Capítulo 12 - Ai de mim!
Capítulo 12 - Ai de mim!
Dentro de mim há um mar inquietante e revolto
Não mais me reconheço, isso eu sei, eu sinto, eu provo
Sem navio que me leve a um cais seguro ou a um porto
Estou à deriva do teu amor impuro, profano e maldoso...
01:13 a.m
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Uma semana se passou desde a última vez que as duas conversaram. A todo momento ela surgia em sua mente como um convidado indesejado. Era uma situação difícil para Lia que tentava se concentrar em suas coisas como fazia antes. A tarefa era árdua, mas precisava... não, deveria seguir em frente, era o certo. Liz deixara bastante claro com a sua ausência a sua resposta e jamais se deixaria tratar de forma tão banal, não por ela.
Não a viu uma vez se quer pelo campus naqueles dias, será que estava fugindo? Não, ela não parecia ser o tipo de mulher que fugia de algo, pelo menos era o que achava. Mesmo que não quisesse se pegava procurando por seu olhar através do pátio, às vezes até parecia que podia ouvi-la cantar ao longe e seu coração acabava batendo acelerado com isso. Que ódio deste sentimento, tinha vontade de se bater a todo momento em que seu peito se comprimia com a falta dela.
Tinha uma leve esperança de que ela fosse aceitar o que propusera no dia da festa. O que ela lhe dissera ao pé do ouvido naquela noite ainda a fazia se arrepiar quando lembrava. “Quero trans*r com você, sua gostosa!” Só de lembrar daquele breve momento que compartilharam, seus pelos se arrepiavam.
Ela não falara nada, nadinha. Nem ao menos uma mensagem. O que mais machucava parecia ser essa falta de consideração dela. Orgulhosa como era também não iria falar nada. Ela que iria perder. No fundo se desmanchava ao saber que a perda parecia ser ainda maior para si, não conseguia medir o tanto de raiva que sentia por si mesma por se colocar nessa situação. Que droga!
Dormia altas horas da noite à espera de uma ligação ou uma mensagem que fosse ou apenas ficava a escrever idiotices em seu caderno. Estava abatida e apesar de tentar disfarçar com olhares frios e sorrisos forçados, Cris percebia tudo, mas não se atrevia a falar nada, apenas cuidava dela como podia à distância.
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No sábado acordou cedo e resolveu despregar de seu celular por algum tempo. Já estava ficando nervosa e frustrada com a falta de notícias dela. Levantou e tomou um bom banho para despertar. Na cozinha preparou um café-da-manhã para ela e Cris e ligou o som baixinho pela casa. Deitou no sofá e se forçou a ler aquele livro que havia começado no mês passado, tinha que distrair sua mente ou enlouqueceria.
- Uau! – Ouviu a voz de Cris ao longe e teve um susto de tão entretida que estava no livro. Finalmente havia conseguido. – Alguém está inspirada hoje.
Cris a abraçou por trás espontaneamente e por um minuto Lia conseguiu relaxar com o seu afago amigo e carinhoso, ela seria sempre a melhor pessoa nas situações adversas da vida.
- Eu preparei nosso café, apenas. Deixa de ser exagerada. – Respondeu tentando aparentar rabugice.
- Você está melhor? – Perguntou sentando ao seu lado.
- Estou sim, não se preocupe. – Largou o livro de lado e aprumou-se. – Vamos comer? Estava te esperando.
Lia sentia uma necessidade de fazer tarefas ou qualquer coisa, na verdade, que lhe tomasse tempo para não pensar nela. Energizada pelos sentimentos convocou a amiga para que fossem à praia. Cris se animou de imediato e logo ligou para Alberto, logo elas estavam arrumando suas bolsas e ficaram à espera dele para vir busca-las.
Assim que ele chegou elas logo se encaminharam até o carro, e quão grande foi a surpresa de Lia quando viu quem estava no banco de trás assim que abriu a porta. Carlos, o finado. Ele parecia bem confortável com toda a sua beleza, usando regata folgada e calção de banho. Ele a olhou com um sorriso sincero e a cumprimentou. Lia teve um pequeno susto, nunca mais falara com ele e nem o vira, havia esquecido totalmente da existência dele por um tempo.
Ela o respondeu e em seguida desejou bom dia a Alberto que tinha o braço enlaçado por Cris. Era lindo ver a conexão entre os dois naquele ponto, e pensar que no começo do semestre eles não tinham nada sério. A conversa foi leve e amena até chegarem à praia. Lia nunca conseguia descrever o sentimento que sentia quando até lá. Aquele mar, aquele vento, o som das ondas, era o que ela precisava para se desligar de tudo e recarregar as baterias. Logo o casal feliz correu até o mar juntos deixando os dois para trás à sós.
Deitaram sobre o pano estirando na areia e logo Carlos começou a puxar assunto. Lia não demorou a perceber que ele ainda parecia interessado e falava coisas dando rodeios em um determinado assunto, como se estivesse enrolando para saber de algo. Não iria facilitar, não tinha cabeça e nem paciência para aquela situação, já estava confusa o suficiente.
Foi até o mar e por lá ficou durante muito tempo, apenas nadando sozinha por um tempo. Viu que os amigos se aproximavam e ficaram de brincadeira por bastante tempo até que a fome os atacou. Procuraram por uma barraca e pediram um peixe delicioso. Lia dispensou as bebidas que os meninos lhe ofereciam e Cris acenou positivamente para ela. A amiga era mesmo muito preocupada com seu bem-estar.
Carlos sempre a olhava com segundas intenções, ele estava demonstrando interesse descaradamente. Cris apenas ria da situação quando via Lia revirar os olhos incomodada com a insistência dele. Às vezes, macho não sabia a hora de parar, embora ele estivesse sendo educado e gentil como sempre. Em determinado momento ele percebeu que não seria correspondido e parou. A tarde transcorreu sem maiores incômodos e quando deram por si já passava das três da tarde quando resolveram ir embora.
Após chegarem no apartamento Cris perguntou se poderia chamar Alberto para dormir com ela pela noite. Lia nunca se incomodara com isso, mas a amiga sempre insistia em saber se estava tudo bem com isso.
Lia tomou um banho demorado para retirar toda a areia e sal da pele. O dia havia sido realmente bom e proveitoso, estava precisando daquele tipo de distração, por um curto período de tempo realmente conseguiu esquecer de Liz. Vestiu-se com o pijama e pegou o celular pela primeira vez desde a manhã com aquela apreensão já conhecida. Havia uma notificação de mensagem, desbloqueou a tela rapidamente com o coração disparado... era uma mensagem “romântica” de Rodrigo lhe desejando boa noite. Ignorou a mensagem dele completamente. Que chiclete!
Caralh*! Era uma puta conspiração do destino mesmo. Carlos e Rodrigo no mesmo dia e nada daquela que ela realmente queria. Seria um sinal do destino gritando para que esquecesse Liz? Talvez, mas era isso mesmo que iria fazer e estava decidida, mesmo que doesse. Sabia também que era errado uma relação daquelas...
Alberto chegou lá pelas oito da noite com sushi, iriam finalizar a noite de uma forma mais que perfeita, simplesmente amava sushi. Alberto era um rapaz muito legal, ele era bem calado na dele, Lia o admirava muito por seu jeito sereno e carinhoso com a amiga e se sentia feliz ao vê-los tão felizes e em harmonia. Harmonia. Sentia que havia aquilo entre ela e Liz... mas que porr*!
Voltando para o quarto deitou-se extremamente cansada, havia acordado cedo e passara o dia sem parar, sem contar que sua pele ardia um pouco devido ao sol da praia o dia inteiro, pelo menos dormiria logo sem ficar divagando em seus sonhos impossíveis. Já estava quase cochilando quando sentiu seu telefone vibrar. A contragosto e ao mesmo tempo, morrendo de curiosidade, olhou a mensagem. Dessa vez era Liz. Ou já estava adormecida e sonhando? Aprumou-se rapidamente e sentou na cama, lendo a mensagem, não sentia nem mais o cansaço.
Liz: “Está em casa? Posso ir aí agora? ”
Lia: “Sim. ”
Liz: “Pois eu já estou aqui na porta do seu apartamento. ”
Quem ela pensava que era? E se tivesse dito não, o que será que ela faria? Aquele comportamento a deixava em dúvidas, agindo tão pretensiosa daquela forma, quase como se soubesse que jamais a negaria. Tinha ódio, pois ela tinha toda a razão, seu orgulho e teimosia eram nada perto de Liz. Deu um pulo da cama e foi rapidamente até seu encontro, passando silenciosamente pelo corredor para que Cris não escutasse. Quase corria ansiosa até a porta e tentou disfarçar ao abrir a porta.
- Olá. – Cumprimentou-a timidamente, o que era raro.
Lia logo percebeu que ela estava com os olhos avermelhados e tinha o semblante cansado.
- O que faz aqui a essa hora?
Liz a fitou por um tempo sem dizer nada e a puxou pela cintura, colando o rosto em seu pescoço e desabando como uma criança. Lia percebeu que ela chorava e preocupou-se, conseguia sentir o cheiro forte de álcool misturado ao seu perfume delicioso. Nunca a vira naquele estado e seu coração apertou aflito com a sua dor. Seja lá o que fosse, a conversa que queria ter poderia esperar. Ela a abraçava apertado e de supetão, segurou sua nuca e lhe deu um beijo de tirar o fôlego. Um beijo que mesmo molhado por suas lágrimas não deixou de ser mágico e especial como sempre e não pode deixar de corresponder com vontade.
Levou-a dali da forma mais silenciosa que pode até seu quarto. Assim que trancou a porta Liz a agarrou firmemente pela cintura, beijando seu pescoço.
- Saudades desse cheiro. – Declarou com a voz embargada ao pé do seu ouvido. – Liana.
- Liz... – Os seus toques estavam lhe tirando da realidade e tentou afastá-la. – O que aconteceu com você?
- Não quero falar sobre isso. – Liz segurou sua face delicadamente. – Só quero beijar você.
Lia a olhou confusa por alguns segundos e começou a secar as poucas lágrimas que ainda rolavam por seu rosto, não gostava de vê-la daquela forma, lhe deixava triste também e acolheu-a em um abraço apertado. Liz a empurrou até a cama e deitou-se sobre seu corpo e começou a beijá-la daquela mesma forma intensa que fazia seus pensamentos coerentes explodirem pelos ares.
De olhos fechados apenas apurava os sentidos com os seus toques carinhosos e firmes. O beijo intenso com o sabor de álcool a atraía mais, era tão gostoso, se sentia ainda mais tonta e excitada com isso. Liz entranhou as mãos por dentro de sua blusa e seguiram até seus seios, apertando-os com vontade, logo sentiu um frio de nervosismo no estômago com o gesto e mesmo apesar de estar amando aquele contato segurou as mãos dela retirando-as dali com delicadeza, aquele não era o momento. Liz sorriu e afagou sua face olhando-a carinhosamente.
- Desculpe. – Sussurrou contra a sua boca. – É difícil resistir a você.
- Eu que o diga. – Respondeu com bom humor e ajeitou seu cabelo que caia em seu rosto.
- Desculpe! – Falou Liz novamente em um fio de voz e viu mais lágrimas se formarem em seu rosto. – Eu sou ferrada...
Logo em seguida ela se afastou rapidamente e sentou na cama de costas para Lia, que ficou confusa com sua reação, não sabia explicar aquelas atitudes, queria entende-la, só que ao mesmo tempo não tinha ideia de como proceder. Vagarosamente foi se aproximou e a abraçou por trás, fazendo-a recostar-se nela. Sentia que ela chorava silenciosamente mais uma vez e ficou ali afagando seu cabelo. Não sabia o que tinha acontecido, mas se sentia grata que ela a tivesse procurado, mesmo que fosse um pensamento prematuro e idiota a fez sentir especial. Deitou-a na cama vagarosamente e continuou abraçada a ela, fazendo um leve carinho em seus cabelos até que a sentiu ressonar rapidamente em seus braços.
Um sentimento leve tomou conta do corpo de Lia, estar com ela ali em sua cama, acalentando-a, dissipou todo o ressentimento que guardou a semana toda. Ela estava mal, talvez com algum problema realmente sério, pois até faltara as aulas a semana toda. Depois de um tempo sentindo o calor do corpo dela junto ao seu uma energia boa e positiva tomou conta de si e a relaxou totalmente, tanto que facilmente adormeceu e teve uma noite de sono calma e proveitosa.
Acordou no outro dia ainda abraçada a Liz e sentindo o seu cheiro, estava com o nariz colado ao seu pescoço e suas mãos estavam entrelaçadas. Levantou um o tronco levemente e viu que ela ainda dormia pesado. Tinha certeza que ela iria acordar com uma ressaca pesada naquela manhã. Levantou-se com cuidado para não a acordar e de pé observou-a novamente. A boca dela estava aberta e viu que ela babava sua cama, mas não conseguiu ficar com raiva, apenas riu com a cena.
Foi até o banheiro fazer sua higiene matinal e quando voltou de cabelo molhado e já devidamente vestida, viu que Liz havia se remexido na cama. Contudo, ainda continuava adormecida. Lia fecho as cortinas da sua grande janela para que a claridade não a incomodasse e foi até a cozinha pegar água e um remédio para dor de cabeça e mal-estar. Assim que chegou lá viu que Alberto e Cris já estavam lá, conversando animadamente e devoravam um sanduíche.
- Bom dia! – Saldou de muito bom humor.
- Bom dia.
- Bom dia, Lia. – Alberto falou alegremente. – Você parece ótima.
Lia revirou os olhos, mas acabou dando de ombros e sorrindo. Ela foi na caixinha de remédios e pegou um comprimido e depois pegou um copo grande enchendo-o com água. Já ia saindo da cozinha disfarçadamente quando Cris observou o remédio em sua mão.
- Você está sentindo alguma coisa?
- Só uma leve dor de cabeça, nada demais. Li até tarde ontem, deve ter sido isso. Vou deitar mais um pouquinho.
Saiu sem deixar brechas para mais perguntas e trancou a porta assim que entrou no quarto novamente. Liz dormia de bruços agora. Colocou a água e o comprimido em cima da mesinha de cabeceira e sentou-se ao seu lado no colchão, escorou-se na parede e abraçou as próprias pernas e passou vários minutos assim apenas observando-a. Ela era tão linda, com aqueles cabelos castanho escuro quase preto. Ela vestia uma camiseta folgada e shorts jeans rasgados e tinha a expressão serena como sempre, bem diferente da agitação da noite passada. Seu se comprimia cheio de sentimentos intensos e confusos e suspirou pesadamente para aliviar a tensão.
- “Ai de mim!” – Citou Shakespeare e riu de sua própria estupidez. Será que estaria tão fodida como Julieta? Tinha certeza que sim.
- Do que está rindo? – Perguntou Liz assim que despertou e com a voz rouca de sono. Lia sorriu espontaneamente para ela.
- Nada importante. Só pensando alto.
Liz fez uma careta de dor e levantou-se vagarosamente da cama colocando a mão na cabeça. Ao menos o quarto estava totalmente não penumbra.
- Tem remédio para você aí do lado. Do jeito que estava ontem imaginei que fosse precisar.
Ela tomou o remédio e se recostou na cabeceira da cama. As duas apenas se olharam por um longo tempo. Esperava que ela falasse algo, desse alguma explicação, não queria ser uma chata indagando tudo o tempo todo, para variar, seria ótima se ela compartilhasse as coisas por livre e espontânea vontade de vez em quando.
- Desculpe por ontem. – Ela parecia mesmo sem jeito ao falar. – Ter aparecido daquele jeito, tão confusa...
- Fico feliz que tenha vindo daquele jeito até mim. – Declarou em um tom de voz ameno. Cruzaram as mãos e sorriram levemente.
- Eu também. – Respondeu timidamente de volta. – Obrigada por cuidar de mim.
- Não foi nada!
Lia queria muito algumas respostas, mas aquele ainda não era o momento, ainda a sentia fragilizada e grogue, fora que ainda tinha podia sentir o cheiro de bebida nela, ela precisava de um banho primeiro para despertar. Lhe entregou uma toalha, uma escova de dentes e roupas limpas, como tinham mais ou menos a mesma estatura, com certeza serviria. Enquanto a esperava voltar do banho, divagava sobre a noite passada, sobre como passara aqueles dias todos com raiva e chateada e ela dissipara tudo isso apenas com sua presença.
A porta do quarto abriu e ela entrou novamente. Sorriu ao ver como a roupa havia ficado boa nela. Liz caminhou até a cama e deitou-se ao seu lado, tinha um sorriso sapeca no rosto.
- O que foi?
- Era segredo eu estar aqui hoje?
- Não exatamente um segredo, mas também não falei que estava aqui. Por quê?
- O Alberto me viu assim que eu saí do banheiro. – Falou sorrindo.
- Não tem problemas.
Liz a fez virar-se para si e começou a mexer em seu cabelo, próximo ao ouvido, o carinho a acendeu facilmente e fez arrepiar-se toda. Quando olhou para Liz viu que ela lhe encarava de forma terna. Os rostos foram se aproximando lentamente e se beijaram suavemente por longos minutos. Estavam de lado na cama então Liz a fez passar a perna por cima das suas, depois embrenhou a mão sob sua blusa e ficou acariciando sua cintura, mas não passou dali. Aquele era um momento sereno e diferente para as duas, era a primeira vez que se beijavam mais calmamente, aquilo deixou Lia feliz. Ficaram daquela forma por muito tempo que nem sentiam o tempo passar.
- Você está com fome?
Perguntou preocupada a Liz ao sentir a própria barriga roncar. Estava com tanta vontade de ficar ali com ela e ansiosa que esquecera que não havia tomado o café-da-manhã ainda. Liz apenas sorriu do jeito preocupado dela.
- Não se preocupe, meu estômago não está aceitando nada por enquanto. Mas eu aceitaria um suco.
- Vamos até a cozinha.
Assim que chegaram na sala viu que Cris e Alberto assistiam TV abraçadinhos, os dois olharam para elas e as cumprimentaram, depois as chamaram para juntar-se a eles. Na cozinha Lia lhe deu o suco e preparou um sanduíche rápido para si. Dispensaram ao convite dos amigos e voltaram para o quarto, já passava do meio dia. Elas passaram a tarde de chamego no quarto e cochilaram entre carinhos e beijos. Aquela sem dúvida foi a melhor tarde que Lia passou em tempos, só porque estava ali com ela.
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Acordaram lá pelas quatro da tarde com as barrigas roncando de fome e decidiram sair à procura de lanche pela cidade já que haviam perdido a hora do almoço e Liz já se sentia melhor do enjoo. Não queriam ir para o shopping ou qualquer lugar lotado. Não queriam quebrar aquele clima e aconchego tão bom que estava em volta delas quando Liz teve a ideia de comprarem crepe e irem até a praia, para passarem o tempo mais juntas e sossegadas naquela mesma ponte que fora com Rodrigo e os amigos da outra vez. Animou-se imediatamente, agora sim estava com a pessoa perfeita passar tempo com ali naquele local tão lindo e romântico... romântico??? Isso era novidade para Lia, nunca se sentira tão bobinha daquela forma.
Elas sentaram em uma elevação de madeira que servia de acento e ficava bem no final da ponte. Se deliciaram com o crepe enquanto falavam sobre assuntos bobos e corriqueiros. Por sorte haviam poucas pessoas por ali para que atrapalhassem os carinhos constantes entre as duas. O pôr-do-sol começou a se formar. Liz a abraçou por trás e aconchegou o corpo dela contra o seu abraçando sua cintura. Lia fechou os olhos e ficou ali sentindo ela lhe beijar o pescoço e morder seu ouvido, nem se importava se alguém as visse ali, se sentia tão bem, segura e em paz em seus braços, sentindo os seus carinhos.
Aquele era o momento perfeito para conversarem. Sentia isso e não iria desperdiçar o momento.
- O que aconteceu ontem, Liz? – Perguntou ainda com ela a abraçando por trás e sentiu o suspiro pesado dela em seu ombro.
- Coisas de família, Lia.
- Poderia explicar melhor?
- Escuta... – Ela a fez virar para que ficassem frente a frente. – Deixa eu dizer logo uma coisa para que não seja um problema de brigas futuras entre a gente.
- Futuras? – Lia arqueou a sobrancelha pedindo maiores explicações.
- Só me escuta, ok? Por favor! – Pediu gentilmente e suspirou pesadamente mais uma vez. Sentia o quanto ela estava incomodada por falar sobre aquilo. – Eu tenho problemas pessoais com minha família, não é fácil e eu não gosto de falar sobre isso, tudo bem?
- Tudo bem. – Não teve outra opção a não ser concordar. Não queria quebrar o clima. – Foi por isso que faltou as aulas essa semana?
- Foi. Tive que viajar até minha cidade natal resolver uma coisa rápida. Não foi agradável.
- Por isso bebeu tanto na noite passada?
Liz apenas maneou com a cabeça e depois de um tempo, disse:
- Tentei descarregar tudo na bebida, mas no final só vinha você na minha mente e quando dei por mim já estava na frente do seu prédio. Não queria envolver você nisso.
Lia ficou sem fala por um momento. Aquela pequena declaração a pegou totalmente desprevenida e tentou não se sentir ainda mais boba. Desde ontem sentia algo especial entre as duas. Vê-la tão frágil, pedindo por seus carinhos deu uma boa massageada em seu ego, não podia mentir, além de tê-la feito se apegar mais ainda.
- E desde quando você voltou?
- Voltei ontem pela manhã. – Ela respondeu sem olhá-la e parecia distante.
- Fiquei imaginando que talvez pudesse estar fugindo de mim durante a semana. – Confessou tímida. Liz riu com a declaração e a beijou.
- Eu jamais faria isso.
- Foi o que pensei, por fim. – As duas riram. – Liz... o que vai ser entre a gente?
- Não queria você envolvida nas minhas loucuras. – Disse depois de mais um longo suspiro.
- Acho que já estou envolvida, não acha? – Estava perdendo a paciência. Queria tudo resolvido e às claras. Queria muito que ela lhe escolhesse.
- Ainda tem tempo...
- É isso que você quer? – Perguntou olhando-a nos olhos. Seu coração batia acelerado.
- Não, mas...
- Sim ou não, Liz?
Ela não respondeu de imediato, apenas acariciou sua bochecha e beijou-a em seguida.
- É claro que sim! Vamos tentar como você disse...
Fim do capítulo
Demorou, mas saiu! Espero que pareciem mais esse.
Bjs!
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Val Maria
Em: 04/06/2019
Oi autora!
Conheci sua história é de cara amei o enredo.
Esse time separadas foi bom para elas perceberem que há um sentimento maior.
Parabéns pelo enredo, amo histórias assim,e obrigada por nos presentear com seu talento.
Só te peço:não para de postar.
Beijocas autora
Val Castro
Resposta do autor:
Olá Val...
Fico Muito feliz mesmo que vc tenha gostado do enredo. Tudo foi escrito com muito carinho.
É verdade, essa semana longe foi boa para que elas se dessem conta da falta que fazem uma pra outra. A Lia é o mozão que a Liz precisava, e vice-versa.
Obrigada por suas lindas palavras, motivam bastante.
Obg pelo lindo comentário e não irei parar de postar. Rsrsrs
Nos vemos no próximo.
Bjs!
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Rosangela451
Em: 03/06/2019
Aí de mim rsrs ... aqui morrendo de curiosidade pra saber qual problema de família a liz tem ?
Menina que escrita gostosa.. maratonei e já estou aqui na espera pelo próximo capítulo.
Beijos autora
Resposta do autor:
Rsrsrs... ai de todas nós com essas duas criaturas. kkkkk
Muito feliz que você gostou da escrita e da estória.
Fique por aqui que juntas vamos descobrir esse problema familiar.
bjs!
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Layne
Em: 03/06/2019
Oiiiiiiiii kiss
Agora estou curiosa, que treta é essa da família de Liz? Será que eles não aceitam sua sexualidade? Bem, se for isso vai ser mais uma pedra no caminho desse casal e também tem a de que Lia ainda não consegue se aceitar totalmente. Mais gostei muito de vê que elas estão se entendendo, agora até quando? Hum, anciosa estou...
Até o próximo capítulo autora! Beijão kiss
Resposta do autor:
Oiiiiiii... rsrsrs
Então, tem umas coisas bem delicadas rolando com a Liz, ela tenta mascarar e esconder de todos as suas tristezas, mas quanto mais a Lia se aproxima mais nós veremos o quanto ela é marcada pelo seu passado.
Continue por aqui para descobrirmos esse segredo...
bjs!
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Elna Vale
Em: 02/06/2019
Oi moça...
Aí que lindo, amei o capítulo, adorando seu conto, não demore a publicar...
Bjs e boa semana
Resposta do autor:
Olá...
Esse capítulo foi bem lindo mesmo, né!? Que bom que está gostando, fico feliz. Tentarei não demorar. Agora mesmo irei darei início ao próximo.
Bjs e boa semana para você também.
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Brescia
Em: 02/06/2019
Oi mocinha.
Acho que foi bom esse tempo separadas, conseguiram perceber que o sentimento está mais forte e que só estão bem, quando estão juntas.
Baci piccola.
Resposta do autor:
Olá moça.
Sim, é verdade o que disse. As duas são melhores juntas. É o sentimento mais puro que há...
Bjs!
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