Noite inesperada – Lily Porto
— Não vai dar mesmo. Estou cansada, sem animo nenhum para esticar a noite. Amanhã preciso acordar cedo. Fica para uma próxima, tá. – dei um beijo em seu rosto e me afastei sem lhe dar chances de resposta.
Porque as pessoas precisam ser tão insistentes? Tenho horror a isso, o pior é que em muitos casos além de insistentes, as pessoas ainda são “cegas”! Nada contra a mulheres mais velhas, mas jamais me envolveria com alguém tão chato como a Carlota.
— Percebi que desde cedo você está se esquivando da toda poderosa – sorriu faceira. – Deveria saber que ela detesta ser esnobada.
— Então vá você tomar cafezinho com ela quando acabar a palestra. – respondi irritada, sem prestar atenção na pessoa que falava.
— Calma, – olhou para o crachá em meu pescoço — Eduarda. Foi apenas uma brincadeira.
— Acho que preciso dizer que não gostei, não é! Mesmo porque, não te conheço, portanto, não te dei liberdade para tal.
— Alguém não está tendo um bom dia.
— Garota, procura alguém da sua idade para importunar, me deixa em paz – disse ríspida, tudo o que não precisava era me irritar ainda mais.
— Você fica ainda mais linda irritada, sabia!
— Eu mereço! – bufei – Não lhe informaram que esse evento era restrito a um certo grupo de profissionais?
— Claro que sim, é exatamente por isso que estou aqui. – estava levantando quando ela tocou meu braço dizendo gentilmente: — A dona Carlota está procurando alguém pelo salão, aposto que esse alguém é você, se fosse eu no seu lugar, não sairia dessa cadeira por nada.
Olhei na direção em que ela estava apontando com o queixo, e lá estava a chata caçando alguém com os olhos. Como ela tinha passado o dia inteiro no meu pé e era famosa por não aceitar “não” como resposta, tinha certeza que a vítima a quem ela caçava no salão ainda era eu.
— Não sei quem é pior! – disse mais para mim do que para ela.
— Ela, com toda certeza! – Me encarou com aqueles olhos azuis. — Se eu fosse você aceitava a minha companhia, ao menos até chegar ao seu quarto. – Sorriu maliciosa.
Olhei para ela em busca do seu crachá, mas não o encontrei, percebendo que a olhava procurando alguma coisa, balançou o crachá entre os dedos sorrindo.
— Não vai me dizer seu nome?
— Se faz necessário? Pelo o que estou vendo, você já está de saída.
— Afff, você é uma criança mesmo!
— Coisa feia, julgar sem conhecer. Mas façamos assim, você me faz companhia durante a palestra e depois digo quem sou. Que tal?
Com o olhar busquei Carlota pelo salão, e lá estava ela ainda “caçando”. Sem saída respondi a contragosto: —Está bem.
Voltei minha atenção para a palestra, vez ou outra olhava para a garota ao meu lado sempre sorridente. Algo nela não parecia certo, ou então alguma empresa resolveu trazer um representante do setor de informações ou tecnologia, afinal, ela está muito informal para pertencer ao setor administrativo, definitivamente meias coloridas e All Star desbotado de tanto usar não são os “melhores amigos” de uma mulher. E assim me pergunto que mulher executiva em sã consciência viria a um evento desse tipo usando essas coisas! Parece até que vai ao shopping num domingo qualquer!
Palestra terminada e estávamos saindo do auditório quando ouvi alguém dizer:
— Senhorita Olivier, por favor, preciso falar contigo.
A garota ao meu lado se afastou rapidamente e em poucos minutos voltou ainda sorrindo. Será possível que ela não cansava de sorrir!
— Como é o seu nome mesmo?
— Beatriz...
Lembrando do sobrenome que escutei anteriormente a interrompi.
— Não vai me dizer que o Dr. Paulo casou com uma fedelha?
— Se tivesse me deixado terminar de falar não estaria me olhando com essa cara de nada agora.
Que garota debochada, minha vontade era sair dali, mas ainda corria o risco de encontrar a outra e estragar de vez a minha noite. É só falar no diabo que ele mostra o rabo.
— Eduarda, vamos jantar, detesto fazer as refeições sozinha.
Beatriz olhou de mim para ela, antes que eu pudesse responder, disse séria:
— Boa noite, tudo bem? Se não percebeu, a Eduarda está muito bem acompanhada e já tem compromisso para o jantar. Agora se a senhora nos der licença, precisamos ir.
— Quem você pensa que é para falar comigo assim? Melhor não perder o seu tempo me respondendo. Vamos Eduarda. Não tenho tempo para perder com adolescente.
— O que adianta ter tanto dinheiro se não tem educação! Mas é como dizem por aí, educação não se compra, vem de berço. Vamos meu bem! – segurou gentilmente minha mão — Deixa essa mal educada aí – entrelaçou nossos braços e saímos andando.
— Você é maluca garota. Aquela mulher não vai te deixar em paz enquanto não se desculpar com ela.
— Ela pode até ter prestígio no nosso meio. Mas o café dela fica muitíssimo atrás dos nossos. Além do mais, o vovô me disse que se precisasse tomar partido entre ela e você, que deveria tomar uma decisão a seu favor;
— Dr. Paulo é um amor. – sorri fazendo ela me acompanhar — Então você é a famosa neta dele, – a olhei de cima a baixo, até que ela era bem jeitosinha apesar da pouca idade que aparentava ter – entendi.
— Sou sim. Comecei a trabalhar na empresa depois que me formei. Agora ele inventou que devo vir a esses eventos agradáveis. – revirou os olhos — Para ir me adaptando para quando assumir a presidência da empresa.
— Pelos seus trajes, diria que não gosta muito da parte burocrática do cargo.
— Engano seu, – puxou a cadeira para que eu sentasse — adoro a burocracia da profissão, sou apaixonada por tudo que envolve administração de empresas. E quanto ao que uso nos pés, foram as primeiras coisas que encontrei pela frente, acordei atrasada e não queria perder o início da palestra, minha mala não foi arrumada por mim, sabe como é!
— Dondoca. Sei bem como é.
— Preciso mudar urgentemente essa visão errada que você tem de mim.
Jantamos conversando sobre o evento, apesar de nova, ela é muito empenhada e dedicada no que faz. Realmente puxou ao avô, a paixão pelo café corre nas veias. Quase não falamos uma da outra, o papo girou em torno dos nossos trabalhos. Mas algo nela me atraía, mesmo fingindo que não, queria muito conhecê-la mais um pouco.
— Bom, obrigada pelo jantar! – falei encostando na porta do meu quarto — Apesar dos pesares, foi uma noite agradável.
— Mas já? Tá tão cedo. O céu está tão lindo, da varanda do meu quarto fica ainda mais lindo, você não tem noção.
— Caso não tenha percebido, não vimos o céu ainda. Saímos do salão principal para o restaurante, de lá para o elevador, e agora estamos aqui. Ou seja, não passamos por perto de nada que desse para ver um pedacinho que fosse do céu.
— Meu bem, eu sinto que o céu está lindo – beijou minha mão. — Se tem dúvidas precisa mesmo me acompanhar até meu quarto – falou mordendo os lábios.
— Você é sempre cara de pau assim, ou abriu uma exceção para mim?
— Eu sou gentil, lembra que fui eu quem te livrou da megera – sorriu faceira.
— Sei essa gentileza de querer me levar para a sua cama.
— Eu falei no quarto, mas como você já chegou a cama, não vejo problemas... – me encostou na parede do corredor falando com os lábios próximos aos meus: — Está uma noite tão agradável, não acha?
Mordi os lábios mergulhando em seus olhos que brilhavam de desejo.
— Não faz isso.
— Fazer o que? – apertou levemente minha cintura. — Diz.
Minha respiração já estava ficando fraca, minhas pernas muito mais. Deveria ter entrado no quarto assim que cheguei na porta, agora estava naquele dilema. Essa garota é maluca, preciso decidir o que fazer, não dá para ficar de “pegação” no corredor do hotel.
— O que quer de mim?
— Achei que nunca fosse perguntar!
Por mais que quisesse não esperava o beijo que veio em seguida, nossas línguas bailavam se conhecendo, senti ela encostar ainda mais seu corpo ao meu, me deixando sem saída. Já estava na chuva mesmo, resolvi me molhar.
Ao finalizar o beijo ela encostou sua testa na minha dizendo marota:
— Acho melhor você me convidar para entrar.
— Você é louca.
— É isso que acha de mim! – mordiscou meu lábio inferior — Melhor eu ir para o meu quarto.
— Volta aqui, – a puxei pela camiseta — começou —entrei no quarto a empurrando na cama, fechando a porta com o pé — agora vai terminar.
— Decidida, gosto disso.
Me puxou para a cama deitando sobre mim beijando meus lábios calmamente. Tirou sua camiseta, em movimentos rápidos se livrou de minha blusa e do meu sutiã, abocanhando meus seios. Gemi com o contato de seus lábios, ela sorriu marota mordendo levemente meus biquinhos rijos.
— Vai fazer malvadeza, é isso mesmo?
Perguntei já ofegante, ela continuou sorrindo, sugando meios seios em resposta. A abertura da minha saia era lateral, o que lhe deu total liberdade, em questão de segundos eu estava completamente nua e entregue a ela que beijava meu corpo inteiro.
Ao chegar na parte interna das minhas coxas passou a ponta do dedo entre meus grandes lábios me fazendo arrepiar, quando levou o dedo aos lábios e ch*pou bem devagar com aquela cara safada, só aumentou o meu tesão. A ajudei a se livrar de suas roupas e me entreguei completamente ao momento, beijei seus lábios puxando sua cintura, colando nossos corpos agora nus.
O quarto estava a meia luz, mesmo assim dava pra ver o desejo estampado naquele mar azul que eram seus olhos. Sorri me esfregando em seu corpo, arrancando leves gemidos de nossos lábios. Deitamos em um 69, por muito pouco não g*zei em seus lábios quando ela encostou a língua quente em meu clit*ris. Percebendo o efeito que tinha causado com a língua ela entrou em mim com alguns dedos, sem parar de mexer em minha boca. Tinha julgado o “livro pela capa” e estava pagando bem gostoso por isso. Entrei em seu sex* com minha língua arrancando leves gemidos dela, não sei mensurar quanto tempo passamos naquela posição, apenas me entreguei ao prazer do momento e goz*mos juntas.
Me virei na cama deitando em seu corpo. Ela fez um carinho bom em meu rosto beijando meus lábios.
— Você é muito apressadinha!
— Não diria isso, – mordi seu lábio inferior — minha vontade de você só aumentou.
— Revelações, – sentou na cama me puxando para o seu colo — gosto disso, conta mais.
— Digamos que você tenha me deixado intrigada desde que sentou ao meu lado no meio da tarde. E me deixou ainda mais curiosa depois de ter “peitado” a outra lá.
— Ainda bem que minha missão deu certo. – Piscou para mim.
— Que história é essa?
— Outro dia estava olhando o Instagram do meu avô, e encontrei uma foto de vocês dois em um evento em Pernambuco. – Sorriu maliciosa passando a língua nos lábios — Para a minha sorte ele te marcou e fui lá, visitar o seu perfil. Encontrei muito de você por lá, cada foto melhor que a outra, encontrei uma de biquíni, sensacional. – Me puxou para mais perto do seu corpo me dando selinhos enquanto dizia: — Quando o vovô me mandou vir para cá a primeira coisa que perguntei foi se a C. Coffes mandaria um representante. Ele gentilmente me disse que a belíssima administradora da empresa estaria aqui.
Gargalhei enlaçando seu pescoço com meus braços começando a rebol*r em seu colo.
— Quanta curiosidade para uma pessoa só. Valeu a pena tudo isso?
— Valeu não, – apertou meu bumbum arrancando um gemido alto dos meus lábios — está valendo muito.
Me deitou na cama prendendo meus braços acima da cabeça, deitando sobre mim encaixando nossos sex*s em um movimento rápido, rebol*ndo, reacendendo meu tesão.
Tentei morder seu ombro para abafar um grito alto que não consegui prender quando ela entrou em mim com seus dedos, estava ofegante, querendo mais dela. Não demorou muito e ela retirou os dedos, lambendo-os novamente, sem parar de rebol*r sobre mim.
— Bia... Huuum.
— O que foi doçura, – a voz carregada de tesão — não está gostando?
— Es... estou. Mas quero você dentro de mim. – a frase saiu gaguejada, minha excitação estava alta, assim como os meus gemidos.
— Seu desejo é uma ordem.
Entrou em mim novamente, dessa vez segurei sua mão, “mostrando” como queria que fizesse. Ela encaixou seu sex* molhado em minha coxa, soltando meus braços me dando total liberdade para me deliciar em seu sex* também.
Nossos gemidos tomaram conta do quarto, nossos corpos suados e excitados pediam prazer. Cravei minhas unhas em suas costas aumentando o movimento de vai e vem com meus dedos em seu sex*. Mais uma vez chegamos ao orgasmo juntas, ela deitou ao meu lado ofegante.
— Você é uma mulher viciante!
— Faço das suas palavras as minhas.
Ficamos ali deitadas trocando carícias até o cansaço nos dominar e adormecermos juntas.
Fim
Fim do capítulo
O Grupo Conexão Literária Agradece a Participação da Autora e informa que a mesma autorizou o compartilhamento do seu texto.
Comentar este capítulo:

Dolly Loca
Em: 12/08/2019
Oi Lilly,
Realmente acho que está dando algum problema no site que acaba redirecionando o comentário para o teu conto. De qualquer forma, já aproveito para dizer que adorei o teu conto também!
Beijão
Resposta do autor:
Olá Dolly.
Tranquilo querida, é sempre uma satisfação poder ajudar de alguma forma as leitoras, espero que já tenha conseguido comentar o conto que estava querendo.
Muito obrigada por ter lido a história, se cuida, bjs.
Lily Porto
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rhina
Em: 09/08/2019
Olá
Boa tarde
Quando a "insistentes ".....é a insistente certa.....tudo pode acontecer.
Rhina
Resposta do autor:
Oie Rhina!
Nesse caso, a insistente foi mais que certa, né.
Apesar da Duda não ter curtido muito a abordagem inicial da Bia, elas se deram bem logo no início, afinal, a Bia a salvou de um "encontro" bem chatinho e mudou a noite dela para melhor.
Obrigada por ter tirado um tempinho para acompanhar nosso trabalho.
Se cuida querida, bjs.
Lily Porto
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Dolly Loca
Em: 05/08/2019
Surpreendentemente você conseguiu deixar My Sunshine ainda melhor!! Foi impossível não devorar o livro.
Esperando os próximos!!!!!
Beijão
Resposta do autor:
Oie Dolly!
Então moça, o livro que citou não é meu, talvez não esteja conseguindo comentar no conto da autora dele, mas que bom que se encantou com a leitura do mesmo, ler é sempre muito bom.
Mais uma vez, muito obrigada por ter tirado um tempinho para ler nossos textos.
Bjs.
Lily Porto
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Rosangela451
Em: 23/07/2019
Uau que noite inesperada...!!!!
Uma simples imagem e tu faz uma beleza dessas ...
Merece continuação heim
Parabéns Lily
Resposta do autor:
Boa tarde, Rosangela!
Menina, a imagem é bem inspiradora, a mente viajou bastante diante dela.
Planos existem para continuar, vamos ver no que vai dá.
Obrigada por tirar um teminh para ler nossos textos.
Se cuida querida, bjs.
Lily Porto
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