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As escolhas de Helena por escolhasdehelena

Ver comentários: 3

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Palavras: 3525
Acessos: 1916   |  Postado em: 02/08/2019

Capítulo 39 - Videochamadas e regras

 

Duas semanas se passaram e finalmente era hora de voltar. Lívia e Dante se despediram dos pais do garoto dois dias antes para poder pegar estrada.

“Eu ainda não sei como você conseguiu convencer seu pai a pegar o carro dele para trazer.” Lívia comenta, enquanto pegam a autoestrada no veículo 4x4 que ficava guardado na garagem do pai de Dante.

“Acho que ele se compadeceu do fato de os bandidos terem dado perda total no meu carro uma hora após o assalto. Mas tu viste que mesmo assim durante todos esses dias ele me falou que vai cobrar o valor do empréstimo que fiz com ele para pagar Anna Júlia, né?  E esse carro nem é meu, ele deixou bem claro que me emprestou.”

“O importante é que ele deixou você usar, amor. Agora o que me deixa ansiosa é a chegada dos nossos celulares. Ficar desplugada por duas semanas foi estranho, mas no fim das contas foi terapêutico também.”

“Desplugada nada, tu ficaste no meu notebook a noite toda, eu me inclinava para te dar um beijo de boa noite e tu viravas o rosto para continuar a ver todas as mensagens das suas redes sociais que recebeste ao longo do dia!” Dante reclama, em tom brincalhão.

 “Não foi bem assim, a gente transou um monte nesse período meio desplugado…” Lívia contra argumenta.

“Nisso eu devo concordar… Mas mudando de assunto, tu lembras o dia que chegam os aparelhos?”

“Sua mãe disse ontem para mim que está previsto para a primeira semana de agosto. Eu já deixei minha mãe avisada para depositar na conta dela o valor.”

“Amor, minha mãe já disse que não precisa, o teu celular saiu quase que de graça, eu já disse. Única coisa que complicou foi o tempo de chegada porque demora lá na alfândega, mas já deve estar no Brasil.”

“Nada a ver, amor. Só não acredito que sua mãe conseguiu por aquele preço dois celulares de última geração.”

“Minha mãe e os tais contatos dela…” Dante ri, conforme vai acelerando rodovia afora.

 

________//________

 

Helena chegou no apartamento com aquele gostinho básico da saudade de quem deixou na Capital. Ao chegar em casa, foi recepcionada por Anna Júlia, Bernardo e uma caixa de pizza sem gluten e zero lactose.

“Que recepção calorosa é essa? ” Helena olha para a embalagem, após cumprimentar o casal.

“Ela disse que queria lhe agradar para que pudesse contar tudo sobre os bastidores do Maravilhoso Mundo de Pérola.” Bernardo ri e acaba levando de Anna Júlia um leve tapa no braço.

“Tudo bem, eu conto.” Helena pega um pedaço de pizza. “Ela é uma garota como outra qualquer. Bem simpática, inteligente, tem conteúdo.” Finalmente dá a primeira mordida. “Espera, que gosto... diferente.”

“Sim, é um pouquinho mais saudável e é o que dá para o Bernardo comer. Mas diz aí, vocês vão namorar? ” Anna Júlia pergunta como se fosse da imprensa.

“Não sei… acho que não. Mas estamos fazendo planos para o próximo feriado. Vou para lá em setembro. ” Helena comenta.

“Então é algo sério! ” Anna Júlia exclama.

“Acho que vocês arranjaram uma tiete. ” Bernardo brinca enquanto se acabam em pedaços de pizza, cerveja e refrigerante.

 

________//________

 

Após diversas horas, muitas embalagens de pão de mel e salgadinhos,                                   o casal que passava férias na capital gaúcha chegou à cidade do interior paulista, na madrugada do último dia de descanso. Primeiramente, deixaram algumas coisas no apartamento de Dante e depois, para o de Lívia. Ao chegarem lá, encontraram Anna Júlia sozinha na cozinha, tomando uma xícara de chá com leite. Quando viu Dante chegar, Anna Júlia lhe lançou um olhar em um misto de surpresa e raiva.

“Como foi a viagem? ” Evitando olhar para o casal, Anna pergunta, logo antes de tomar um gole de seu chá.

“Tudo tranquilo… você viu o que aconteceu com a gente no meio das férias? ” Lívia questiona enquanto começa a preparar algo na cozinha, enquanto Dante coloca as malas no quarto.

“Eu vi sua postagem na rede social… e também recebi o depósito da conta do pai do Dante com o pagamento integral. Fiquei meio sem entender na hora, mas depois ficou tudo certo. ”

“O Dante não lhe avisou? Achei que tivesse avisado pelo celular da mãe dele. ” Lívia justifica, e Dante aparece na cozinha.

“A mãe dele me mandou mensagem pela rede social. ” Anna responde.

“Oi, Anna! ” Ele se inclina e beija rapidamente a bochecha da colega de apartamento da namorada.

“Oi.” Anna Júlia responde, seca, para o estranhamento do rapaz.

“Vou fazer um espaguete. Vocês querem? ” Lívia pergunta, pegando os ingredientes.

“Eu quero! Estou varado de fome!” Dante responde, entusiasmado apesar do cansaço.

“Não, eu já vou dormir, obrigada.” Anna Júlia finaliza seu chá, lava a xícara e se retira para o quarto.

“Ela está estranha. ” Dante comenta com a namorada.

“Está preocupadinho agora?” Lívia olha para o namorado com uma expressão incrédula e sarcástica.

“Posso ir falar com ela?” Dante humildemente pede.

“É sério que você está me pedindo permissão para falar com uma pessoa?! Dante…”

“Queria saber se tu não vais ficar brava ué, só isso.” O garoto dá de ombros.

“Não precisa me pedir permissão para nada, eu hein, não sou sua dona. Vai lá, ué.” Lívia comenta e Dante, meio confuso, decide por ir.

“Está me seguindo?!” Anna se vira e dá de cara com Dante no corredor.

“Seguindo? Eu não!” Dante, assustado, para. “Eu estava tentando te alcançar para te perguntar o que está acontecendo, tu ficaste completamente seca comigo do nada.”

“Do nada?” Anna cruza os braços e dá um passo atrás. “Você não me mandou uma mensagem sequer, tudo que recebi foram duas linhas de recado da sua mãe, Dante! Eu pensei que fôssemos amigos! ”

“Mas… mas tu sabes que meu celular também foi roubado! E eu já tinha desativado parte das minhas redes sociais. Por que não mandaste para a Lívia?”

Anna esboça uma expressão inconformada, tentando fazer Dante ler sua mente. “Desculpa ter pensado que a gente era amigo. Eu só quero escovar os dentes e dormir.” A garota se despede civilizadamente e se afasta.

 

________//________

 

Com o início das aulas, a pequena cidade voltou a se movimentar. O trânsito, quase condizente com o de cidade grande, deixava Lívia cada vez mais ansiosa, enquanto ela e o namorado dirigiam em direção aos Correios para buscar a encomenda.

“Eu não sei que raio de imposto é esse que a gente tem que pagar para buscar os celulares. Quanta burocracia, que saco.” Lívia olha indignada para a fila de carros no horário de almoço, até que finalmente Dante chega ao destino e milagrosamente encontra um lugar para estacionar.

 Quando Dante e a namorada receberam os pacotes, Lívia mal esperou sair do estabelecimento para abrir a mercadoria. Seus olhos brilhavam feito criança no Natal ao ver o aparelho novo. A garota se despediu do namorado momentaneamente, pois ela precisava ir ao banco, enquanto o rapaz precisava buscar os crachás do Hospital dos colegas de classe para as aulas de Semiologia.

Dante preferiu deixar o carro estacionado ali mesmo para poder completar suas tarefas, e no meio de sua caminhada, passou em frente ao local de trabalho de Anna Júlia. Ponderou e finalmente entrou na firma de advocacia.

“Boa tarde, em que posso lhe ajudar?” A garota na recepção o atende com um simpático sorriso.

“Tens aí alguma advogada com o nome de Anna Júlia?” Dante pergunta.

“Temos sim, posso chamá-la, qual o assunto?”

“É que… podes dizer a ela que Dante precisa falar com ela por favor?” Ao responder, Dante aguarda pela recepcionista discar o número do ramal. Logo em seguida, Anna Júlia aparece, não muito contente.

“Dante, é algo urgente? Eu estava terminando um relatório…”

“Não, desculpe-me, eu só… eu só queria que tu me passasse teu número, acabei de pegar meu celular. ” Dante coça a cabeça, meio confuso pelo próprio motivo da visita.

“Não tinha como esperar até à noite? ” Anna Júlia aparenta inquietação.

“Certo, perdão por ter te atrapalhado, eu j-”

“Espera.” Anna Júlia respira fundo. “Vamos conversar no meu escritório.” Ela o leva para sua sala, um pequeno e aconchegante escritório. Dante a acompanha calado. “Eu sei que você não veio por causa do número de celular. Então fala logo o que você tem que falar.”

“Primeiramente, eu sinto falta da tua amizade.” Ele confessa, recebendo um sorriso tímido da advogada. “Como estão as coisas com o Bernardo?” O garoto se encosta no canto da escrivaninha de Anna Júlia

“Estamos bem, nada sério mas estamos bem apegados…” Anna Júlia desvia o olhar.

“Esse estamos está mais com cara de que só se aplica a ele e não a ti… estou certo?”

“Não muito… eu estou gostando dele, só que eu acho que não vai durar.”

“E por que tamanho pessimismo? ”

“Tem uma hora que a gente cansa, só isso. ” Anna Júlia forja um sorriso rápido para poder encerrar o assunto. “Bom agora eu preciso terminar meu relat-”

“Eu preciso de um conselho teu.” Dante a interrompe. “Agora que Lívia e eu retornamos, não sei como vai ser essa tal abertura. Ela já cobrou de mim algum tipo de acordo, e que não vamos abrir se não houver pelo menos uma lista de regras organizadas. É a maneira dela de me fazer desistir por causa da burocracia e eu estou quase cedendo, afinal é um namoro, não era para ser tão complicado assim. Mas ao mesmo tempo eu sei que se eu ceder, ficarei me perguntando a cada momento que não estiver com ela se ela não está com Helena ou outra pessoa.”

“Bem, com Helena talvez ela não fique por causa da Pérola, mas para todos os efeitos, pelo que estou entendendo, você quer que eu lhe ajude nessa espécie de acordo?”

“Sim! Se tu puderes, é claro.”

“Você quer que eu lhe auxilie em um acordo de relacionamento aberto mesmo?” Anna Júlia arqueia uma sobrancelha.

“Sim…?”

“E se algum de vocês descumprir o acordo, o que acontece?” Ela questiona.

“Acho que...acho que terminamos.” Dante dá de ombros.

“Você quer mesmo colocar o destino do seu namoro nas mãos de um acordo?”

“Pessoas fazem isso o tempo todo, colocam suas vidas nas mãos de uma certidão de casamento, ué.” Dante mais uma vez dá de ombros. “Desculpa ter te atrapalhado, espero que termines o relatório em tempo.” O garoto dá um abraço amistoso em Anna Júlia. Quando ele se afasta, Anna Júlia pega um cartão e barra o garoto, segurando-o pelo antebraço.

“Espera! Você não queria meu número? Depois me manda mensagem e amanhã podemos ver a respeito do tal acordo. ”

 

 

________//________

 

Helena se encontrava ansiosa para sua primeira aula no período noturno, com uma turma de outro curso. O que lhe acalmou foi uma ligação de vídeo recebida de Pérola, na hora do jantar.

“Está servida?” Helena mostra um prato de strogonoff com batata palha pela tela do celular.

“Obrigada! Acabei de jantar, comi um cup noodles delicioso!” Pérola ri. “É hoje sua aula noturna né?”

“É hoje sim. Microbiologia.”

“Ah sim! Eu pensei que fosse aquela outra que você tinha falado, semi... semi alguma coisa.”

“Semiologia? Não, não... semiologia eu repeti. Daí para fazer novamente, tenho que fazer microbiologia com outra turma, porque cairiam no mesmo dia.” Helena explica.

“Entendo... e você assistiu ao meu último vídeo?”

“Assisti sim. Achei interessante você ter abordado a questão da saúde mental nesse lance de ocultarem curtidas na rede social, mesmo que o objetivo primordial da empresa tenha sido combater bots. Há males que vêm para bem, afinal.”

“Exatamente, meu objetivo foi justamente tentar mudar essa visão de que um objetivo não anula o outro.” Pérola complementa, e então vê um rosto atrás de Helena sorrindo feito criança. “Essa deve ser Anna Júlia, não é?”

“O quê? ” Helena olha para trás e se assusta. “Ah, oi Anna, nem ouvi você chegar.”

“Meu Deus eu estou em uma videochamada com a PÉROLA! E ela sabe o meu NOME!” Anna não para de acenar e sorrir para a câmera.

“Sim, Anna, ela sabe seu nome. ” Helena dá risada.

“Helena me contou que você gosta do meu canal! Se tiver qualquer sugestão de roteiro, só me mandar que eu leio e respondo! ” Pérola comenta, com o carisma usual, e tudo que Anna consegue fazer é concordar com um sorriso de criança.

 

________//________

 

Lívia resolveu dormir no apartamento de Dante naquela noite, o que era bem raro de se acontecer.  O garoto havia enviado para Anna Júlia alguns pontos dos quais ele achava importantes para constar no acordo, e Anna Júlia redigiu o restante, enviando pouco tempo depois. Lívia estava terminando de montar seu calendário para o semestre quando Dante imprimiu uma folha e a entregou para a namorada.

“Mas já?” A garota parece surpresa. “Venho por meio desta apresentar proposta de acordo para regras de convivência dentro de um relacionamento aberto.” Ela inicia a leitura. “Vinte regras? ”

“Leia aí, se tu concordares, só assinar. O descumprimento das regras resulta em término do relacionamento. ” Ele afirma.

“Está falando sério? ”

“Tu não estavas falando sério quando pediste um acordo? Está aí.”

“Eu achava que você não iria fazer. ” Lívia continua surpresa conforme vai lendo. “As relações extraconjugais... Nossa, extraconjugal, parece até que estamos casados, mas tudo bem... as relações extraconjugais estão limitadas a cunho sexual, sem qualquer romance, e somente em um dia da semana, que definir-se-á verbalmente por ambas as partes. Então, tipo, um dia da semana a gente escolhe e ambos saem com pessoas diferentes, é isso? ”

“Sim. Mas continue lendo. ”

“A saída no dia a ser estabelecido só irá se efetuar se ambos conversarem a respeito e expuserem os pontos pelos quais desejam fazer valer tal direito. Okay então se você fosse sair com alguém, teria tecnicamente que me dizer quem e dar os motivos? ”

“Exatamente. Conversaríamos a respeito de absolutamente tudo e também depois poderíamos falar sobre como foi, se quiseres. ”

“Parece avançado demais para mim. ” Lívia engole a seco. “Não sei se vou querer ficar sabendo das suas trans*s por aí...” Ela desvia o olhar.

“Também não quero saber do que ocorre depois, mas deixei como opcional no acordo. Eu gostaria apenas de saber o básico, como por exemplo quem e onde, que é o que tu contarias para um amigo qualquer.”

“Resumindo, a gente namora, mas a gente vai sair com outras pessoas e manter jogo limpo, e se alguém descumprir alguma dessas regras a gente termina e não se olha mais na cara? ”

“Exato. ”

“Bom, tomara que dê certo, então. ” Lívia suspira, pega uma caneta e finalmente assina.

 

________//________

 

Após a aula noturna, Helena colocou seu notebook na mochila e já estava de saída quanto foi abordada por uma garota morena de cabelo bronde e maquiagem claramente vinda de algum tutorial bem feito, e sua amiga, de cabelo preto, ao lado.

“Oi! Você que é a amiga da Pérola? A que a ajudou no acidente de moto?” A garota de cabelo preto pergunta. “Não acompanho a todos os stories, mas reconheci você na foto do Hospital.”

“Bem, somos... amigas, sim.” Helena estranha o termo.

“Eu adoro os tutoriais dela, principalmente aquele que ela fez de algumas personagens de filmes antigos!” Enquanto a garota de cabelo preto fala, as três vão caminhando em direção à saída da sala.

“Espera, aquela influenciadora que...é...? É dela que vocês estão falando? ” A garota de cabelo bronde pergunta para a amiga, com um pouco de desdém.

“Isso, a que fez sucesso com o vídeo da namorada que foi morar em outro país uns anos atrás.”

“Hm.” A de cabelo bronde subitamente faz uma cara que faz Helena pensar duas vezes antes de falar qualquer outra coisa.

“Você tem algum problema com isso? ” Helena acaba não resistindo e resolve encarar.

“Eu? Não, nada contra. Vamos, Lari. ” A garota puxa a amiga de cabelo preto e se despede acenando com a cabeça, completamente sem graça.

 

________//________

 

Ao chegar em casa, Helena cumprimentou Bernardo e Anna Júlia, que estavam no quarto, mas com a porta aberta. A estudante de Medicina foi para seu quarto e rapidamente ligou para Pérola.

“Oi... acho que acabei de sofrer algum tipo de homofobia indireta e velada.” Helena inicia a conversa.

“Primeiramente boa noite...” Pérola ri. “Como foi na aula? E como assim homofobia? O que houve?”

“Boa noite... a aula foi boa, até, bem tranquila. Mas no final duas garotas patricinhas me abordaram, uma delas perguntou sobre você porque me reconheceu, e a outra, quando ficou a par da conversa, fez uma cara de nojo que você precisava ver. Deu vontade de jogar água fria naquela cara amarrada. ” Helena conta, indignada.

“Nossa! Tecnicamente eu também sofri preconceito e nem estava aí para me defender. Mas você me deu uma ótima ideia para o vídeo de semana que vem.”

“Falar sobre homofobia?”

“Sim, sobre o preconceito velado, mas não quero trabalhar de uma forma tradicional. Farei diferente. E na verdade não vai ser para semana que vem porque já tenho alguns tutoriais gravados para upar e o roteiro dos vídeos de semana que vem já estão prontos, logo ficaria para daqui uns 15-20 dias. ” Pérola se empolga entre ideias mirabolantes.

 

________//________

 

A terceira semana de aula já se findava, e o último final de semana antes do início de trabalhos em grupo, aulas práticas e seminários começaria. Na noite de sexta-feira, encontravam-se dentro do apartamento Anna Júlia, Bernardo e Helena na cozinha, enquanto Lívia e Dante conversavam no quarto.

“Bom, sábado é o dia que a gente escolheu no nosso acordo, e até agora não tínhamos arranjado ninguém, em nenhuma das partes.” Lívia inicia o discurso. “Mas já que no acordo precisamos dizer antes de ocorrer, amanhã eu vou me utilizar desse direito.”

“Com quem?” Dante se surpreende.

“Com aquele garoto que é assistente do laboratório de citologia.” Lívia responde às perguntas objetivamente, com o olhar fixo no garoto.

“Tudo bem então.” Dante tenta responder com naturalidade.

“Se você não quiser, eu não saio. Só estou saindo porque você insistiu nesse acordo, então farei valer do meu direito.”

“Na verdade, foi tu que insististe, Lívia. Eu só o fiz porque tu pediste. Mas se estais saindo para provar um ponto, eu entendo.”

“Não é para provar um ponto, Dante. Só disse que se você quiser eu não saio e a gente não precisa mais de acordo nem nada.”

“Eu vou dizer mais uma vez: Foi tu que insististe nessas porcarias de regras desse relacionamento aberto, Lívia!”

“Para nós não brigarmos, seu trouxa!” Lívia se irrita. “Agora estamos brigando do mesmo jeito.”

Dante suspira e prefere continuar em negação. “Vamos, o pessoal está aguardando. ” Ele sinaliza para saírem dali.

 

________//________

 

 

Bernardo cozinhava coxinhas um pouco diferenciadas enquanto Anna Júlia e Helena conversavam no balcão.

“Por que você olha para o celular a todo momento? ” Helena pergunta, estranhando a amiga.

“Estava olhando a hora...” Anna Júlia disfarça a ansiedade.

“A cada quinze segundos? ”

“Também estou vendo se os engradados de cerveja chegam.”

“Você pediu cerveja pela internet?” Helena estranha mais uma vez.

“Hm?” Anna Júlia ergue a cabeça. “A cerveja chegou. Já volto.” Ela se retira com pressa do apartamento.

“Sua namorada está bem?” Helena pergunta a Bernardo, enquanto este retira a bandeja do forno.

“Quem? Anna Júlia? Ah, você a conhece...” Bernardo também age de modo confuso.

“Isso é cheiro de coxinha de jaca? ” Dante, que aparece no cômodo com a namorada, reconhece o aroma.

“Cadê meu celular? Estava aqui em cima do balcão, eu não estou encontrando, eu acho qu-” Antes de Helena terminar, Anna Júlia aparece com o celular da amiga no bolso da frente e com outro aparelho em mãos fazendo uma transmissão ao vivo para a surpresa que acabara de chegar. Helena abre um sorriso colossal ao ver Pérola segurando um engradado.

“E a que nível chegam os planos mirabolantes? ” A influenciadora coloca o engradado no chão e corre para abraçar Helena.

“Agora entendi porque você quase não falou comigo hoje, fiquei preocupada!!” Helena termina de abraçar e elas finalmente trocam um beijo demorado, que termina com Pérola ficando de joelhos.

“Helena, eu sei que a gente se conhece há pouco tempo, e as circunstâncias nas quais nos conhecemos não foram as melhores...” Pérola retira uma caixinha do bolso e abre, mostrando um par de alianças de prata. “Mas nesse pouquíssimo tempo você já conseguiu me desvendar em tantos níveis que eu nem sei como agradecer... e eu também sei que a distância atrapalha, e já conversamos a respeito disso por causa de eventos passados em nossas vidas, mas estou disposta a tentar, se você estiver também. Quer ser minha namorada? ” Quando Pérola solta a pergunta, Anna Júlia, que filma a live, começa a chorar. Dante, Lívia e Bernardo olham para Helena, que fica parada ali, de olhos arregalados e boca tampada por uma das mãos, atônita.


 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 39 - Capítulo 39 - Videochamadas e regras:
rhina
rhina

Em: 03/09/2020

 

Será que já não existe sentimento real no mundo.

Só amores solúveis. Ninguém gosta de ninguém. Ao menos até os três meses. Este é o tempo que este pessoal ama. Depois ama outro e outro.

Rhina

Responder

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nany cristina
nany cristina

Em: 11/08/2019

não atualizou essa semana história tô esperando um bom final de domingo para você

 


Resposta do autor:

Oi meu anjo! Perdão pela demora, com o retorno das aulas acabou virando um reboliço... mas já estou postando novo capítulo!

 

 

Beijoca!

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Brescia
Brescia

Em: 02/08/2019

              Boa noite mocinha.

 

Esse mundo está confuso, Ana Júlia que está gostando do Dante, Dante que tb está interessado, Lívia que se pega com Helena , Helena que não namora Pérola e Pérola que está gostando de Helena. E Bernardo?

 

           Baci piccola.


Resposta do autor:

Pois é! hahahahhahaha

 

"João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria..." bem no estilo Carlos Drummond!

Quanto a Bernardo, veremos ;) ...

 

Beijão! (E desculpe a demora)

s2

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