• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • Torta de Limão
  • Capítulo 21

Info

Membros ativos: 9524
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,492
Palavras: 51,967,639
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Thalita31

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Legado de Metal e Sangue
    Legado de Metal e Sangue
    Por mtttm
  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • Ame
    Ame o que é seu
    Por PriHh
  • Tempestade
    Tempestade
    Por Ana Pizani

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Torta de Limão por antoniamendes

Ver comentários: 2

Ver lista de capítulos

Palavras: 3411
Acessos: 1310   |  Postado em: 14/07/2019

Notas iniciais:

RELATOS DE VIOLÊNCIA!!

 

RELATOS DE VIOLÊNCIA!!

 

RELATOS DE VIOLÊNCIA!!

Capítulo 21

Autora

 

O mais interessante da vida é justamente o seu mistério! Nós, reles mortais, nunca sabemos o que vai acontecer adiante, pior, nós mal sabemos o que de fato acontece no nosso presente, ou o que ocorreu no nosso passado. Talvez, você esteja se perguntando: “Ora, como assim eu não sei o que aconteceu? Eu vi, estava lá, presenciei os fatos!”. Por incrível que pareça é exatamente disso que eu falo.

 

O ser humano imerso em um poço de arrogância e egocentrismo se outorga senhor da razão e toma como verdade os fatos que vê, não os que ouve – desses nós sempre duvidamos, porque são outras pessoas que contam, e outras pessoas não merecem a mesma confiança que os seus sentidos – mas os que presenciam sim! Ah, esses são indubitáveis!

 

Os fatos presenciados são de uma verdade sólida tão genuína que você bate no peito e diz “Eu vi, juro por Deus que foi assim!”. Se não acreditam na sua palavra, nossa, o mundo caiu! E é um mar de revolta, bate-se bocas! Brigas intermináveis, para os mais extremistas até o rompimento de um relacionamento é possível.

 

Então, nós chegamos em um outro ponto muito interessante: você exige respeito a sua palavra, mas mitiga a veracidade da informação alheia. Não de todos, é verdade! Há pessoas das quais você não duvidaria! Se fosse possível materializar o sentimento de confiança em alguém seria justamente nesse indivíduo.

 

De qual indivíduo eu falo? Não sei, só você sabe isso, pode ser um membro de sua família, um melhor amigo, sua namorada ou namorado (sim, pode ser que você prefira rapazes. Não conheço as pessoas que acompanham a minha história, mas aqui nós não temos preconceito. Caso você faça parte dessa parcela da população que tem mau gosto e preferencia exclusiva por boys, saiba que você também é bem-vinda(o)), não importa quem seja, sempre existirá essa pessoa em sua vida.

 

E sabe de uma coisa? Essa pessoa vai te decepcionar, machucar e possivelmente mentir para você, é natural. O ser humano não é perfeito, toda relação de intimidade irá te trazer dor, não física, mas emocional! Pode ser um sofrimento extremo, ou talvez uma leve angustia, um pequeno aperto no peito, acompanhado de um peso na consciência, ou algum tipo de receio, quem sabe uma irritação.

 

Mas é óbvio que isso acontece, e tem que acontecer mesmo! Sabe por que? Simples, as pessoas não são como você pensa, ou como gostaria que fossem. Quem mandou criar expectativas?! Agora arque com as suas frustrações.

 

Sim, as pessoas vão errar com você, inclusive as que te amam! E não é porque elas te machucaram que vão amar menos, não é porque mentiram que não gostam de você! É impossível ter plena consciência dos anseios e sentimentos alheios.

 

E ainda te digo mais, muitas das pessoas que estão aqui sequer se conhecem. Para e pense, em sua vida já aconteceu uma situação em que seu comportamento foi totalmente diferente do que você imaginava ter? Um assalto, uma traição, um relacionamento? É, talvez eu tenha certa razão, não?!

 

Bem, mas vamos voltar ao que interessa! Se você sequer se conhece – ou sequer conhece inteiramente o indivíduo que você ama e confiança – por que acreditar que a sua percepção da realidade é a mais correta? Por que julgar que os fatos ocorreram exatamente daquele jeito?

 

Quem é mais pragmático talvez pense que viu a cena, as coisas acontecem ou não e pronto! É verdade, no entanto, nós não somos onipresentes, portanto, não sabemos o que está por trás daquela situação. Talvez, se fossemos onipresentes enxergaríamos os fatos de uma outra forma.

 

Além disso, deve-se destacar que também não somos imparciais! Muitas vezes nós vemos e interpretamos os fatos da maneira como estamos acostumados, ou como queremos ver, não como a realidade realmente é.

 

Por isso, não julgue as verdades dos outros, os atos alheios, não acredite piamente em tudo que seus olhos podem ver. Às vezes, sua visão não vai te mostrar a realidade, apenas um pedaço do quebra-cabeça. A vida é muito mais do que nós vemos ou escutamos! A vida é muito mais que nós.

 

 

 

Quando Lívia abriu os olhos sentia um vazio no peito, a dor não provinha de um sentimento e sim da ausência deste. Ao olhar para o quarto feminino, com uma decoração singela, não reconheceu o cômodo. O edredon negro cobria sua nudez, arqueou a sobrancelha sem lembrar a razão daquela situação.

 

Olhou para a cômoda amadeirada a seu lado, sem porta-retratos. Abriu a última gaveta, não a primeira, a última era onde sempre estavam as coisas mais interessantes, embaixo de umas revistas estava uma pistola cromada. Se assustou, tentou levantar de vez, e então veio a dor.  

 

- Caralh*! – foi só o que conseguiu dizer. Olhou para baixo e viu o tornozelo inchado. Lembrou dos fatos da noite anterior e deu um suspiro. Que merd*! Onde ela estava afinal? Ficou em pé, que nem Saci Pererê e uma leve tontura a atordoou, era a febre. Praguejou três vezes.

 

- Que boquinha suja, hein mocinha? – ouviu a voz grave soar da porta.

 

- Desculpa – abriu os braços – o que aconteceu aqui, doutora?

 

- Não precisa, me chamar de doutora! – se aproximou da morena e entregou um copo com água e uns medicamentos.

 

A engenheira olhou para as pílulas com certo receio e a outra levantou a sobrancelha, incrédula!

 

- Sério? Você vai duvidar de minha bondade?

 

- Sei lá.

 

- Bebe logo isso antes que eu me arrependa de ter te ajudado, Lívia! – a mulher se irritou.

 

A engenheira ainda fez um charminho, mas acabou ingerindo as pílulas. A outra foi até seu armário e pegou algumas peças de roupa e uma toalha, colocou os itens em cima da cama.

 

- Sua roupa ainda está molhada. E, apesar de adorar te ver sem roupa, acho melhor você tomar um banho, se vestir e aproveitar o café que a minha mãe preparou pra gente.

 

- Sério que você mora com sua mãe?

 

- Venha cá, você tem necessidade de implicar com tudo que eu falo é? – a delegada cruzou os braços – eu te tiro da chuva, te recebo em minha casa, na minha cama e você é completamente irritante!

 

- Tá bom, desculpa! – a morena levantou os braços, mas riu da cara de brava da delegada.

 

A engenheira deu um passo para frente e sentiu novamente a tontura tomar conta, cambaleou para o lado e gem*u de dor ao colocar o pé no chão. Íris se aproximou e colocou os braços envolto da cintura de Lívia, guiando-a ao banheiro.

 

Pela primeira vez em muitos anos a engenheira teve seu corpo cuidado e tocado por outra pessoa que não fosse a Fernanda. Mas, naquele momento ela não queria mais pensar na bailarina! A dor sentida na noite anterior foi tão grande que ela simplesmente não queria, preferia não estar mais junto. Às vezes, percebe-se que mais vale “a sorte de um amor tranquilo” do que um “você é fogo e eu sou paixão”.

 

Ao sair do chuveiro a morena se olhou no espelho, não gostou do que viu. Não era o corpo, a alma estava machucada. Precisava seguir outro rumo. Tinha o direito de ser feliz, estava cansada de se sentir a rejeitada, não queria ser vitimista ou se sentir menor que ninguém.

 

- Você quer conversar? – a delegada perguntou encostada na parede.

 

- Eu tenho problemas só isso.

 

- Você é bem-sucedida, jovem, bonita, não usa drogas – fez uma pausa – me perdoe, mas muita gente tem problemas, entretanto, não fica jogado na rua embaixo de uma chuva daquelas.

 

- Isso é problema meu!

 

- Eu entendo, mas resolva isso na fonte! – os olhos fortes miraram os da engenheira – todos possuem problemas, não escolha a pior solução. Você merece mais que isso!

 

Lívia concordou e espirrou!

 

- Você pode pedir um táxi para mim? Acho que preciso de um médico! – o tornozelo inchado latej*v*, a cabeça doía e o corpo tinha aquela sensação clássica de moleza.

 

- Não se preocupa eu te levo.

 

 

 

 

Quando a engenheira chegou em casa, ainda acompanhada da delegada, não se assustou ao ver a bailarina ali. Na verdade, quando a olhou não sentiu nada. Provavelmente, era um bloqueio para se proteger da dor. As palavras saíram automáticas e sem sentimento. Naquele momento ela só queria se deitar na cama e dormir por horas, dias, quem sabe semanas.

 

Íris viu a loura ir embora arrastando os pés. Não sabia se ficava ou se ia embora. A morena foi para o quarto e não retornou. Bem, por uma questão de segurança, e, não podia negar, por afeto também, escolheu ficar.

 

Já passava das 19:00 horas quando a morena chegou à sala tomada banho, com os cabelos penteados e com uma roupa casual. A delegada, sentada no sofá, comia um pedaço de pizza e tomava uma xícara de café forte, enquanto assistia a novela das 6.

 

- Não se pode negar que você é policial, né?! – acenou a engenheira.

 

- Vai começar é? – perguntou sem tirar os olhos da TV.

 

- Se tem um protótipo de delegado que passa nos filmes é exatamente esse, pizza, café e série de TV, no seu caso novela.

 

- Eu nem tenho barriga – a delegada olhou para Lívia e deu risada.

 

- Vou seguir seu conselho. – disse enquanto futucava o celular – fique à vontade, viu?! Nunca vou poder agradecer suficientemente o que fez por mim ontem, sei do risco que corri. Muito obrigada! – tentou sorrir, mas só ficou meio sem graça.

 

- Não se preocupe, Lívia, eu entendo. – a delegada se aproximou da engenheira e colocou as duas mãos em seus ombros – eu vejo o sofrimento diário das pessoas no meu ambiente de trabalho, sei o quanto isso as fragiliza. Só acho que você não precisa se perder assim.

 

Lívia engoliu em seco, a delegada estava muito perto de si. Por um momento, não pôde deixar de admirar a beleza da mulher, e mais ainda a força que transpassava de seus olhos.

 

- Quer uma carona? – perguntou a delegada.

 

- Ia chamar um uber, mas já que ofereceu eu vou aceitar. Nada melhor do que a segurança do carro de uma delegada, não?! – ambas sorriram.

 

Ao chegar na casa as meninas se despediram e a morena entrou mancando. Seus pais tomaram um susto ao vê-la. Seu Oscar sorriu ao constatar a presença da filha ali na sua porta, dona Lara, por outro lado, torceu o nariz e fez menção de sair do ambiente, mas a filha a impediu.

 

- Fique, eu quero falar com você – disparou altiva, ainda segurando o braço da mãe.

 

- Não tenho nada para falar com você, menina. – os olhos azuis queimaram de ódio.

 

- Tem sim.

 

- Calma, minha filha talvez seja melhor...

 

- Meu pai fique fora disso. – o senhor engoliu em seco, sabia que iria sair faíscas dali.

 

- Pois bem, diga o que você quer, Lívia? – perguntou com ironia.

 

- Por que você tem tanto ódio de mim? O que foi que eu te fiz? Você não me ama, nunca me amou, por quê? Eu sempre fiz de tudo, eu sempre quis ser amada por você! – a morena tentou segurar a emoção – Eu fui a melhor aluna da turma, você nem foi na colação. Conto nos dedos as vezes que você me tocou com afeto.

 

- Você não sabe de nada, garota! – passou as mãos no cabelo nervosamente.

 

- Então, me diga. Eu quero saber – a morena se ajoelhou aos pés dela. -  fale!

 

- Lívia, deixe sua mãe – Oscar parecia nervoso, tentou puxar a filha.

 

- Não – ela empurrou o pai que já transpirava – diga, minha mãe! Diga! Eu mereço saber!

 

- Não há nada, a gente só não tem afinidade – virou o rosto. Lívia conhecia a mãe, sabia que era mentira.

 

- Falta de afinidade? Falta de afinidade? Você tá de palhaçada? Você acha que eu sou idiota?! – a morena andava pela casa, parecendo um bicho, até esquecia do pé machucado – Eu sou uma mulher, minha mãe! Fale a verdade.

 

- Não me interessa se você é uma mulher ou não! Só que não há nada a dizer, só isso! – Lara se levantou para tentar fugir da conversa.

 

Lívia a segurou e imprensou na parede! Os olhos mel duelavam com os azuis que agora já não eram tão frios. As vezes o desespero toca mais as pessoas do que o amor.

 

- Você não quer saber, Lívia, acredite em mim! – ela falou sem medo da filha que a olhava em desespero.

 

- Como eu não quero saber? Eu sempre quis saber! – a engenheira falava desesperadamente, com agonia e ansiedade. O peito da morena subia e descia ligeiro, a respiração entrecortada. – eu não sou sua filha? É isso?

 

- Antes fosse isso – empurrou Lívia para solta-la, mas a morena não largou!

 

- Então o que é? Por favor, diga – a morena soluçava – por que você só gostava do Marcos? O que a gente tem de diferente? Por que eu sempre fui a mais excluída, a mais renegada? Diga!

 

- Eu nunca quis ter você! – Lara disparou e Lívia sufocou um espasmo do choro que veio.

 

- Foi o momento...o que...o que foi? – ela segurava a gola da camisa da mãe, que por um momento parecia tocada ao ver a morena transtornada - eu não entendo, você teve a Julia depois de mim...por que você nunca me quis?

 

- Lara, por favor...por favor...você me prometeu – os olhos esbugalhados e a veia sobressaliente na testa denotavam o desespero do homem – não faça isso.

 

- Não fazer o que? O que tá acontecendo aqui? – Lívia mirou o pai com a testa franzida – FALA! – gritou agitada.

 

- Minha filha, eu fui um bom pai para você e seus irmãos não fui? Eu fui um bom marido! Não fui? – o homem já se debulhava em lágrimas – eu não sou um monstro, não sou. Eu casei com sua mãe grávida de outro homem e criei o filho como se fosse meu.

 

- Pai, eu realmente não tô entendendo o que isso tem a ver. – ela segurou o rosto do homem e viu a dor presente – pai, você foi incrível! Sempre cuidou da gente, nunca faltou nada, nunca tive dúvida do seu amor, se esse é seu medo!

 

- Então filha, deixa isso pra lá – se ajoelhou aos pés de Lívia – por favor, minha filha, vá embora! Esqueça essa história!

 

- Pai, levanta! – puxou o homem para cima, olhou para Lara que também parecia atordoada – mãe? O que tá acontecendo aqui?

 

- Seu pai diz tanto te amar, mas foi incapaz de contar a verdade para você! Eu que vou fazer. – disse até com o pesar na voz!

 

- Você queria que eu falasse o que para a menina? Hein? – disse nervoso e se sentou no sofá com as mãos na cabeça – Lara, por favor, Lara! Não faz isso! Eu fui um bom marido para você! Eu aguentei tudo! Por favor!

 

- Um bom marido? Você acha mesmo que isso paga o que você fez? Acha mesmo? – perguntou com a voz cortante.

 

- Não, mas foi só um erro, Lara! Um só! – o homem já soluçava – eu me arrependi...eu não...Lara...você sabe...eu não sou ruim...eu tava bêbado e...Lara...te pedi tantas vezes perdão!

 

- Perdão? Meu Deus! O que aconteceu? – Lívia cada vez mais confusa.

 

- Minha filha, me perdoe! Me perdoe! – o homem continuava a implorar.

 

- Mãe? Fala! Pelo amor de Deus!

 

- Você é fruto de um estupro! – a morena sentiu as pernas tremerem.

 

- Como? Eu sou filha do meu pai eu tenho certeza...eu...eu pareço com ele...o sinal...

 

- Seu pai me estuprou, Lívia! – a mulher sentenciou com os olhos fechados ao recordar da cena – essa história de amor e família feliz é tudo mentira, tu achas mesmo que seu pai me amava? Ele tem é culpa!

 

- Mas, meu pai...não...meu pai não... – a morena há muito perdeu as forças nas pernas e caiu no chão com tremores.

 

- Um dia seu pai chegou em casa, transtornado, seu avô e seu tio haviam descoberto que o Nicolas não era filho dele e...bem você imagina como não devem ter falado...seu pai estava bêbado e agressivo...

 

- Eu não quero ouvir, mãe! Eu não quero! – Lívia implorou, com as mãos nos ouvidos.

 

- Eu tentei conversar, disse para ele que não queria, mas ele me forçou, rasgou minhas roupas na cozinha, tentei empurra-lo, porém seu pai é bem maior que eu. Cada vez que eu me debatia, ele desferia tapas e cotoveladas em mim, no final eu já estava quase desmaiada. – Lara parecia em transe, pequenas gotículas rolavam dos olhos azuis turquesa – a dor da penetração, a violação ao meu corpo, o desrespeito...seu pai me mordia, me xingava, dizia que eu era uma “putinha, vagabunda de zona, piranha”, que poderia fazer comigo o que bem entendesse.

 

- Lara, para! Por favor! – pediu seu Oscar, já sem forças.

 

- Você acha que eu poderia mesmo gostar de você? Você é fruto do maior sofrimento que eu passei na vida! Você é a personificação da dor e do mal!

 

- Mãe, eu não tive culpa! Eu não escolhi – falou com um fio de voz – por que você não se separou? Por que?

 

- Eu ia fazer o que da vida com três filhos? Me diga? Uma mulher pobre, largada no mundo com três crianças nas costas! O Nicolas é filho de um homem mais velho que me iludiu, disse me amar, mas assim que me entreguei a ele...ai meu Deus! Como fui idiota! Ele sumiu, me largou grávida! – limpou as lágrimas com raiva – meu pai me forçou a casar com o primeiro rapaz que apareceu! – fez uma pausa, engoliu a saliva -  o Marcos foi o único concebido com um sentimento bom, não era amor, mas tinha afeto! Por alguns anos eu e seu pai convivemos bem, mas aí aconteceu você...

 

- Mãe... – Lívia soluçava como criança.

 

- E antes que você pergunte...a Júlia foi um dia de bebedeira, um momento nostálgico, mas foi só isso. – a mulher concluiu o relato – pronto, agora você já sabe de tudo! – limpou as lágrimas mais uma vez.

 

- Pai, diz que é mentira, pai! Diz! Eu vou acreditar em você! – a morena se arrastou aos pés de seu Oscar.

 

- Filha, me perdoa, por favor! – foi tudo que ele conseguiu sibilar.

 

A morena se afastou de vez, levantou com o apoio do sofá. Lívia sentia nojo de tudo ali. Seu pai, o homem que amava, era um monstro! A pior espécie de homem que existe no mundo! Era um verme, um lixo humano! Não conseguia mais ficar ali, precisava expurgar esse sentimento!

 

Lívia, saiu da casa o mais rápido que pôde! Ainda ouviu os gritos de desespero do pai, mas não se importou! Seu rosto inchado, boca trêmula e olhos vermelhos chamavam a atenção pelos corredores do prédio. Quando chegou à calçada, estava exausta e a dor parecia aumentar ao ponto de dificultar sua respiração!

 

- Lívia? – a morena virou-se – eu aproveitei para tomar um café naquela padaria ali da esquina que é maravilhosa e te vi saindo...o que houve? – perguntou surpresa e preocupada!

 

- Eu sou fruto de um estupro! – foi só o que conseguiu dizer antes de abraçar a delegada, aos prantos.

Fim do capítulo

Notas finais:

"Quanto talento

Pra discutir em vão
Será tão frágil
Nossa ligação

Não tem que ser assim
Tanto desencontro, mágoa e dor
Pra que que a gente tem que
Se arriscar

Então volta pra mim
Deixa o tempo curar
Esse estranho jeito de amar"

Uma pequena citação, aproveitando que Sandy e Junior estão aqui na Bahia!

Uma boa noite, minhas queridas!


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 21 - Capítulo 21:
Flavia1
Flavia1

Em: 14/07/2019

Adorei o capítulo,reflete muito na nossa vida e de fato nada é o que normalmente parece ser. Que dó da Lívia,mas agora sabendo a verdade ela vai poder se reerguer e escolher quem ela mantém ou exclui da sua vivência.

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Brescia
Brescia

Em: 14/07/2019

           Bom dia mocinha. 

 

Eu sei, acordo cedo,  mas quando vi que tinha um capítulo novo,  não pude deixar de ler.  Foi , como posso dizer ,instrutivo, exclarecedor, senti a sua alma em cada palavra no início e as vi refletidas no final. Adorei!

 

          Baci piccola .

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web