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Tempestade por Ana Pizani

Ver comentários: 2

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Palavras: 2454
Acessos: 3674   |  Postado em: 25/06/2019

Capítulo 1 - Leoa Impassível

 

“Uma gota de leite
me escorre entre os seios.
Uma mancha de sangue
me enfeita entre as pernas.
Meia palavra mordida
me foge da boca.
Vagos desejos insinuam esperanças.(...)”

Conceição Evaristo

 

            Aline digitava nervosamente sobre o teclado do pequeno notebook enquanto tomava uma xícara de café frio. Enquanto isso, no quarto ao lado uma festa acontecia. Horário? Três e meia da manhã. Ela não agüentava mais aquilo, precisava de sossego e paz para conseguir terminar o trabalho da faculdade, precisava de silêncio para conseguir dormir após terminar suas atividades, aquilo ali mais parecia um prédio de loucos.

            Outro dia ela pode ouvir nitidamente cada gemido da sua vizinha e o namorado enquanto tentava escrever sobre a Ditadura Militar. Sem falar que há quase um mês um baque surdo na escada do prédio denunciava uma briga com algum final trágico: nada demais, apenas os dois vizinhos brigando por alguma mulher. Sim, o mundo de todas aquelas pessoas se resumiam a trans*r, brigar e se drogar enquanto o mundinho de Aline resumia-se a terminar a faculdade dali há um mês.

            No alto dos seus 24 anos, Aline era o que podemos chamar uma jovem monótona. Sem muitas amizades, sua vida se resumia a estudar numa grande faculdade pública, ganhar alguma grana dando aulas particulares para o pessoal da própria faculdade ou ir até o bar de um amigo beber alguma cerveja bem gelada, isso se fosse sexta-feira e ela não estivesse cansada demais para levantar da cama.

            Sem parentes próximos, ela possuía o máximo de liberdade que alguém poderia sonhar em ter, porém a sua forma séria de ver a vida havia feito dela um poço de responsabilidade.

            A sua vida amorosa era dividida em antes e após a faculdade. Antes, na pequena cidade em que nascera e crescera, era nula, marcada por alguns beijinhos em algum rapaz pouco provinciano. Após a faculdade pouco havia mudado, exceto pela parte em que ela se vê apaixonada pela colega de turma, Angélica, mulher essa que além de mais velha, mais experiente e bem mais louca, deixou a nossa Aline com o coração em frangalhos ( e a testa também, se vocês entendem este tosco trocadilho).

            Sem experiência na vida amorosa, Aline tinha tempo de sobra para ser a melhor aluna da turma, aquela chata que sentava na frente e havia lido todos os livros e apostilas e ainda pesquisado mais alguma coisa em algum livro que ninguém nunca sequer tinha ouvido falar. Fora isso, nada mais poderia chamar mais atenção que o seu humor flácido, típico dessas pessoas que preferem rir a chorar (d)a vida.

            E foi assim que ela começou a procurar por vagas em apartamentos em algum lugar bem distante dali e acabou esbarrando num anúncio colado dentro do prédio da faculdade:

“Alugo um quarto para universitária responsável e sensata. Não mobiliado. Preço acessível já incluindo wi-fi, luz e água. Para maiores informações, favor ligar no número (xx) xxxxx-xxxx. Luíza.”

            Aline salvou o número e ligou assim que chegou em casa. “Sensata, ela escreveu mesmo a palavra sensata?”. Ainda rindo consigo de uma piada interna que nem ela entendia direito, resolveu ligar.

            _ Oi! _ uma mulher atende ao telefone. É nítido que ela está em algum lugar muito barulhento. Aline torce para que não seja o apartamento.

            _ Olá! Meu nome é Aline, eu vi o seu anúncio na faculdade. Eu tenho interesse no quarto.

            Aline pode sentir um tom de alívio na voz da mulher.

            _ Quem bom! Eu sou a Luíza, eu que fiz o anúncio. Na verdade já somos três aqui. É um apartamento grande, seguro e muito bem localizado. Se você puder vir dá uma olhadinha seria ótimo.

            Aline gostara da mulher. Parecia educada e feliz por ela ter ligado. Mas saber que havia mais pessoas no apartamento chegou a lhe arrepiar a espinha.  Conviver com pessoas que ela não conhecia era um desafio, ainda mais por se tratar de possíveis estudantes que poderiam ser em sua grande maioria, não tão focados como ela.

            _ Beleza, me passa o endereço e um bom horário para ir aí.

            Após trocarem algumas palavras gentis, Aline desligou o telefone menos confiante. Ainda assim, planejou-se para aquela visita e sonhou durante toda à noite em poder morar num lugar pelo menos um pouco silencioso.

 

            No dia seguinte, Aline corre até o ponto de ônibus e não demora muito para chegar até o endereço que trazia na mão. (Ela e aquela mania de guardar entre os dedos o próprio destino...)

            Após se identificar na entrada, pega o elevador até o décimo quinto andar. Sim, décimo quinto. Nada demais para pessoas que cresceram rodeadas por aqueles arranha-céus, mas para Aline aquela altura toda assustava.

            Parou em frente ao número 15 e tocou a campainha. A porta de madeira parecia custar mais que a cama e o guarda- roupa de Aline juntos. Ela quase desistiu até que escutou o girar de chaves na fechadura.

 

            Uma garota de uns vinte anos abriu a porta. Ela era alta, muito magra, com olhos de um azul que impressionava. Cabelos claros na altura das costas, sorriu ao ver Aline e educadamente a convidou para entrar.

            Aline se viu diante de mais duas garotas, todas muito parecidas com Luíza, a da porta. Cumprimentou a todas com um aperto rápido de mão e sentou numa poltrona muito confortável.

            Alguém lhe ofereceu alguma coisa para beber, mas ela nem percebeu se aceitou ou não. Seus olhos iam de uma menina para outra, mas ela pode perceber um leve arrepio quando uma delas, talvez a mais durona a julgar pelo olhar impassível, tocou-lhe a mão.

            E de repente uma sensação estranha, como se a conhecesse, como se aqueles olhos verdes fossem velhos conhecidos. Logo ela, que poderia contar nos dedos, as pessoas que conhecia que tinham olhos claros.

            Tudo foi muito rápido, quando voltou a si estava bebendo um suco de alguma fruta exótica estrangeira que não conseguia pronunciar o nome sem tropeçar na própria língua.

            _ Então você é a Aline. _ sorriu Rosa, uma das garotas, a única morena da turma.

            Aline sorriu.

            _ Bom, Aline, estávamos te esperando. Temos pressa em alugar o quarto. Tivemos alguns problemas pessoais e não estamos conseguindo arcar com todas as contas e por isso precisamos de alguém responsável e que saiba que isso aqui não é uma república qualquer, somos uma família e muito unidas. Na verdade, eu e as meninas nos conhecemos desde a época de escola e temos uma amizade de quase duas décadas.

            Aline se viu diante de uma entrevista. Sim, uma entrevista. E logo as “Patricinhas de Bevery Hills” resolveram não se calar mais. Menos a dos olhos verdes, Débora como ela se apresentou, aquela parecia muda. Observava Aline de uma forma que ela quase podia sentir aqueles olhos lhe queimando o corpo.

            _ Precisamos saber inclusive se você possui algum vício, se namora, se tem problema com algum tipo de alergia. _ Luíza complementava o que Rosa falava.

            _ Bom, acho melhor falar logo de uma vez um pouco sobre mim e assim vocês terão algumas respostas, certo?

            As duas balançaram a cabeça afirmativamente. É claro que estavam assustadas. É óbvio que torciam para que uma garota “como elas” batesse a porta, mas lá estava Aline com seu cabelo curto, suas roupas nerds e um óculos gigante na cara. O pacote completo da lésbica universitária.

            _ Eu estou finalizando o meu curso de História, dou aulas particulares para me manter e trabalho quatro vezes por semana na Biblioteca da Faculdade , o que me garante o dinheiro do aluguel todo mês. Como tenho desconto, me alimento no RU ( Restaurante Universitário) e geralmente não sou muito de sair. Não namoro. Tenho poucos amigos e eles não costumam me visitar. Preciso de um lugar silencioso onde eu possa pensar, não curto festas e a única alergia que eu tenho é de cigarro.

            Débora acabava de acender o seu segundo cigarro. Fingiu que não ouviu o que Aline dissera e continuou a tragar.

            _ E sua família, Aline? _ de receosas as garotas passaram a curiosas.

            _ Não tenho parentes próximos, a tia que me criou é a única parente viva que eu tenho e ela mora muito longe.

            _ Entendi. _ Rosa parecia satisfeita. _ Aline, gostamos muito de você, mas creio que precisaremos conversar entre nós, afinal...

            _  ... afinal eu não sou o perfil que vocês procuravam, certo? _ Aline sorriu enquanto se levantava. _ Olha, tudo bem se a resposta for não, eu entendo.

            Aline e sua mania de antecipar as coisas e errando quase sempre.

            _ Não é isso, Aline, é porque há um detalhe que talvez desanime você e que precisamos conversar. _ Luíza era claramente a “embaixadora” do grupo. _ É que na verdade você teria de dividir o quarto com a Débora.

            Nisso, Débora já havia sumido enquanto batia a porta do quarto. Aline não sabia se ria ou chorava. Estava bom demais para ser verdade.

            _ Mas o anúncio dizia...

            _ Sim, eu sei, mas se coloque em nosso lugar. A maioria dos estudantes querem um quarto só para si e até que tentamos fazer a Débora aceitar melhor a ideia, mas você pode perceber que ela é um pouquinho difícil e isso acaba afastando qualquer pessoa.  

             A essa altura Luíza falava enquanto Aline tentava entender a história. Elas iam passeando pelo apartamento que era realmente muito grande e confortável.

            _ Ela não gosta que falemos nisso, só que a família dela está atravessando alguns problemas financeiros e por isso a Débora não está conseguindo honrar os compromissos há um certo tempo. Ela começou há poucos dias um estágio no Ministério Público e nem recebeu ainda o primeiro salário. Diferente de mim e da Rosa, ela foi criada para ser uma madame, dessas que só ficam na aba dos pais. Nós duas a amamos muito, mas não podemos arcar com as despesas dela.

            Aline não sabia o que responder. Parecia que estava petrificada (dentro de sua mente) pelos olhos daquela leoa impassível. Logo ela que sempre respondia com eloqüência toda e qualquer pessoa, se viu precisando pensar também naquela possibilidade.

            _ Eu sei que é um pouco indiscreto, mas precisamos te fazer uma pergunta. _ Rosa era mais direta. Após a afirmativa de Aline, tacou-lhe a tira roupa: _ Você é lésbica, não é?

            Aline sorriu concordando com a cabeça.

            _ Sim, eu sou e sei que vocês não são e em momento algum penso ou pensarei em dar em cima de vocês. Olha, eu só preciso de um lugar para dormir. Meu plano não era dividir o quarto com alguém, mas se ele for espaçoso como o de vocês e se quando a Débora estiver de mal humor eu puder estudar na mesa da sala ou em qualquer outro lugar, já está de bom tamanho. Não espero ser um incomôdo, mas também não pretendo pedir desculpas pela minha orientação sexual.

            _ E nem queremos isso, Aline! Pelo contrário! É que precisamos saber tudo a seu respeito, afinal a Débora não é das mentes mais abertas que você irá conhecer._ Luíza sempre amável.

            _ Eu sei disso, Luíza, desde que ela não fume dentro do quarto está tudo bem para mim. Se ela se sentir deslocada quando precisar trocar de roupa ou algo assim, eu posso me retirar. Sei que muitas heteros têm um certo receio de se trocarem na frente de garotas como eu. Só preciso de respeito e tudo dará certo.

            Luíza e Rosa não sabiam mais o que falar. Aline adivinhava cada um dos pensamentos delas duas.

            Minutos depois, Débora abriu a porta vestindo um terninho preto e carregando uma pasta marrom de couro.

            Aline aproveita a deixa para se despedir e ir embora e para a sua surpresa Débora desce junto dela no elevador.

            _ Ouvi um pouco as meninas falando com você. Sei que você é lésbica e eu não gosto nem um pouco de dividir meu quarto com alguém, indiferentemente de qualquer coisa ou gênero. Enfim, eu não tenho a grana para pagar pelo meu quarto e as meninas estão sendo muito legais comigo me suportando até hoje apesar dos problemas financeiros que meus pais estão enfrentando. Não me resta outra alternativa a não ser aceitar. Porém, tenho algumas regrinhas e não vou abrir mão delas.

            Aline escutava calada e assustada. As palavras pareciam vazar da boca de Débora como se ela estivesse com tudo decorado desde tempos imemoriais.

            _ Primeiro, nada de trans*r no meu quarto. Com mulher ou homem, eu não aceito. A noite é um período de silêncio e eu costumo passar esse tempo dormindo. Geralmente nunca levo os caras que me envolvo para dormir na minha cama. Segundo, nada de colar papéis nas paredes e destruir a decoração que eu levei meses para fazer. Conheço pessoas como você, sempre colando algum pôster de algum livro que gostaram. Terceiro e não menos importante, quando eu precisar ficar um tempo sozinha, saia até que eu possa conviver em sociedade novamente.

            Débora parecia mais dona de si ali do que na frente das amigas. Aline soube que se abaixasse a cabeça para ela agora seria esmagada por aquele ego gigante e por isso tratou logo de se colocar:

            _ Ótimo, concordo com cada coisa que disse. Eu também tenho algumas regras.

            Nisso o elevador chegou até o andar térreo. Elas caminharam apressadas até a saída.

            _ Primeiro, nada de fumar dentro do quarto. Tenho alergia a cigarro e eu poderia morrer só de pensar em dormir com o cheiro dessa porcaria. Segundo, quando eu estiver estudando preciso de máximo silêncio. Não converse comigo. Terceiro e o mais importante, não encha o meu saco. Não quer dizer que eu sou lésbica, e eu sei que você também escutou essa parte da conversa, que eu vou sair dando cantada nas suas amigas ou em você. Na verdade, o meu grande interesse ultimamente tem sido terminar a minha faculdade e só. Então, nada de me confundir com algum tipo de tarada ou baixaria do tipo. Fica na sua que eu fico na minha.

            Débora sorriu para Aline. Não poderia deixar de perceber o quanto a garota era inteligente e engraçada. Ainda assim, seu receio ainda era maior que qualquer outra coisa. Despediram-se na porta do prédio quando cada um entrou num desses carros de aplicativo.

 

Fim do capítulo


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Comentários para 2 - Capítulo 1 - Leoa Impassível:
Brescia
Brescia

Em: 07/07/2019

        Oi mocinha. 

 

Desculpa se não comentei antes,  mas só hj estou tendo um pouco de tempo para a leitura e deixe me dizer que estou adorando a sua escrita. Aline pode finalmente encontrar um lugar melhor e com pessoas simpáticas que podem ajudá-la nessa caminhada. 

 

         Baci piccola escritrice. 

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Cma24
Cma24

Em: 25/06/2019

Oie! Gostei mto do início da história. 

Bem contextualizada, e com ótimas descrições das personagens. 

Parabens e por favor volte logo com os próximos capitulos :)


Resposta do autor:

Olá! Agradeço pelo carinho! Espero que continue por aqui! ;)

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