Capítulo 2

Gabi

- Ah não Gui! De creme não, isso não tem gosto. Leva de chocolate, flocos, morango, mas esse não.

-Deixa de ser chata. Você não gosta de sorvete de creme, mas eu gosto!

O atendente vendo o dilema dos jovens, interviu e disse para levarem de napolitano, já que tinha três sabores. Os dois então concordaram e pegaram o pode de sorvete no sabor napolitano.

Eu e meu irmão havíamos acabado de sair da escola, eu da faculdade e ele do médio. Passamos no mercado pra comprar umas coisas para casa, já que estava faltando e eu já não estava aguentando a Ana reclamando que estava faltando coisas em casa. Gui e eu estávamos brigando por causa de um sabor de sorvete. Que gosto tem sorvete de creme?! Não entendo esse gosto dele por esse sabor. Terminamos de comprar o que estava faltando em casa, chamei um Uber para irmos embora.

Deixa eu se apresentar:

Meu nome é Gabrielle Alcântara, tenho 17 anos, sou hétero... eu acho. Meus pais são empresários, donos de uma hotelaria. Vários hotéis espalhados no Brasil e também no exterior. A rede de hotel LONDON!

Bem, meus pais são meus heróis

Minha mãe, Leticia, era patricinha, filha de um fazendeiro podre de rico, que se encantou com o atendente da pensão... foi amor à primeira vista. Eu acho lindo o amor dos dois, estão sempre juntos. Trabalham juntos, se comunicam só com o olhar. Você percebe que mesmo depois de quase 20 anos, eles ainda se amam! Mas tiveram que enfrentar o sr João, homem bravo, autoritário. Jamais imaginou que sua filha fosse se casar com um zé ninguém. Resultado: sofreram muito para manterem o amor que eles sentiam. Complicado, né? Outra hora conto um pouco mais sobre isso. Mais pra frente com certeza contarei.

 Meu pai, Marcelo, herdou uma pensão de minha vó quando esta morreu. Era filho único sem a presença do pai. Minha vó, Maria, o criou com muito sacrifício, pois meu avô os abandonou, quando meu pai era bem pequeno. Foi criado na pensão. Sabia tudo sobre como fazer a coisa andar. Então ele, junto com minha mãe modificaram a pensão e como minha mãe havia se formado em arquitetura, deu tudo certo, o negócio se transformou de uma pensão à uma rede de hotel.  Ele não recebeu uma herança magnifica, mas agradece sempre por ter herdado a pensão, pois desta veio tudo o que ele possui hoje.

-sr Lucas, pode nos ajudar a colocar as compras no elevador?

- Claro senhorita Gabrielle! Foram as compras hoje?

-É, meus pais chegam hoje e a Ana fica desesperada quando falta alguma coisa, não me deixa em paz.

Enquanto colocavam as compras no elevador, o portão da garagem se abre e um Toyota SW4 prata entra. Entretidos com as compras, nem perceberam aquela linda mulher se aproximando do elevador. Cabelos soltos, jaleco branco, calça jeans, um sapato scarpin preto, maquiagem leve, nada muito extravagante.

- Boa tarde! (Cumprimenta a loira)

-Boa tarde, dona Hellen. Como a sr está? (Respondeu o porteiro)

- Boa tarde. (respondem os outros dois)

- Querem ajuda?

 (perguntou ao vê-los meio enrolados com as sacolas) mas como só faltava uma e o Guilherme responde:  

-Agradecemos, mas só falta essa.  Entraram no elevador e apertaram os botões de seus apartamentos.

Sem perder a oportunidade de conhecer melhor aquela linda mulher, Guilherme dispara:

- Prazer, meu nome é Guilherme e ela é minha irmã, o dela é Gabrielle.

- O prazer é meu!

Enquanto a loira mais o garoto conversavam, a morena mexia no celular. Não entendeu porque ficou desconsertada com a mulher ali presente.

E o garoto prosseguia na conversa:

- Você mudou recentemente pra cá né? Nunca tinha te visto por aqui.

-Sim, fazem duas semanas.

-Ah, você é a ricaça que comprou a cobertura.

Nesse momento a jovem que estava calada, teve que chamar a atenção do irmão:

-Deixa de ser pra frente garoto! Isso foi inconveniente!

-Ah, me desculpe! Não quis ser inconveniente.  

O garoto fez cara de arrependido e a loira o tranquilizou:

-Não se preocupe, não foi inconveniente.

-Me desculpe, mas você é muito linda! Meu Deus!

(A irmã do garoto vê que já chegaram no seu andar, fala com o irmão com ar de reprovação:

- Anda moleque, para de cantar uma mulher casada e pega estas sacolas.

A loira sorrir e oferece ajuda, mas dessa vez ela já pega as sacolas e começa a carregar com os dois irmãos em direção a porta do apartamento deles. A empregada abre a porta e começa a ajudar também.

-Nossa, fez compra ou comprou só besteira. (Falou quando viu o garoto com pressa ao procurar por algo que estava nas sacolas).

-Não, Ana! Eu comprei tudo o que estava na lista que fez me mandou.  O Gui que é desesperado mesmo.

A empregada parece perceber só nesse momento que tinha uma visitante com os jovens e exclama:

-Que mulher bonita é esta?! Parece que saiu das capas de revista...

Aquele rubor no rosto da médica, não passou despercebido pelas jovens, o garoto não se contentou e falou:

-Fica ainda mais linda com vergonha!

-Parem os dois. Vocês sabem como deixar uma pessoa sem graça. (falou Gabi)

A médica então se apresenta:

-Prazer Ana, meu nome é Hellen, sou nova aqui no prédio; estou morando aqui há duas semanas.

-Seja muito bem-vinda aqui, você vai gostar daqui.

-Obrigada. Já estou amando... o lugar é bem tranquilo, com vizinhos legais. (falou olhando para o garoto)

-Cola com noiz que é sucesso. (disse o garoto se achando)

A médica riu, e nesse momento chegou uma mensagem no celular dela da esposa. Não abriu naquele momento, pois faria isso em casa, já que estava conhecendo os vizinhos.  Se despediu dos novos vizinhos, o menino ainda se ofereceu para fazer um tour pelo condomínio com a médica, para que ela pudesse conhecer melhor o lugar.

Gabi a leva até à porta e se desculpa:

-Me Desculpe pelo meu irmão; ele fica eufórico quando ver mulher bonita.

A jovem percebeu o mesmo rubor no rosto da médica, e tinha que confessar que ela ficava mais linda mesmo. Não esperou resposta e já disparou:

-Sério que você fica com vergonha por falarem que você é bonita? Você deve está bem acostumada a isso, porque me desculpe, você é linda!

-Ah, olha quem está falando! Já se olhou no espelho?

-Ah, não tem nem comparação; loira, alta, olhos azuis, lábios parece que são naturalmente vermelhos... bem, você ganha com certeza!

A médica resolveu entrar no jogo e começou:

-Beleza! Cabelo preto, cor de pele bem branquinha, lábios lindos e vermelhos naturais, os meus não são, e seus olhos... ainda não consegui descobrir a cor, sei que é lindo!

-Meus olhos variam muito a cor de acordo com o dia. Mas são cor de folha seca, mais por definição: são verdes mesmo.

Enquanto a mais nova falava, a mais velha a analisava, encantada mesmo sem perceber. A rompante chegada do garoto as trouxe de volta a realidade:

- As duas são lindas e ponto! (Meio desconsertada, a médica se despediu)

-Bem, preciso ir. Foi um prazer conhece-los!

-Igualmente. Responderam os irmãos.

Fim do capítulo