Mayanna e Camila – Mohine Yamir
Mayanna é dessas pessoas que entra na tua vida e põe teu mundo de pernas para o ar. Eu bem sei disso. Somos primas e mesmo compartilhando a boa genética da família, por assim dizer, não poderíamos ser mais diferentes. Da nossa geração, ela é a melhor.
A que sorri alto, a que expõe as opiniões sem medos e claro, arranja muita confusão com isso. E eu sou a que fica lá, observando e sorrindo. Tendo a certeza de que jamais cometeria metade das loucuras que ela faz. Digo… Até alguns minutos eu acreditava nisso.
A Maya está morando na Espanha há quase oito anos, ela foi fazer um curso por lá e gostou tanto do país que acabou conseguindo um visto permanente, se tornou assistente pessoal de um magnata da tecnologia e só vem ao Brasil uma vez por ano, passa quinze dias, apronta todas e volta para a terra da Tomatina. Ah, a Tomatina é uma festa realizada na cidade de Buñol, em Valência. E Valência é uma província maravilhosa onde a Maya fixou residência.
Ano retrasado, ela ficou com o noivo da Patrícia, uma prima chata que sempre implicou com a Maya. No ano passado, ela impediu o casamento da própria mãe, levando minha tia até o motel onde o futuro marido estava com uma garota de programa, que por sinal, foi ela mesma quem contratou.
Parece cruel, mas o tempo mostrou que o Tobias realmente não valia nada. E esse ano… Ah, esse ano a vítima de suas inconsequências sou eu.
Tudo começou… Não sei dizer quando começou. Mas, ontem eu fui intimada pela própria Maya a comparecer no jantar que a mãe dela estava organizando. Era compreensível, afinal, os quinze dias chegaram ao fim, e aquela foi a forma que minha tia encontrou de se despedir da filha.
E lá estava eu, vestida como se tivesse ido para mais uma reunião de trabalho. É muito difícil para mim abrir mão das roupas sociais. Enquanto a Maya ia de um lado para o outro graciosamente dentro de um vestido vermelho e decotado. Sinceramente, fiquei um pouco frustrada, porque até aquele momento pós jantar, a minha prima ainda não tinha feito alguma de suas “artes”.
Sério, esse ano ela estava diferente, até a cor dos cabelos voltou ao tom natural: castanho escuro. É que desde os dezessete anos ela vem experimentando todas as possíveis cores nas madeixas. Enfim, não houve tretas da Maya. Claro que foi comentado o fato de a Patrícia não estar presente, mas nem isso fez com que minha prima fizesse algum comentário venenoso.
Ela apenas riu alto. Meus pais, tios e tias foram para um lado, e os primos para a varanda. Nossa meta era esvaziar aquelas garrafas de vinho e falar besteiras.
Estar com a Maya era natural e divertido, trocarmos olhares e saber exatamente o que estávamos pensando também era algo bem natural entre nós. Agora, ficar olhando para o seu decote daquela forma não era nem um pouco natural. Ainda bem que ninguém havia notado. Ríamos de uma das aventuras românticas do Léo, nosso primo, na verdade eu gargalhava ao ponto de chorar.
E então, a Maya ficou séria e me olhou de uma forma tão profunda que engoli o riso. Ela pôs a taça sobre a mesa de centro, levantou e simplesmente saiu. E eu? Sei lá porque, a segui.
Eu queria culpar o vinho, mas não havia tomado mais que meia taça. Só sei que estava olhando para a forma como ela rebol*va enquanto se dirigia para fora do apartamento. Acionou o elevador que não demorou a chegar e esperou que eu entrasse primeiro e só então colocou-se ao meu lado e apertou o botão do térreo. A porta se fechou e por alguns segundos, ficamos em silêncio dentro daquela caixa de aço.
— Você estava me secando?
— Como é?
— Olhando a minha bunda. – Disse simplesmente.
— ‘Tá louca?
— Estava ou não? – Insistiu com um risinho se formando nos lábios.
— Seu rebol*do.
— Gostou do que viu?
— Olha Mayanna, não tem gra… – E seus lábios cobriram os meus.
Em um beijo tão quente que me fez esquecer de pensar. Seu cheiro invadiu minhas narinas, suas mãos seguravam–me com força. A mesma força que tinha seu beijo. E eu apenas o correspondia, me agarrando em seus cabelos, certa de que estava me afogando em um oceano de desejo que nem sabia existir.
O som do elevador informando que havíamos chegado ao nosso destino fez com que seu corpo se afastasse do meu. Confesso que senti falta daquele calor. Quando abri meus olhos, ela me sorria.
— Céus, o que foi isso?!
— Algo que desejo fazer há tempos.
— Não brinque comigo, Mayanna.
— Não estou.
— Tem certeza? – Ela assentiu, segurou minha mão e arrastou-me até a saída do prédio.
— Quero beijá-la.
Eu não tive tempo para responder, meus lábios foram capturados pelos seus novamente. Daquela vez o beijo foi lento, a rua estava deserta e um pouco escura, era possível ouvir os risos dos nossos primos na varanda e a música ambiente que saía de lá.
Senti meu corpo sendo amparado por uma parede qualquer e os dedos de Mayanna invadiam meus cabelos pela nuca, me fazendo arrepiar. Puta que pariu, que beijo gostoso. Gemi e a puxei para que colasse outra vez seu corpo no meu.
— Por que estacionou tão longe?
— Não tinha mais vagas por perto. – E sentimos as primeiras gotas da chuva. — Nossa, vai chov… – Não consegui terminar a frase e o céu rasgou-se em gélidas gotas d’água.
Deveríamos ter corrido em busca de abrigo, e achei que iríamos fazer isso quando Mayanna afastou-se de mim. Céus, como ela conseguia ser tão sexy mesmo com a chuva ameaçando borrar sua maquiagem e destruir seu penteado? O vestido que ela usava estava ainda mais colado ao corpo, e seu decote estava tão convidativo quanto a sua boca.
Ela sorriu para mim, soltou os cabelos e me puxou para um beijo. Um beijo desesperado, sem delicadezas. Um beijo com gosto de felicidade, molhado pela chuva, tão intenso quanto os sentimentos que me eram despertados. Gemi ao sentir sua mão apertar minha coxa por dentro da saia com força. O beijo seguinte veio acompanhado de uma mordida tão sensual em meu lábio que me deixou molhad…
— Mayanna! – Ela não respondeu, desceu seus beijos, ora mordiscando meu maxilar, ora beijando meu pescoço. E sua mão subindo ainda mais pela parte interna da minha coxa, minhas unhas arranhavam sua nuca. — Ahn… Por favor.
— O que, Camila?
— Ahhhhh! – Senti seus dedos passearem em meu sex* por cima da calcinha.
— Diga-me, por favor o que?
— C–c–cont… continue. Apenas continue… – Ela sorriu e me beijou para abafar o gemido que soltei ao sentir seus dedos driblarem a lateral da minha calcinha e me invadirem.
— Ah, que delícia. Você está tão molhada.
— Hummm, u–hum… – Rebolei como um pedido por mais.
— Peça. Quero ouvi-la.
— Mayanna, me fode… Agora. – Ela atendeu ao meu apelo, seus dedos movimentavam-se de forma lenta e torturante, me fazendo rebol*r ainda mais e gem*r, esquecendo-me de onde estávamos. Aquele ritmo devagar, porém firme com o qual ela me tocava, causava-me desesperos, urgências e excitação. — Puta que pariu! – E seus dedos saíram de dentro de mim.
A olhei em tom de ameaça e ela gargalhou gostoso e desceu pelo meu corpo, levantou um pouco mais a minha saia, tirou-me a calcinha, distribuiu beijos pelas minhas coxas e apoiou uma das minhas pernas em seu ombro. A chuva estava mais forte e eu estava louca. E se não estava, fiquei assim que senti sua língua quente na minha bucet…
— Ahhhhh! – Tentava me apoiar de alguma forma naquela parede e me sentia cada vez mais beirando os portões do paraíso. Agarrei-me aos cabelos de Mayanna e rebolei em sua boca como se a minha vida dependesse unicamente daquele instante. — Own, caralh… aaahhh! – Sim, sim, sim o melhor oral da minha vida. Seus dedos foram até a minha boca e eu os ch*pei com vontade, desejo... — Mais… Mais forte. Assim… Assim… — E perdi o restinho de controle quando seus dedos saíram da minha boca para e me penetraram firme, forte e profundamente. Me sentia uma selvagem sem pudores gem*ndo daquele jeito. As estocadas ficavam cada vez mais intensas e pequenos espasmos começavam a tomar conta do meu corpo. — Ma… Mayan… Mayanna e–eu… V–vou… Aaahhh… Eu v–vou goz… – Não consegui terminar a frase, aquele orgasmo me tomou de maneira intensa.
Ela subiu pelo meu corpo distribuindo beijos, cobriu meus lábios com os seus. Esse beijo, ao contrário dos anteriores, foi… Romântico (?)
— Maya… O que fizemos foi errado.
— Certo ou errado, eu quero ter você, Camila.
— Não precisa mentir, sei que estou sendo o seu “brinquedo” de despedida. – Ela sorriu e eu senti vontade de dar-lhe uns tapas.
— Esqueci de contar durante o jantar, mas eu voltei em definitivo para o Brasil.
— Co–como?
— Voltei em definitivo para o Brasil e para você. – E eu a beijei na certeza de que aquela noite estava apenas começando.
Fim do capítulo
O Grupo Conexão Literária Agradece a Participação da Autora e informa que a mesma autorizou o compartilhamento do seu texto.
Comentar este capítulo:
Manuella Gomes
Em: 09/07/2020
Provocativo e cheio de detalhes. Fiquei querendo mais.
Bom ler algo seu. Gostei da forma como você escreve.
Resposta do autor:
Grata, Manu.
Beijão.
marianamarques
Em: 19/07/2019
Aiii Mohine q delicia de conto,adoro as suas obras que nos instigam a sentir como se estivemos sendo nos os personagens...OBRIGADA
Resposta do autor:
Oi, Mari (posso chamar de Mari?)
... e eu adoro saber que vocês conseguem, no mínimo, sentir as emoções das personagens. E se consigo fazer com que se sintas dentro do conto, ahhhh, aí eu vibro de felicidade.
Sou eu quem agradece.
Beijão, moça.
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Dolly Loca
Em: 18/07/2019
Adorei!!!!
Bjos
Resposta do autor:
"Dolly Loca" ... eu adorei esse nickname.
Beijão, menina.
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