Capítulo 5
Capítulo 04
Pov Fernanda
O sol ainda começava a nascer. E eu que parecia ter adormecido há pouco tempo, já estava desperta. Levantei e segui para o quarto de Mirela que ainda dormia, observei seu rosto sereno sob a luz do abajur. Seus cabelos castanhos e lisos cobriam parte de seu rosto e diante aquela imagem eu confirmei que meu coração estava curado da paixão ensandecida que ela havia me feito sentir. Virei às costas devagar e saí do quarto. Deitei-me novamente esperando que o dia nascesse por completo. Adormeci. O sol já adentrava a janela do meu quarto e um calor delicioso cobria meu corpo quando eu acordei. Olhei no relógio, eram oito e vinte, pulei de uma vez da cama e tomei banho apressada. Segui para sala de refeições e Mirela já se levantava depois de fazer seu desjejum.
- Bom dia querida, - ela disse, - eu preciso ir à casa de Milena que acabou de me ligar...
- Diga a ela que mando um abraço e que se precisar de algo e eu puder ajudar...
- Darei o seu recado...
Ela saiu.
- Ernesto? Sim, ela saiu, não perca nada...
Eu segui para o escritório. Duas horas depois Ernesto era conduzido por Selena até a minha sala e me relatava tudo.
- Veja essa foto, - era Mirela que abraçada a Milena se despedia. Helena estava ao lado de Mirela e quem visse as duas, com certeza não saberiam distinguir quem era a minha esposa. Depois olhei detidamente mais uma foto, onde Helena estava de mãos dadas com Mirela que beijava suavemente o rosto da irmã. Com certeza se alguma pessoa visse aquela foto diria que Mirela era uma irmã dedicada e amável. Depois mais uma foto onde Milena adentrava o carro de Mirela e seguia para a minha casa.
- Você é fantástico Ernesto... simplesmente fantástico!!!
- E o que pretende fazer com tudo isso, Nanda? Até quando vai continuar com essa situação?
- Esse é o último capítulo dessa história meu caro amigo, logo que Mirela voltar de viagem, eu a colocarei para fora da minha casa e da minha vida definitivamente.
- E quanto a Milena, o que pretende fazer?
- Eu vou me divertir um pouco, - soltei alta gargalhada, sentindo uma fúria imensa tomando conta de mim.
- Tome cuidado...
- Com o quê?
- O tiro pode sair pela culatra... Milena é diferente de Mirela, por mais que sejam parecidas nos corpos...
- Eu não tenho medo, vou fazer Milena se arrepender de tudo isso... Mirela já está com seus dias contados, agora Milena... ah essa não perde por esperar. Obrigada Ernesto, agora se me dá licença, eu vou mais cedo para casa, estou doida para ver a minha esposa... confesso que estou carregada de saudades dela, - disse isso e ri alto.
Ernesto balançou a cabeça sorrindo e saiu da sala. Peguei a chave do carro e segui rumo a minha casa, minha cabeça estava fervilhando de idéias. Abri a porta da sala e Milena estava sentada no sofá com um livro na mão, a me ver largou o livro, respondendo ao meu cumprimento que segui em direção a ela. Tomei seu rosto entre as mãos e beijei seus lábios com carinho.
- Senti saudades querida e resolvi vir mais cedo. – e novamente beijei seus lábios, me divertindo por dentro com embaraço que ela tentava dissimular.
- Ah que coisa boa... – foi o que ela disse.
- Estava lendo? Eu não quero lhe atrapalhar... Afinal isso é tão raro... – ironizei.
- Estava apenas olhando, Milena insistiu para que eu trouxesse esse livro, mas sinceramente não achei graça...
- Por falar em Milena, como ela está?
- Está bem, acho que queria apenas conversar um pouco... – ela disse e emudeceu.
- O que acha de tomarmos um vinho? Sei que você prefere uísque, não é? Mas, hoje um vinho iria bem... Vou tomar um banho primeiro e já volto, está bem?
- Sim, claro...
Eu segui para o quarto. Ao abri a porta, segui para a cama e alisei o lençol macio imaginando... ri baixinho ao mentalizar o que eu poderia faria ali mais tarde um pouco. Tomei um banho, usei um perfume amadeirado e segui de volta para sala, trajando uma bermuda jeans e uma camiseta azul celeste.
Milena estava sentada. Suas pernas estavam cruzadas com delicadeza e pude perceber que não parecia com o jeito que Mirela fazia. Ignorei esse detalhe, peguei uma garrafa de vinho e abri. Servi Milena que agradeceu e depois de me servir, eu propus um brinde.
- Ao nosso amor querida, - eu sorri e ela também. Sorvi devagar observando Milena que sorvia também vagarosamente um generoso gole de vinho, voltando a se sentar de maneira delicada e sentei-me ao seu lado. Meus olhos estavam cravados nos dela, e eu podia jurar que via amor, ou talvez estivesse ficando louca. Seria o desejo do amor no olhar de Mirela que me fazia ver isso nos olhos de Milena? Não. Eu estava curada do sentimento que havia me consumido durante anos e Mirela não significava mais nada para mim. Olhar assim para Milena me deixou desconfortável e resolvi colocar uma música. O gosto de Mirela era muito diferente do meu e isso sempre me fazia deixar de lado as melodias que eu tanto gostava de ouvir, mas não era Mirela que estava ali. A suavidade de voz de Diana Krall encheu o ar da sala e pude ver o olhar de Milena brilhando.
- Você quer dançar? – eu indaguei estendendo a mão para ela. Milena sorriu e eu senti meu corpo estremecer diante a luz que exalava daquele sorriso. Ela levantou-se e enlacei seu corpo suavemente. Algo em mim estava estranho, meu plano parecia ruir por terra diante o sorriso que ela havia me ofertado e eu ignorei aquela voz insólita. Dançamos lentamente... O corpo de Milena parecia se encaixar perfeitamente em meus braços e eu a trouxe mais para perto de mim. O corpo dela estremeceu e eu pude sentir.
- Está muito frio hoje, - ela disse tentando justificar o tremor do seu corpo e eu apertei-lhe um pouco mais em meu abraço e acariciei seus cabelos perfumados e lisos. O odor que exalava era diferente e eu respirei profundamente. Trouxe Milena mais para perto e a comprimi um pouco mais no meu abraço, que parecia sedento da proximidade dela.
A música encerrou e logo começou outra. Eu retive Milena colada a mim e dançamos novamente. Após o término da melodia nos sentamos no sofá e eu servi mais uma taça de vinho e mais uma vez brindamos. Os olhos verdes e grandes de Milena estavam detidos pelos meus e eu acariciei seu rosto com suavidade. O calor do sangue dela enrubesceu sua face e eu ri, imaginando o que poderia está passando na cabeça daquela mulher. O que poderia ter levado Milena a fazer isso? Algo muito sério devia estar acontecendo, pois nada justificava aquela atitude de uma pessoa tão ilibada e isso me deixava muito intrigada. Puxei seu rosto devagar e cobri seus lábios com um beijo suave. Ela pegou a taça de vinho e intentou levar aos lábios, mas eu a impedi.
- Enjoou dos meus beijos? – eu indaguei provocando Milena que não sabia o que dizer. Tomei de novo seu rosto e a beijei novamente de maneira suave... depois envolvi seu corpo nos meus braços e busquei seus lábios com mais sofreguidão. Minha língua buscou a dela no interior de sua boca e traçamos um bailado delicioso e isso fazia meu corpo estremecer num desejo inusitado e maravilhoso. O hálito quente de Milena parecia saturado de desejo e isso me deixava ainda mais cismada. Depois de finalizarmos a taça de vinho eu tomei sua mão e a conduzi para o quarto, para o quarto que muitas noites Mirela havia jurado me amar. Se Milena estava sabendo da falta de intimidade entre eu e sua irmã, agora iria se desesperar.
- Eu acho que o vinho não me caiu muito bem... – ela disse com um sorriso amarelado, percebendo que eu a despia devagar.
- Deite-se aqui, - eu disse e a conduzi para a cama larga e macia. Milena acomodou-se. O cheiro do perfume que ela usava atingiu meu nariz e meu corpo parecia carregado de desejo, de uma vontade insólita. Minha vontade era de fazer sex* com ela para lhe punir por tamanha mentira, mas algo em mim gritava e eu me senti canalha naquele instante. Ajudei Milena a tirar o calçado e ajeitei os travesseiros e segui para o meu quarto. Depois que adentrei o espaço que agora era o meu quarto eu bati a porta. A água fria do chuveiro ia caindo sobre meu corpo que parecia em chamas, “que diabo é isso, que vontade maldita de sex* é essa?” Eu me indagava indignada. Havia mais de oito meses que eu não fazia sex* com Mirela e nem com nenhuma outra mulher e diante de Milena, depois de ter seu corpo junto ao meu na dança, percebia que meu corpo desejava a intimidade. Eu fiquei vários minutos ali, sentindo a água fria no afã de controlar o arroubo que me assolava. Desliguei o chuveiro, enrolei meu corpo numa toalha de algodão felpuda e sentei-me na cama. Minha mente estava febril e vozes se misturavam tentando entender o motivo de Milena está ali, fazendo parte daquele plano miserável que Mirela havia tramado. Por que Milena ajudava a irmã gêmea a me enganar daquele jeito? Cismar isso me fez agitar e uma raiva intensa reverberou dentro de mim. Vesti-me corpo com um pijama e segui de volta ao quarto onde estava a minha suposta esposa. Milena saía do banho, seu corpo envolto numa toalha branca parecia ainda mais apetitoso. Um sorriso tímido embelezou seus lábios e me aproximei dela. O corpo de Milena exalava um odor que não era do sabonete e nem da loção hidratante francesa que Mirela sempre cultivava. O cheiro que espargia de seu corpo era algo incomparável. Eu toquei seu rosto devagar, acariciando com a palma da minha mão, que parecia tremular. Depois alisei seus cabelos que eu havia liberado do coque que ela havia feito no alto da cabeça. Puxei devagar pela nuca, segurando com carinho o seu cabelo e a beijei. Minha boca engolia a de Milena e eu podia sentir que o desespero havia voltado ao meu corpo que estava agora sedento pelo dela, novamente. Eu tomei a mão dela e a conduzi até a cama, seu corpo acomodou-se lentamente e a toalha que o cobria foi deixada ao chão. A nudez de Milena sob a luz do abajur me fez perder o fôlego. Seus seios fartos e firmes com bicos intumescidos pareciam falar da ânsia que ela também sentia. Eu a olhava enternecidamente e brigava comigo por sentir tudo isso, quando eu deveria está com raiva, mas diante Milena o sentimento de ira que havia me conduzido ao seu quarto, tinha sumido. Cobri seus lábios com os meus e a beijei por um longo tempo. Milena circundou meu corpo com suas mãos macias e sussurrou ao meu ouvido:
- Eu preciso lhe falar algo, Nanda...
- Ohh não querida, não diga nada, deixe-me amar você...
E corri minha língua suavemente pelo seu pescoço e podia sentir sua epiderme eriçar, me fazendo sentir um furor quase incontrolável. Voltei meus lábios para os dela, circulando com a língua molhada em torno dos seus, depois introduzi minha língua em sua boca e busquei a dela e dançamos nos céus de nossas bocas como se fôssemos bailarinas conduzidas pelos pares majestosos.
- Que delícia de bo...ca... – eu sussurrei e desci minha boca até os seus seios, tomei um e suguei devagarzinho, ora mordia com suavidade e podia sentir o corpo de Milena em brasas. Um arrepio intenso ia se formando em toda a sua pele quando eu mudava de um seio para outro. Descia minha mão lentamente pelo corpo dela, como se tocasse as teclas do piano velho que meu avô tinha me deixado de presente, e o som que eu ouvia falava de tesão, de lubricidade... era o corpo de Milena que tocado emitia notas e seus sussurros enchiam meus ouvidos e meu corpo vibrava, eu podia sentir minha intimidade pulsando. Caminhei com meus lábios, ora com minha língua por todo seu corpo até atingir a sua vagin* que parecia um lago, tamanha a umidade que ali se fazia, contracenando com o calor que exalava. Um odor delicioso atingiu minha narina quando Milena relaxou um pouco a pressão de suas pernas dando livre passagem para a minha boca. Seu corpo subia e descia num cadenciado maravilhoso, enquanto eu a saboreava. E suas unhas grandes e vermelhas cravaram suavemente na minha pele quando ela gozou. Seu corpo ainda estremecia quando Milena me deitou sobre a cama e me fez sentir um prazer quase inenarrável. Suas unhas arranhavam vagarosamente as minhas costas e isso me fazia enlouquecer num prazer supremo, sua boca segredava-me algo que eu não conseguia ouvir enquanto ela massageava a minha vagin* com a sua língua. E eu fui ao ápice do orgasmo quando ela juntou seu corpo ao meu e dançamos a mais deliciosa dança do sex* com a nossa intimidade encharcada do gozo anterior.
Eu me afastei de seu corpo. Estava em choque comigo e não disse nada, não era isso que eu programara antes de chegar ali. Sim. Eu queria sex*, queria fazer Milena sentir prazer e depois quando a farsa fosse desmontada eu diria a ela que tudo tinha sido fingimento, mas era impossível dizer que meu orgasmo havia sido uma mentira. Levantei-me da cama e segui para o meu quarto depois de me enrolar numa toalha e segui sem dizer uma palavra. Joguei-me na cama depois do banho e adormeci desejosa de apagar tudo aquilo que eu tinha sentido.
O dia surgiu claro. Era sexta-feira. O sol havia despertado com tenacidade diminuindo o frio que fazia naquele mês de julho que parecia ser o pior de todos. Meu coração estava acelerado. Minha mente era um turbilhão onde desejos e ideias se confrontavam desesperadamente. Meu coração cantava uma canção atípica onde eu podia ouvir notas de paixão, de vontade...de saudades... Minha mente me recordava do embuste que eu estava sendo vitimada, onde Milena era uma personagem ardil, em conluio com minha esposa infiel. E mesmo sabendo que ela mentia, eu não conseguia continuar o plano que eu tinha arquitetado para fazê-la sofrer. A noite de amor com ela tinha me desvanecido da raiva que me fortalecia de início e em mim reverberava o desejo de tê-la novamente. Levantei devagar como se meu corpo tivesse sido surrado e segui para o banheiro. A água morna ia caindo sobre mim e aliviando as dores que sentia. Depois de vestir-me segui para a sala de refeições onde o café já estava sendo servido por Sandra. O olhar dela cobriu meu rosto e ela sorriu depois do meu cumprimento. Nesse instante Milena adentrou o espaço e sentou-se logo após nos cumprimentar e agradecer Sandra pela gentileza de nos servir, coisa que Mirela nunca faria. A semelhança física entre as duas era incontestável, assim como a diferença na alma, Milena era suave. Seu caminhar era macio, diferente do de Mirela. Sua fala era mansa e seu olhar era carregado de uma doçura incomparável, como elas pensaram que poderiam me enganar? Imaginar isso me fez sentir uma raiva imensa e olhei dentro dos olhos de Milena que não conseguiu sustentar e baixou seu olhar para o bolo que estava no prato, elogiando Sandra que sorriu e seguiu em direção a cozinha.
- Até logo querida, - eu disse me despedindo dela.
Três dias haviam se passado e todas as noites eu fazia amor com Milena, afirmando para mim que isso era parte do seu castigo. A quarta noite de amor com ela, e eu me sentia preenchida de algo que era inusitado, que eu nunca tinha sentido ao lado da minha esposa. O que eu sentia além do prazer no corpo, era algo que transcendia, era um enlevo na alma, uma sensação de completude ficava em mim cada noite de amor com ela e depois que nos realizávamos, Milena me colocava em seu peito e eu podia ouvir o compasso desenfreado de seu coração.
A manhã do quarto dia havia chegado e eu acordei ao lado de Milena, não tinha ido mais para o meu quarto depois que o sex* terminava, pois o sentimento de paz e prazer me fazia ficar presa a ela.
Era domingo. O sol ia nascendo, parindo mais um dia e o colorido álacre lá fora formava um quadro que talvez pintor algum conseguisse retratar, e eu olhava pela janela imensa de vidro com a cabeça dela deitada sobre meu ombro. O cheiro do perfume que exalava dela era maravilhoso! Eu a tirei devagar do meu ombro e segui para o banheiro do quarto que era meu. Minutos depois ouvi um batido suave na porta e ela adentrou.
- Nanda... – a voz de Milena estava embargada como se uma correnteza estivesse parada ali. – Eu preciso lhe falar...
- Ohh meu amor, perdoa-me, eu preciso sair, tenho algo urgente para resolver na empresa.
E saí. Eu não queria ouvir o que ela queria me dizer, eu já sabia que ela não era a mulher que eu tinha me casado.
Eu estava parada em frente ao prédio que Jerônimo morava. Apertei a campainha e o esposo dele atendeu-me pedindo para adentrar que iria avisar o esposo da minha presença ali.
O olhar de Jerônimo retratou desespero ao cobrir minha face.
- Eu preciso lhe falar urgente... preciso falar em particular... desculpa-me, - disse me dirigente a Valdir que sorriu deixando nos as sós.
Jerônimo me indicou o caminho de seu escritório e abriu a porta. Tudo era muito sóbrio na decoração e sentei-me numa poltrona macia. Ele sentou-se também depois de oferecer um copo com água que eu aceitei. Sorvi de maneira ininterrupta. Depositei o copo numa mesinha ao lado.
- Você sabe que é Milena que está na minha casa, não sabe?
A pergunta de chofre fez Jerônimo empalidecer.
- Eu sei que você sabe, - eu disse sem esperar a resposta dele, - o que quero saber é porque ela aceitou isso. Conheço Mirela, em cada detalhe, no andar, no cheiro do corpo, no ato do sex*... sim. Eu transei com a sua amiga, para castigá-la. Mas, isso não importa. Jerônimo o que fez Milena ser tão vil a ponto de compactuar com esse plano de Mirela? Por acaso ela foi chantageada? Foi por dinheiro? Porque eu sei que Mirela é capaz de muitas baixezas, fale Jerônimo. Eu sei que você sabe que posso destruir a carreira de Milena... que posso lhe dar muito trabalho caso eu a processe por falsidade ideológica, ou estou enganada? Foi por dinheiro? Fale, por favor...
- Foi por amor. – Jerônimo declarou quase que num desespero. - Milena jamais cederia à chantagem alguma ou faria essa insanidade por dinheiro, não. Ela cedeu ao pedido de Mirela, por amar você. Eu sei que foi uma loucura, que é uma insanidade o que ela fez e está fazendo, mas ela a ama, Fernanda Valadão. E esse foi o que a moveu a tudo isso. Eu sei que não posso lhe pedir nada, mas se puder, perdoe Milena.
Meu corpo estava trêmulo, feito folha caída de árvore no outono. Minha mente agora parecia uma orquestra desgovernada, onde sons desafinados se misturavam. Eu levantei devagar. Agradeci e saí.
A minha volta para casa foi carregada de sentimentos angustiantes. Meu coração cantava sons harmônicos, como se confirmar o amor de Milena por mim fosse bálsamo. Minha mente continuava a me acusar de fraca, recordando que eu havia traçado um plano para me vingar da impostora que adentrara a minha casa, a minha cama e o meu coração.
Ao adentrar minha casa a imagem de Milena encheu meu olhar e um sorriso suave e tímido embelezou seus lábios pintados de vermelho. Eu a tomei num abraço e a convidei para ir ao cinema. Nessa noite do quarto dia eu entendi que precisava de mais tempo com Milena. A certeza que ela ia embora me apavorava e eu temia nunca mais poder estar ao seu lado, isso me lacerava o ser de uma dor estranha e de uma saudade intensa.
Fim do capítulo
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