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Diálogo com os Espíritos por Vandinha

Ver comentários: 9

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Palavras: 3128
Acessos: 3978   |  Postado em: 09/07/2019

Capítulo 17

 

Diálogo com os Espíritos -- Capítulo 17  

 

 

Suélen e Cléo observavam lado a lado a cena de longe. De repente se olharam em silêncio por alguns momentos.  

-- Minha filha!!! -- berrou Suélen, desesperada.  

-- Meu afilhado!!! -- berrou Cléo, puxando os próprios cabelos.  

E os dois saíram correndo atrás dos fujões.  

 

Fernanda respirou fundo quando roçou sua coxa na coxa de Alicia e suas respirações se misturaram. Desejava-a tanto que era embaraçoso.  

-- Podemos nos levantar, agora? -- perguntou Alicia, sorrindo.  

Fernanda levou alguns segundos para se concentrar no que Alicia dizia. Ela a afetava tanto que chegava ser assustador. Sentia o coração disparar e a palma das mãos ficarem úmidas de emoção.  

-- Claro, claro -- ela disse, mas não se moveu.  

-- Então... -- Alicia ergueu as sobrancelhas de modo zombeteiro -- Pode sair de cima de mim?  

-- Oh, meu Deus! Desculpa -- ela apressou-se em dizer, saindo de cima da médica -- Como sou desastrada, realmente sinto muito.  

Fernanda se levantou um pouco desajeitada.   

-- Não precisa se desculpar, a culpa também foi do Yu... Yuki! -- ela olhou em volta e não viu o filhote.  

-- Maju! -- Fernanda fez o mesmo e não vendo a cachorrinha, entrou em desespero -- Meu Deus, a Suélen vai me matar!  

-- Vem -- Alicia estendeu a mão, que ela tomou sem hesitar -- Vamos procurá-los.  

Quando encontrasse Maju a encheria de beijos. Pensou, Fernanda.  

 

Suélen e Cléo, encontraram os dois brincando do outro lado do parque. Os olhos do rapaz se encheram de lágrimas.  

-- Meu menino, está a salvo! -- ele caiu de joelhos, agarrou o animal pelo pescoço e apertou -- Meu Deus! Obrigado não sei o que seria da minha vida sem o meu bebê. Obrigado, obrigado. Nunca mais reclamarei dos cocôs que ele faz por todo o apartamento, das manchas de xixi no sofá branquinho que estão cobertas com almofadas para a doutora não ver, das...  

-- Ei -- Suélen tocou-lhe o ombro -- Você não acha que está exagerando?  

-- Não acho! -- ele se levantou segurando a guia -- Você diz isso porque não sabe a importância que esse bichinho tem em minha vida.  

-- Duvido que seja maior que a da minha Maju!  

Curioso, ele se aproximou de Suélen.  

-- Quanto que você recebe pra limpar o cocô dela?  

-- O que?   

-- Suélen! -- Fernanda chegou sorrindo aliviada -- Que bom que você a encontrou. Fiquei tão preocupada. Sentiu saudades de mim, garota? -- ela se abaixou e beijou a cabeça de Maju, ficou de pé e virou-se para a amiga esbanjando felicidade -- Obrigada, muito obrigada.  

Suélen fez uma careta e resmungou.  

-- Depois a gente conversa.  

O rosto de Fernanda ficou vermelho e ela disfarçou olhando para Yuki.  

-- Ele é um fofo.  

-- Um brincalhão mal-educado -- Alicia afagou a cabeça do filhote, sem tirar os olhos do rosto de Fernanda -- Não nos encontramos antes? -- ela franziu o cenho, como se estivesse tentando lembrar-se de onde as conhecia.  

-- Sim, no Hospital do Coração -- Fernanda apressou-se em responder e mais uma vez ficou vermelha ao lembrar que a médica a viu nua -- E essa é a enfermeira Suélen.  

-- Verdade! Como não me lembrei disso? -- murmurou Alicia -- Você estava...  

-- Pelada -- completou Suélen, de forma bem irônica. Fernanda a fulminou com os olhos.  

-- Internada, eu ia dizer -- a médica tentou suprimir o sorriso e ele acabou saindo meio de lado. Alicia a observava e de repente sentiu-se atraída por aqueles olhos. Eram castanhos claros, escuros, não tinha bem certeza, mas, quando pousaram nela, sentiu um forte impacto, como um choque elétrico, um arrepio no corpo e um tremor nas pernas. O que seria aquilo? Será que o fato dela usar o mesmo perfume que Thais usava a deixou enfeitiçada? Não sabia explicar, estava atordoada.  

-- Ainda é cedo -- ela olhou diretamente para Fernanda -- Gostariam de tomar um cappuccino em meu apartamento?  

Sim, sim, sim. Pensou Fernanda, olhando para Suélen com grandes olhos "pidões" do Gato de Botas. Porém, a amiga não teve tempo de responder. Cléo colocou um braço ao redor dos ombros de Alicia e perguntou de supetão:  

-- Vocês são noivas? -- ele olhou para Fernanda e depois para Suélen.  

-- Não! -- Fernanda respondeu de imediato -- Somos apenas amigas. Por que a pergunta?  

-- Você está de aliança -- ele apontou para a mão da psicóloga.  

Fernanda ficou sem ação e seu sorriso perdeu a força. Fixou os olhos em Alicia e não teve outra saída a não ser falar a verdade.  

-- Sim, sou noiva -- as palavras quase nem saíram. Sentiu vontade de bater a cabeça contra o muro, como pôde esquecer de tirar a aliança? Como pôde ser tão boba.   

Embora profundamente decepcionada, Alicia procurou disfarçar a frustração, sorrindo para Fernanda.  

-- Que legal, quer dizer que em breve teremos um casamento? -- seu tom de voz mudou sensivelmente -- Para quando está marcado?  

Fernanda fez tantos planos para o encontro com a médica e agora estava ali, falando sobre o seu casamento. Era inacreditável. Para sua sorte, quando abriu a boca para responder, Suélen respondeu na sua frente, tentando remediar.  

-- Ainda não está marcado. Fernanda nem sabe se o casamento vai sair. Ela e o noivo estão sempre em pé de guerra.  

-- Poxa! -- Alicia murmurou, admirada -- Espero que vocês se entendam -- ela disse, com extrema falta de emoção.  

-- Obrigada -- Fernanda respondeu no automático.  

Yuki começou a ficar impaciente, Alicia, pegou a guia da mão de Cléo e deu um passo para trás.  

-- Acho melhor voltarmos para casa, ele deve estar com fome.  

-- Então vamos. Tchauzinho meus amores. Beijin, beijiiin -- Cléo acenou e saiu na frente.  

Alicia se virou para Fernanda e Suélen.  

-- Foi um prazer revê-las. A gente se encontra por aí -- ela sorriu e saiu puxando o cachorro.  

Fernanda balançou a cabeça, Suélen acenou com uma das mãos. As duas ficaram em silêncio observando a médica atravessar a praça gesticulando e falando alto com Yuki.   

-- Sua boboca! -- disse Suélen, assim que Alicia entrou no prédio -- Ela ficou tão chocada que até esqueceu que havia convidado a gente para um café no seu apartamento.  

-- Como pude ser tão descuidada -- ela disse, olhando para a aliança em sua mão direita -- Mas, o que aquele pavão misterioso tinha que me dedurar? Talvez Alicia não tivesse nem percebido.  

-- Pelo jeito que ela ficou, não tinha mesmo.  

-- Você acha que ela se interessou por mim? -- perguntou Fernanda, com uma súbita vivacidade que lhe apagou a tristeza do rosto, devolvendo-lhe a suave e delicada beleza -- Será que ainda tenho chances?  

Suélen abriu a porta traseira do carro e ajeitou Malu no banco. Depois, se virou para amiga muito séria e apreensiva.  

-- Me diz uma coisa, Fernanda. Mas, me diz com toda sinceridade -- Suélen encostou-se na lateral do carro, a porta aberta para permitir que o ar refrescasse a cachorrinha -- O que realmente você sente pela Alicia? Existem muitas semelhanças entre os sentimentos que podem nos fazer alguma confusão e nos levam a pensar que estamos sentindo amor. Paixão, desejo, carência, por exemplo, podem facilmente ser confundidos com amor.  

Fernanda moveu a cabeça de um lado para o outro, desanimada.   

-- Eu queria, sinceramente, dizer que estava enganada. Voltar para casa, para Salomão e continuar a minha vidinha de família, me casar e criar os meus filhos. Mas, sei que se eu fizer isso estarei dando adeus a minha felicidade.   

-- Puta que pariu! Você está ferrada, amiga -- Suélen passou a mão pelos cabelos, num gesto quase de desespero. Era impossível prever qual seria a reação da família de Fernanda quando soubessem -- Não precisa nem dizer mais nada. Você realmente ama essa moça!  

Fernanda engoliu em seco, tomou fôlego e encarou Suélen com olhos angustiados.  

-- Amo! -- disse com firmeza, colocando de lado qualquer pensamento que a induzisse ao contrário -- Eu a amo com todas as forças do meu pensamento, nem Salomão, nem minha família, nada, nada nesse mundo mudará o que estou sentindo.   

 

 

Alicia parou no centro da sala com as mãos enfiadas nos bolsos.   

-- Pensei ter dito para você limpar os cocôs do Yuki. E se as moças tivessem vindo tomar café comigo? Imagina a vergonha que eu teria passado!  

-- Por isso mesmo que eu cortei o mal pela raiz -- o rapaz passou por ela, com movimentos ágeis -- Tinha certeza que se soubesse que ela é noiva, desistiria na hora do café. Conheço uma safadeza de longe.  

-- Tá louco é? -- Alicia resmungou, irritada -- Convidei por educação.  

-- Precisava ver a sua cara de tacho horrorizada quando ela confirmou que é noiva. Foi hilário.  

-- Eu amo a Thais, nunca vou deixar de amá-la.  

-- Não deveria ficar falando nela desse jeito. Vai que a falecida cisme de aparecer!  

-- Eu chamo por ela, mas ela não vem.  

Cléo arregalou os olhos.  

-- Você a chama? -- uma onda de medo o assolou, e Alicia mal conseguiu controlar a expressão de sarcasmo.  

-- Sim, eu vivo chamando por Thais, mas até agora, só me apareceram espíritos estranhos e perturbados.  

Cléo fez o sinal da cruz.  

-- Não quero ouvir mais nada. Vou limpar cocô.  

-- Falando em Espíritos perturbados... -- Alicia sentou-se à frente do computador e digitou o nome: Samanta lemes -- Vamos ver quem é essa menina chorona que tanto procura por sua mãe.  

 

Fernanda se levantou assim que ouviu o barulho da chave girando na fechadura da porta de entrada do apartamento. Ela tinha vontade de empacotar suas coisas e sair correndo dali para não ter de enfrentar o noivo. Mas a voz de Suélen martelava em sua mente: "Você não pode continuar com esse noivado, não está certo. Ninguém merece ser enganado".  

-- Fernanda? -- Salomão chamou, enquanto trancava a porta.  

Ela caminhou até ele e depositou um beijo em sua face.  

-- Como foi o seu dia? -- ela perguntou, enquanto o observava tirar a jaqueta e jogá-la sobre o sofá.  

-- O mesmo de sempre -- ele desabafou, sentando-se no sofá -- Não aguento mais esse trabalho.  

Ela apoiou as mãos sobre o encosto macio do sofá.  

-- Precisamos conversar, Salomão.  

O rapaz a olhou, desconfiado.  

-- Agora não. Estou faminto -- ele estreitou o olhar -- Seja lá o que for, creio que pode esperar até amanhã.  

Ela tamborilou os dedos na borda do encosto do sofá.  

-- Não, não pode. O que tenho para falar não pode ficar para amanhã -- ela baixou o rosto e olhou-o nos olhos. A expressão dele era de desespero.   

Salomão já esperava por esse momento. Fernanda o estava evitando, como se ele fosse portador de uma doença contagiosa, mas isso não significava que ele aceitaria ser descartado da vida dela. Não poderia. Era maluco por ela, usaria todas as armas possíveis.  

-- Não quero conversar agora e ponto final. Estou cansado, com fome. Peço ao menos que respeite a minha vontade -- com aquelas palavras, Salomão se levantou e saiu da sala.  

Eu vou respeitar, Salomão. Mas não pense que vai fugir da nossa conversa. Pensou Fernanda, mais decidida do que nunca.  

 

 

Lagrimas rolavam pelo rosto da ortopedista enquanto lia a triste história da menina Samanta Lemes.  

"Exames preliminares do Instituto Médico Legal (IML) apontam que a estudante Samanta Lemes, de seis anos, foi estuprada momentos antes de ser morta em Mongaguá, no litoral de São Paulo. O crime, ocorreu a poucos metros da casa de onde ela sumiu.  

Samanta foi encontrada morta após passar cinco dias desaparecida, há poucas quadras da casa onde morava. Parcialmente vestida, a menina estava em uma vala, às margens da avenida Sorocabana. O corpo foi localizado após o trabalho dos investigadores da Polícia Civil e da Guarda Civil Municipal (GCM) da cidade. A polícia segue investigando o caso.  

 

-- Quanta maldade, meu Deus!  

-- O que vai fazer, doutora?  

-- Primeiro vou até São Paulo conversar com a mãe da menina chorona. Depois, vou atrás do assassino.   

Cléo olhou para ela, levantando as sobrancelhas.  

-- E isso não é perigoso, doutora?  

-- Pode até ser, mas não vou deixar um crime tão cruel impune. O Espirito dessa menina não descansará enquanto não houver justiça.  

-- É possível a alma evoluir nesse estado de prisão?  

-- A evolução encontra-se em todos os estados e condições, mas pode-se dizer que ela é insignificante quando a alma está presa à Terra. O ser desencarnado atrasa muito seu desenvolvimento espiritual, fica quase que estagnado; é como se ele ficasse congelado ou cristalizado dentro dos parâmetros de mente e comportamento. Nesse sentido, eles tendem a repetir estereotipadamente os padrões da última personalidade e também do momento da transição. Por exemplo, um rapaz morre num acidente de carro e fica chamando pelos seus pais. Ele pode ficar invocando a presença dos pais por períodos bem longos, sem perceber que sofreu um acidente e não possui mais corpo físico. Também contribui consideravelmente para a prisão no plano da Terra uma morte rápida e trágica. A alma não tem tempo de perceber o que ocorreu e pode ficar confusa com o impacto da súbita transição.  

-- Posso fazer outra pergunta, doutora?  

-- Claro.  

-- A visão que a doutora tem dos Espíritos é tão nítida a ponto de se confundir com um ser real?  

-- Sim e se chama, Espíritos Agênere -- Alicia se virou na cadeira e ficou de frente para ele -- Espíritos Agênere diz respeito a uma aparição em que o espírito desencarnado reveste-se de forma mais precisa, ou seja, das aparências de um corpo sólido, podendo causar uma ilusão ao observador que supõe ver um ser corpóreo.  

-- Por que isso ocorre?  

-- Por conta da natureza e das propriedades do perispírito que possibilitam aos Espíritos, através de seus pensamentos e vontades, provocar mudanças nesse corpo espiritual a ponta de ficar visível. E ainda, como existe uma condensação, tal, que o perispírito adquire sendo capaz de produzir impressão ao tato, de deixar vestígios, torna-se tangível as possibilidades desse espírito retornar instantaneamente ao seu estado etéreo e invisível.  

 

 

Salomão acordou mais cedo, pretendia sair para o trabalho antes que Fernanda acordasse. Porém, a psicóloga estava dormindo no sofá e assim que ouviu o barulho da porta do quarto sendo aberta, levantou-se de um salto.  

-- Fernanda? Você dormiu aqui na sala? -- perguntou, surpreso.  

-- Estava esperando por você -- ela desviou o olhar para o relógio -- Que bom que acordou mais cedo. Assim temos mais tempo para conversar.  

-- Isso é ridículo. Passar a noite na sala me esperando para conversar -- ele não escondeu a irritação.  

-- Ridículo é você ficar fugindo de uma conversa que cedo ou tarde acontecerá. Fugir dos problemas não resolve nada.  

Salomão respirou fundo. Percebeu que não tinha saída, o jeito era enfrentar a situação de uma vez por todas. Ele sentou-se no sofá e ficou olhando para ela com aqueles olhos escuros temerosos.  

-- Tudo bem, pode começar. Sou todo, ouvidos.  

As mãos de Fernanda tremiam enquanto ele esperara a noiva dizer as palavras que mais temia.  

-- Eu quero terminar o noivado -- quando viu lágrimas se formando nos olhos dele, Fernanda sentiu raiva de si mesma -- Nunca desejei que as coisas chegassem a esse ponto. Me perdoe.  

-- Eu só queria um casamento tradicional, uma mulher e filhos para me receber quando voltasse para casa -- ele soltou um suspiro -- Nós temos problemas, não estamos conseguindo nos entender, mas talvez juntos possamos encontrar uma saída que seja boa para nós dois. Me diga no que foi que eu falhei. Prometo fazer de tudo para mudar.    

Fernanda balançou a cabeça.  

-- Você não falhou em nada. O problema está em mim, Salomão -- disse ela, a voz embargada pela emoção -- Sou eu que preciso lidar com meus erros.   

-- Eu preciso de você, Fernanda. Preciso que você fique comigo -- os olhos dele se encheram de lágrimas -- Eu te amo.  

-- Eu me apaixonei por outra pessoa -- acrescentou ela com voz sussurrada.  

Salomão olhou furioso para ela.  

-- Como é que é? -- perguntou, como quem não acredita no que acaba de ouvir.  

Fernanda deu um passo na direção dele e começou a falar, mas parou. Engolindo em seco, tentou de novo:  

-- Sinto muito, aconteceu.  

-- Aconteceu? -- ele sorriu com ironia e ela se irritou.  

-- É, aconteceu. Não saí por aí procurando uma pessoa para me apaixonar.  

-- Quem é a pessoa?  

-- Isso não vem ao caso -- ela tirou a aliança do dedo e colocou sobre a mesa.  

-- Vou descobrir. Pode acreditar -- Salomão encarou Fernanda -- Sua família sabe disso?  

-- Não, mas vou conversar com eles ainda hoje.  

Salomão pegou a chave do apartamento e mostrou para ela.  

-- Você não vai sair daqui, Fernanda -- ele riu baixo -- Eu não estava mentindo quando disse que não consigo viver sem você -- Salomão olhou-a de um jeito estranho -- Mas, se você não ficar comigo, não ficará com mais ninguém.  

Porém, num gesto de impressionante rapidez Fernanda tirou a chave da mão dele e abriu a porta. Deixando-o atônito.    

-- Fernanda, espere... -- ele foi atrás dela, mas já era tarde. Fernanda deu um drible nele e fugiu correndo.  

 

-- Na minha lápide vai estar escrito "Aguentou foi muito". Como eu pude arranjar um emprego em um lugar que os espíritos vêm e vão a todo momento, um cachorro cagão e uma terapeuta de espíritos, tudo no mesmo pacote -- Cléo estava passando pela portaria quando ouviu uma voz conhecida.  

-- Eu preciso muito falar com a doutora Alicia, por favor...  

-- Fernanda! -- Cléo se aproximou dela puxando Yuki pelo guia -- O que faz aqui, linda?  

Fernanda ouviu a voz de Cléo atrás dela, se virou e respondeu num fio de voz:  

-- Alicia, preciso vê-la -- disse, com voz tremula. 

-- Calma, meu Suflair. Vem que eu te levo até o elevador -- ele deu dois passos e voltou-se para ela -- Só uma coisinha. O seu noivo é forte?  

-- Sim, muito.  

-- Ah, então ele aguenta um par de chifre.  

-- O que? -- Fernanda não entendeu.  

-- Nada, nada. Pode subir, o andar é o seis e o apartamento é o cinco.  

 

Quanto mais Alicia pesquisava sobre Samanta, mais revoltada ela ficava.  

-- Pobre menina, deve ter sofrido horrores nas mãos desse bandido.  

Então, a campainha tocou insistentemente. Reclamando, a ortopedista foi atender achando que fosse Cristina.  

-- Calma, criatura. Que pressa é essa? -- quando abriu a porta levou um baita susto -- Fernanda!  

-- Alicia... Não estou me sentindo bem... -- então, de repente, tudo escureceu, e Fernanda caiu nos braços de Alicia.   

 

 

 

 

 

 

 

Créditos  

 

https://radioboanova.com.br/estudo_espirita/o-que-sao-espiritos-ageneres/  

http://ignotus.com.br/m/blogpost?id=6519434%3ABlogPost%3A487766  

 

 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 17 - Capítulo 17:
rhina
rhina

Em: 11/08/2019

 

Salomão vai criar problemas .....ainda mais quando ele souber por quem Fernanda está apaixonada 

Obrigado pelas explicações sobre os espíritos. 

Cléo continua uma Deusa

Rhina

Responder

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perolams
perolams

Em: 09/07/2019

Nossa,Salomão vai ser um problema dos grandes para a médica e eu que tinha só dele. Alguém comentou que Alícia vai ligar os pontos quando descobrir que Fernanda passou por um transplante, eu também acho, resta saber se inicialmente lidarábem com o fato.
Resposta do autor:

Bom dia!

Salomão não vai se conformar tão facilmente. Ele não é um homem violento, mas pode de outras formas, atrapalhar a relação delas.

Apesar dela estar bem surpresa com algumas coincidencias entre Thais e Fernanda, acho bem dificil que ela entenda que há alguma ligação com o transplante. Mas, de alguma forma ela vai descobrir. Como será?

Beijos. Até.

Responder

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brunafinzicontini
brunafinzicontini

Em: 09/07/2019

Olá, Vandinha!

Antes de mais nada, obrigada pela explicação sobre espíritos agêneres em resposta à minha pergunta - e ainda com indicação de fonte de pesquisa. Você - sempre cuidadosa a respeito de citações. Parabéns.

Que momento hipnotizante o das duas caídas por terra... Fernanda literalmente deitada sobre Alícia! Demais!

Estou morrendo de rir com Cléo! Suelen não fica atrás... E Salomão foi uma desagradável surpresa! Que assustadora a ameaça de trancar Fernanda em casa! Jamais esperei uma reação dessas...

Fernanda está sendo muito esperta nas atitudes... Não procurou "enrolar" a situação - foi logo à procura de Alícia e ainda teve a sorte de desmaiar em seus braços! Muita emoção!

Beijos,

Bruna


Resposta do autor:

Bom dia!

Homem e mulher reagem de forma diferente ao término de um relacionamento. O homem na maioria das vezes sente-se inconformado, incompreendido, não entende por que seus esforços e suas demonstrações de amor para com ela não tiveram efeito. Muitos agem como Salomão e não admitem que a mulher é livre para não querer mais estar com ele.

Beijos. Até mais.

 

 

 

 

Responder

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Brescia
Brescia

Em: 09/07/2019

         Oi mocinha. 

 

Quero uma Cléo dessa para mim,  me diverti tantissimo com esses 4, vi uma Fernanda forte,  decidida e apaixonada, ou ousaria a dizer uma meia Thaís, rs. A Alícia está balançada , mas tb focada em ajudar os espíritos . 

P.S :  gosto muito de aprender e vc traz sempre algo que ilumina,  me aguça a entender mais sobre o espiritismo. O abracei a alguns anos e estou em paz. Obrigada!

 

           Baci tesoruccio. 

 


Resposta do autor:

Bom dia!

Tem certeza que você quer? A Alicia disse que pode levar pra você. Kkk...

Que bom que está em paz. O grande filósofo francês, Voltaire, disse que o essencial é estar bem consigo mesmo. Se sentir bem não porque tem tudo mas sim porque tem o mais importante: paz no coração. 

Beijo, minha linda. Até mais.

Responder

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Mille
Mille

Em: 09/07/2019

Ola Vandinha 

Cleo e Suellen são muito engraçado. Forte para aguentar o chifre.

Hummm Salomão mostrando suas garras, espero que ele mude de atitude porque será difícil para a Nanda e Alicia ser feliz juntas.

Quanto a esse encontro a Alicia irá cuidar bem a Nanda. E se souber do transplante logo ligará os pontos.

Bjus e até o próximo capítulo 


Resposta do autor:

Bom dia!

Nada mais natural do que um homem inconformado, não é mesmo? Enfim, próximos capítulos dificeis para Fernanda. Agora é o momento de enfrentar a familia.

Beijos. Até daqui a pouco.

Responder

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Keilaspm
Keilaspm

Em: 09/07/2019

Que cap maravilhoso grandão adorei 

O encontro delas vou muito engraçado a Suellen é terrível ri alto com ela falando do primeiro encontro da Nanda com Alice "pelada" kkkkk 

Salomão vai dá trabalho aí meu deus 

Que bom que Nanda já deu um fim nesse noivado 

Ansiosa pelo próximo cap até não demora por favorzinho 

Beijos até 


Resposta do autor:

Bom dia!

Pois é, o primeiro passo foi dado. Agora, Fernanda vai ter de encarar a familia. Já deu para perceber que Fernanda foi criada em uma familia, dita, tradicional, rigorosa e hetero. Portanto, não vai ser nada facil. Os próximos capítulos prometem.

Beijos. Até mais.

Responder

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HelOliveira
HelOliveira

Em: 09/07/2019

Kit Fernanda de confusões...já aguardando como será esse novo encontro depois do desmaio...rs

Salomão problema grande...

Ótimo capitulo já preparada para o próximo.

Bjos


Resposta do autor:

Bom dia.

Eita que Fernanda é uma grande desastrada. Coitada, vai ter que encarar a familia. Problemas a vista.

Beijo. Até mais. 

 

Responder

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zilla
zilla

Em: 09/07/2019

Oiii Vandinha!

Que maldade terminar o cap assim, Snif, snif...

Gostei da atitude da Nanda e terminar o noivado com o Salomão(esse cara me deu medo agora) 

E ela correu logo pra quem??? Pra Alice hahaha!

Queria ter visto a cara dela quando abriu a porta hehehe!

Eita Nanda, tinha que desmaiar logo agora!

Tomara que tu fiques bem e cuida direito do coração da Thais rs!

Bjs e até o próximo capítulo Vandinha!

Please ñ demora tá!!!!?!??!


Resposta do autor:

Bom dia!

Finalmente, Fernanda conseguiu falar o que sente para Salomão. Esse foi o primeiro desafio, agora vamos para o segundo: enfrentar a familia.

Qual será a reação da mãe religiosa? Do pai e dos irmãos que adoram Salomão? Da familia que se diz tradicional? Próximos capítulos tensos para Fernanda.

Beijos. Até mais.

 

Responder

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NovaAqui
NovaAqui

Em: 09/07/2019

O encontro teria que ser desse jeito mesmo. Suelen e Cléo vai ser engraçado a convivência delas kkkkkk

Salomão vai ser um problema. Só falta desencarnar e vir perturbar

Vamos ver como será agora as duas em novo encontro

Abraços fraternos procês aí!


Resposta do autor:

Bom dia!

Salomão talvez seja o menor problema para Fernanda. Será que a sua familia tradicional e antiquada vai apoia-la? Ela ama a familia, será que vale a pena largar tudo por Alicia?

Até mais. Beijos.

 

Responder

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