Capítulo 18 – Semanas incríveis Parte II

 

              Com o coração batendo forte depois do intenso beijo trocado, Liz segurou em sua mão e se sentaram à mesa para jantar. Ela havia comprado sushi e estava com uma aparência ótima e deliciosa, começaram logo a se servir.

              - Eu amo sushi. – Lia declarou feliz. Não lembrava a última vez que havia comido esse prato. – Como sabia que eu gostava?

              - A Cris me disse. – Respondeu com um sorriso maroto nos lábios.

              - Ah! Você e Cris andam de muita conversinha, não acha?

              - Isso te incomoda? – Liz perguntou curiosa, levando uma peça até a boca e observando-a atentamente.

              - Não exatamente. – Respondeu sincera como sempre e continuou. – Depende do que andam falando às minhas costas.

              - Não falamos nada demais. Prometo!

              - E no dia que me levou a praia. O que vocês falaram?

              - Eu fui te ver pela madrugada. Você estava dormindo e a Cris me deu uns conselhos. Mais parecia uma mãe.

              Lia riu com a declaração. Cris era muito sincera e avoada. Parecia mesmo a cara dela falar coisas estranhas. No entanto, sua curiosidade se atiçou. Era só o que faltava mesmo, as duas de segredinho agora!

              - O que ela falou!? – Perguntou de um jeito mandão.

              - Segredo. – Liz sorriu quando viu a cara de brava que ela fez com a resposta. – Calma, estressadinha!

              - Quer saber? Tô nem aí. – Fingiu indiferença e continuou a saborear seu sushi.

              - Ela me deu umas dicas de como acalmar a fera, só isso.

              - Que estupidez. – Revirou os olhos e bufou. Faziam muito alarde com o seu temperamento e aquilo a irritou muito. – Também não é pra tanto. Você se acha muito espertinha, não é?

              - Eu não sou nada esperta quando o assunto é você, Liana. – Liz acariciou sua face com carinho.

              - Claro que é. – Lia não conseguia se conter. – Olha só como você me deixa!

              Liz abriu um lindo sorriso. Era incrível como ela conseguia lhe desarmar com o menor dos gestos. Continuaram a jantar em um silêncio cúmplice, confortável e sereno. Por que era sempre tão bom estar ao lado dela? Não conseguia pensar em mais nada quando estavam juntas, nada! Era impossível explicar. Começou a tocar If I ain’t got you da Alicia Keys. O clima estava extremamente romântico e propício com aquelas músicas.

              Doze peças de sushi depois Lia já estava mais do que satisfeita e encerrou a janta. Liz também logo parou, ela comia pouquinho. O bom de sushi é que desgastava muito rápido, era o que Lia mais gostava. Liz se levantou e foi até a geladeira e voltou com uma garrafa de vinho nas mãos.

              - Achei que você iria gostar. Esse é branco. Já bebeu?

              - Vinho branco não.

              Ficou a admirá-la abrir a garrafa. Por que aqueles simples movimentos pareciam tão sensuais vindo dela? Ela tinha o olhar concentrado enquanto tirava a rolha da garrafa. Não conseguiu disfarçar os olhares. Estava se sentindo uma pervertida. Liz saiu rebol*ndo até o balcão perto da pia e trouxe duas taças, logo em seguida as serviu.

              - Vamos brindar! – Liz disse lhe entregando a taça cheia e lhe arrancando um sorriso.

              - Brindar a quê?

              - A nós. – Liz hesitou e depois falou sem jeito. – Estamos nos dando bem como nunca antes. Passamos a semana toda sem brigar ou discutir.

              Lia sorriu e concordou. Brindaram e tomaram o gole do vinho sem desviar os olhos uma da outra. Que delícia beber vinho daquela forma com ela, se surpreendeu com aquele sabor. Aquele vinho branco era uma delícia. Liz que estava de pé, lhe ofereceu a mão e falou:

              - Vem cá!

              Levou-a até o sofá. Liz sentou e acomodou-a em suas pernas, que logo passou um braço por seu pescoço. Beberam o resto do vinho até que Lia, já sentindo uma quentura devido à bebida, pegou as taças e as deixou sobre o móvel ao lado do sofá onde estavam.

              - Cadê a Vivi?

              - Eu pedi para ela liberar o apartamento hoje.

              - Meu Deus! – Lia levou uma mão até a face, escondendo-a. – Que vergonha! Ela sabe que você fez isso para me trazer aqui?

              Liz soltou uma gargalhada gostosa e quase que não parava mais. Lia deu uma tapinha de leve em seu braço para contê-la.

              - Você é uma pervertida, Liz. Poderíamos ter ficado apenas no seu quarto. O que ela vai pensar de mim?

              - Eu pervertida? – Liz fez-se de desentendida e depois sorriu mais. – E você é o quê, hein? Querendo trans*r na faculdade naquele dia.

              - Eu não estava falando sério. Não teria coragem.

              - Será?

              - Claro que não, Liz. – Lia enlaçou-se no pescoço dela com as mãos e lhe deu um selinho. – É apenas difícil resistir a você.

              - Eu digo o mesmo, Liana.

              Lia sorriu. Adorava quando ela falava o seu nome daquela forma tão sensual.

              - Gosto quando fala o meu nome assim...

              - Assim como? – Liz aproximou a boca de seu ouvido e sussurrou baixinho. – Liana! Eu quero que se sinta à vontade aqui. O fim de semana na praia foi perfeito com você tão intensa e solta daquele jeito. Quero explorar cada cômodo desse apartamento com você.

              Seus pelos se arrepiaram e imediatamente selou os lábios nos dela. O beijo começou calmo e carinhoso, queria saborear a sua boca vagarosamente. Os toques dela a enlouqueciam de tão experientes. Seus lábios eram macios e estavam com o gosto de vinho. Hum! Ficavam ainda mais deliciosos com o sabor do álcool.

Liz enlaçou sua cintura e levou uma das mãos até suas coxas, apertando-as, tinha sorte em ter usado um shortinho mais curto, assim poderia sentir melhor o contato em sua pele, era maravilhoso poder sentir os seus toques daquela forma. Sugou a língua dela com vontade e sorriu quando a mão de Liz subiu e começou a apertar o seu bumbum.

Aprumou-se melhor em seu colo e intensificou o contato das bocas. Enlaçou os dedos nos cabelos dela e a trouxe cada vez mais para si. Liz apenas deixava-se levar pelos desejos de Lia, pois sabia o quanto ela gostava de se sentir no controle. A mão que estava na cintura começou a tatear a pele de suas costas por dentro de sua camiseta e sentiu-se arrepiar rapidamente. As músicas românticas no rádio embalavam aquele momento mais que perfeito.

O beijo não tinha pressa e não separaram os lábios por um bom tempo, ficaram apenas se provando com uma lentidão provocativa. Lia queria ver quanto tempo aguentavam até ficarem loucas e começarem a arrancar as roupas. Arranhou a nuca de Liz e a puxou pelos cabelos, afastando os lábios alguns centímetros.

Olhou-a e suas entranhas dançaram em uma vitoriosa comemoração quando a viu ainda de olhos fechados, a boca estava um pouquinho avermelhada por conta dos beijos e seu rosto corado pelo desejo. Passou as mãos por sua face e ela abriu os olhos lentamente. Se admiraram por alguns segundos, até que os lábios se atraíram novamente.

O beijo dela era tão gostoso, macio, delicado e experiente que para Lia somente uma coisa seria capaz de superar aquela sensação. Fazer amor com ela. Depois disso já não conseguia pensar em mais nada. Liz foi deitando-as no sofá-cama e ficou por cima. Os lábios dela foram ficando mais afoitos e Lia arrepiou-se quando ela passou as mãos em sua barriga sob a blusa.

Como sentiu saudades dela, de seu toque ousado e daquela boca tão perfeita. O beijo a acendia com uma rapidez impressionante. A trouxe para mais perto com os braços e penas lhe cercando. Nenhuma proximidade era o suficiente. Ter Liz daquela forma era incansável. Ainda haviam tantas coisas nela a serem desvendadas. Queria tudo com ela, até mesmo coisas que nunca havia pensado antes...

Liz a acariciava com precisão por dentro da roupa. Sentiu-se molhar rapidamente quando ela passou a mordiscar e sussurrar ao pé de seu ouvido.

- Você é tão gostosa, Liana. – A respiração dela já estava ofegante. – Quero você todinha para mim.

- Então me faz sua!

Precisava sentir as peles nuas e não mais resistiu ao seu desejo. Começou a subir a própria blusa. Liz a encarava séria e concentrada, Lia sentia incrível quando ela lhe direcionava aquele olhar de cobiça. Ela atacou o seu pescoço, beijando-o e suspirando em seu cangote, era uma delícia, estava completamente louca de tesão.

- Tira a minha roupa! – Liz ordenou com a voz rouca e se sentou sobre as pernas dela.

Lia elevou o tronco e obedeceu ao seu comando prontamente e foi levantando a blusa dela. Cada pedaço dela que ia descobrindo, beijava e lambia. A pele dela era tão macia e gostosa. Amava o cheiro o natural que ela exalava e aquele corpo que lhe hipnotizava totalmente. Que gostoso! Nunca imaginou que um dia ficaria tão louca por uma mulher daquela forma.

Assim que retirou a sua blusa folgada, passou as mãos em sua cintura e adorou sentir aquela textura delicada. Puxou-a para si e ficaram com os lábios próximos uma da outra. Liz passou os dedos pelos cabelos de sua nuca lhe fazendo carinho.

- Você é a coisa mais linda que eu já vi. – Lia falou encantada.

Liz a fitou por longos segundos. Conseguia ver o olhar emoção que ela lhe direcionava. Salivou com a visão daquela mulher tão linda e intensa. Aproximaram os lábios e se beijaram por longos minutos. Liz a recostou no sofá e soltou seu sutiã. Logo sua boca começou a sugar seus seios com vontade. O contato da língua quente ali lhe deixou extremamente sensível.

Lentamente Liz levou às mãos até o seu short o desabotoando com uma agilidade incrível e depois retirou o próprio com a mesma rapidez. Ficou apenas de calcinha e sutiã e riu quando se deu conta de que as peças íntimas das duas eram da mesma cor, preta. Ela admirou o corpo de Lia sob o seu e lambeu os lábios.

- Eu quis isso a semana inteira. – Foi até ela e devorou seus lábios lhe despertando ainda mais o desejo. – Quero devorar você, Liana!

Os pelos da nuca de Lia se arrepiaram com a declaração. Aquilo era tudo o que queria e não fez questão de esconder. Sentia que sua calcinha estava totalmente molhada. Prendeu-a fortemente entre seus braços, intensificando o contato da boca gostosa dela na sua. Estava muito excitada. O seu corpo delirava perto de Liz, ela lhe despertava sensações e desejos profundos. Era inexplicável.

Naqueles momentos em que Liz a pegava assim de jeito em um beijo tão cafajeste, nenhuma explicação lhe era necessária. Sua vida poderia acabar naquele momento e já morreria feliz. Aliás, depois de fazer amor com ela novamente, aí sim, seria perfeição.

Lia passeava as mãos pelo corpo maravilhoso e macio dela, sentia a conexão das peles, era pura simetria. Retirou o seu sutiã rapidamente e tocou os seus seios com anseio, fazendo-a gem*r em seus lábios. Não se conteve mais, retirou também a calcinha dela e depois encheu as mãos em seu bumbum tão gostoso e farto.

Queria muito sentir a pressão dela em seu quadril. Já estava pegando fogo quando ela afastou seus lábios. Ainda tentou segurá-la e impedi-la de sair daquele beijo, mas ela conseguiu se esquivar com um sorriso safado nos lábios. Lia não conteve um suspiro alto de frustração e rosnou impaciente

- Calma, minha gostosa. – Provocou-a com a voz rouca. – Eu tive uma ideia. Espera.

Isso lá era hora de pedir para esperar!? Estava completamente derretida e pulsando de tesão. Deitada e totalmente assanhada, observou-a ir até a cozinha rebol*ndo sensualmente com o lindo bumbum empinado. Que visão maravilhosa ver aquela bunda tão maravilhosa e com marquinhas bronzeadas, aquelas curvas tão sensuais e sua pele moreninha. Suas mãos formigaram com o desejo de apertá-las. Roçou as coxas uma na outra tentando aliviar o desejo enquanto a esperava impacientemente.

A música Crazy do Aerosmith começou a tocar assim que Liz apareceu. Ela trazia uma grande taça de sobremesa nas mãos e o sorriso safado e sapeca ainda estava em seu rosto. Ela deitou-se ao seu lado com cuidado e mirou-a. Curiosa Lia olhou dentro da taça e viu que era brigadeiro. Sorriu quando tentou imaginar as coisas que Liz faria com aquilo.

- Eu quero tentar uma coisa. – Acariciou a face de Lia e sentou novamente sobre seu quadril. - Só para você saber, brigadeiro é o meu doce preferido e em você, então. Deve ficar ainda mais delicioso.

- Eu também amo brigadeiro. – Declarou risonha.

Liz virou a taça e sorriu enquanto espalhava uma boa quantidade de calda desde os seios de Lia até sua barriga. O doce estava gelado e denso e o sentiu pegajoso em sua pele. Afinal, por que ela havia dito que queria tentar isso? Será que ela nunca fizera aquilo com uma outra menina antes? Esperava que não, pois já estava contente com essa ideia na cabeça. Viu quando ela mordeu e passou a língua nos próprios lábios. Seus olhos brilhavam de uma forma diferente.

Pôs a taça no chão e se inclinou até Lia. Deu uma lambida longa e lenta da sua barriga até um de seus seios. Uma corrente elétrica passou em seu corpo ao sentir a língua quente dela limpar o doce gelado em sua pele sensível e arrepiada. Ela repetiu essa ação mais algumas vezes até limpar toda a pele lambuzada. Liz olhou-a arteira e lhe beijou.

A boca dela ainda estava cheia de brigadeiro e quando uniram os lábios conseguiu sentir a calda escorrer por sua boca. Nossa! Que delícia provar brigadeiro daquela forma. Puta que pariu! Liz era gostosa e sexy demais para a sua sanidade mental. O beijo se tornou ainda mais gostoso com o doce. As línguas se procuraram ansiosas, provando o gosto na boca uma da outra.  Liz ch*pou sua língua demoradamente e depois lhe deu uma forte mordida no lábio inferior.

- Quero comer você toda. – Declarou pegando a taça novamente.

Ela fez aquele ritual por todo o seu corpo, lambuzou suas pernas e coxas, braços, colo e lábios. Lia ficou ainda mais eriçada. Sentia todo o seu corpo grudento devido ao doce, mas Liz lambeu todos os vestígios em sua pele com uma precisão incrível. Podia ver o quanto ela estava se deliciando e se divertindo com aquilo.

- Eu só quero comer brigadeiro assim de agora em diante.

Sussurrou safada e Lia riu de sua afobação. Aquele autocontrole parecia ter ido embora. Ela finalmente retirou a sua calcinha lentamente, ela estava encharcada de prazer. Liz sorriu quando a viu naquele estado e levou-a até o nariz, inspirando o cheio de sua feminilidade que estava impregnado no tecido.

- Você é uma delícia...

Abriu bem as pernas de Lia e despejou mais doce ali em sua intimidade. Foi excitante sentir o doce gelado em seu sex*, uma sensação diferente e muito gostosa se espalhou em sua intimidade. Estava pulsando cada vez mais forte. Liz desceu por seu corpo, ficando entre suas pernas.

Sentiu mais do que viu quando ela lhe abocanhou o sex* com vontade. Caralh*! Que gostoso! Sua sanidade foi para o espaço quando finalmente sentiu a língua atrevida dela lhe tomar e provar intensamente. Ela sugava o clit*ris junto ao doce, parecendo uma menina gulosa e insaciável.

Sem mais controle algum de suas ações, o quadril de Lia começou a se insinuar em direção a boca dela, queria sentir cada vez mais a pressão da boca em si. Liz pareceu entender o seu pedido mudo por mais, pois começou a sugar com força a sua intimidade. Foi uma pressão mais forte e ainda mais gostosa. Um gemido forte saiu de sua garganta enquanto abriu a boca em forma de prazer. Estava extremamente sensível.

Liz era especialista em enlouquece-la e, sinceramente, por ela, seria uma louca com prazer. Percebendo sua entrega, ela levou um dedo até sua entrada e penetrou-a com rapidez dessa vez, pegando-a totalmente de surpresa. O quadril se elevou, retesando-se. Dessa vez doeu mais do que da outra. Abriu os olhos e viu que ela olhava com uma expressão de desejo ainda maior.

- Quero ter você por inteiro. Posso continuar?

É claro que ela poderia continuar. Era isso que queria, ser completa e totalmente dela. Só tinha um pedido a fazer antes, algo que estava secretamente pairando em sua mente. Queria perder a virgindade completamente no quarto dela, em sua cama. No lugar que, com certeza, teria mais ainda a sua essência.

- Me leva para o seu quarto.

Liz sorriu e retirou o dedo dela lentamente, lambendo-o em seguida. Levantou-se e estendeu a mão para ela. Lia a segurou e ela lhe puxou, pondo-a de pé. Colaram os corpos nus e foram aos beijos até o quarto dela que ficava no final do corredor. O cômodo estava escuro, apenas com a luz do luar entrando pela grande janela de vidro. Apesar de todo o tesão que sentia queria ver como era. Virou-se para tentar vislumbrar algo.

- O que foi? – Liz sussurrou ao pé do seu ouvido e agarrando por trás.

- Queria ver o seu quarto. Você nunca me trouxe aqui antes.

- Putz! Verdade. – Liz foi até o abajur ao lado da cama e ligou-o.

A luz amarela proporcionou um ar aconchegante e romântico ali. O quarto era grande. Liz deitou-se na cama enorme de casal e bateu na colcha branca ao seu lado lhe chamando a atenção. Lia despertou de sua curiosidade e foi para a cama jogando-se em cima dela e a abraçando.

- Desculpe por minha falha. – Liz falou acariciando suas costas. – É que eu nunca trouxe nenhuma garota aqui antes.

- Sério? – Seu coração disparou de emoção.

- É sério, linda. – Liz passou a mão pelo seu rosto. – Vamos continuar, por favor. Depois faço um tour aqui com você.

Lia sorriu e beijou-a com volúpia. Ela sempre conseguia destravas suas alavancas emocionais de uma forma natural. Já havia percebido que elas eram a primeira vez uma da outra para muitas coisas. Liz começou a tocá-la intimamente e mais uma vez o seu quadril ganhou vida investindo contra os seus dedos habilidosos. Era sempre maravilhoso senti-la daquela forma. Se sentia sexy fazendo esses movimentos nela.

Liz inverteu as posições, ficando por cima e entre suas pernas. Foi descendo lentamente e distribuindo beijos por seu corpo até chegar ao seu sex*, tomando-o com destreza, roçando a língua bem lentamente naquele ponto exato que a fazia revirar-se nos lençóis. Era tão prazeroso aquilo, era inexplicável. Sentia-se queimar de dentro para forma em um torrencial de prazer sem fim.

Mais uma vez Liz a penetrou com um dedo. Sentiu um leve ardor quando ela começou a movimentá-lo. A boca dela em seu sex* não parava de trabalhar um só segundo e ao mesmo tempo que sentia um incômodo, também havia prazer. Liz a deixava relaxada de uma forma que nunca se sentira antes. Temia sentir a dor que todos falavam, mas com ela aguentaria qualquer coisa.

Sem aviso prévio sentiu quando ela a penetrou mais profunda e rapidamente. Dessa vez uma dor se espalhou naquela região e ela gem*u um pouco. Liz a olhou e parecia levemente preocupada.

- Está doendo muito?

Lia maneou a cabeça levemente e respondeu com a voz rouca:

- Continua!

Confiava em Liz totalmente, de corpo e alma. Ela sabia muito bem o que estava fazendo e mesmo que não soubesse, confiaria do mesmo jeito, o que sentia por ela mais forte do que tudo. O som estava alto e pode ouvir quando The Weeknd começou a tocar. Ah, agora sim o momento ficaria ainda mais perfeito.

Liz forçou novamente contra ela e mais uma vez a dor se espalhou em seu interior. A língua dela começou a trabalhar em si novamente lhe desviando da dor. Ela repetiu o gesto mais vezes até que se acostumou com os movimentos. Seu sex* continuava pulsando loucamente contra a língua dela. Sentiu quando a boca dela sugou seu clit*ris e a dor em seu interior ficou mais forte. Ela havia lhe introduzido outro dedo.

- Tudo bem, minha linda? – Aproximou-se dela e a beijou delicadamente.

- Tudo bem. Só deu mais um pouco.

              Elas se beijaram novamente e ficaram daquele jeito por um tempo. Os dedos de Liz permaneceram quietos dentro dela até que pedisse para continuar. Bem lentamente ela moveu-se e cadenciou os movimentos de vai e vem bem lentamente. Era estranho explicar, apesar de doer muito era algo suportável. Era Liz ali com ela, olhando-a com fascínio enquanto deslizava lentamente dentro de si.

              - Você é tão apertadinha, Liana. Tão molhada...

              Se beijaram e as línguas se procuraram avidamente. Liz começou a pressionar seu ponto mais sensível com o dedão ao mesmo tempo. A dor foi ficando mais suportável depois de alguns segundos, embora fosse muito incômodo. Ainda se sentia incrivelmente molhada e excitada, agora mesmo é que não pararia por nada. Sentia prazer até no olhar profundo que ela lhe lançava.

              - Quero você! – Lia falou em seus lábios e entranhou os dedos em seu cabelo. – Sou sua, Liz. Só sua. Faz o que quiser comigo.

              Liz moveu os dedos nela mais rapidamente. Um prazer misturado com a dor começou a surgir aos poucos com os movimentos precisos dela. Começava a entender agora todos os clichês sobre a primeira vez e concordava com todos eles, principalmente quando feitos com uma pessoa especial. Ali, naquele momento, entendeu ainda mais o quão profundo eram os seus sentimentos por Liz.

              - Você está me deixando louca. 

Liz falou em seu ouvido e voltou para entre suas pernas. Foi com prazer que sentiu seus lábios novamente em sua feminilidade. Amava a sensação dos lábios e de sua língua macia e firme levando-a à loucura. Os dedos dela continuaram a se mover lenta e profundamente. Tinha uma sensação parecida com a que sentia quando Liz brincava com seu clit*ris, apesar de a dor não abandonar seu corpo nunca, diminuiu um pouco e acostumou-se a ela.

Começou a gem*r sem pudores quando Liz a sugou firmemente, estava ficando completamente louca com tantas sensações diferentes perpassando por seu corpo. Estava extremamente sensível e sentia-se fogosa. Em certo momento a língua de Liz lhe atingiu em um ponto bastante específico e o prazer se alastrou rapidamente por seu corpo inteiro. Assim que percebeu efeito que estava causando, aumentou a pressão e a velocidade até levar Lia ao orgasmo.

Ela derramou-se em sua boca como nunca antes e arranhou as costas de Liz com as unhas. Contorceu-se de prazer na cama enquanto o êxtase do gozo tomava conta de todo o seu corpo, lhe deixando sem ar. Depois de sentir espasmos lhe tomarem, seu corpo amoleceu e relaxou na cama enquanto uma risada gostosa escapou de seus lábios. Sempre sentia essa vontade de rir quando atingia o ápice.

Liz permanecia entre suas pernas acariciando-a e olhando para sua intimidade. Se sentiu levemente envergonhada com isso, mas nada fez. Ela estava muito quieta. Apenas admirou-a por longos segundos antes de falar.

- Hey! – Lia chamou sua atenção. – O que foi?

- Doeu muito?

- Acho que apenas o necessário. – Lia passou a mão em sua face e a chamou para deitar-se sobre si. – Por que está tão séria?

- Eu apenas queria que tivesse sido perfeito e sem dor.

- Está se preocupando à toa, Liz. – Lia a fitou intensamente. – Foi perfeito para mim. Pelo simples fato de ter sido com você. E quanto a dor, não foi tanto quanto eu esperava.

- Tem certeza disso?

- Não me viu sentir prazer no final de tudo? – Lia a puxou para um beijo. – Liz, você foi perfeita comigo. Tão carinhosa e delicada. Eu amei tudo.

Liz a beijou com paixão reacendendo a chama de sentimentos eu seu peito. O beijo dela era tão bom, intenso e sensual... não tinha nem palavras para descrever como se sentia especial em todos os sentidos quando estava assim nos braços dela. Sua mão se encaminhou para o sex* dela dessa vez e foi com prazer que a sentiu também completamente molhada.

Era sempre interessante e prazeroso tocá-la intimamente e observar todas as expressões de prazer que ela fazia, era gostoso e sensual saber que causava todo aquele mesmo prazer que sentia, nela. Liz era gostosa e sensual, amava a forma como o seu quadril se movia nela, já se sentia excitada novamente.

O sex* dela deslizava com perfeição em sua mão e se sentindo cada vez mais ousada a penetrou com dois dedos. Liz soltou um gemido de satisfação e a olhou safada. Aquela era a sua expressão mais bonita. Foi até ela e beijou-a antes de lhe dar uma mordidinha nos lábios.

- Deixa sua mão assim, paradinha. – Liz ordenou.

Obedeceu ao seu comando, posicionando ainda mais os dedos dentro dela quando a sentiu cavalgar em si lentamente. Achou extremamente sexy a forma como aquele corpo gostoso e bronzeado conseguia se mover de forma tão graciosa sobre o seu. Deixou seus dedos firmes e parados enquanto ela se movia com precisão da forma e na velocidade que queria.

Ela logo começou a soltar gemidos. Era tão gostoso a sensação dela engolindo seus dedos. Sentiu quando o sex* dela contraiu. Parecia querer cada vez mais prazer. Começou a estoca-la profundamente sempre que ela descia seu quadril e ela pareceu aprovar o gesto, pois lhe lançou um olhar cheio de tesão e desejo. Liz cavalgou nela por um longo tempo. Os corpos pingavam de suor e deslizavam deliciosamente um no outro. Amava os momentos de sex* suarento com ela.

Lia fez como ela e começou a pressionar o clit*ris dela com seu dedão. Liz abriu a boca em prazer e começou a ofegar. Ela moveu-se ainda mais rapidamente contra seus dedos e desceu os lábios até os seus sugando sua língua com vontade. Em pouco tempo ela já estava gem*ndo enlouquecida. Lia já estava aprendendo os sinais do corpo dela, da última vez que ela aumentara tanto assim os movimentos e começara a gem*r naquela intensidade, era porque estava preste a chegar ao ápice.

Tocou-a sem interrupções e rapidamente até que a sentiu estremecer sobre si. Ela soltou um gemido alto e entrecortado pelo grande prazer que sentia e largou-se sobre si. Por um longo tempo ela relaxou sobre seu corpo suado. Lia a abraçou e ficou deslizando as mãos em suas costas suadas, passeando com elas desde sua nuca até o seu bumbum perfeito. Amava toca-lo e aperta-lo, tão cheio e tenro.

- Uau! – Ela exclamou depois de um tempo e sorriu. - G*zei tão gostoso agora. Fiquei até sem forças.

Lia sorriu imensamente ao ouvir aquela declaração tão safada e gostosa. Liz estava quebrando vários preconceitos que ela tinha em relação ao sex*. O primeiro tabu de todos, pelo simples fato de estar daquela forma com outra mulher. Nunca se imaginara assim antes, nunca mesmo.

- Você sangrou um pouquinho.

- Sério? Nem senti. – Lia sorriu levemente envergonhada. – Manchou a sua colcha.

- Só um pouco. Não precisa se preocupar. – Liz acariciou sua face. – Foi incrível a sensação de ser a sua primeira. Eu só conseguia pensar em fazer isso de uma vez por todas.

Lia sorriu e mordeu o lábio inferior.

- Eu também queria que fosse você a fazer isso. Mais ninguém.

- Você é perfeita.

- Você que é.

Se sentia mais solta para falar sobre sex* e sobre seus desejos com ela de uma forma natural. Certas coisas, sempre viu como sendo vulgares ou “feias” e estava aprendendo que naqueles momentos íntimos somente o prazer e cumplicidade importavam. Liz não tinha pudores e isso parecia bom. Bom, não. Ótimo!

- Eu vou até o banheiro.

- Tem aqui no meu quarto.

Lia ajustou o olhar pela penumbra em que o quarto estava e avistou a porta na direção que ela apontava. Fez xixi e lavou-se com a ducha. Estava se sentindo um pouco estranha e dolorida, mas nada que não pudesse suportar. Lia a havia tratado tão bem que tudo havia valido a pena.

              Como prometido, Liz a deixou fazer um tour por seu quarto. Assim que ligou a luz deixando o quarto extremamente iluminado, varreu tudo com o olhar. As paredes brancas estavam decoradas com vários pôsteres de bandas e filmes. Haviam poucos móveis, apenas a cama, um guarda roupa e sua escrivaninha cheias de papéis espalhados. O que realmente chamava a atenção ali eram os instrumentos musicais dispostos no canto da parede e afastados de tudo.

              Ela tinha mais 3 violões ali, fora o preto que ela sempre usava e estava na sala, ele parecia ser o mais velho de todos. E a guitarra preta do dia que ela estava com Rodrigo naquele show de rock. Agora que estava tudo andando incrivelmente bem entre elas, essas memórias mais doloridas e confusas pareciam distantes. As horas pareciam passar de uma forma diferente quando estava com e sem ela.

              Liz estava deitada na cama observando-a passear completamente nua por seu quarto e não sentia vergonha alguma de se mostrar daquela forma a ela, nem mesmo suas imperfeições. O olhar de desejo nela nunca a abandonava, parecia lhe comer com os olhos. Ficou de frente para ela e fez uma tentativa de desfilar sensualmente. Quando se aproximou, deitou-se ao seu lado na cama e beijou-a lentamente.

              - O que achou? – Liz perguntou.

              - De quê? – Revidou com segundas intenções e sorrindo.

              - Do quarto, Lia.

              - Eu gostei. Bem a sua cara.

              - Sério?

              - Sério! – Lia se aconchegou em seus braços e encostou a cabeça eu seu peito. - Eu não sabia que você tinha tantos violões. Sempre só vejo você tocar com o preto.

              - É que esse tem um valor sentimental para mim.

              Lia levantou a cabeça e encarou-a. Aproveitaria que ela estava falando para saciar as curiosidades.

              - Sentimental por que?

              - Minha mãe que me deu. – Falou e Lia conseguiu sentir sua emoção. -  Foi o meu primeiro violão. É um dos melhores. Um Di Giorgio.

              Lia gostou de saber aquilo, ela parecia ser muito ligada à família, muito embora parecesse ser tão solta às vezes. Queria puxar mais do assunto, mas não queria retraí-la.

- Eu vou ter que acreditar. Não entendo nada de violões. Mesmo que eu ame música e quem toca.

              - Você ama quem toca?

              Lia sentiu as bochechas arderem um pouco. Será que ela pensou que quisera dizer isso? Seu coração disparou com força.

              - Deixa de ser boba, Liz. – Sorriu nervosa e respondeu. – Você entendeu o que eu quis dizer.

              - Você ficou vermelha. Por que?

              - Nada. Sua boba.

              - Eu sou mesmo. Fico toda boba com você. Nunca me senti assim antes.

              - Você fala bonito sobre essas coisas.

              - Não é questão de falar bonito, Lia. É apenas como eu me sinto. Nunca tive facilidade de falar assim com mais ninguém.

              - Assim como?

              - Sobre sentimentos.

              - Por quê?

              - Eu apenas não sou boa com esse tipo de coisa.

              - Pois parece levar muito jeito.

              Liz pareceu ficar sem jeito com a conversa e levantou-se lentamente a cama. Foi ao guarda-roupa, lhe deu uma de suas blusas folgadas para vestir e foram para a sala novamente. Assim que voltaram, riram da pequena bagunça que haviam feito. As taças espalhadas, o brigadeiro esquecido ao pé do sofá e as roupas e peças íntimas espalhadas pelo chão. Liz ajeitou tudo rapidamente e depois sentaram no sofá. Pegou seu violão e começou a dedilha-lo. As entranhas de Lia se agitaram. Amava vê-la cantar e tocar.

              Babou quando ela começou a tocar Save me dos Hanson. Nunca tivera uma ligação tão forte com aquela música, mas naquele momento foi uma canção perfeita. Amou. Estava virando hábito de Liz sempre tocar para ela depois do sex*. Não podia mentir que estava amando aquilo e ficando mal-acostumada.

              Depois de várias músicas, elas deitaram aconchegadas no sofá e começaram a assistir a um filme na TV, que logo foi esquecido. Os corpos se atraíam automaticamente e fizeram amor ali mesmo mais uma vez e durante toda a madrugada...

 

XxxxxxxxxxxxxxxxxxxxX

 

              O sábado amanheceu nublado e frio. Mais uma vez, ela acordou abraçada em Liz, que dessa vez dormia virada para ela também. Acordar sentindo o corpo quentinho dela no seu foi tão reconfortante quanto no outro dia. Novamente ela ficou ali apenas apreciando-a. Não se cansava da sua beleza morena e delicada. Lia a descobriu lentamente do lençol e ficou babando em seu corpo nu. Passou as mãos pelas tatuagens dela e sentiu a textura macia de sua pele.

              Oi. – Deu um sobressalto de susto e olhou para Liz rapidamente. – Gosta do que vê?

              Lia escondeu o rosto nas mãos enquanto Liz ria de sua vergonha.

              - Você me deu um susto.

              - Não precisa de susto. – Liz a abraçou e ficou por cima. – Pode olhar à vontade. Eu deixo.

              Já era mais de meio dia. Tomaram um banho juntas no chuveiro. Infelizmente não puderam ir além nas carícias, pois Liz já estava atrasada para o ensaio com a banda para o show da noite. No entanto, foi bem delicioso ensaboarem o corpo uma da outra. Se vestiram e saíram apressadas do apartamento. Como já estava tarde decidiram almoçar logo em um restaurante próximo. Em seguida Liz a levou para casa e despediram com vários beijinhos no carro.

              - Eu venho te buscar às oito, ok?

              - Ok. Eu vou convidar Cris e Alberto.

              - Ótimo. Quanto mais melhor. A Vivi e o namorado dela também irão. Podemos sentar todos em uma mesa só. Vou deixar reservado, ok?

              - Namorado da Vivi? – Estranhou.

              - Sim. Por quê?

              - Namorado? – Perguntou novamente para ver se havia entendido certo.

              - Sim, Lia. Namorado. – Liz sorriu da confusão dela. -  O quê?

              - Eu pensei que ela era lésbica também.

              - Não. – Liz gargalhou. – Vivi é hétero. Ela é minha melhor amiga desde sempre.

              - Fico feliz em saber disso. – Falou sincera. Nunca havia se sentido insegura com a Vivi, mas ficava mais aliviada com isso.

              - Feliz por que?

              - Nada. Bobagem minha. – Lia lhe deu mais um selinho. – Então te espero às oito. Até mais tarde.

              - Até mais tarde.

              Saiu e ficou parada até ver o carro sumir de vista. Estava virando hábito já. Voltou para o apartamento e não viu Cris em nenhuma parte. Se sentia cansada e foi para o quarto, onde dormiu pesadamente. Acordou lá pelas quatro da tarde com cheiro de pipoca vindo da cozinha. Feito zumbi, seguiu o cheiro e encontrou a amiga e Alberto no sofá, eles assistiam filme.

              Aproveitou para fazer o convite de saírem mais tare para onde Liz ia se apresentar e os dois prontamente aceitaram animados. Lia esperava que dessa vez nenhuma surpresa desagradável ocorresse. Os três passaram o restante da tarde assistindo filme, conversando e rindo um do outro até que tiveram que começar a se arrumar para a noite.

XxxxxxxxxxxxxxxxxxX

 

              Às oito em ponto Liz lhe ligou dizendo que já estava à sua espera lá embaixo. Ela desceu junto dos amigos, eles iriam no carro de Alberto as acompanhando já que não sabiam onde ficava esse restaurante.

              No carro elas conversavam entre muitas músicas, rock e gargalhadas. Era sempre uma aventura andar com Liz de carro, sentia-se livre e solta como se estivessem em uma das maiores aventuras de sua vida. Esse restaurante ficava na avenida à Beira Mar e era imenso. As duas entraram de mãos dadas no restaurante, com Cris e Alberto atrás das duas.

              O restaurante era imenso e muito bonito, tanto por fora quanto por dentro. E tanto tinha um espaço a céu aberto e bem natural quanto um espaço climatizado. O palco estava montando na parte de fora e Liz os encaminhou até umas mesas que estavam juntas e próximas do palco. O ambiente era aconchegante.

              Sentaram e pediram bebidas e batata frita para começarem a animar a noite. Os instrumentos já estavam montados e Liz esperava os outros integrantes chegarem. O lugar já estava enchendo, parecia que a noite seria bem agitada e animada. Lia gostava de ver como Liz se entrosava bem com os amigos. Vivi chegou com seu namorado bem na hora das bebidas. Liz foi quem apresentou todos uns aos outros e facilmente os assuntos foram surgindo.

              Os meninos da banda chegaram e Liz já ia se juntar a eles, quando Lia a puxou pelo braço e falou baixinho perto de seu ouvido. Gostava de ficar de chamego com ela.

- Eu nunca perguntei, mas você não fica nervosa quando vai se apresentar?

Liz sorriu e a beijou de leve nos lábios na frente de todos. Apesar de ter ficado desconcertada adorou o gesto afetuoso.

- Eu ficava mais no começa. Agora nem tanto. Só um pouquinho. Me dá um beijo de boa sorte.

 Elas se beijaram lentamente e depois disso Liz finalmente os deixou para se juntar aos meninos da banda. Começaram a se preparar para o arraso da noite. De longe, Lia suspirava apaixonada admirando sua cantora tão linda e gostosa. Era lindo o modo concentrado como ela ligava o fio do violão e ajeitava o pedestal do microfone. Estava perdida e loucamente apaixonada por ela. Não adiantava negar.

Para variar, durante a apresentação, percebeu vários olhares de cobiça de algumas moças da plateia para ela e se sentiu bem enciumada com isso. Por mais difícil que fosse teria de se acostumar com aquilo, pois ela cativava a todos inconscientemente e apreciava ser adorada. Durante o show, estava meio alheia às conversas dos casais na mesa, só conseguia ficar olhando para Liz o tempo todo. Chegou até a filmá-la tocando uma música para compartilhar depois.

A noite passou animada, as duas trocavam olhares a todo instante. Como sempre, Liz animou o seu público e fez a velha e boa rotina de atender aos pedidos, quando fazia isso é porque já estava próxima de tirar um rápido intervalo e foi o que aconteceu, ela anunciou um break e foi até a mesa deles. Sentou-se ao lado dela e junto dos meninos da banda e lhe deu um beijinho no rosto, a abraçando pela cintura.

Os amigos as olhavam com sorrisos e expressões risonhas. No fundo, todos estavam alegres em vê-las tão bem. Ter Liz ali na mesa levantava o astral de todos cem por cento. Ela conseguia transformar tudo em festa e alegria. Em determinado momento as meninas começaram um debate animado sobre os signos de cada um. Até então, um assunto que não interessava tanto Liz.

- Mas pessoas de Virgem tendem a serem calmas. Eu sou um poço de paciência.

Lia sorriu com o olhar direto que ela lhe deu e sua mente aguçou-se com curiosidade desta vez.

- Ah, você é virginiana então? – Lia sorriu. – Qual o mês do seu signo mesmo?

- Lia, você não sabe? – Vivi perguntou rindo do outro lado da mesma e viu quando Liz revirou os olhos incomodada.

- Não sei o quê?

- Liz é do dia 19 de setembro, semana que vem na outra.

- O quê? – Lia perguntou surpresa.

- Muito obrigada, Vivi. – Liz respondeu sarcástica. – É isso mesmo. Meu aniversário é esse mês, no dia 19.

A mesa toda bateu palma e começaram a falar em comemoração. Liz apenas balançava a cabeça negativamente e tentava mudar de assunto.

-Não acredito! – Lia a beliscou de leve no braço. – E você não ia me dizer?

- Ai, Jesus! – Liz suspirou. – Eu nem ligo para isso, talvez por isso eu tenha esquecido de comentar.

- Quantos anos vai fazer?

- Vinte e um. – Respondeu aparentando indiferença.

- Eu já tenho vinte e um. – Lia admirou-se. Liz ainda era um ano mais nova, tinha certeza que ela era mais velha.

- Olha, só. Viu? Você também nunca me falou o seu.

- Mesmo assim!

Lia ralhou com ela. Uma ideia maravilhosa começava a tomar conta de sua mente. Resolveu ir ao banheiro e quando ficou detrás de Liz, fez sinal para que Vivi a acompanhasse e chamou então Cris para as acompanharem. Saíram deixando os rapazes e Liz a falar sobre o porquê de as mulheres nunca irem ao banheiro sozinhas. Por sorte Liz não as acompanhou, assim poderia falar melhor com Vivi.

Assim que se viram à sós no banheiro, Lia virou para as duas e falou.

- Vivi. Você sabe se Liz tem alguma coisa específica e programada para o dia do niver dela?

              - Até onde eu sei não. Por que?

              - Que tal se a gente fizesse um aniversário surpresa para ela? Coisinha pouca mesmo. Só com o grupinho de hoje. O que acha?

Viu quando a expressão no rosto dela estava mais séria e pensativa. Ela pareceu não concordar, mas depois de alguns segundos ela sorriu.

- Eu gostei da ideia. Pode ser bom para ela, ainda mais sendo algo feito por você.

Lia se sentiu importante quando Vivi falou aquilo. Que boba se sentia.

- Eu também topo. – Cris se pronunciou. – Ajudo no que for preciso.

As três voltaram para a mesa disfarçando os olhares cúmplices. Debateram algumas coisas, mas como não quis demorar muito para que Liz não percebesse nada. Assim que sentou ao lado dela abraçou seu braço e encostou a cabeça em seu ombro, olhando-a carinhosa. Liz a observou enquanto tomava um gole de skol beats. Lia observava que algumas meninas olhavam com curiosidade para as duas juntas ali. Não poderia mentir que estava amando aquela sensação.

Logo ela e a banda voltaram ao palco para mais uma rodada de músicas boas. Ficaram lá até tarde da noite de tão bom e animado que estava. Todos ficaram bêbados, inclusive a própria Lia, que ficou o tempo todo pedindo que Liz tocasse músicas românticas. Todos já estavam zoando com a cara das duas.

Era quase duas da manhã quando desmontaram todos os equipamentos e irem para casa. Liz a levou de volta para o seu apartamento. Nunca havia visto Lia tão alterada daquele jeito e apenas ria para valer do jeito dela. No apartamento, cuidou dela devidamente e tirou a sua roupa, pondo-a para dormir. O domingo foi uma ressaca só. Lia passou o dia com mal-estar, mas Liz cuidou bem dela. Passaram o dia todo de chamego trancadas no quarto, apenas curtindo a presença e o corpo uma da outra.

 

XxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxX

 

              Durante a semana, Lia e Liz ficaram juntas todas as noites possíveis. Estavam aproveitando todo o tempo possível já que as provas já estavam chegando e isso limitaria os seus momentos. Quase todas as noites, Liz foi para o apartamento dela e assistiam filme com Cris e depois voltava para casa. Teve apenas uma noite que Liz a chamou para ir ao seu apartamento dormir. Sempre ficavam mais à vontade lá.

              Quando chegaram, Vivi estava no sofá da sala com o namorado. Os dois assistiam filme. Eles decidiram pedir pizzas para jantar e enquanto esperavam o entregador, Liz foi para o quarto tomar banho. Nesse momento Lia e Vivi retomaram o assunto sobre o aniversário surpresa.

              - Você já tem um local para fazer a surpresa? Liz adora barzinhos.

              - Eu pensei em um local sim, mas não sei se dá certo.

              - Onde você quer fazer?

              - No bar dela. O Rock’n’girls. – Lia expôs sua opinião. – Ela adora estar lá. Eu só não sei se homens são permitidos.

              - Olha! Achei uma ideia incrível. – Vivi ergueu a palma para que ela batesse e sorriu. – Ela ama aquele bar mesmo. Vamos falar com o Tom amanhã para combinar logo.

              - Quem é Tom?

              - É o gerente de lá.

              Elas falaram baixinho até que Liz volto do quarto e o assunto se encerrou. Depois da janta elas foram para o quarto onde se amaram incansavelmente por um longo tempo. Lia não queria apressar nada entre as duas, mas simplesmente não iria conseguir ficar sem sex*, sem ela, até o final de semana. Se sentia uma pervertida, mas era verdade. Quando estava longe dela, só conseguia pensar em seu corpo lindo, gostoso e maravilhoso, era difícil conseguir focar em outra coisa. Depois do sex* elas falavam sobre assuntos aleatórios e confessavam coisas uma à outra.

              - O que eu sinto por você me assusta. – Falou incerta. Lia podia sentir que ela realmente temia relacionamentos. – Eu nunca quis isso. Não sei mais o que você fez comigo.

              - Por que você tem sempre uma visão negativa sobre relacionamentos? O que aconteceu?

              - É só a verdade. As pessoas ficam inconstantes quando amam. Eu acho um perigo.

              Lia pensava consigo mesma sobre isso. Ela também achava o amor uma coisa louca. Porém, nos últimos tempos, poderia atestar que era verdade o que todos diziam, que valia muito a pena arriscar tudo. Não quis insistir mais no assunto e viu que ela já estava quase cochilando.

Se aconchegou em seu peito e ficou pensando sobre a surpresa na semana seguinte. Estava animada demais para ver a reação dela. Seria perfeito. O que era engraçado, pois nunca fora boa para planejar comemoração nenhuma para alguém antes. Estar apaixonada era foda mesmo. Só esperava que tudo desse certo...

 

Fim do capítulo