Júlia

Fomos dormir estava quase amanhecendo, apesar de exaustas, satisfeitas. Não queria acordar, e um barulho longe martelava na minha cabeça, Layla me sacudia dizendo alguma coisa que não entendia, aquele barulho de novo.

– Amor, vai lá ver quem é... – senti Layla passar a mão em meu rosto sussurrando, ia pergunta para ver quem, quando a campainha tocou.

Levantei tropeçando nos lençóis ouvindo a risada debochada dela na cama, passei a mão no rosto seguindo até a porta e abrindo no momento em que Anny tocava a campainha novamente, disse assim que me viu:

– Ainda bem que vim acordar vocês, ou as duas se atrasariam para o próprio casamento.

Encostei na porta ainda sonolenta, sem contar a dor de cabeça e a ressaca que estavam presentes, minha irmã passou direto para a cozinha e eu me arrastei para o sofá onde me joguei, não demorou muito o cheiro de café tomava conta da casa, Layla apareceu de banho tomado, se aproximou beijando meus lábios sussurrando:

– Você está horrível meu amor.

– Obrigada, também te amo. – sorri e ela passou a mão em meu rosto seguindo para a cozinha, fechei os olhos, mas logo senti o sofá ceder e minha irmã estender um copo fumegante em minha direção perguntando:

– Desistiram de casar? – olhei incrédula para ela que deu de ombro dizendo: – Se foi isso, sinto em dizer que não poderão mais voltar atrás, mamãe e dona Laura vão tocar a campainha a qualquer...

Ela nem terminou de falar e lá estava aquele barulho badalando em minha cabeça, Layla abriu a porta, as duas entraram cheias de sacolas falando pelos cotovelos. Ainda não tinha caído a ficha, levantei e fui para o quarto, lá entrei no banheiro e deixei a água escorrer por alguns minutos em meu rosto, aí sim acordei.

Mal disfarcei o sorriso, quando saí do box e me olhei no espelho vendo o brilho estampado em meus olhos, esse que veio com a imagem da mulher mais incrível do mundo, não pude deixar de repassar alguns momentos nossos, o que só aumentou ainda mais, o meu sorriso bobo.

– Você é linda, sabia? – olhei para a porta, e lá estava o motivo da minha felicidade, sorri dizendo:

– Agora a pouco eu estava horrível, mudou de ideia?

– Sabe que só falei aquilo para te provocar. – sorriu se aproximando e tomando meus lábios em um beijo suave e cheio de carinho, quando nos separamos ela sussurrou: – Estou indo para a casa de minha mãe, nem pense em tentar fugir do seu compromisso comigo mais tarde.

– Poxa, estava bolando um plano já. – recebi um beliscão de leve na barriga e cocegas, sorri me afastando dela, mas logo a prendendo em meus braços sussurrado: – Não existe nada nesse mundo, que me impeça de estar ao seu lado hoje, amanhã e todos os dias futuros de minha vida, meu amor.

Sorri encostando minha testa na dela, ficamos trocando carinho até Anny aparecer e como sempre, atrapalhar nosso momento. Nos despedimos e ela foi para casa de minha sogra, iria se arrumar lá. Eu, peguei Faísca e fui com minha irmã para a casa da dona Helena, essa que estava mais ansiosa que todos, nunca vi. Só faltava dar pulos de metros, Jonas, Edu e eu tentamos contornar a situação, mas cada tentativa era fracassada por alguma coisa.

Para extravasar um pouco, fomos bater uma bola e suar um pouco, alguns amigos de meu irmão apareceram e nem fazendo dupla com Edu, conseguimos vencer aqueles garotos. Deixamos eles logo depois de perder feio uma partida, tomei um banho e fiquei brincando com os gêmeos.

Próximo ao meio dia, agora a ansiedade tomava conta de mim, nosso casamento estava marcado para as quatro da tarde, e ainda tinha alguns ajustes a serem feitos. Depois do almoço saí com Anny, ela precisava pegar a roupa do Júlio e dos gêmeos, fui mais para me distrair, estava ficando tremula já.

Layla

No caminho para casa de minha mãe, ela parou em alguns lugares para resolver alguns ajustes, e pegar a roupa de meu pai na loja. Aproveitei para comprar algumas roupas para usar em nossa lua de mel, já que estava perto, fui visitar uma amiga em seu sex shop e comprar alguns produtos para apimentar ainda mais a nossa noite.

Depois segui para casa de minha mãe, onde encontrei meu pai e irmãos tomando café. Me juntei a eles e passamos algumas horas conversando, quando finalizamos que seguimos para a sala, meu pai meu abraçou me guiando até o sofá dizendo:

– Estava conversando com sua mãe, sobre o que daríamos para vocês de casamento.

– Não precisa se preocupar com isso papai... – ele nem me deixou terminar.

– Não é preocupação nenhuma meu amor, acredite, você irá gostar muito.

– Nesse caso, estou ansiosa para saber o que é. – sorri entrando no abraço dele, que disse animado:

– Lembra aquele hotel que fomos quando vocês eram adolescentes, brigaram para não irem, pois ficava nas montanhas?

– Aquele que acabamos indo quase todos os feriados depois, porque viciamos no lugar? – olhei para ele rindo: – Nossa! Faz anos que não falamos daquele lugar, de repente me bateu uma saudade.

– Pois é, liguei lá ontem para saber se tinha alguma reserva em aberto, já que vocês ainda não tinham ideia de para onde iriam. – concordei, dizendo:

– De fato, Juh e eu ainda não tínhamos resolvido essa parte, a princípio ficaríamos em casa mesmo e depois quem sabe, descermos para a praia. – sorri: – O senhor conseguiu as reservas?

– Eles ficaram de me ligar essa manhã para confirmar. – segurou minha mão piscando: – Ligaram pouco antes de você chegar, um chalé irá estar disponível amanhã de manhã, tomei a liberdade de reservá-lo para vocês. Segundo a moça que me ligou, ele fica mais afastado do hotel, espero que vocês não se chateiem por estar bem em cima da hora, meu bem.

– Chateada porque? Eu adorei papai, muito obrigada, tenho certeza que a Juh irá amar também. – dei um beijo estralado no rosto dele sorrindo: – Já disse que amo você hoje?

– Até o presente momento, não.

Sorri me aconchegado aos braços dele novamente, que me contou detalhes da reserva que havia feito, ligaria para a Juh mais tarde para contar as novidades e não pegá-la desprevenida, apesar de ser apenas para o dia seguinte.

Enfim, liguei pouco depois do almoço, mas dona Helena quem atendeu, disse que a Juh havia saído com a irmã, mas que daria o recado assim que elas voltassem para casa. Me despedi de minha sogra depois de conversarmos um pouco, voltei para a sala, minha mãe estava lá ligando para algumas pessoas, fiquei divagando no sofá até a campainha tocar e levantar para atender a porta.  

Fim do capítulo