CapÃtulo 11
Capítulo 10
Pov Mirela
O dia começava a nascer. As cortinas da janela do quarto estavam abertas e uma alacridade adentrou o espaço. Um vazio imenso me dominava e tive que me controlar para não chorar ali em frente aquela mulher estranha que cuidava de mim naqueles dias horríveis. Meu corpo doía muito e eu me levantei devagar recostando-me nos travesseiros que Jussara a cuidadora, solicitamente arrumava. Senti falta de Milena, o seu carinho era bálsamo para o meu coração sofrido e solitário. Olhei pela janela depois que Jussara havia aberto e pude ver um pequeno beija-flor que pousava feliz numa árvore que já floria. Era início de setembro, dois meses que eu estava assim, careca, e acho que isso era o que mais me incomodava. O dia que a cabeleireira veio para cortar o meu cabelo, não, cortar não. Ela raspou a minha cabeça e eu sentia como se estivesse perdendo a minha identidade. Olhei-me no espelho depois que ela saiu conduzida por Milena e chorei muito. O espelho não me reconhecia, eu não sabia mais quem era aquela mulher. No chão estava as minhas madeixas, ou que restaram delas, mortas, ressequidas, um amontoado velho que a quimioterapia tinha transformado em fiapos, muito distante dos cabelos sedosos que eu tanto cuidava e que eu tanto me orgulhava. Meu cabelo era a minha fortaleza, talvez feito Sansão que ao ser separado de sua juba perdeu sua força. Fiquei muito tempo diante o espelho, tentando buscar a Mirela naquela imagem. Era uma mulher esquelética, careca e feia. Não parecia em nada com a Mirela e minha altivez orgulhosa ia cedendo lugar a uma mulher que era mortal, como se todos esses anos que eu tivesse vivido nunca tinha me visto assim, como um reles mortal. Vi meus olhos marejarem e senti uma saudade imensa de Helena, não sei como seria se ela estivesse comigo, não sei se ela me amaria o bastante para passar aqueles dias infernais ao meu lado, mas acho que não, na verdade, ela nunca me amou. O que a fazia ficar comigo era o trato que havia feito com Fernanda, que apesar da raiva que eu ainda sentia, ela conseguia ser melhor do que Helena. Levantei devagar da frente do espelho e voltei para a cama. Recordava esses momentos iniciais de dor quando Milena adentrou o quarto. Seu sorriso iluminou o ambiente e eu senti que Deus existia, porque o amor que eu via naquele olhar verde me fazia sentir que eu não estava sozinha, apesar de toda a desgraça que deitava sobre mim.
- Bom dia querida, como amanheceu?
Talvez no início da doença eu teria mandado Milena para o inferno com aquela pergunta, mas eu já estava assim a meses e ela nunca havia deixado de ir um dia me visitar, sempre adentrava o quarto com aquele sorriso e me perguntava como me sentia naquele dia. Eu fui aprendendo com Milena coisas que eu nunca havia valorizado, como por exemplo, aprender a ser grato, meu Deus, ela dizia que apesar de tudo, eu devia ter gratidão, porque muitas outras pessoas também estavam doentes assim como eu, mas não tinham os recursos que Nanda tinha. E que ela disponibilizava para mim. O dia que Milena me disse isso, eu pensei, “você sabe que ela faz isso por você e não por mim, Nanda me odeia, com razão.”
- Bom dia. Eu acho que estou bem, agora que você chegou... – esbocei um sorriso amarelo e Milena me envolveu num abraço caloroso.
- Mirela, - ela disse com mansidão depois de se afastar um pouco, - vamos precisar trocar a cuidadora, pois Jussara precisa cuidar de um parente seu no interior do Goiás, espero que não tenha se apegado demais a ela...
- Eu não me apego a ninguém, você sabe disso, eu acho...
Não disse mais nada. Milena abriu a porta do quarto e uma mulher adentrou. Seu cabelo era curto, seus olhos castanhos. Seu corpo gordo e enfi*do numa camisa branca frouxa se dirigiu a mim que ainda estava recostada sobre os travesseiros.
- Essa é Elsa, a nova cuidadora. Ela irá lha auxiliar...
- Você acha mesmo necessário, Milena, uma cuidadora? Eu posso me cuidar, - eu disse tentando argumentar diante aquela mulher estranha que me cobria com o olhar enternecido.
- Eu acho sim e você sabe que é bom, nem sempre posso estar por perto, então... Mirela, Elsa é formada em enfermagem... saberá melhor como lhe ajudar...
- Muito prazer senhora Mirela... – a mulher falou e o timbre da sua voz me fez sentir um tremor estranho, cruzes, se eu fechasse os olhos eu poderia jurar que era Helena que estava diante de mim. Impossível, aquela mulher gorda e esquisita nunca...
- Prazer... – eu estendi a mão e ela a segurou com delicadeza, dizendo que estava às minhas ordens.
Milena aproximou-se mais de mim. Seu perfume suave enchia minha narina e eu respirei aquele aroma com prazer como nunca tinha feito. Pedi a ajuda de Milena e segui para o banheiro. Minhas pernas estavam enfraquecidas e Elsa me indagou se precisava de ajuda. Milena aceitou por mim alegando que precisava ir ao escritório e que voltaria a noite. Elsa me ajudou a despir-me e ligou o chuveiro. Agradeci. E ela ficou ali de costa enquanto eu pedi que fechasse a porta do box. A água morna ia descendo sobre meu corpo. Os primeiros dias após a sessão de quimioterapia eram os piores, tudo em meu corpo doía muito e eu tinha a impressão que até mesmo o sangue que circulava em minhas veias, doía. Meus braços estavam fracos e esfregar meu corpo era uma tarefa árdua para mim naqueles dias seguidos do tratamento. Pedi a ajuda de Elsa e ela veio prontamente. Seu perfume era suave, me recordava o de Helena, meu Deus, a saudade me macerava. Suas mãos desceram suavemente pelas minhas costas, esfregando a bucha suavemente. Ela pediu que eu me sentasse, havia uma cadeira de plástico ali e eu obedeci, até porque não daria conta de erguer o pé para que ela pudesse lavar. Ela esfregou cada um com delicadeza. Lavou minha cabeça, sim, lavou com cuidado. Ali não havia um fio sequer de cabelo, a quimioterapia se encarregava de me tirar o que para mim era o meu troféu. Quando ela terminou, me ajudou a ficar de pé e finalizei o banho. A toalha que estava em sua mão cobriu meu corpo e Elsa me ajudou a vestir-me com algo macio e confortável. O cheiro da comida atingia meu nariz, mas meu estômago rejeitava a grande maioria, principalmente naqueles dias que sucediam ao tratamento.
Um batido suave na porta e com ele o anúncio de que o almoço estava pronto. Elsa seguiu rumo à cozinha e logo depois retornou. Ela trazia um caldo de verduras com folhagens que Sandra havia preparado especialmente para mim.
- O cheiro está ótimo, - ela disse adentrando o quarto. Depois colocou o prato sobre uma mesinha de madeira portátil, - quer ajuda?
- Obrigada, eu acho que consigo. – levar a colher até a boca era uma tarefa que não era muito fácil naqueles dias, mas com esforço eu consegui comer um pouco.
- Tente mais um pouco, - ela disse pegando a colher que eu tinha abandonado, - esse caldo vai lhe ajudar a passar por esses dias mais com mais resistência.
Eu comi um pouco mais, mas parei, sentia meu estômago revirar e antes que eu jogasse tudo fora, agradeci a Elsa. Ela levou o prato para a cozinha depois que tirou a mesinha.
Minha cabeça doía muito e tomei um comprimido. Um sono me acometeu e eu adormeci. Já era quase dezoito horas quando acordei. Elsa trouxe-me um copo com água e eu sorvi devagar sentindo meu estômago rebuliçando.
- Obrigada Elsa, - eu disse e entreguei o copo ainda com água, - não consigo mais...
Meus olhos marejaram. Uma dor maldita tomava conta do meu corpo, dos meus dedos, dos meus olhos... mas, eu controlei aquele choro e disse a Elsa que podia ir para casa e que logo Milena estaria chegando.
- Não se preocupe senhora, eu aguardo a chegada da sua irmã...
E sentou-se ao meu lado num sofá macio que tinha ali.
- Gosta de poesia? – a pergunta dela me pegou de chofre, e eu fiquei sem saber o que responder. Elsa levantou-se, abriu a sua bolsa e pegou um livro.
- Posso ler uma, caso não goste, eu paro...
Eu assenti com a cabeça e ela começou a ler. Fechei meus olhos e era a voz de Helena que recitava Camões. Devaneei... Helena acariciava minha mão, seus olhos azuis celestes cobriam os meus e me falavam de amor... cada frase era a voz de Helena que recitava... uma saudade me sacudiu e eu abri os olhos. Ali estava Elsa... lendo o poema para mim e aquilo era como um bálsamo...
- Obrigada Elsa, realmente muito lindo!!!
O sol já se despedia do universo. Um colorido maravilhoso ia tingindo toda imensidão e nuvens se misturavam as cores. Meus olhos contemplavam pela vidraça da janela, quando a voz de Elsa soou macia.
- Vamos passear um pouco?...
- Temo não aguentar, sinto muita dor nas pernas.
Elsa pegou uma cadeira de rodas que tinha ali e me ajudou a sentar. Seguiu lentamente até atingir o jardim imenso que havia ali na casa de Fernanda. Elsa parou ao lado de um banco de mármore e sentou-se me indagando se preferia o banco.
- Aqui está bom, obrigada.
O perfume das rosas de variadas cores que tinham ali, ia adentrando meu nariz e eu nunca tinha parado para sentir, respirei devagar e profundo. A brisa suave roçou a minha cabeça e eu estremeci, estava fria para uma cabeça tão nua, Elsa pegou um lenço que havia colocado ao lado da cadeira e cobriu a minha cabeça depois de pedir licença. A brisa amena trazia o aroma das rosas e ficamos ali, caladas, apenas sentindo o cheiro bom das rosas e a brisa que nos cobria os corpos. A noite ia cobrindo o céu e um manto estrelado ia aparecendo.
- Vamos entrar, acho que está frio para a senhora.
Adentramos a casa. Fernanda estava no escritório, à luz estava acesa. Milena me aguardava no quarto.
- Eu vou buscar o seu jantar, - disse Elsa.
- Por favor, Elsa, não precisa, não tenho fome...
- Precisa sim, um pouco que seja, mas é preciso.
E ela saiu. Milena me olhava com ternura.
- Eu sei que são dias difíceis, minha amada, mas isso vai passar, você vai vencer esse desafio e para isso, precisa se alimentar. Elsa tem razão, mesmo que seja um pouquinho, precisa comer...
Elsa não demorou muito. Um prato com um creme de abóbora com carne de sol recendia um cheiro bom. Milena pegou o prato, agradeceu e dispensou Elsa que se foi dizendo voltar no dia seguinte.
- O que achou dela? – inquiriu Milena me dando a primeira colher com o creme que estava morno. Engoli devagar, depois mais uma e eu disse.
- Ela parece legal, mas a sua voz é igual a da He... nada, me dê mais uma e só, estou com o estômago ruim.
Comi mais duas colheradas por insistência de Milena que pegou um copo com suco e eu tomei devagar. Adormeci em seguida.
Os dias passavam e eu sentia vontade, às vezes de desistir. Já fazia quatro meses que eu estava naquela luta árdua e talvez, inglória... eu não venceria...
- Milena... – meus olhos estavam marejados e por mais que eu tentasse segurar aquele oceano maldito de lágrimas, não consegui. – Ouça, eu sei que vou morrer... – e chorei muito, abraçada a minha irmã que me acolheu com carinho imensurável. Ninguém mais me amava do que Milena. E eu lamentava profundamente nunca ter usufruído daquele amor.
- Eiii... não fale bobagem, - ela disse segurando sua emoção que era quase palpável diante do medo que sentiu com a minha fala, - o médico disse que seu tratamento está muito bom e que você está respondendo aos medicamentos de maneira satisfatória... Então, pare de falar isso...
- Tudo bem... talvez eu não morra, ou morra eu não sei. Mas isso não importa, o que quero dizer é que eu sei que ama Fernanda...
- Mirela, por favor, isso é passado, não importa mais.
- Para mim importa, muito... Milena eu vou assinar o divórcio...
- Mirela eu não quero falar sobre isso, por favor, isso é passado...
- Mas eu quero e preciso. Mi, - olhe para mim, - perdoa-me por tudo, se puder... Eu preciso me divorciar e quero ir para o meu apartamento, você me ajuda? Vai continuar me visitando?
- Ohhh minha amada, mas é claro que sim, onde você estiver, eu estarei... E chorei muito abraçada novamente a ela. Suas mãos macias acariciam meu rosto, enquanto eu ouvia o batido compassado do seu coração que falava de amor.
Milena era o oposto de mim, estava claro em seus olhos cada vez que ela olhava para Fernanda que a amava, mas ainda assim ela se mantinha distante. Eu nunca faria isso. Milena abria mão do seu amor por mim, e eu sabia disso. Eu sabia que Fernanda nunca mais voltaria a me amar, sabia que o seu amor agora pertencia a Milena e isso não me incomodava. Mas ver minha irmã abrindo mão de sua felicidade, confesso que isso me deixava triste. Eu precisava vê-la feliz, antes de morrer... Com certeza eu morreria, o câncer é uma doença traiçoeira e eu estava já com quase quatro meses lutando contra aquilo tudo. Eu estava cansada e parei de falar, estava ofegante. Milena me beijou suavemente no rosto e eu adormeci.
O dia estava começando. E eu já estava acordada. Da vidraça da minha janela eu podia ver o sol lutando para irromper mais um dia. Olhei no relógio e ainda não eram seis horas. Milena não estava ali, com certeza tinha ido dormir em seu apartamento. Ficar na casa de Fernanda devia ser algo muito doloroso para ela. Fechei os olhos e busquei dormir mais um pouco, em vão. Meu corpo estava melhor, os dias piores haviam terminado, mas logo viria outra sessão, afastei esse pensamento da cabeça. O sol ia nascendo, rasgando por traz dos montes e imaginei o nascimento de um bebê, abrindo o útero de uma mãe, ansioso para viver. Talvez eu também estivesse, mas a morte me rondava e eu estava quase conformada com a sua vinda, não fosse o amor de Milena e a dedicação de Elsa, que me emocionava muito. O que ela fazia ia muito além do seu trabalho, porque ela colocava em cada gesto uma dose de carinho, cuidado... Fechei os olhos e pensei “estou mesmo carente, Elsa me emociona...”
Um batido suave me despertou e Fernanda adentrou o quarto atendendo o meu chamado pelo celular.
- Obrigada por vir... eu quero muito agradecer tudo o que está fazendo por mim... Eu sei que errei muito com você e sei que de nada vai adiantar pedir perdão, mas quero que saiba que lamento muito... – parei um pouco, pois estava ofegante.
- Fernanda, eu quero assinar o divórcio e seguir para o meu apartamento...
- Não acho que tenha condição de ficar sozinha nesse momento...
- Eu não ficarei sozinha, Mirela continuará me ajudando e me também pagará parte do orçamento de Elsa, que tem se mostrado muito mais que uma enfermeira, mas uma boa amiga... E queria muito pedir-lhe que ajude Elsa encontrar um emprego em algum hospital bom, eu sei que conhece muitas pessoas. Ela é muito competente...
- E vai assinar o divórcio sem exigir nada, como a metade do que tenho ou algo parecido?
- Eu me casei com você com separação total de bens, não foi isso? E depois Fernanda, eu acho que para onde eu vou depois que morrer, eu não irei precisar de dinheiro ou algo parecido...
- Não diga isso, você vai vencer tudo isso e ainda vai viver muito.
- Se for assim, melhor. E mesmo que eu viva, eu pretendo rever meus conceitos sobre mais algumas coisas... Prepare os papéis, Fernanda, eu quero assinar e ir para o meu apartamento ainda essa semana.
- Fique tranquila, eu vou ajudar com o que puder. Eu sei que apesar de tudo, tivemos momentos felizes, eu pelo menos, tive. Não quero carregar mágoas e vou deixar você com condições de seguir amparada...
- Obrigada, não estou em situação de recusar... Fernanda, eu desejo que seja feliz com Milena. Eu conversei com ela e acho que tudo ficará bem entre vocês... – terminei a frase quando a presença de Elsa encheu o quarto. Fernanda retirou-se depois de cumprimentar Elsa e dizer:
- Obrigada, Elsa, por tudo, bom dia.
Elsa pegou o livro, cada dia ela lia uma poesia diferente, e sempre eu a ouvia de olhos fechados, porque desejava sentir com o timbre da sua voz, que era Helena ali narrando para mim.
- Gostou? – ela indagou depois que acabou.
- Sim... um pouco triste, mas acho que é a realidade das pessoas que amam, não é? Serem traídas ou abandonadas?...
- Eu acho que não é regra... mas esse não é o seu caso, não é mesmo? Sua esposa lhe ama...
- Minha esposa?... Fernanda tem piedade por mim, talvez... é verdade que um dia me amou, muito, mas... Eu amei outra pessoa e...
- Amou? Não ama mais? Oh desculpe-me, não desejos ser invasiva...
- Não está sendo, Elsa. Eu amei, a verdade é que ainda amo, pois que sinto saudades dela... Mas isso é passado... Ela se foi e eu não vou perturbá-la, melhor assim, pois que não tenho nada a oferecer...
Meu olhar marejou naquele instante e me esforcei para não verter o pranto que eu segurava.
- Por que passado, Mirela, se ainda a ama? E se ainda a ama, tem muito que oferecer a ela sim... – ela disse com voz carregada de emoção... eu acho...
Elsa me trazia uma sensação de bem estar enorme, confesso que se eu ainda não amasse Helena. Meu Deus, eu devia estar ficando doida ou estava mesmo muito carente pela doença.
- Não basta somente uma pessoa amar, Elsa. Se Helena me amasse de verdade estaria aqui, não teria desistido na primeira barreira...
- O que a faz pensar que ela desistiu?
- Ela nunca mais veio aqui ou sequer mandou mensagem, nem me telefonou e então...
Elsa ergueu a mão até a cabeça e tirou a peruca diante os meus olhos estarrecidos enquanto dizia com a voz que era de Helena.
- Eu nunca desisti de você...
E ergueu seu jaleco branco tirando uma barriga falsa que lhe fazia ficar gorda, sorrindo diante a minha cara de assombro e falando com voz mansa.
- Perdoa-me, meu amor, eu não queria ficar longe de você... sei que errei muito, mas nesse percurso eu me apaixonei por você...
Eu comecei a rir diante a cena bizarra, fazendo Helena rir também. E ela aproximou-se de mim, seu olhar era brilhava novamente, pois as lentes que ela usava, também foram retiradas. E eu podia ver o amor ali naquele olhar azul celeste. Ela acariciou meu rosto com delicadeza. Fechei meus olhos e os abri novamente para constatar que eu não estava sonhando. Ela sorriu. Tudo ali virou luz, era assim ainda, ela sorria e tudo se iluminava.
- Como fez isso? – indagava sorrindo entre lágrimas enquanto ela me beijava suavemente os lábios, - Milena sabia?...
- Sim, Fernanda também. Meu amor, - ela disse cobrindo minha cabeça com um lençol macio de algodão e disse: - está esfriando, melhor agasalhar um pouco mais.
- Estou bem querida, não se preocupe, mas conte-me tudo... sente-se aqui ao meu lado...
E ela sentou-se. Recostou-se sobre alguns travesseiros e me acolheu em seu abraço e sussurrou:
- Descanse um pouco, depois, prometo contar-lhe tudo. O mais importante é que nos amamos...
E adormeci como se estivesse sido levada para o céu...
Fim do capítulo
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Brucourt
Em: 16/07/2019
Amei a delicadeza com que escreveu esse capítulo S2, conseguiu repassar de forma maravilhosa o sentimento do momento...
Redenção, acho que isso define esse momento da Mirela.
Você é demais autora! :-D
Bjs p ti...
Resposta do autor:
Oi Bru, perfeita definição para Mirela, acho isso mesmo, redenção. Muitas vezes é a dor que mais nos ensina, não é?
Obrigada pelo carinho. Nossa eu fico mega feliz!!! kkkkkkk escrevo porque adoro, isso me faz bem e compartilhar é um prazer, e os comentários, nossa!!! Esses me dão orgasmo kkkkk...
Bjs no coração
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Brescia
Em: 14/07/2019
Oi mocinha .
Que capítulo lindo!! Ah esse amor que transforma, renova, regenera e dá esperança, humaniza e faz refletir sobre quem somos e o queremos ser e foi isso que Mirela fez.
Baci piccola escritrice.
Resposta do autor:
Obirgada lindona!!! Fico mega feliz com os comentários, nossa!!! Vou tentar postar um capítulo hoje, mas caso não consiga, postarei na terça, sem falta.
E espero que continue gostando.
Bjs
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