Voltei! Quando ia postar houve algum problema no site e não consegui :(
Então vamos soltar uns três capítulos só pela demora de um.
What the f*ck!
— Onde diabos você se enfiou ontem!? – Senti um tapa na cabeça. Respirei fundo, tentando controlar a vontade de cometer um crime de ódio. Disse à mim mesma que, estava na delegacia e não poderia em hipótese alguma chutar o saco de Dante, como uma bola de futebol.
— Bom dia, Dan – Cumprimentei-o me servindo de mais um copo de café, com um cigarro já entre os dentes. Ignorei completamente o seu cumprimento anterior.
Antes que ele começasse à falar, dei as costas passando pelas portas duplas de vidro e me encaminhando para o estacionamento. A figura loura, me seguiu bufando durante todo o trajeto.
Caminhei até onde havia estacionado meu carro, me encostando. Ele fez o mesmo, cruzando os braços musculosos no peito.
— E aí? Onde você se meteu? Você me largou do lado de fora sozinho!
Suspirei. Tomei um gole do café, e acendi o cigarro antes de responder.
— Estava tentando seguir o seu conselho afinal. – Dei de ombros – Mas preciso muito aprender à flertar. Sou uma desgraça nisso.
— É sério? – Perguntou surpreso.
— Sim, conheci uma garota, ganhei o número dela. – Respondi bebendo meu café inocentemente.
Seu sorriso enorme quase me cegou.
— Sua safada!
Engasguei com o líquido quente. Ao invés de bater nas minhas costas como todo e qualquer ser humano normal faria, meu parceiro começou à gargalhar.
— Não aconteceu nada! - Arquejei tentando me recuperar da crise de tosse. pigarreei. - Só conversamos!
Seu sorriso se alargou.
— Sei, certo. – Respondeu cínico. - Qual o nome dela? Idade? Tipo sanguíneo, e ah! Claro o signo. Isso é muito importante e...
- O nome é: Não interessa, a idade é: Não é da sua conta, e pelos deuses, quem liga para signo?
Ele meneou a cabeça como se estivesse desapontado.
- Você é uma péssima sapatão Phie.
Soquei seu braço de leve.
- Tudo bem. Você não vai contar? Ótimo, eu descubro sozinho. - Virou as costas para entrar na delegacia de novo. – Ah, você me deve 20 pratas pelo táxi de ontem! – Gritou.
Como uma bela dama que sou, mostrei meu dedo médio.
Estava fazendo uma disputa de quem fazia mais cara feia, com a pilha de arquivos do caso de Grant Reed. Basicamente uma enorme pilha de nada acompanhada de pura frustração. Eram delitos antigos e pelo que pude perceber disso tudo, ele havia evoluído muito durante os anos.
Começara ainda como menor de idade, nas periferias do Queens, e atualmente era o cabeça de uma das maiores organizações criminosas, dos Estados Unidos. Já havia memorizado cada entrelinha de cada página, incluindo todos os delitos, numeração de artigos e toda essa baboseira . Mas precisava encarar aquelas pastas para não pensar.
O sorriso tímido, misterioso, no canto dos lábios. Os olhos que eram um centro gravitacional em miniatura. A voz doce. O arrepio ao ouvi-la sussurrar no meu ouvido.
Soquei minha mesa.
Levantei-me e me espreguicei em frente ao espelho do meu quarto.
Meu cabelo estava preso na falha tentativa de fazer um coque, caindo alguns fios de cabelo louro pelo meu rosto. Odiava ser loira. Era bem difícil ser levada à sério como detetive pelo fato de ser mulher, ainda mais loira. O estereótipo da "loura burra" sempre gerava discussões e piadinhas sem graça. Mas ao menos eles tinham um pouco de medo de mim. Meus olhos são das cores de uma nuvem carregada de tempestade, isso metia um pouco de medo em quase todo mundo.
Mas mesmo assim o que eu via ali era frustração. Era péssimo correr, e correr e ainda assim não sair do lugar.
Desviei os olhos do espelho para o celular.
Eu vou ligar.
Peguei o celular com as mãos trêmulas e disquei o número que eu já havia decorado.
Um barulho no corredor do prédio me sobressaltou.
Chamando.
— DEUSES, O QUE EU VOU FAZER!? – Barulho no andar de baixo.
— Alô? – A voz doce atendeu.
Tremi. Travei. Gaguejei.
Pelo amor dos deuses, se recompõe garota!
Você prende assassinos. Abre cadáveres. Aguenta Dante Grace todos os dias nos últimos três anos.
Você consegue.
Mas e se ela não lembrar de mim?
- Alô? - Perguntou de novo, notando a falta de resposta.
— Piper? É a Sophie. Nos conhecemos no Sun, ontem à noite.
— Você ligou! – Pude ouvir o sorriso em sua voz. Meu coração tropeçou.
— Faltou coragem. – Admiti envergonhada.
— Logo você, detetive? – Debochou – Olha, eu estava pensando se nós podíamos...
— ELE NÃO VAI OLHAR PRA MIM – Grito no outro lado da linha. Eco no corredor.
Gelei.
— Piper..– Balbuciei com a boca seca. Não. O destino não faria isso. Minha sorte não estava tão boa assim.
— Sophie, só um minuto que a minha amiga está... DROGA, SUSAN! EU TÔ NO TELEFONE!
Gritos no celular. Eco no corredor.
— Piper, sobe no apartamento 21. – Falei tremendo.
Silêncio.
— 21? – Perguntou – Deuses, você mora..?
Ouvi uma gargalhada antes da linha ficar muda.
Olhei para o celular paralisada.
Olhei para o teto.
— Obrigada, obrigada. – Sussurrei.
O teto não me respondeu.
Fim do capítulo
That´s all folks
Comentar este capítulo:
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]