Capitulo 14

 

 

Gabi

 

 

 

A Cris estava tão fofa comigo que eu estava até com medo dela se afastar e nem olhar na minha cara.  Meu irmão chegou com a Karla, Vini e o Vitor, a Cris me deixou com eles. Vitor me pediu zilhões de desculpas, mas eu disse que ele não tinha culpa e que foi um acidente; afinal, acidentes acontecem.

 

Não vi mais a Cris. Michelle foi ao meu quarto e me disse que a Dra Patrícia tinha mandado a Cris pra casa pra ela descansar, já que ela não tinha descansado e teria que voltar ao hospital daqui a três horas, e ela teria uma cirurgia de oito horas pra encarar. Segundo a Mih, a Cris seria até disciplinada se não fosse descansar. Óbvio que eu entendi, depois ela mesma mandou mensagem se justificando.  

 

Fui pra casa no outro dia e não a vi mais, eu estava com medo dela fugir como fugiu das outras vezes. Como tinha dito, foi só minha mãe saber que eu tinha me acidentado que voltou no outro dia pro Brasil.

 

-Meu amorzinho, como você está? Disse ela toda preocupada me analisando... cada detalhe.

 

-Tá bom mãe, eu estou bem... só foi uma quedinha, mas estou inteira. Eu disse achando um exagero ela me examinar toda.

 

-O que o médico disse? E como você conseguiu se consultar sem que eu recebesse uma notificação?

 

-Não sei mãe! Sorri.

 

-Não sabe, né? Me olhou desconfiada.

 

-Seu pai está muito preocupado com você, meu amor! Ela disse fazendo chamada de vídeo pro papai.

 

-Oie, minha princesa, como você está? Todo dengoso.

 

-Estou bem pai! Só estou sentindo um pouquinho de dor, mas to tomando remédio.

 

-Own... minha princesa. Meu pai era fofo demais!

 

-Te amo pai! Estou com saudade. Fiz carinha de dengo pra ele.

 

-Final de semana estou chegando aí, meu tesouro. Ainda bem que meu pai não fazia isso na beira dos outros, eu iria morrer de vergonha.

 

-A doutora deu as caras? Perguntou Karla assim que chegou em meu quarto.

 

-Não, ela deve estar dormindo. Ela iria fazer uma cirurgia ontem ainda, deve tá morta. Respondi.

 

-Você acha que ela vai ficar d´boa com você ou vai fugir como sempre faz?

 

-Não sei! Sinceramente não sei! Eu disse com pesar.

 

Meu celular toca, era uma mensagem dela.

 

“oie, você pode falar agora?”

 

“oie, claro!”

 

“como você está?”

 

“estou com saudade’’ fui direta, queria saber como ela estava em relação a nós duas.

 

“eu também estou com saudade!” ela disse e meu coração acelerou.

 

“você poderia vir me ver” sugeri.

 

“vi que sua mãe veio, você estava certa. Rsrsrs...”

 

“não te falei!” ri também.

 

“é, você falou.”

 

‘’fugiu da minha sugestão, não quer me ver?” perguntei

 

“claro que quero, mas não quero complicar as coisas com sua mãe, pode ser que ela não entenda minha presença.”

 

“é, você tem razão!” tive que concordar com ela.

 

“você estará de alta quando?”

 

“o Dr Gustavo me deu uma semana. Ele disse que por causa da pancada, vou ter umas tonturas e dores, por isso me deu uma semana.”

 

“espero que melhore logo.’’ Ela mandou emoji cheia de beijinhos. tão fofa!!! nem preciso dizer que eu estava toda derretida, tinha até esquecido que a Karla estava ali no quarto. olhei pra minha amiga e ela estava fazendo coraçãozinho com as mãos, virando os olhos; como se eu estivesse fazendo tudo aquilo que ela estava gesticulando. Falei pra ela parar e me despedi da Cris assim que minha mãe entrou no quarto.

 

Recebi a visita da minha avó. Queria que ela nem tivesse vindo, oh mulher que arruma problema.

 

-Isto é culpa sua, Letícia! você deixa esses meninos jogados, por conta própria, dá nisso!

 

-Mãe, não começa! Acidentes acontecem, aconteceria se eu estivesse aqui ou não!

 

-Cadê o irresponsável do Marcelo? Perguntou indignada.

 

-Marcelo está trabalhando, mãe.

 

-Você teria o tempo suficiente pra cuidar dos seus filhos se não tivesse casado com um pé rapado.

 

-Para de falar mal do Marcelo, ele é o homem com quem eu escolhi casar, é o pai dos meus filhos e não vou admitir você vir aqui em casa pra falar mal do meu marido. Minha mãe é um amor, mas não mexe com o meu pai ou os filhos dela não, a mulher vira uma onça.

 

-Quer que eu vá embora? Perguntou minha vó, toda dramática, como sempre.

 

-Mãe, eu só não quero que você fale mal do meu esposo, simples!

 

-Vou embora, e seja mais responsável com os meus netos.

 

-Tudo bem mãe? Perguntei assim que minha vó foi embora.

 

-Não consigo entender sua vó, parece que não cresce!

 

Continuei conversando com minha mãe, com o intuito de acalmá-la e meu celular toca. Eu estava falando todos os dias com a Cris; ela me ligava, mandava mensagem e eu respondia, até que ela disse que eu poderia mandar mensagem quando eu quisesse.

 

-Oie! Eu respondi tentando me conter porque minha mãe estava na minha frente.

 

-Pode falar agora? Ela perguntou.

 

-Sim. Eu já ia me levantando quando minha mãe perguntou.

 

-É o Vinícius, filha?

 

-Não, mãe. Cris me falou ao ouvir a minha mãe:

 

-Não dá pra falar, né? me liga quando puder falar.  Ela disse e eu acabei concordando se querer concordar.

 

-Tchau.

 

-Tchau, beijo.

 

-Quem era? Perguntou minha mãe.

 

-Você não conhece, mãe. Falei e fugi, sabia que com ela não tinha como esconder, piorou  se ficasse cara-a-cara com ela.

 

Cris

 

 

Eu estava morrendo de vontade de ver a Gabi. Queria saber como ela estava, com os meus próprios olhos. Eu tinha ligado pra ela pra ver se ela conseguia dar uma fugidinha pra que eu pudesse vê-la, mas a mãe dela estava perto e nem deu.

 

-Que cara de deprimida é esta? Perguntou Michelle, entrando sem bater no meu consultório. Normal, né!

 

-Nada.

 

-Não precisa nem falar, já sei! Tá com saudade da novinha?

 

-Fala baixo, sua doida!

 

-Ai, por que? Não tem ninguém ouvindo.

 

-Eu estou querendo ver a Gabi. Minha cara me condenou.

 

-Aiin, que lindo! Se alguém me falasse, eu cairia na porr*da com a pessoa, mas vendo você assim...é inacreditável!

 

-Falasse o que? Perguntei sem entender.

 

-Que você está apaixonada! Riu da minha cara.

 

Me joguei no sofá e suspirei... – Eu só queria vê-la!

 

-Vai na casa dela, mulher!

 

-A mãe dela tá em casa. Não posso simplesmente chegar lá e dizer: com licença sra, vim ver como está sua filha.

 

-E por que não? Afinal, você a socorreu.

 

-Eu acho que me entregaria também...

 

-Ah, tá explicado! Você tá com medo de babar na Gabi, na frente da mãe dela.  gargalhou

 

Meu celular toca e é ela:

 

-Oi. Pode falar agora? Perguntei sorrindo igual uma boba.

 

-Sim, estou no meu quarto. respondeu ela.

 

-Como você está hoje?

 

-Estou com mais saudade de você hoje do que estava ontem! Ela disse e eu tive uma ideia:

 

-Você pode ir lá em casa buscar um livro, o que você acha?

 

-Seria uma boa se minha mãe não mandasse o Gui junto, mas vou dar um jeito de te ver hoje; que horas você vai chegar?

 

-Chego às 18:00h.

 

-Pode me encontrar no parque do condomínio?

 

-Sim, mas sua mãe?

 

-Eu dou um jeito. Sorriu.

 

-Eu adoro esse teu jeito decidido!

 

-E eu o seu beijo. Uau... ela tá que tá hoje. pensei.

 

 

Cheguei em casa e mandei mensagem dizendo que eu tinha chegado. Ela respondeu dizendo que iria demorar um pouquinho, mas que iria. Aproveitei pra tomar um banho rápido.

 

 

Gabi

 

 

Chamei Karla pra dar uma volta no clube comigo e minha mãe me deixou sair com a Karla, depois de muitas recomendações. Depois de ouvir mil vezes que não era pra chegar nem perto das mesas da piscina, ela me deixou sair, ela também teria que passar no escritório. Demorei, saí só quando minha mãe saiu. Quando cheguei no parque Cris ainda não tinha chegado. Sentei na grama vendo o pôr do sol, quando sinto mãos cobrirem meus olhos. Sinto o cheiro dela... que cheiro! Me viro e ela me beija... um beijo de saudade, de desejo, de tesão. Nossa, eu ficava toda acesa com ela. Era incrível o poder dela sobre o meu corpo. Minhas estruturas ficavam abaladas.

 

Em meio a beijos e selinhos ela me aperta forte e diz:

 

-Meu deus! Como eu estava com saudade de você, menina!

 

-É mesmo, doutora! Falo dando uma mordidinha no lábio inferior dela.

 

Sinto a Cris mudar quando faço isso. Ela me aperta contra o seu corpo, olha fundo nos meus olhos.

 

-Você me deixa doida quando me chama assim.

 

-Assim como, do-u-to-ra... falei o doutora pausadamente, pois vi que a deixava em chamas com isso. Ela me encosta em uma das arvores que tinha por ali e diz com o corpo dela grudado no meu:

 

-Você faz ideia de como me deixa quando faz isso?

 

-Não, como eu te deixo... doutora? Pergunto bem baixinho, já que ela estava bem perto de mim.

 

-Com vontade de tirar sua roupa e fazer amor gostoso com você. Fiquei vermelha, não esperava essa resposta. Bom saber que eu estava mexendo com fogo. Mas mesmo assim perguntei:

 

-O que te impede?

 

-Esse medo que vejo nos teus olhos toda vez que as coisas esquentam. Eu a beijo, mas agora o beijo era ardente, com direito a mordidinhas e as mãos da Cris na minha bunda. Tive que segurar aquelas mãos nervosas. Precisava falar algo importante pra ela. Ela olha séria na minha cara e eu falo:

 

-Eu nunca fiz. Ela parou e disse:

 

-Oque? Ela meio sem entender.

-Isso! Apontei pra gente.

 

-Ah, entendi! É só deixar a coisa acontecer, é do mesmo jeito que com homem. Claro que com mulher é bem mais gostoso! Ela disse toda safada, confesso que aquele lado dela eu não conhecia. Mas ela ainda não tinha entendido.

 

-Cris, eu nunca transei com homem também. Ela me olhou meio assustada e perguntou:

 

-Você é virgem?

 

-Sim, sou. Ela me abraçou e com o rosto apoiado no meu ombro, disse

 

-Me desculpe.

 

-Por quê? Eu a afastei e olhei no seu rosto. Ela estava vermelha

 

-Eu falei sacanagem com você. Me desculpe, eu não sabia. Ela falava com o rosto vermelho de vergonha.

 

-Você fica linda envergonhada, doutora! Falei pra provocar mesmo.

 

-Você também não ajuda, provoca e provoca.

 

-Te acendo e quando tá acesa não apago. Ri e mordi o lábio inferior.

 

-Vou te confessar que eu quase encomendei a morte da minha irmã, aquele dia, quando ela nos interrompeu. Que bom que ela chegou lá e me impediu de fazer uma besteira.

 

-Nossa, me ofendeu!

 

-Não, não é que ficar com você seria uma besteira, mas sua primeira vez ser em cima de uma mesa?

 

-Eu não iria me arrepender! Falei com sinceridade.

 

-Mas eu sim. Acho que tem que ser algo especial a primeira vez. Nunca imaginou como seria?

 

-Já sim.

 

-E nesta imaginação, estava a mesa de uma cozinha? Ela me pergunta rindo.

 

-Não. Eu também ri.

 

Ficamos um bom tempo se pegando. A Karla tava pegando o carinha da lanchonete do clube que nem se importou com minha demora. A Cris ficou mais moderada, não ousou ultrapassar com as mãos a minha cintura.

 

-Gabi... não provoca, vai! Ela reclamava.

 

-Que que eu estou fazendo, doutora? Fazia cara de inocente.

 

-Brincando com fogo! Ela estava deitada na grama de lado e eu de frente pra ela, mas ela tentando manter distância, já eu, aprofundava mais o contato. Eu estava adorando provocá-la, e ver ela se controlando pra não me pegar de jeito. Cara, que mulher maravilhosa! Eu ficava com o Vini há dois anos. Nunca senti vontade de trans*r com ele, quando ele se animava eu dizia que não estava pronta, e eu queria sim que fosse algo especial, mas não com ele. Agora com a Cris, eu queria muito; confesso que tinha medo de não saber como agir, não saber como dar prazer aquela linda mulher.  Ela faz cara de brava quando termino o beijo dando uma mordidinha nos lábios dela.

 

 

-Tá bom, parei! Dei risada. Meu celular toca.

 

 – Oi mãe... tá bom, to subindo. Tenho que ir...

 

-Eu também tenho que subir. Foi difícil nos largarmos, mas conseguimos!

 

No escritório London

 

 

-Que cara é esta, Leticia?

 

-É a Gabi.

 

-Ela não tinha melhorado? Paula pergunta sem entender.

 

-Sim, mas não estou preocupada por isso, ela tá bem até demais!

 

-Oque houve então?

 

-Gabi está estranha. Toda cheia de charme no celular...

 

-Ah, Deve ser o Pequeno príncipe lá, qual é o nome dele mesmo?

 

-Vinícius. Mas não é ele não! Soltou o ar com força dos pulmões.

 

-Ai Lê, não precisa se preocupar, a Gabi é super centrada... não estaria fazendo nada errado.

 

-Tá, mas se ela não estivesse fazendo nada errado, ela teria me falado. Ela estava conversando com uma pessoa no celular, eu perguntei quem era e ela simplesmente falou que eu não conhecia.

 

-Talvez não seja nada sério, por isso ela não disse. Paula tentou tirar a amiga do conflito, já que ela sabia que a Gabi era uma menina responsável.

 

-Eu acho que é uma mulher. Leticia falou baixo, com a intenção da amiga não escutar mesmo; mas não deu, Paula escutou e deu uma sonora gargalhada.

 

-Pelo jeito a Gabi não puxou só a tua aparência. Falou ainda gargalhando.

Fim do capítulo