POV da Liz
CapÃtulo 21 - A carta
Capítulo 21 – A carta
Liz acordou por voltas das dez horas da manhã com seu celular tocando insistentemente. Xingou mentalmente aquele ruído desgraçado e tateou pela cômoda procurando-o. Estava com uma dor de cabeça enorme pela bebida da noite passada. Sabia que só poderia ser a sua tia Luísa novamente, insistindo em sua presença. Iria atender dessa vez, aquela insistência toda já estava a preocupando.
O dia havia começado tão bem junto de sua irritadinha, ainda estava numa boa, deitada em seus lençóis e sentindo aquele cheirinho suave que só ela tinha e a fazia relaxar. Sabia que toda a calma estava prestes a ser arruinada, logo quando achava que dessa vez poderia ser diferente. Suspirando, atendeu o telefone finalmente:
— Oi, tia. — A voz ainda estava grogue de sono.
— Bebendo já a essa hora? — Disse ela com a voz severa e implicante de sempre.
— Eu estava dormindo na verdade. — Respondeu pacientemente. — O que foi? Se for aquele mesmo assunto eu já falei. Não vou. Vou ficar aqui e acabou o ass...
— Eu não queria mesmo falar isso assim por telefone. — interrompeu-a firme e cuidadosamente. — Mas você não me deu escolha Lisandra. Eu tenha uma carta importante para entregar a você. Do seu pai.
Seu coração apertou e depois disparou angustiado. Como assim carta? Que porr* toda era aquela? Sentou-se na cama rapidamente, aprumando-se.
— Que tipo de idiotice é essa que a senhora está falando? — cuspiu as palavras raivosamente. — Não é justo fazer joguinhos para me fazer ir até aí.
— Olhe bem como fala comigo senhorita marrenta e dona do mundo. — repreendeu-a em tom severo, mas logo em seguida falou de forma mais amena. — Eu jamais brincaria com isso. Por isso eu não queria falar nada por telefone. É delicado. Preciso que venha até aqui.
— Que assunto de carta é esse? — perguntou temerosa e sentiu as mãos tremerem com um nervosismo súbito. — Como assim meu pai deixou?
— Sim, ele deixou antes de morrer. Explico tudo aqui na minha casa e pessoalmente. Estou enviando um jatinho para lhe buscar e não me faça ir até aí, eu falo sério.
Liz parecia ter levado um soco no estômago e o ar faltou em seus pulmões com a ansiedade forte que lhe tomou. Começou a respirar pesadamente, seus olhos arderam e tentou conter a voz de choro. Sentia a culpa lhe consumir novamente. Já se passara seis anos, mas a intensidade era sempre a mesma.
— O que está acontecendo?
— Liz, por favor, apenas venha para perto de mim. — Luísa já tinha a voz chorosa ao percebê-la frágil. — Vamos passar por isso juntas. Só venha. O avião chega em duas horas. Vá até o aeroporto que ele vai estacionar lá.
— Não se preocupe, já estou fodida o suficiente e sozinha. — Declarou com mágoa.
— Você não está sozinha, tem a mim. Sempre teve.
As lágrimas começaram a rolar sem sua permissão e um bolo se formou em sua garganta. Desligou o telefone rapidamente e passou vários minutos em estado de choque ali. Não conseguia pensar ou raciocinar direito. Por quê? Logo agora que estava tudo bem. Sempre que achava que estava livre algo a levava de volta para o fundo.
Deitou-se na cama novamente, não conseguia se mover, sentia um peso enorme em suas pernas. Abraçou o travesseiro de Lia e ficou ali sentindo o perfume dela que estava impregnado ao seu redor. Deixou que as lágrimas rolassem soltas por sua face e abafou um grito no travesseiro tentando colocar para fora todo o peso e dor que carregava dentro do peito.
Uma carta que seu pai deixara... A notícia a abalou, apenas queria esquecer que todas aquelas coisas horríveis tinham acontecido, mas sempre surgia algo para lhe deixar mal de novo. Nunca conseguia estar cem por cento bem. Estava conseguindo viver dias tranquilos e felizes com Lia, mas é claro que isso não era o suficiente, a dor nunca a abandonaria.
Se perguntou por que só agora sua tia estava entregando essa tal carta, seis anos depois. Ao mesmo tempo que estava curiosa para saber o que tinha nela, ao mesmo tempo estava apavorada. Quando se sentiu um pouco mais calma, levantou-se da cama, se vestiu com pressa e saiu do quarto. Antes de ir embora lembrou-se do sanduíche que Lia havia lhe preparado e seu coração dolorido sentiu uma pontada ainda mais forte. Viu que ela ainda havia deixado remédios para mal-estar bem ao lado. Sorriu com o cuidado todo dela. Sua estressadinha.
Aquele sentimento tão bonito que estava sentindo por ela a assustou ainda mais naquele momento. Nas últimas semanas Liz realmente acreditou que poderia viver aquilo, mas a realidade sempre batia à sua porta. Tentava de tudo e não conseguia fugir daquilo nunca. Sabia que aquilo nunca terminaria bem, era certo.
Correu para casa, tomou um banho, vestiu-se e arrumou uma bagagem de mão rapidamente para seguir até lá. Para sua tia enviar o jatinho da empresa só poderia mesmo ser um assunto muito sério. A angústia não a abandonava nenhum segundo. Tentou comer o sanduíche, mas não sentia um pingo de vontade de ingerir nada naquele momento, mesmo apesar de estar com fome, simplesmente não conseguia.
Olhou no relógio e viu que já faltava uma hora para a chegada do jato. Não era a primeira vez que viajava nele, mas sua tia não o disponibilizava quase nunca já que era da empresa. Chamou um táxi e ficou em uma espera ansiosa. Tentou se acalmar e ficou relembrando as cenas com Lia na noite passada, era sempre uma experiência enriquecedora fazer amor com ela, que estava se soltando sempre mais e sempre lhe deixando louca. Nunca em todas as suas aventuras com tantas outras garotas havia se sentido daquela forma.
O táxi chegou lhe tirando dos devaneios em que se encontrava. Durante o caminho ela mandava uma mensagem para a tia dizendo que já estava indo para o aeroporto e Luísa lhe respondeu dizendo que o jato já estava chegando. Liz não pensou em mais nada direito desde que ela dissera sobre a carta do pai. Só queria saber o que possivelmente aquilo tudo significava.
O cadastro do jatinho já havia sido feito naquele aeroporto e Liz apenas pagou pela taxa de pouso dele no guichê. Sem precisar pegar fila e todo aquele processo enfadonho de embarque, um funcionário lhe levou em um daqueles carrinhos até lá.
O piloto a recebeu educadamente e logo partiram rumo à sua cidade natal. Sempre achava desgastante andar de avião. Aprumou-se no banco e desligou o celular. Foi o caminho até lá quase todo apenas olhando pela janela e vendo as nuvens lá fora. Memórias dolorosos tomaram conta de sua mente, desde ela tão jovem passando por problemas sozinha sem ter um pai e mãe presentes que cuidassem dela. Por isso sempre era tão solta e despachada. Havia aprendido a resolver seus problemas por si mesma.
Não era justo que aquele velho conseguisse sempre lhe dar tanta dor de cabeça. Sempre era tragada para a dor novamente. Tentou afastar os problemas e deixou Lia invadir sua mente. Sorriu de leve com os momentos compartilhados. Era loucura, jamais havia sentido esse sentimento tão forte por qualquer outra antes, não conseguia saber direito o porquê de ela chamar tanto sua atenção. Talvez pelo jeitinho sério e nerd de menina certinha. Ou o gosto musical.
A achara linda desde a primeira vez que a vira. No entanto, ela parecia reprova-la e aquilo era novidade. Geralmente todos veneravam Liz quando a conheciam, que fossem héteros, bi’s, lésbicas e até mesmo os rapazes que eram sempre os descartados. No entanto, quando tentou aproximar-se, ela foi extremamente grossa e aquilo apesar de lhe deixar com raiva, lhe instigou de alguma forma.
Quando a via com o tal Rodrigo sentia um incômodo. Sabia que estava atraída por ela e decidiu que iria conseguir arrancar ao menos uns beijos daquela garota tão irritada. Cris havia lhe dito que a mesma queria uma amizade, mas era orgulhosa demais para admitir. Ali ela viu sua primeira oportunidade de se aproximar.
Liz queria curtição, mas Lia lhe deu uma bela rasteira. Aquele jeito bravo, certinho e decidido ao mesmo tempo a enlaçou de tal forma que até havia se permitido abrir uma porta que a muito tinha jogado a chave fora. O medo de sentir aquela dor e de ser tão fraca lhe fizeram ser essa pessoa fechada, mas Lia estava conseguindo quebrar esses muros e ali estava ela, viajando sem nem ao menos avisá-la. Sabia que ela ficaria puta, mas não tinha o que dizer.
Assim que pousaram no campo do condomínio fechado de sua tia, o seu coração acelerou feito louco. Sempre se sentia mal quando lembrava das loucuras que já havia feito ali quando mais nova naquela fase rebelde revoltada logo depois do acontecido. Quando seu pai se foi, Luísa não havia ficado apenas como responsável pela empresa, mas também responsável pela guarda de Liz que ia fazer quinze anos ainda.
Ligou seu celular e viu que já era quase três da tarde. A casa era próxima e assim que se aproximou a viu altiva e vestida de executiva como sempre e estava à sua espera. Quando Liz aproximou-se o suficiente ela a abraçou apertado. Liz a abraçou de volta sentindo-se protegida. Amava muito sua tia, mas estar naquela casa e naquela cidade a faziam lembrar de coisas que não
— Minha menina. — exclamou emocionada.
— Olá tia. — sorriu e se afastou.
— Você parece bem. Melhor do que da outras vezes. Está mais gordinha ou é impressão minha?
— É impressão sua. — Falou tentando disfarçar.
— Vem vamos entrar. Eu ainda não almocei.
Andaram pela casa imensa e climatizada. Foram direto para a mesa de refeições e dessa vez Liz não recusou a comida e como o mal-estar já havia passado mais forçou-se a comer. Durante a refeição as duas conversavam.
— Eu pensei que não viria.
— Como não vir? — bufou sarcástica. — Onde está a carta?
— Está em meu escritório. Vamos almoçar primeiro e depois conversamos.
Elas almoçaram com Luísa tentando fazê-la falar o tempo todo as coisas que estava vivendo na outra cidade e perguntou sobre o seu curso. Liz teve vontade de falar sobre Lia, mas não sabia se deveria. Ponderou um pouco antes de contar.
— Eu estou com uma menina super legal agora. — falou surpreendendo-a.
— Como assim? — perguntou sem entender. — Eu tenho medo desses seus casos.
— Ela não só um caso. Ela é diferente. — exclamou baixinho.
— Você tem uma namorada, é isso?
— Sim. Ela é especial para mim. — declarou emocionada e dando a última colherada em sua comida. Já estava satisfeita.
— Eu fico mesmo muito emocionada de saber isso. Já é bem melhor do que os seus casos com várias.
— Ah tia, por favor! Me poupe.
— Você nunca me apresentou ninguém antes. Por quê?
— Eu não sei, nenhuma foi tão importante.
— Melhor do que envolvimento com mulheres casadas...
— Já chega tia. Eu quero mesmo saber dessa carta. Eu vim até aqui para isso.
Luísa limpou a boca com o guardanapo e concordou. Quando entraram no escritório ela trancou e porta e foi até atrás do balcão, abrindo a gaveta e finalmente retirado um envelope lá de dentro. Caminhou até ela e a entregou o envelope que estava colado e meio amarelado. Liz pegou aquilo com todo o cuidado e olhou bem a letra bem desenhada de se pai no envelope.
“Para Lisandra, quando ela completar 21 anos.”
— Eu encontrei essa carta no quarto dele, quando fomos vender. Está em uma gaveta de roupas. Por algum motivo ele queria que você só lesse aos vinte e um. Eu ponderei esses anos todos se deveria mostrar isso para você ou não. Sei o quanto te afeta. Resolvi confiar em você.
— A senhora leu essa carta?
— Não. Esteve lacrada esse tempo todo. Ela é sua.
Liz suspirou pesadamente e quando olhou novamente para o envelope, viu que suas mãos tremiam incontroladas. Luísa aproximou-se e a abraçou.
— Vem cá. — puxou-a para o sofá e a fez sentar ao seu lado. — Diga alguma coisa, Lisandra.
— O que a senhora quer que eu diga?
O peso da culpa a consumia juntamente com a raiva que tinha dele. Sua vida nunca mais fora a mesma depois de tudo. Pensava mesmo que de agora em diante tudo poderia ficar bem, mas é claro que o sentimento era prematuro demais para ao menos se permitir. Ela apenas fitava o envelope, lendo e relendo as poucas palavras ali. A dor lhe rasgava de dentro para fora e inevitavelmente as lágrimas começaram a cair copiosamente.
— Minha querida.
Luísa exclamou ao seu lado e tento abraça-la. Porém, afastou-se abruptamente. Aquele era o sentimento que ela mais detestava sentir nas outras pessoas. Pena. Peninha da órfã triste e rebelde da família Moraes. A garota problemática que os outros familiares não queriam por perto.
— Eu vou até o meu quarto, preciso descansar um pouco.
— Vamos conversar, Lisandra.
— Eu não tenho nada para falar. — respondeu curta e grossa.
— Você não pode continuar se fechando. — Luísa a repreendeu. — Não vê que fugir torna tudo ainda pior? Eu deixei você tentar da sua maneira. Não pude lhe parar, até mesmo ir para outra cidade foi muito radical, preciso de você aqui comigo na empresa.
— Que se foda essa empresa, Luísa. — gritou em resposta. — Nada disso vai mudar o que aconteceu.
— Não vai mudar, não. Você está certa. Mas não podemos deixar de viver nossas vidas por causa disso. Você gostava de lá quando era mais novinha e o seu lugar é ao meu lado comandando tudo. Desde que o seu pai faleceu que tudo...
— ELE NÃO FALECEU!
Liz gritou possessa e desesperada, tentando expulsar a dor e a raiva que lhe comprimia o peito. As lágrimas lhe manchavam a face. Luísa parou estática com a explosão dela. Não era a primeira vez que fazia aquilo, mas já fazia muito tempo que ela não tinha uma reação tão violenta. Será que era tão difícil entender que ela não queria responsabilidades com nada que envolvesse essa maldita empresa nunca mais? Voltou a gritar o ódio que sentia.
— O DESGRAÇADO SE MATOU. ESSA É A FRASE CORRETA. POR QUE VOCÊ NUNCA DIZ ISSO?
— Lisandra...
— NÃO ME DÊ ESSE OLHAR DE PENA.
Liz estava ofegante e saiu do escritório batendo a porta com tanta força que sentiu o vidro da parte posterior se partir, mas não se importava. Tinha a estranha necessidade de machucar e destruir tudo. Dobrou a carta de qualquer jeito e a pôs no bolso no casaco que usava. Antes de subir correndo as escadas até seu antigo quarto, pegou uma garrafa de uísque do bar na sala e trancou-se.
Bebeu tudo até perder os sentidos e estar totalmente leve. No último gole, já quase totalmente inconsciente, apagou na cama de tênis e tudo. Sentia que ao menos assim, poderia ter algumas horas de sono sossegada sem sentir aquele peso que estava lhe consumindo.
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Acordou com a cabeça explodindo de dor e pesada lá pelas tantas da noite. Não sabia que hora era, apenas que já estava bastante escuro. Virou-se vagarosamente enquanto vi tudo girar ao seu redor. Uísque desgraçado, era uma sorte ainda estar viva depois de ter bebido tudo. Sentiu um enjoo terrível lhe tomar e correu até o banheiro. Vomitou tanto que pensava que ia colocar os “bofes para fora”.
Quando deu a descarga no aparelho, sentou-se no chão do banheiro sem conseguir se levantar e escorou-se a parede. O odor do vômito se espalhava por ali e já a estava deixando enjoada novamente. Depois de alguns minutos, já menos tonta, conseguiu se pôr de pé e escovou bem os dentes. Rebolou-se na cama novamente sentindo todo o seu corpo dolorido, parecia estar com febre.
Como queria Lia agora ao seu lado lhe consolando. Seu peito apertou de saudades dela e aquilo fez dar-se conta de que não havia dito nada a ela sobre o seu sumiço. Ela odiava e se preocupava quando fazia isso. Ainda mais naquele dia que ela parecia tão empenhada em comemorar juntinho dela.
Procurou pelo celular às pressas e olhou a tela. Já era onze da noite. Desde que pousara na casa nem mesmo lembrara de mexer no telefone e assustou-se quando viu o tanto de mensagens e ligações tanto de Lia quanto de Vivi. A droga do celular estava no silencioso. Ligou a luz do abajur ao seu lado na mesa de cabeceira e se pôs a ler tudo.
Lia: “Mais tarde vou desfilar nua só para você, minha roqueira gostosa e sexy. Vou te matar de prazer e te ch*par todinha. Ansiosa para te ter na cama mais tarde.” 18:03
Lia: “Incrivelmente eu não estou surpresa com o que aconteceu. Eu sou uma idiota e não sei onde estava com a cabeça para fazer esse aniversário surpresa. Você me machuca quando não me conta os seus dramas e segredos, mas desaparecer em um dia como hoje sem me dar satisfação de nada? Estou morta de preocupada com você, Lisandra e não sei dizer se estou mais preocupada ou puta de raiva com você. Será que pode atender a porr* desse telefone ou ao menos dizer se está bem. Estamos todos preocupados. Os meninos da banda disseram que você não foi ao ensaio. Onde você tá porr*?” 23:46
Vivi: “Liz cadê você, pelo amor de Deus? Já é sete e meia da noite você não apareceu. Atende esse telefone, caralh*!” 19:29
Vivi: “Olha Liz, eu não queria falar nada, mas vou apelar. Lia fez um aniversário surpresa para você e já estão todos à sua espera. Por favor, aparece.” 21:05
Liz arregalou os olhos e a sua consciência pesou. Festa surpresa? Se sentiu a pior das pessoas por ter deixado sua linda irritadinha na mão. Destruiu completamente os planos para a noite e ainda quebrara a confiança de Lia. Se sentiu arrasada com tudo aquilo e como já estava fragilizada se pôs a a chorar novamente com toda a dor e decepção que causara. Aquele era o seu carma. Infligir dor às pessoas ao seu redor que a amavam.
Vivi: “Ao menos diz que está bem, estamos preocupadas.” 22:03
Imediatamente uma dor apertou suas entranhas. Ela ligou na mesma hora para Lia e depois de dois toques, finalmente atendeu.
— Lia, me desculpe por tudo, minha linda.
— Liz, sou eu, Cris.
— Cris. — exclamou pesadamente. — Por favor, passa o telefone para ela. Eu preciso explicar...
— Hoje não Liz, vocês se falam depois. Estamos todos preocupados com você. Está tudo bem?
— Eu estou bem sim, não se preocupem. Cris, como ela está?
— Ficou arrasada, mas ela estava, acima de tudo, preocupada.
— Eu tive que vir me encontrar com minha tia, eu estou na casa dela e estou bem, por favor, avisa a ela e diz que eu sinto muito. Eu não fazia ideia de que ela havia feito algo para mim.
— Tudo bem, Liz. Eu vou dizer, se cuida, ok? Beijos.
— Obrigada.
O coração de Liz ficou ainda mais pesado com a ligação. Sempre que Lia estava muito mal e com raiva dela, Cris ficava entre as duas como apaziguadora. Queria muito ter falado com ela, mas sabia que teria sido uma perda de tempo pedir. Isso a deixou ainda mais puta. Em um verdadeiro desespero ela sapecou o seu telefone no chão e espatifando-o. Pegou a carta em seu casaco e amassou-a toda, jogando no lixo depois.
Saiu da casa exasperada, viu que as luzes estavam apagadas, exceto pelo escritório de sua tia. Era mesmo um carma. Como poderia viver sempre a machucar a todos que amava? Se sentia mal. Tudo conspirava contra ela. Magoara Lia de uma forma tosca. Poderia imaginar como ela havia ficado. Simplesmente não conseguia pensar em mais nada nessa ocasião enfadonha.
Às cegas, nem mesmo sabia para onde ia. Correu o caminho de pedras até final e chegou na quadra de esportes do condomínio. Já não tinha mais ninguém ali naquele horário e tudo estava escuro. Encontrou a piscina enorme e atirou-se lá por um longo tempo até que o ar faltou e seus pulmões arderam desesperados.
Quando voltou à superfície a dor de cabeça e a tontura voltaram ainda mais fortes. Estava fraca e passando mal. Liz perdeu os sentidos antes que conseguisse sair da água, mas ouviu um grito chamar pelo seu nome antes de apagar completamente...
Fim do capítulo
POV da Liz. Eu fiz apenas um teste. Espero que gostem.
Dependendo da repercussão, quem sabe tenha mais. rsrsrsrs
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patty-321
Em: 17/09/2020
Essa tia tb é uma imbecil, viu que a liz não tava bem e nem vai conferir o estado dela. Rum.
Resposta do autor:
Kkkkkkkkkkk
Coitada da Luísa, mas é pq a Liz não era nada fácil. Elas duas têm história juntas. Liz nunca se abriu com ela e nunca teve nada de bom ao pressioná-la. Às vezes a gente quer ajudar, mas a pessoa não aceita. Aí é muito complicado. Ela sabia que não tinha jeito. Com Liz era assim, tinha que respeitar o espaço dela, por mais que não fosse o certo a fazer.
Bjs
Rosangela451
Em: 19/08/2019
Gostei do pov da liz ....
Sabia que tinha uma tragédia na vida dela ..
Ela precisa confiar na lia.
Perde o pai da forma que aconteceu e na idade que aconteceu e insuportável pra qualquer um.
Bjim kiss
Resposta do autor:
Olá RoRo
Ufa! Que bom que gostou do POV da Liz. Vê como eu levo a opinião das minhas leitoras em consideração? Rsrsrs. Dei o que vocês tanto queriam.
Tragédia mesmo. Começamos a entender porque ela às vezes age dessa forma. Como você mesma disse, perder o pai desse jeito e tão jovem, ela já enfrentou muita dor e por isso tinha tanta relutância em se envolver, mas com a Lia não pode evitar.
Porém, mesmo com toda a dor precisamos seguir em frente e é isso que ela precisa aprender.
beijinhos!
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Val Maria
Em: 11/08/2019
Oii autora maravilhosa!
Que capítulo tenso! Caramba estou mega curiosa para saber o que realmente é a vida da Liz.
Quantos mistérios envolvem a vida da garota,e essa carta? O que tem seu conteúdo? Quais suas razões para agir assim?
Coitada da Lia,vai levar um tempo para digerir a frustração da festa surpresa.
Autora estou mega ansiosa pelos próximos capítulos.
Beijos e amo esse romance.
Val Castro
Resposta do autor:
Olá Val
É, foi bastante tenso tudo o que aconteceu, mas á estamos bem perto de saber tudo.
A forma como o conteúdo da carta será revelado vai ser lindo e intenso.
Já estou ansiosa para escrever esse momento. Vai ser marcante para as duas.
Lia ficou arrasada com tudo o que aconteceu. Dessa vez não será fácil levá-la no papo.
Não sei se já viu o 22, mas espero que goste muito.
Desculpe a demora em responder, mas estava feito louca, escrevendo. Rsrsrs
Bjs!
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Elna Vale
Em: 06/08/2019
Roendo as unhas Aki de tanta ansiedade rs..
Olha da mh parte, super aprovo pov da Liz,até pq ficará mais fácil de entende-la...
Bjs
Resposta do autor:
Kkkkk... tenha calma! Não vai demorar muito.
O POV dela já foi bem revelador. Uma coisa dessas não se supera fácil mesmo. Estou aliviada por vocês terem gostado, virá mais, pode ter certeza.
Bjs
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Elna Vale
Em: 05/08/2019
Minha nossa senhora das fãs anciosas...de novo?
Ai pq vc temrina o capítulo no melhor?
Vc não tem dó das suas fãs?
Adorei o capítulo,desculpa pelo comentário no cap anterior,semana passada o site esteve c problema e hj percebi q a pág não foi carregada por completo e aínda faltava alguns parágrafos p/ lêr..
Mais pov da Liz,este deu p entender pq ela é deste jeito...
Bjs
Resposta do autor:
Olá querida Elna
Mas vocês são ansiosas demais. Kkkkk
Foi uma pausa dramática mesmo, não é!? Rsrsrs pra atiçar a curiosidade de vocês.
Sim, realmente o site estava em manutenção. Tudo tranquilo. Hehehe
Que bom que você gostou do POV dela. Está mesmo aprovando???
Bjs e vejo você no próximo.
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Brescia
Em: 05/08/2019
Boa noite mocinha.
Seria tudo bem mais fácil se a Luz conseguisse confiar na Lia, sabe que o único sentimento capaz de sobrepor sobre a dor, é o amor e isso ela tem de muitos e especialmente daquela que a ama e se preocupar verdadeiramente.
Baci Piccola.
Resposta do autor:
Olá Brescia
Sim, a sinceridade é sempre o melhor caminho, mas esse assunto é delicado para ela.
O amor é um dos sentimentos mais loucos qua já senti e realmente ele tem um poder grande sobre nós e a Lia vai ser essencial nesse momento. Liz precisa dar atenção a este problema que tem, caso contrário nunca vai conseguir seguir em frente. Olha o que já aconteceu. Ninguém pode viver fugindo do passado.
Bjs.
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