entende que era quero uma vida plena ao lado dela?
_ Claro que entendo Lu e posso apostar que ela também deseja isso. Se coloca no lugar dela, imagina a Madame Berta dizendo que um amor voltaria e que ela estaria tentada a aceitar. Concidentemente no mesmo dia aparecesse uma ex namorada cheia de sorrisos e boas lembranças. O que você faria?
_ Sinceramente não sei.
_ Outra coisa que está me encasquetando, afinal de contas quem é esse amor que a Madame Berta se referiu?
_ É a África minha amiga, eles voltaram a me convidar pra chefiar as pesquisas. Eu já tinha decidido recusar, mas sinceramente não sei se vale a pena. É a segunda vez que tenho a chance de realizar um sonho profissional e pela segunda vez estava colocando a Helô a frente. Por mais que me doa, acho que essa distância seria benéfica pra gente.
_ Você está de sacanagem, só pode! A Helô passou dois anos em outra cidade e nem assim você conseguiu esquecê-la. Qual a diferença entre São Paulo e a África? Juro que não entendi a lógica do seu raciocínio. No mais, pelo que me lembre, a senhora já foi para a África uma vez e não deu certo.
_ É diferente Alex, naquela época eu estava apaixonada, não tínhamos vivido absolutamente nada, as dores que nos impusemos não tinha sido suficiente para nos afastarem. Anos se passaram e com ele muitas dores, decepções, choros, desconfian...
_ E amor, não se esqueça disso. Não resuma a história de vocês a isso, vocês se amaram muito, tiveram uma filha linda e continuam se amando.
_ Meu medo é que esse amor não seja suficiente para nos manter juntas. Alex eu preciso andar, minha cabeça está explodindo.
_ Você não pode sair assim Luna. Eu vou com você.
_ Desculpa amiga, mas eu preciso ficar sozinha.
Dias Atuais
POV Luna
Era bom estar novamente entre amigos, eu sentia tanta falta deles, na verdade era uma das poucas coisas que me faziam olhar pra trás e questionar minha decisão de ir embora.
_ Tia Carina que saudades. A Carol pulou nos braços dela, deixando a Alex enciumada. _ Eu também estava com saudades de você tia, não fica com ciúme. Disse olhando para Alex, mesmo estando empencada no colo da Carina. _ Cadê meu primo?
_ O Enzo foi dar banho nele. Daqui a pouco vocês brincam.
_ Lu eu fiquei de pegar os enfeites de mesa na Maria, vamos comigo?
_ Claro, eu estou louca de saudades daquela figura, kkkk... Você vem comigo Carol?
_ Não, eu quero esperar a mamãe. Estou com saudades dela.
_ Tudo bem querida, assim que ela chegar, fala que fui à casa da Maria com a Alex. Qualquer coisa me liga. Te amo.
_ Também te amo mãe. Nem bem me deu um beijo, me largou, kkk... _ Tia você sabe a hora que minha mãe vai chegar? Tentei ligar pra ela, mas tá dando fora de área. Ela fez carinha de choro. Era incrível o quanto a Carol era agarrada com a Helô, era linda a conexão entre elas.
_ Ela está em cirurgia meu amor, mas daqui a pouco ela chega, fica tranquila.
Saímos em direção a casa da Maria perdidas entre lembranças e novidades. Por mais que nos falássemos com certa constância, não era a mesma coisa, não tinha o mesmo peso, tampouco a mesma carga emocional, então estávamos aproveitando para colocarmos o papo em dia.
POV Heloísa
_ Gente a quanto tempo não fico assim tão destruída. Eu tô exausta!
_ A semana realmente foi tensa. Em pensar que ainda temos o batizado do Lorenzo pra ir.
_ O gatinho merece nosso sacrifício Camila. Sem contar que eu tô louca de saudades da Carol.
_ Só dela???? Ela disse com um sorriso lascivo.
_ Você não presta garota, kkk...
Corri para a sala dos médicos, troquei de roupa e voei para o estacionamento. _ Se demorar mais um pouco eu juro que te largo aí Camila.
_ Meu Deus como ela tá apresada hoje, kkk...
Entre zuações chegamos na casa das meninas. Assim que entramos vimos o Lorenzo e a Carol gargalhando das palhaçadas que o Enzo fazia.
_ Mãeeeee... ela correu para meus braços me dando um abraço sufocante. _ Eu tava com tanta saudade.
_ Não mais que eu, quer ver? Ela sorriu já sabendo que eu abriria os braços demostrando o tamanho do meu amor.
_ Não vale, você é maior que eu, mas meu amor é do tamanho do mundo.
_ Eu sei meu amor. Cadê sua mãe?
_ Ela foi na casa da tia Maria com a tia Alex.
_ Será que eu ganho um beijo também ou só a Carol tem esse direito?
_ Isso tudo é carência?
_ Enzo leva as crianças pra brincarem no quintal, por favor. A Carol mais que rapidamente pegou inúmeros brinquedos, deu a mão ao Lorenzo e saíram. _ Carência é sacanagem, você acredita que Luna atrapalhou minha foda?
Foi impossível não rir, a Carina estava realmente bolada. _ Sério??? Daria tudo pra ser uma mosquinha, só pra ver sua frustração. Tesão encubado é a pior coisa do mundo, kkkk....
2 Anos Antes
POV Luna
Saí da casa da Alex ainda mais perturbada, minha raiva tinha aumentado exponencialmente só em imaginar a Helô a mercê daquelas duas lunáticas. Virei o carro no primeiro cruzamento e sem pensar duas vezes fui em direção ao apartamento da Mônica.
Aproveitei uma moradora saindo e entrei no prédio. _ Adoro esses condomínios pequenos que não tem porteiro. Murmurei comigo mesma entre um lance de escadas e outro. Para minha sorte ou desgraça total as duas estavam juntas, confabulando o próximo passo, uma vez que a Carina arruinou o planinho sórdido delas. Do lado de fora do apartamento ouvia-se o tagarelar das duas.
Fui completamente dominada pela raiva a ponto de desejar arduamente quebrar as duas ao meio, mas infelizmente violência física era contra meus princípios, por mais raiva que eu tivesse. Toquei a campainha e segundos depois fui atendida pela Mônica que completamente afônica me deu passagem pra entrar.
_ Luna! A Roberta me olhou assustada, assim que eu entrei na sala.
_ É ótimo encontrar as duas juntas, assim me poupa tempo e paciência.
_ Lu eu não sei o que a doida da Carina falou pra você, mas eu posso explicar.
_ Minha linda, nos poupe, pelo pouco brio que ainda te resta. O que me traz aqui é rápido.
_ Mônica acho melhor eu ir embora, nos falamos mais tarde.
_ Você fica! Falei demonstrando toda raiva que me consumia. Ela voltou a sentar no sofá, literalmente com o rabo entre as pernas. _ Querida Mônica a minha intenção é facilitar a sua vida. Ela me olhou sem entender. _ Eu nunca ficaria com você, independente da Helô estar comigo ou não, você foi um namorico de adolescência, completamente sem importância. Ela me encarou com raiva. _ Eu sinto muito se fui mais que isso para você.
_ Eu vou relevar sua grosseria, porque imagino sua dor. Saber que a mulher estava basicamente nua com a ex em pleno expediente, não deve ser nada fácil.
_ Esse é o único fato que não me incomoda nessa sordidez toda. Essazinha não me oferece risco algum e chega ser patético essa tentativa desesperada de me fazer crer em algo inexistente.
_ Quem você pensa que é para falar comigo assim?
_ O seu pior pesadelo, kkkk.... O barato dessa história é saber que independente de mim, ela nunca voltaria a ficar com você.
_ Você é muito prepotente. Eu tirei a Helô de você por dois anos. E é só esperar ela ficar frágil pra consolar.
_ Pelo que me lembre você conheceu a Helô quando estávamos separadas e ainda assim não conseguiu segurá-la. O que mostra sua total incompetência, kkk... E olha que eu tinha traído ela. Ela me fuzilou com o olhar e antes que pudesse verbalizar qualquer palavra continuei. _ É por essas e outras que tenho certeza que a Helô nunca me trairia com você. Você foi o erro de percurso, a foda mais cara que ela já deu. Custou 2 longos anos da vida dela e quanto a mim, no fundo preciso te agradecer, pois esse tempo de afastamento serviu para nos juntar ainda mais.
_ Para de ser hipócrita Luna, quem não te conhece que te compre. Eu sei que você escorraçou a Helô, deixou seu ciúme te cegar e ao menos a escutou. Você é previsível e só está com essa empáfia toda porque soube do nosso plano, não fosse isso teria caído como um patinho.
_ Com qualquer outra pessoa sim, infelizmente ainda deixo meu ciúme me cegar, mas você não tem sequer capacidade de atiçar meu ciúme, a única coisa que você me desperta é pena. Na verdade, eu não sei como você se olha no espelho, porque precisar da fragilidade de uma mulher para se aproximar dela é lamentável. E quanto a você Mônica, a única coisa que pode ter comigo são sonhos eróticos, porque esse é o máximo que terá do meu corpo e de agora em diante da minha atenção. Agora se me derem licença eu tenho mais o que fazer. Aproveitem a ocasião e se consolem, quem sabe não se curtem, afinal duas mentes doentias se combinam.
Dias Atuais
POV Heloísa
Aproveitamos que as meninas foram à casa da Maria para prepararmos um lanche rápido, demos almoço para as crianças, uma vez que o Lorenzo ainda era pequeno para passar o dia a base de lanche e aceleramos tudo que nos cabia fazer. As bebidas já estavam todas geladas, as comidas estavam no esquema e a decoração estava quase toda pronta. Peguei o celular para conferir a hora quando ouvi a voz da Carina vindo da cozinha.
_ Nossa... como vocês demoraram!
_ Isso tudo é saudades amor? Ouvi a voz da Alex em resposta.
_ Dela eu não sei, mas minha com certeza. Falei entrando na sala. _ Que saudades amor. Ver aquelas covinhas iluminavam meus dias e por mais que estivéssemos a pouco tempo sem nos ver, qualquer milésimo de segundo longe dela me fazia arfar de saudades. Ela veio até mim e me deu um beijo de arrancar o fôlego.
_ Uau... também quero! A Carina falou já se encaminhando em direção a Alex, sendo bloqueada pela entrada afoita do nosso brigadeirinho. Foi impossível não rir com o desespero da Carina. _ E vocês duas sosseguem, só estão há uma semana afastadas. Não tem motivos pra essa saudade toda.
_ Uma semana, 7 dias, 10.080 minutos, 36.288.000 segundos, você sabe o que é isso? Muito tempo pra ficar longe da minha latina. Ainda mais estando do outro lado do mundo.
_ Ai meu Deus, assim você me mata amor. Roubei mais um beijo e um abraço apertado. _ Como foram as provas da Carol? Ela conseguiu fazer todas?
_ Tudo certo minha linda, o único problema foi a Carina me fudendo o juízo diuturnamente por eu não ter vindo com você. Precisava ver, disse inclusive que trocaria de madrinha.
_ Coisa feia Carina, você sabe que a Carol estava em período de provas e que eu precisava vir devido as cirurgias agendadas. A coitada da Luna segurou as pontas em casa sozinha nessa semana. Ou a senhorita acha que é fácil gerir uma casa, uma filha em época de provas, um projeto assistencial com mães adolescentes, sem contar os plantões no hospital e a pesquisa?
_ Nossa... você conseguiu fazer eu me sentir uma péssima amiga. Ela fez cara de cachorro quando cai da mudança e sem o menor pudor roubou um selinho da Luna.
_ Carina, toma vergonha na cara. A Luna disse aos risos.
_ Pra lembrar os velhos tempos, kkkk. Te amo loira.
_ Também te amo sua louca. Agora vamos acelerar porque daqui a pouco os convidados começam a chegar e nós estamos horrorosas, kkk...
2 anos antes
POV Heloísa
Ela vai me deixar? “Quem dera tudo fosse tão simples assim, cada ação traz consigo uma reação e a resposta para sua pergunta está ligada diretamente ao caminho que escolherá”. As palavras da Cartomante voltaram a assolar minha mente. “Novos desafios se aproximam e exigirão de você uma postura mais incisiva. É hora de amadurecer e repensar o futuro. Chegou a sua vez de brigar pelo seu amor latina, sendo assim escolha suas armas e se prepare para a luta, pois sua adversária vem com sangue nos olhos e a Luna será tentada a aceitá-la.”
Levantei da cama, mandei uma mensagem agradecendo, mais uma vez a Carina pelo carinho e consolo, abri meu armário e comecei a jogar todas a minhas roupas em cima da cama. Peguei algumas malas na garagem e fui separando as coisas que me seriam mais caras. Finalizado meu quarto parti para o da Carol, separei as melhores roupas, sapatos e alguns brinquedos, peguei nossos documentos e coloquei todas as malas no quarto de hóspedes. Separei alguns portas retratos e álbuns e coloquei no porta malas do carro. Estava indo para o escritório quando ouvi o barulho do portão da garagem, indicando que a Luna tinha voltado. Alguns minutos se passaram até que eu conseguisse ouvi-la gritar.
_ Posso saber que porr* é essa Heloísa. Aonde você pensa que vai com a minha filha? Sorri ao ver o desespero dela ao ver as malas. Ela me amava, por mais turrona que fosse, ela me amava e eu era completamente louca por ela.
_ Pra África meu amor. Ela me olhou assustada. _ Sabe, eu ainda não descobri se acredito em destino. Disse caminhando em direção a ela. _ Mas que existe uma força sobre-humana que nos une, isso existe. Abracei ela pelas costas e dei um beijo no seu pescoço. _ E essa força, tenha ela o nome que tiver, esfrega na minha cara a incapacidade que tenho de viver longe de você. Uns chamam de destino, outros de sina, mas eu prefiro chamar de amor. Um amor imenso, capaz de superar medos, inseguranças, aviões, carros, tiros e traições. E o que é a África perto disso? Só mais um lugar para enfeitarmos com nosso amor e mais uma oportunidade de mostrarmos para a Carol que somos mais fortes que qualquer tempestade. Eu amo você Luna Fagundes e não existe continente ou previsões que seja capaz de nos separar.
E essa história de destino, será que ele existe mesmo?
Cartomantes, horóscopos, previsões... Serão essas coisas verdade?
Faria diferença levantar com o pé direito ou tomar o devido cuidado para não se quebrar um espelho?
Faria diferença clamar por um pouco mais de sorte?
Falando em sorte, o que exatamente seria ela? Seria possível comprá-la? Sendo, qual seria seu preço e qual seria a forma de pagamento? Dólar? Euro? Real? Ou uma simples troca valeria como pagamento?
E se eu não tiver nenhuma das moedas possíveis para comprar a sorte, estarei relegada a uma vida de azar? Mas o que seria o azar? Na dúvida te convido a me conhecer!
A Cartomante.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Vanderly
Em: 05/10/2019
Kkkkkkk
Beijão.
Eudervilar
Resposta do autor:
Oi amore, tudo bem?
Foi uma grata surpresa ler todos os comentários que você deixou. Fico muito feliz em saber que você curtiu a história e se permitiu envolver com as minhas meninas, kkkk...
Tentei fazer uma história leve, engraçada, mas que não perdesse o romance, a conquista e tesão.
Obrigada pelo carinho em ler e comentar, é muito importante e gratificante ver que estão curtindo o que fazemos com tanto empenho.
Espero nos vermos em breve.
Beijão
AMANDA
Em: 16/09/2019
Perfeito! Nunca gostei de adivinhações se fossem boas todos teriam, mas algo é fato casa atitude, palavra ou gestos são responsáveis pelo nosso futuro, o destino nada mais é que o conjunto de todas estás ações. E o amor, com certeza um dos melhorespresentes dessa loucura chamada de vida. Luna, Heloísa, Alex, Carina, Maria, nos deram mais um aparetivo desse grande presente chamado amor! Maravilhosa!
Resposta do autor:
Oi linda, desculpa a demora em responder, mas a vida resolver dar uma dificuldata pra mim, kkk...
Eu também não acredito em cartomantes e advinhações, acredito em escolhas e em trabalho árduo para se bancar nossos escolhas. Todos os dias temos o poder de escolher o caminho a seguir, as pessoas que nos circundam e o que queremos ser.
Agradeço imensamente o carinho, não só em acompanhar a história, embarcando nessa pequena loucura comigo, como também cada comentário.
Obrigada pela companhia. Nos vemos em breve.
Beijão
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HelOliveira
Em: 02/09/2019
Levei um susto quando comecei a ler esse capitulo, parabéns por esse trabalho maravilhoso.
Fiquei feliz a Latina não me decepcionou, creio que surpreendeu a própria Luna.
Sorte, azar, destino, cartomante e um amor verdadeiro vencendo todas as barreiras.
Já estou com saudades, até a próxima.
Bjos
Resposta do autor:
Oi linda!
Fico muito feliz que tenha curtido a história como um todo. É sempre maravilhoso perceber que consigo chegar até vocês com minhas invencionices, kkkk
Obrigada por cada comentário e pelo carinho de estar comigo em cada capítulo.
Espero voltar o mais rápido possível e tê-la comigo novamente.
Beijão
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Brescia
Em: 02/09/2019
Oi mocinha.
Amei esse final, foi tudo muito louco, uma confusão danada, mas como eu disse antes, quem seríamos nós sem as amigas? Nada, pois são os nossos suportes, direi até dizer, nossa família. Realmente essa coisa de decifrar o que as cartomantes dizem é bem complicado, mas que vida seria se fosse tudo fácil, sem emoção, rs.
Baci piccola scrittrice.
Resposta do autor:
Oi linda!
Concordo plenamente, a vida seria muito chata se não houvesse emoção. O legal é isso, nos reiventarmos diariamente em busca dos nossos sonhos, e as pessoas que nos cercam são fundamentais para cada conquista.
Obrigada por todo carinho, por cada comentário, cada minuto dedicado a leitura das minha maluquices, kkkk
Espero voltar logo e torço para que conte com você novamente.
Beijão e até a próxima
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