Laísa foi até a amiga e praticamente se jogou em cima dela, verdadeiramente feliz por vê-la ali.

 

- Eu tô muito feliz por você estar aqui, você sabe, né? - Perguntou após beijar seu rosto e se afastar um pouco.

 

- Eu sei! - Respondeu sorrindo. - Eu pensei bastante, Lai, e cheguei a conclusão que não posso sair daqui assim, de supetão, mas estou só adiando por um tempo essa saída.

 

Laísa fechou a porta e chamou Ana Júlia para sentar-se.

 

- Como assim, Naju? - Você pretende deixar o escritório em algum momento?

 

Ana Júlia suspirou antes de responder.

 

- Eu amo trabalhar aqui, sabe!? Esse lugar me faz um bem enorme, sem contar com os amigos que fiz aqui. - Falou sincera, recebendo um sorriso de Laísa. - Mas a minha convivência com a Vitória está cada vez mais insustentável, eu não quero que isso afete o escritório ou minha carreira, então é o melhor a ser feito.

 

- Eu juro que tento, mas não consigo entender essa birra entre vocês. Vocês são família!

 

Ana Júlia sorriu triste.

 

- Não se trata de birra. Muitas coisas aconteceram, eu sei que não é bom guardar rancor, mas Vitória foi uma decepção que eu não esperava! - Falou sincera.

 

- São tantos segredos… Enfim, eu só quero ver as duas bem e felizes, não me sinto confortável de causar atrito entre vocês.

 

Ana Júlia alcançou a mão de Laísa que estava sobre a mesa e segurou, fazendo um carinho singelo.

 

- Você não tem que se culpar por nada, ok? - Esperou Laísa assentir e deu um beijo leve em sua mão. - Agora eu preciso ter essa conversa com a Vitória.

 

Ana Júlia saiu da sala deixando uma Laísa pensativa para trás. A loira ficava cada vez mais curiosa para saber o que houve entre as primas, mas sabia que não tinha o direito de questionar qualquer uma delas.

 

Vitória já havia sido comunicada que Ana Júlia chegara ao escritório, então não houve qualquer surpresa ao ver a prima entrar sem bater em sua sala.

 

- Bom dia, Vitória!

 

Vitória não se deu ao trabalho de responder.

 

- Bom, como você está vendo, eu decidi continuar no escritório, ao menos por agora.

 

Vitória entendeu onde a prima queria chegar.

 

- Você está livre para sair quando quiser, Ana Júlia, só não pense que levará algo daqui, afinal, você está aqui desde o começo, mas todo dinheiro investido foi meu.

 

Ana Júlia revirou os olhos, sem paciência.

 

- Eu não quero absolutamente nada que venha de você, não estou aqui para isso. - Esclareceu. - Só estou te comunicando que, apesar de ter aceitado seu pedido para continuar aqui, não pretendo ficar por muito tempo!

 

Vitória ainda estava com raiva da prima por enxergá-la como um empecilho entre Laísa e ela mesma.

 

- Se já deu seu recado, pode voltar ao trabalho! - Falou simplesmente, indicando o fim da conversa.

 

Ana Júlia foi para sua sala e se concentrou no trabalho que tanto amava.

 

E assim os dias da semana foram passando. Vitória tentou se reaproximar de Laísa, mas a loira ainda estava ressentida pelo episódio com Ana Júlia e não dava qualquer abertura para a chefe.

 

Na sexta-feira daquela semana, Vitória chegou disposta a se acertar com Laísa, pois sentia saudade da mais nova.

 

Laísa estava concentrada em seu trabalho quando, já no final da tarde, ouviu alguém bater à sua porta. Sua surpresa foi nítida ao ver quem era.

 

- Vitória? - Perguntou surpresa, afinal a chefe nunca fora atrás dela em sua sala. - Entra! Precisa de mim para alguma coisa?

 

- Não, não vim até aqui para falar de trabalho. - Vitória explicou se aproximando mais. - Eu quero te fazer um convite!

 

Laísa encarou Vitória sem saber bem o que responder. Já havia percebido que Vitória abaixava sua guarda quando queria se reaproximar dela e mesmo ainda estando magoada, a verdade é que estava sentindo falta de seus momentos juntas.

 

- Qual convite? - Perguntou por fim.

 

Vitória tamborilava os dedos no encosto da cadeira, apesar de parecer segura, não estava, e não gostava da sensação de insegurança que Laísa lhe causava.

 

- Hoje vai ter a abertura de uma boate perto da minha casa, eu conheço os donos e não pude recusar o convite, mas não estou com muita vontade de ir sozinha… - Falou deixando o convite no ar.

 

- Sinceramente, não sei se estou muito no clima de boate hoje, Vitória. - Laísa respondeu sincera.

 

Vitória sorriu, já esperava por uma recusa da loira.

 

- Estarei te esperando às 21h em frente ao seu prédio. - Vitória respondeu encarando firme Laísa. - Espero que não me deixe esperando.

 

Laísa ficou sem resposta vendo a morena sair sorrindo de sua sala. Não entendia como Vitória parecia estar sempre tomada por uma completa segurança.

 

Vitória voltou para sua sala, mas não conseguiu voltar sua concentração ao trabalho. Apesar de ter sido firme com Laísa, estava com medo de ser recusada novamente pela loira.

 

Laísa também não estava muito diferente. Foi sincera quando disse que não estava no clima para festas naquele dia, mas não conseguia parar de pensar na atitude de Vitória e na saudade que lhe consumia. Resolveu pedir conselhos a Luciano, já que não seria confortável tratar daquele assunto com Ana Júlia.

 

- Lu? Já está de saída ou ainda tem um tempinho para mim? - Perguntou ao bater na porta da sala de seu amigo.

 

- Sempre tenho tempo para você, meu bem! Entra aí e já vai me contando o que te traz aqui com essa cara de cachorro abandonado.

 

Laísa sorriu da comparação do amigo, mas entrou e foi sentar à sua frente.

 

- Vitória! - Laísa suspirou.

 

- Ah, imagino o quão difícil deve estar sendo ter uma deusa rica correndo atrás de você! - Luciano zombou, fazendo Laísa revirar os olhos.

 

- Achei que você odiasse a Vitória. Quando foi que ela passou de Cruela para deusa rica? - Perguntou arqueando uma sobrancelha.

 

- Às vezes eu sonho que estou lentamente torturando a Vitória. - Luciano falou exagerado, enquanto Laísa gargalhava. - Mas não posso negar que ela é uma gata, o que me faz a odiar ainda mais!

 

Laísa achava graça do que o amigo falava, o que a fez relaxar um pouco, mas ainda estava indecisa.

 

- Você é péssimo, Luciano! - Comentou sorrindo. - Mas é sério, eu não sei o que fazer, preciso de um conselho.

 

- O que a megera aprontou dessa vez?

 

Laísa revirou os olhos.

 

- Não aprontou nada! Eu andei meio distante essa semana, depois daquela confusão com a Naju. Só que hoje ela foi até a minha sala, me fazer um convite e eu tentei recusar, mas ela não me deixou muita escolha.

 

Laísa contou a breve conversa que as duas tiveram e como estava se sentindo, enquanto Luciano escutava tudo com atenção.

 

- Amiga, seja sincera, se você veio até aqui falar comigo é porque está com vontade de aceitar o convite dela, caso contrário, não estaria nesse conflito todo.

 

Laísa suspirou, seu amigo tinha razão, mas estar próxima de Vitória parecia sempre um presságio de confusão.

 

- Eu sinto falta da Vitória quando ela está distante, mas parece que sempre que estamos juntas, sempre acaba em guerra! Essa última história com a Ana Júlia foi absurda, Lu! Além disso, eu não me vejo mais sem a presença da Naju por perto e se a Vitória gosta de mim realmente, terá que lidar com isso. - Abriu-se para o amigo.

 

- Nós te avisamos desde o início que a Vitória não era uma mulher fácil, não foi, amiga? Mas agora está escrito na sua cara que você está apaixonada e simplesmente não consegue negar qualquer coisa que venha da Vitória.

 

Laísa pensou no que o amigo disse, mais uma vez, ele tinha razão.

 

- Bom, eu vou para casa, quem sabe perto da minha família eu consiga esclarecer a confusão da minha cabeça.

 

- Só uma coisa, Lai. - Luciano chamou a atenção da loira antes dela sair de sua sala. - Essa confusão toda é só pela Vitória ou tem algo a ver com Ana Júlia também?

 

Laísa revirou os olhos, sem vontade de pensar naquilo.

 

- Ai, Luciano, não complica mais as coisas não!

 

…

 

Vitória chegou pontualmente às 21 horas ao prédio de Laísa. Seu coração parecia querer sair do peito e a morena não entendia como a loira lhe causava tamanha insegurança.

 

Os minutos ali pareciam durar horas, enquanto a morena não tirava os olhos da entrada do prédio, na esperança de ver Laísa vindo em sua direção.

 

Vitória olhou as horas impaciente, já estava ali esperando por 15 minutos, então entendeu que aquilo significava a recusa da parte de Laísa.

 

Sua surpresa foi tanta que seu coração disparou instantâneamente quando já estava com o carro ligado prestes a seguir seu rumo quando finalmente notou Laísa vindo em sua direção. Naquele momento achara a loira ainda mais linda do que em qualquer outro momento.

 

Laísa não evitou um sorriso quando viu Vitória saindo do carro para recebê-la. A morena, como sempre, estava deslumbrante aos seus olhos.

 

- Oi. - Laísa falou sorrindo ao se aproximar.

 

- Como sempre, você está linda! - Vitória falou ao dar um beijo no rosto da loira. - E obrigada por ter vindo, eu já estava prestes a ir embora, achando que você estava chateada comigo. - Confessou.

 

- Eu ainda estou um pouco chateada sim, Vitória, mas não é hora para falar disso, né?

 

- Claro, você está certa! Vamos?

 

Laísa concordou e viu Vitória seguir para abrir a porta do carro para ela. A verdade é que a loira pensou muito sobre aceitar ou não aquele convite e, mais uma vez, resolveu dar uma chance ao que sentia pela chefe.

 

…

 

Enquanto isso, Luciano e Ana Júlia também combinaram de sair, mas optaram por um programa mais calmo e decidiram jantar num restaurante japonês.

 

Ele que já vinha percebendo há um tempo a proximidade entre Ana e Laísa, estava preocupado com o rumo que aquilo poderia tomar, então resolveu tentar descobrir algo de Ana Júlia, já que Laísa se recusava a pensar ou falar sobre o assunto.

 

- Naju, e aí, falou com a Laísa hoje? Ela gostou de você ter ficado?

 

Ana Júlia acabou sorrindo inconscientemente com a simples menção do nome de Laísa, o que não passou despercebido por Luciano.

 

- Eu fui até a sala dela hoje cedo, queria que ela fosse a primeira a saber, até porque ela teve muita influência na minha decisão. E ela ficou muito feliz sim. - Respondeu sorrindo. - Até mandei uma mensagem perguntando se ela tava livre hoje, mas não respondeu.

 

Luciano encontrou a deixa que precisava para chegar onde queria.

 

- Ela me disse mais cedo que a Vitória lhe convidou para uma festa. - Contou, atento a reação da amiga.

 

- Ah, deve ser por isso então.

 

Luciano percebeu um leve desapontamento na resposta da amiga, o que o deixou ainda mais alerta. Achou melhor ser direto.

 

- Vocês tem se aproximado cada vez mais, não é? - Ana Júlia fez que sim. - Eu como telespectador, acho que tem rolado um certo clima no ar.

 

Ana Júlia deu um meio sorriso, um tanto sem jeito.

 

- Não confunde as coisas não, garoto. Eu, hein!

 

- Ana Júlia, para! Até a Vitória já percebeu, tanto que ela tá morrendo de ciúmes.

 

- A Vitória é louca! E você também está ficando, viu!? - Tentou se esquivar novamente.

 

Luciano revirou os olhos, percebendo que Ana Júlia era outra cabeça dura.

 

- Olha, Naju, eu sou amigo de vocês e tô vendo o que tá acontecendo e que, pelo visto, só vocês duas não veem. - Falou sendo sincero.

 

- Você quer que eu te fale o que, Luciano? - Naju perguntou irritada. - A Laísa é linda, divertida, carinhosa, atraente, tem uma família maravilhosa e você já sabe disso tudo! Se eu já me senti atraída por ela? Sim! Se eu já quis dar um beijo nela? É óbvio! Mas isso não pode e não vai acontecer, ok?

 

Ana Júlia acabou desabafando com a insistência do amigo. Não estava irritada por ele ter entrado naquele assunto, mas sim por sentir coisas que sabia que não deveria estar sentindo.

 

- Tudo que você disse eu realmente já sabia! E nada disso pode acontecer por causa da Vitória, não é?

 

- A Vitória não entra num jogo para perder e eu não quero me arriscar novamente! - Respondeu sem explicar muito bem.

 

- Você sabe que eu sou seu amigo e vou estar ao seu lado, né?! Até se precisar enfrentar a Cruela!

 

Ana Júlia acabou sorrindo e relaxando novamente.

 

- Obrigada, Lu!

 

…

 

Assim que chegaram a boate, Vitória e Laísa tiveram que enfrentar os vários fotógrafos com suas câmeras e flashes. Vitória já estava acostumada com aquilo, ao contrário de Laísa, que não se sentiu muito confortável naquela situação.

 

- Vitória, que bom te ver, seja muito bem-vinda! - Uma mulher loira e muito bonita se aproximou, chamando atenção de Vitória.

 

- Martina! Eu jamais recusaria um convite seu! - Vitória falou ao cumprimentá-la. - Essa é Martina Daga, uma das donas desse lugar maravilhoso. - Vitória falou voltando-se para Laísa.

 

Laísa cumprimentou a mulher, mas limitou-se a prestar atenção na conversa animada entre as duas, não podendo evitar cogitar a ideia de que aquela poderia ser mais uma das tantas mulheres de Vitória. Mas logo Martina acabou sendo chamada e as duas voltaram a ficar sozinhas.

 

- Bom, quer beber alguma coisa? - Vitória sugeriu.

 

Laísa concordou e sentiu a mão de Vitória entrelaçar seus dedos antes de puxá-la em direção ao bar.

 

Enquanto Vitória pedia as bebidas, ela se manteria na água pois estava dirigindo, Laísa aproveitou para observar a boate, era realmente muito bonita e moderna.

 

- É tudo muito bonito, não é? - Vitória perguntou entregando um drink para Laísa.

 

- Sim, é um espaço bem legal.

 

- Sabe o que tem de mais bonito aqui? - Perguntou chamando atenção de Laísa. - Você!

 

Laísa sorriu daquela cantada barata, mas acabou se rendendo e beijando Vitória, matando a saudade que sentira nos últimos dias.

 

As duas subiram para um camarote e aproveitaram para se soltar um pouco mais, já que poucas pessoas estavam por ali.

 

Envolvidas com a música, as duas se beijavam e curtiam a companhia uma da outra, felizes por estarem juntas novamente.

 

- Senti tanta falta do seu beijo e do seu cheiro! - Vitória falou próxima do ouvido de Laísa, lhe causando um leve arrepio.

 

- Eu também, Vitória, todos os dias! - Laísa confessou apaixonada, fazendo Vitória sorrir.

 

E assim a noite seguiu. Laísa estava cada vez mais descontraída a cada drink que tomava e Vitória estava gostando de vê-la assim.

 

- Vou ao banheiro e pegar mais um drink, você quer alguma coisa? - Laísa perguntou pouco depois que as duas finalmente sentaram para descansar.

 

- Não, estou bem! Vou ficar te esperando aqui.

 

Laísa deu um beijo em Vitória e partiu rumo ao banheiro. Estava se sentindo em êxtase por estar ali curtindo aquela noite ao lado da morena, sequer acreditava que cogitou a possibilidade de recusar aquele convite.

 

A loira acabou demorando um tanto no bar que estava cheio, já estava ansiosa para voltar para Vitória. Mas toda ansiedade de Laísa acabou quando ela finalmente se aproximou e avistou Vitória e Martina conversando próximas e parecendo muito íntimas, já que a loira mantinha as mãos na cintura de sua chefe, que já estava em pé novamente.

 

Tomada pelo ciúmes e sem pensar direito depois de tantos drinks, Laísa perdeu a cabeça e foi até elas, puxando Vitória pelo braço.

 

- Tem alguma coisa acontecendo aqui? - Perguntou furiosa para Vitória.

 

Martina percebendo o clima instalado entre as duas, resolveu sair dali antes que sobrasse para ela.

 

- Ela é muito bonita, Vi! Parabéns!

 

Falou sorrindo antes de se retirar e deixando Laísa perplexa.

 

- Eu vou embora! - Falou raivosa.

 

- Oi? Você não vai em lugar nenhum, Laísa. Para com isso e me deixa explicar. - Vitória falou tentando conter a loira.

 

- Não quero ouvir explicação nenhuma!

 

Laísa deixou seu drink sobre a mesa e partiu rumo a saída deixando Vitória para trás.

 

Na saída da boate ainda tinham alguns fotógrafos, prontos para tirarem proveito de qualquer deslize que acontecesse naquele lugar.

 

- Laísa, me espera! - Vitória tentou ordenar enquanto procurava a chave de seu carro na bolsa e tentava alcançar a loira.

 

- Volta lá para dentro, Vitória! - Laísa voltou-se para ela com raiva. - Vai aproveitar sua noite, eu que não vou atrapalhar.

 

Vitória finalmente a alcançou e se aproximou, não querendo chamar atenção com aquela briga.

 

- Você está bêbada e falando besteiras, Laísa! - Falou se irritando. - Você não viu nada demais e não estava acontecendo nada!

 

- Vitória, eu não sou idiota! Será que em todo lugar que eu for vai ter uma amante, um caso ou uma ex sua?

 

Vitória não entendeu do que ela falava.

 

- O que você quer dizer, Laísa? Eu não deveria ter deixado você beber tanto!

 

- Eu já sei da Carla. Você pode achar que eu sou idiota, mas eu não sou, Vitória!

 

Vitória estava cada vez mais irritada com aquela situação. Não queria chamar atenção de ninguém e não gostava de ser contrariada. Laísa por outro lado, parecia estar finalmente despejando tudo que vinha guardando para si nos últimos dias, mas sem pensar muito, em razão do álcool ingerido.

 

- Eu não vou conversar com alguém que está alcoolizada. Vamos embora!

 

Vitória falou e tentou puxar Laísa pelo braço.

 

- Eu vou embora sozinha!

 

- Laísa, eu só quero te levar para casa, vem comigo.

 

Mesmo contrariada, Laísa acabou entrando no carro com Vitória, mas não demorou a perceber que a morena fazia o caminho para sua própria casa.

 

- Esse não é o caminho para minha casa, Vitória. - Falou irritada.

 

- A gente acabou de se acertar e você já está furiosa comigo de novo, eu não vou te deixar em casa enquanto não ficar tudo bem! - Vitória respondeu simplesmente e seguiu seu caminho.

 

Assim que chegaram na casa de Vitória, Laísa foi entrando apressada e subindo as escadas.

 

- Onde você vai? - Vitória perguntou curiosa.

 

- Procurar um lugar para dormir. Essa casa é grande o suficiente para eu não ter que ficar perto de você.

 

Vitória revirou os olhos e foi em direção ao bar, aproveitando que já estava em casa e poderia beber a vontade. A morena virou duas doses de whisky de uma vez, impaciente com a situação, e subiu em busca de Laísa.

 

- É aqui que você vai dormir? - Perguntou ao encontrar Laísa tirando suas roupas já em um dos quartos de hóspedes.

 

- Sim, algum problema?

 

- Problema nenhum, mas já que você prefere, eu durmo aqui também. - Falou se jogando na cama.

 

- Vitória, sai daqui!

 

Vitória sorriu e aproveitou para reparar no corpo seminu de Laísa.

 

- Não saio não, se quiser vai ter que me tirar daqui!

 

Laísa fez menção de puxar Vitória pelo braço, mas a morena foi mais rápida e puxou Laísa para a cama, indo para cima dela.

 

- Me larga! - Ordenou para uma Vitória que já tinha um sorriso sacana no rosto.

 

Vitória tentou dar um beijo em Laísa, mas a loira se esquivava virando o rosto.

 

- Vitória, eu mandei você me soltar! - Laísa falava enquanto se debatia e tentava não dar importância aos beijos e mordidas que agora recebia em seu pescoço.

 

Vitória distribuía beijos pelo pescoço de Laísa, arrepiando levemente a região. Sentiu a loira aos poucos ceder a força que fazia para se livrar dela e aproveitou para seguir seu caminho de beijos aos lábios dela.

 

Laísa se entregou totalmente ao ter sua boca invadida por Vitória. O beijo misturado ao hálito de álcool das duas deixando tudo ainda mais interessante.

 

Não demorou muito para Laísa tirar cada pedaço de roupa de Vitória e se entregar àquele momento de paixão. As duas se amaram até os corpos darem sinal de cansaço.

 

- Eu adorei saber que você morre de ciúmes de mim, sabia?

 

Vitória falou um tempo depois, quando Laísa já estava calma e sóbria.

 

- Não é legal sentir ciúmes, Vitória! Eu não gosto nada dessa sensação de sempre achar que vai aparecer uma mulher diferente.

 

- Então tira isso da sua cabeça! - Vitória falou simplesmente. - Não aconteceu nada demais na boate, Martina estava me convidando para um after depois de lá e eu recusei porque queria vir para casa com você. E quanto a Carla, não existe mais a menor possibilidade de algo acontecer entre nós duas, pode acreditar em mim.

 

- Tudo bem, eu vou confiar em você! - Laísa respondeu.

 

- Pode confiar, Laísa. Eu estou com você e quero continuar, prometo que não vou fazer nada para te magoar daqui para frente.

 

Laísa se emocionou com aquelas palavras e acabou falando o que já tinha plena certeza que sentia.

 

- Eu te amo, Vitória!

 

Fim do capítulo