Lorenza

 

 

 

— Abre Paty, só um pouquinho, vai... Quero só um beijinho... Talvez dois... Eu juro... Juradinho!!!

 

Ela fazia força, empurrando a porta enquanto eu tentava entrar no quarto onde ela estava se preparando. Já estávamos nisso há quase 5 minutos. A minha oncinha morria de rir, mas ela não abria.

 

— Para, Lô, não pode... Dá azar ver a noiva antes da cerimônia.

 

— Eu faço tudim de olhos fechados, vai... Abre!

 

Eu mais ria do que fazia força, só estava com saudades dela. A última vez que a tinha visto havia sido no café da manhã e já era quase a hora da cerimônia. Nós nos casaríamos ao entardecer, no jardim ao lado da piscina.

 

— Para de empurrar a porta e fecha os olhos.

 

— Não faz isso, Paty. Ela não é de confiança! – Ouvi a voz de Luiza lá dentro do quarto.

 

— Puta merd*, Lu, eu conheço a peça, ela não vai parar... – Sorri e parei de empurrar a porta entreaberta — Fechou, Lo?

 

— Fechadim...

 

Pouco segundos depois senti seus braços em volta do meu pescoço e a abracei.

 

— Não abre, Lolo... – Ela disse, me dando um cheiro no pescoço que me fez arrepiar.

 

— Eita lasqueira... Pode confiar! – Beijei-a, passando as mãos pelo corpo dela e, pelo tecido, ela ainda estava com seu roupão de seda. Prendi-a contra a parede do corredor, colocando minha perna entre as dela.  — Tava com saudades...

 

— Eu também! A impressão que tenho é que faz dois dias que acordei nos teus braços...

 

— E eu não paro de pensar na noite passada... Tô louca pra repetir... – Mordi seu pescoço e ela gem*u.

 

Senti Patrícia se esquivar do nosso contato e a voz de Luiza ao nosso lado.

 

— Sossega esse fogo aí! Deixa pra noite de núpcias. Puta que los pariu!!! Tá estragando toda a maquiagem...

 

Abri os olhos ao ouvir a porta sendo fechada.

 

 

 

 

 

Enquanto observava todos os meus amigos e familiares mais próximos ali na minha frente, que como eu, aguardavam minha pequena, eu ficava cada vez mais apreensiva com a demora da minha noiva. Mas eu estava feliz demais, contanto que ela não desistisse do casamento, eu a esperaria ali o tempo que fosse necessário.

 

 

 

Estava tudo tão lindo, Paty tinha muito bom gosto e escolheu tudo com um cuidado que minha nossa... Queria ver seu olhar quando ela visse tudo que ela tanto desejou ali, pronto só para ela.

 

 

 

Ela optou por um casamento “boho-chic”. Sei lá que diabos era aquilo, mas não é que o estilo era lindo demais?! Deixei-a livre para escolher tudo de acordo com seu sonho. Ela escolheu um casamento ao ar livre, cercado pela natureza, pelos animais que eu tanto amava e que tantas vezes testemunharam momentos incríveis de nós duas.

 

 

 

Tudo tão florido... Simples e sofisticado como ela. Cores sóbrias e os detalhes em madeira pra nunca se esquecer da minha “rudeza mais fofa”, palavras dela. O amor e o carinho em cada detalhe.

 

 

 

        

 

Patrícia

 

 

 

— Paty, você tem certeza?

 

— Tenho sim, tia Zefa. A senhora sabe que eu e a Good Will somos as melhores amigas. Meu problema é com a Geralda. – Olho para a baia ao lado e Geralda, a falsa, que estava ali para ser inseminada, faz a egípcia pra mim. Tenho certeza que ela deu um risinho lembrando do que fez comigo.

 

— Então tá... vou lá ficar junto a sua vó. Tonho, fique montado de prontidão, qualquer coisa você salva essa maluca...

 

— Pode deixar, dona Zefa, mas a doutorinha tá quase cavalgando melhor que eu. – Tonho vem me dando aulas secretas na ausência da Lô, a minha ideia é fazer uma entrada triunfal na égua preferida dela, a Good Will.

 

Descobri que eu sabia cavalgar e meu problema sempre foi a bisca da Geralda. Nunca mais cheguei perto dela e mesmo o Tonho querendo que eu aprendesse num animal mais dócil, eu pedi que fosse a égua da minha noiva. Comecei a rir ao pensar ‘égua da minha noiva’... tenho que lembrar de falar isso para AnaLu que ficará uma hora rindo.

 

Conseguia ouvir o barulho dos convidados lá fora. O nervosismo tomava conta de mim. Luiza já havia ido e eu estava sozinha com o Tonho esperando o ok que ela iria me mandar.

 

Recebi a mensagem e abraçei o meu amigo. Logo após, subi na égua e sai do galpão contornando os cercados de treino. Vestia um chapéu branco e um vestido de noiva lindo... Branco na altura do meu joelho, bem decotado, e com botas de salto brancas. Sim, eu estava me achando gostosa! Poderosa! E só depois da Lorenza e de tudo que aconteceu comigo é que eu posso dizer que agora finalmente eu sei quem sou! Dona dessaporr*toda! Ai, puta merd*, tô me achando..., mas acho que hoje eu posso!

 

Fiquei um pouco atrás da grande casa quando escutei os acordes da música que eu e Lo amávamos: “Halleluijah”.

 

 

 

 Levei com destreza Good Will, num trote firme e constante, até onde seria realizada a cerimônia. No altar montado, vi a minha peoa com a cara mais espantada do mundo.

 

Cheguei ao início do tapete  e apeei da égua que foi levada por um dos meninos que trabalhavam lá. Luiza me deu o bouquet de tulipas vermelhas, as flores preferidas da Lô. Vovó já me esperava para me levar ao altar. Quando eu comecei a caminhar sorri ao ver todos meus novos amigos ali, pessoas que gostavam de mim simplesmente por gostar. Dona Ana e seu Túlio estavam ao lado de Tia Zefa e choravam também, como eram fofos. Meus olhos encheram de lágrimas ao vê-los também emocionados e seu Túlio tirou um lenço do bolso e me entregou. Lo, toda linda, veio me receber ao final do tapete.

 

 Já em cima do altar, ouvi apenas os violinos e que continuam a melodia. Lorenza, sorrindo, segurou minha mão. Escutei a voz que me fez voltar do inferno, renascer das cinzas, ser novamente - ou pela primeira vez - a Patrícia que eu deveria ser. Cantando para mim, estava ali, a mulher da minha vida.

 

 

 

Lorenza

 

 

 

Fui tirada dos meus devaneios ao ouvir a musica que daria início a cerimônia. Vi uma movimentação vinda pela lateral da casa. Meu coração quase saiu pela boca ao identificar minha noiva montada em minha égua. Era como se a Barbie Noiva tivesse pego meu querido pônei para passear. “Eita diacho... essa maluca vai quebrar o pescoço!”. No entanto, o que mais me surpreendeu é que a minha pequena vinha em um cavalgar seguro e mesmo a distância eu via seu olhar em mim.  Cadê a Paty, medrosa? Ela sumiu atrás da grande porta de madeira adaptada no inicio do tapete por onde ela entraria e viria até mim. Seu caminho estava todo margeado por balaios cheios de flores brancas.

 

 

 

Todos já estavam de pé, assim como eu. Ao meu lado estavam NaLu, Júnior e Mario, meus “padrinhos”. Todos vestidos com ternos exatamente como o meu. A porta se abriu para que Luiza, Aninha e Amanda ocupassem seus lugares de madrinhas.

 

 

 

Assim que elas estavam ao nosso lado, a porta se abriu novamente, e tentando segurar as minhas lágrimas, vi a mulher mais linda do mundo entrar de braços dados com sua avó.

 

 

 

— Meu Deus, como é linda!!! – Eu disse baixinho para mim, mas Júnior soltou um ‘Demais!’.

 

 

 

Desci os degraus para recebê-la. Beijei sua testa e subimos juntas ao altar.

 

Assim que ela se virou de frente para mim, enquanto os músicos continuaram apenas com o som instrumental, Júnior me entregou o microfone. Comecei a cantar para ela olhando em seus olhos, a música que a messes eu, Nalu e Júnior estávamos ensaiando.

 

Ouça https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=pCDct0y8wxc

 

 

 

Diante do rei quero agradecer

 

Por hoje aqui te receber

 

E nele consagrarmos nossa união

 

Foi Deus quem mandou você pra mim

 

Pra unidos seguirmos até o fim

 

Louvado, agradeço aleluia

 

Aleluia, Aleluia, Aleluia, Aleluia

 

 

 

A minha alma se acendeu

 

O mundo todo renasceu

 

Meu coração agora vive em paz

 

 

 

Era para eu cantar mais um trecho sozinha, mas minha garganta travou e Júnior continuou...

 

 

 

E nem as mais belas canções

 

Poemas, salmos e orações

 

Refletem o que sinto, aleluia

 

Aleluia, Aleluia, Aleluia, Aleluia

 

 

 

Nalu continuou enquanto eu tomava os lábios de minha pequena em um selinho demorado...

 

 

 

Eu vejo o céu eu vejo o mar

 

Eu vejo a noite e o luar

 

Eu vejo como é grande o seu amor

 

Eu vejo o dia amanhecer

 

Eu quero tanto agradecer

 

E é por isso que eu canto aleluia

 

Aleluia, Aleluia, Aleluia, Aleluia

 

 

 

 Quando terminamos, Paty enxugou as lágrimas nos cantos dos seus olhos e eu passei a manga do terno pelos meus, secando as minhas. Olhei para nossos convidados e o único que fingia não chorar era papai.

 

 

 

A juíza de paz deu início a cerimônia, que foi linda. A todo momento, nossos olhares se encontravam sempre acompanhados de um sorriso lindo de Paty. Eu posso jurar que naquele momento não existia no mundo todo, duas pessoas mais felizes que nós.

 

 

 

Chegou à hora dos votos e em fim a troca de alianças.

 

 

 

— Paty, você sabe que não sou muito boa com as palavras, e mesmo assim eu preferi não escrever os votos, pois nada que eu escrevesse antes poderia se igualar as coisas que estou sentindo neste momento. Quem diria que chegaríamos até aqui, né?

 

Duas vidas que pareciam trilhar caminhos tão distantes, se tornando uma só.

 

Sempre me perguntei o porquê de não ter te conhecido antes... O porquê de não ter você na minha vida há mais tempo...

 

E só hoje eu tenho essa resposta.

 

O universo só nos manda boas coisas no momento exato em que estamos preparados para reconhecê-las. E hoje eu estou pronta pra fazer de você a minha prioridade, minha vida... E pronta pra ser a mãe dos seus filhos.

 

Não faço ideia do que eu fiz para merecer tanto, mas a vida sempre me presenteou com coisas maravilhosas. E a menos de um ano ela me deu você, minha chiliquenta, minha oncinha, minha pequena.

 

         Chegou despertando em mim os meus melhores sentimentos. Dominando meu corpo e minha mente como ninguém. Obrigada por fazer parte da minha vida. Você chegou mudando tudo para melhor. Hoje eu me caso com você, com todas as suas qualidades e defeitos... Porque sejamos realistas, os meus são ‘de lavada’ muito maiores que os seus. E neste momento, perante as pessoas mais importantes da minha vida, eu prometo cuidar de voce, te amar e te ser fiel por todas as minhas vidas, pois tenho certeza que o que aconteceu conosco foi um reencontro de almas.

 

 

 

Peguei a aliança que NaLu me entregava.

 

 

 

         — Receba essa aliança como prova da minha lealdade e do meu amor por você, Patrícia. Eu te prometo que vou viver pra te fazer a mulher mais feliz deste mundo! Eu te amo demais, minha pequena!

 

 

 

Tremendo, coloquei a aliança no seu dedo. Paty pegou o microfone e mesmo sem conseguir segurar as lágrimas ela tentava falar. Os presentes soltavam “awn”, “que fofa” e várias outras interjeções. Limpei o seu rosto enquanto ela tentava se recompor.

 

 — Puta merd*! – O barulho alto de microfonia só não foi maior que a gargalhada dos presentes. Isso era o que eu mais amava nela, essa espontainiedade. – Desculpe... – Limpou a garganta, sorrindo, com o rosto vermelho mais lindo que eu já vi.

 

Lô, durante muitos anos da minha vida eu achei que não merecia nada além do que eu tinha... Achava que as migalhas de amor e carinho que eu recebia era o certo, era o que tinha para mim e que ninguém seria capaz de amar alguém como eu...

 

 A imagem que eu fazia de mim... a imagem que foi sendo construída em mim pelos outros... era a imagem que eu acreditava, e para não me machucar eu usava a arrogância e a grosseria sempre que conhecia alguém. Lembra? Lembra como te tratei? Era pura proteção.

 

Outra pessoa nunca mais olharia para mim. Mas você não. Você quis ver se conseguia dobrar aquela barbie veterinária, sim eu sei como você me chama. – todos riram.

 

Olhei para o fofoqueiro do Júnior, que me jogou um beijo. Que bocudo!

 

Agradeço aos céus todos os dias por você ser essa peoa safada e turrona que não perdia um desafio. Porque apenas por causa disso estamos aqui hoje.

 

Você foi me mostrando, pelos seus olhos, um novo mundo e uma nova Paty. Uma Patrícia que está de bem com seu corpo e consigo mesma. Uma Patrícia bonita e segura. Mas Lô... essa Paty... essa Patrícia... não existiria se a peoa safada não tivesse batido o pé e dito que iria me dobrar! Que eu seria sua!

 

E eu sou! Sua! Meu corpo e minha alma pertencem a você. Mas não por obrigação, porque eles orbitam a sua volta. Você é o que faz com que eu acorde feliz toda manhã. Você me curou! Você! Eu te amo!

 

 

 

— Receba essa aliança como prova da minha lealdade e do meu amor por você, Lorenza. Amo você e prometo te fazer a mulher mais feliz do mundo! Eu te amo, minha peoa!

 

 

 

Quando a juiza disse que eu poderia beijar a minha pequena, fiz questão de gravar em minha memória o gosto e a sensação do primeiro beijo trocado com minha esposa.

 

 

 

 

 

Júnior

 

 

 

Eu estava feliz da vida em ver que minha Bro estava sem dúvida alguma se casando com a mulher da sua vida. Elas mereciam viver este amor em paz, sem essa sombra do ex dela na sua cola. E no que depender de mim e Mario, elas se veriam livres desse imbecil o quanto antes.

 

 

 

Lorenza conseguiu exclusividade total da equipe do Zuleika’s para que nossas mulheres se arrumassem na fazenda mesmo. Assim já evitando que Paty saísse do nosso cerco de segurança. A ordem de restrição contra ele era de 500 metros, ou seja, se ele tentasse se aproximar da cerimônia, sairia de lá direto para cadeia. E se preciso fosse, utilizaríamos até a influência da esposa de Heloisa, que já tinha se disposto a ajudar, para que a lei fosse aplicada com rigor... Faríamos de tudo para que aquela Mona de academia ficasse um bom tempo na cadeia.

 

 

 

— Porr*, Júnior, tô nervosa demais... Olha minhas unhas cara, já tão no cotoco. – Lorenza andava de um lado pro outro só te top e cueca.

 

— Te aquieta, Bro. Tá parecendo que vai pra um matadouro. – A segurei pelos ombros. — Calma, cara, porque você tá assim? Quer fugir? Ainda da tempo!

 

— Para, palhaço! Tô com um medo de não ser uma boa esposa pra ela... Ela já passou por tanta coisa... Tudo que eu mais quero é fazer aquela pequena feliz. Mas sou ogra demais, cara. Tô cagando de medo de fazer tudo errado... E só de pensar nesse ex dela se aproximando, tá me deixando apreensiva...

 

— PARA! Se acalma! – Ela se sentou na beirada da cama. Me sentei ao seu lado — Você não precisa ter esse medo, Bro. Vocês duas nasceram uma para a outra.

 

— Sabe o que eu me lembrei agora e parece que faz séculos que aconteceu?

 

— O quê?

 

— Do dia que ela nos flagrou lá no Rancho do Riachão... Foi o dia que eu comecei a entender que o que eu estava sentido por ela era diferente... Foi a primeira vez que eu quis só abraçar uma mulher, cuidar... Proteger... E hoje não consigo entender como eu vivi sem ela na minha vida.

 

— Ai, Bro... Como você tá gay... Tá fofa demais!!! – Ela me deu um murrão no braço. — Ai, esse doeu!!!

 

— Tem nada disso não... E tu sabe que não gosto que me chamem de fofa... AFF! – Ela passou o braço pelo meu pescoço, mudando a cara de brava, para um sorrisinho debochado. — Né Chu... “Ai, Chu, que saudades de você...” “Também te amo, Chu” – Dizia curtindo com a minha cara pela forma que eu e Helena nos tratávamos.

 

 

 

Lorenza se acalmou e começamos a nos arrumar para a cerimônia. Lô deu uma fugidinha para o quarto delas, tentar falar com Paty, mas pela cara que ela voltou, acho que não teve muito êxito não.

 

 

 

Arre-égua... Eu estava parecendo um Mané... Quando vi Lorenza tentar segurar o choro, sem sucesso, ao ver Paty entrando no tapete de braços dados com dona Carolina, chorei com ela. Parecia que era eu me casando. Olhei para minha Lena, linda e pensei que logo logo seria o meu.

 

 

 

O sorriso de Paty ao ver a surpresa que Lô, NaLu e eu ensaiamos foi demais. Foi sem dúvidas uma cerimônia linda.

 

 

 

Já na festa, todos nos divertiamos... Notei quando Mario saiu apressado indo para o rumo das baias, olhei para Lô que me procurava com o olhar, ela disfarçou fazendo uma palhaçada para Paty que ficou rindo cercada pelas amigas. Fiz sinal com a cabeça e ela entendeu para irmos atrás de Mario. Olhei meu celular e tinha umas seis chamadas perdidas de Bruno. Já fora da área da recepção, meu celular tocou novamente.

 

 

 

— Oi, Mario... Beleza, já estamos indo. — me virei para Lorenza que me olhava preocupada.

 

 

 

— Ele já está dentro da fazenda...  - Ela segurou meu braço com força.

 

— Como assim, Júnior? – olhou em volta — Tenho que proteger a Paty – disse tentando voltar para onde os convidados estavam.

 

 

 

— Ei, Calma!!! Ele esta fazendo exatamente o que nos queremos, deixamos um acesso mais fácil para ele por trás das baias. Temos testemunhas, temos as câmeras... Eu não podia te contar que deixaríamos ele se aproximar tanto, mas é a única forma de prendê-lo, fazer que ele descumpra a distância que a mediada restritiva impõe.

 

— Eu sei disso, Brother, mas se ele estiver armado... Se tentar algo de longe??? Vou subir com ela pro quarto...

 

 

 

— Para! E vai acabar com a alegria dela? Deixa-a curtir esse momento e vamos lá resolver isso de uma vez – a puxei pelo braço — Mario está nos esperando.

 

 

 

Patrícia

 

 

 

Sabe aquele momento que você tá tão feliz, mas tão feliz que acha que pode explodir? Ou pensa que tudo pode ser um sonho e tem medo de que se piscar, pode acordar? Era exatamente como eu me sentia.

 

Tudo estava sendo maravilhoso! A cerimônia, a festa, os amigos, as minhas avós, minhas amigas... Puta merd*! Até Alfredo e Charlotte estavam vestidos com smoking e vestido de noiva!

 

Nossos amigos se divertiam ao som do conjunto. Uma das coisas mais engraçadas que aconteceu foi ver Pietra correndo atrás da irmã da AnaLu que soltava fogo pelas ventas! Segundo a Luiza, Ana Beatriz é hetero e a filha do Júnior pode tirar seu cavalinho da chuva porque ali ela não tem chance. Todos só acharam muito estranho o jeito que a menina estava, porque a loirinha nunca na sua vida tratou tão mal uma pessoa assim.

 

A minha esposa me enchia de cuidados e atenção. A todo momento, buscava algo para eu beber ou comer. Me sentia no céu! Estava sendo tratada como uma princesa! Por isso estranhei quando ela sumiu.

 

Olhei por todo lado e não a encontrei. Tentei ir para dentro de casa, mas não consegui fugir dos convidados. Então vi quando o Júnior e a Pietra correram para as baias e eu fui atrás.

 

Quando eu cheguei perto meu corpo gelou com a visão que eu tive. Soltei um grito ao ver a minha esposa, o amor da minha vida, a minha Lô toda ensanguentada!

Fim do capítulo