O dia em que conheci o amor da minha vida: Ana Carolina

12 de Abril : 

Tinha muitas paixões, meu mano, minhas amigas, a engenharia e carros. Isso mesmo, carros. Adorava dirigir, no mesmo dia em que completei 18 anos procurei uma autoescola para tirar minha carteira de habilitação. Aquela sensação de dirigir com o vento batendo no seu rosto, aquela sensação de liberdade, é simplesmente algo que não pode ser definido com palavras. Dirigir para minha não era apenas prazer ou hobby era também para extravasar. Sempre que podia ia ao autódromo e ficava lá por horas. Depois da minha casa, era o lugar onde mais me sentia bem. Minha semana foi literalmente corrida, mal tive tempo de respirar. Eram visitas às obras, projeto para serem apresentados, uma correria. Mas já tinha decidido. Domingo iria ao autódromo.

-Faça chuva ou faça sol, domingo irei ao autódromo, tinha 3 meses que não cumpria  com minha promessa- estava pior do que político...rs

Domingo enfim chegou e com ele um belo dia de sol. Os dias de sol em Belém, são belíssimos. Tentei me espreguiçar, mas foi quando me dei conta de que apesar da minha cama ser imensa, adoro cama de casal, para mim é sinônimo de liberdade, senti os braços de Adriana a me envolver. Adriana era uma das tantas engenheiras da empresa. Quando meu pai e Roberto ficaram sabendo que estávamos saindo reprovaram a idéia, todavia não interferiram. Tentei ser delicada e por fim conseguir sair dos seus braços. Levantei e fiquei a olhá. Uma linda ruiva, pelo seu corpo inúmeras sardas que com o tempo descobri não apenas as sardas do rosto, rs..não pude deixar de vê como era linda, ainda mais ali deitada completamente nua em minha cama, porém fui tomada por uma dor no peito que não sabia explicar. Nunca enganei Adriana sobre minha reais intenções quanto a ela, sex* puro e simplesmente sex*. Um dia depois de trans*rmos, me virei para ela..

-Dri, você é linda, inteligente...por que eu? 

-Não estou entendendo onde você quer chegar. Laura?

-Você sabe que não passamos disso...mostrei a cama e nós duas nuas naquele quarto de motel...

-Sei o que você pensa a respeito de relacionamentos, mas me apaixonei por você e não lhe cobro nada, sei que posso amar por nós duas!

-Se um dia eu vier a me apaixonar por uma mulher que não seje você? Não que eu queira me apaixonar, mas..

-Infelizmente ou felizmente estou sabendo onde “amarrei meu bode”, é um risco que estou correndo- falou séria

Fiquei em silêncio, levantei e fui ao banheiro. Me olhei no espelho e travei um diálogo meio louco comigo, onde fazia as perguntas e as respondia também, tinha essa mania desde criança, era uma forma de saber que decisão tomar.

De frente para o espelho fazendo a pergunta: por que não podemos escolher a quem amar? seria tão fácil..

Recebendo a resposta: a vida não é fácil minha cara, se fosse fácil que graça teria em conseguir tudo de mãos beijada...a graça está em lutarmos pelo o que queremos, correr atrás,estamos aqui de passagem! 

De frente para o espelho fazendo a pergunta: você está certa, mas tenho uma mulher linda lá fora, de coração aberto para me amar, porque teimo em vê-la apenas como um objeto de prazer? 

De frente para o espelho respondendo a pergunta: pergunta difícil, hein mocinha?! 

Fiquei não sei quanto tempo naquele monólogo no banheiro do motel, só sair do transe quando ouvi a voz de Adriana a me chamar, joguei uma água no rosto e me joguei na cama. Adriana perguntou se estava bem- apenas balancei a cabeça em sinal positivo. Esta veio para cima de mim, ficou a me olhar por alguns segundos, beijou minha testa, minhas bochechas, meus lábio, foi descendo e distribuindo beijos por todo meu corpo, conforme ia me beijando, sua unhas marcavam meu corpo, a este ponto já estava arranhada e  excitada. Rápido troquei de posição com ela, beijei seu corpo e quando chegava perto do meu objeto de desejo, Adriana segurou meu rosto .

-Sei que você não me ama, mas quero ser sua agora! 

Nada falei, apenas realizei o pedido da minha amante, suguei, ch*pei seu clit*ris...fazia contorno com a língua, Adriana já não se agüentava mais, suas mãos puxavam meus cabelos, queria prolongar aquela situação. Não por maldade, mas porque só de vê que estou proporcionando prazer a alguém, isso me faz um bem enorme. Adriana arqueou seu corpo, gemia como uma gata no cio, foi quando caí de boca e lhe proporcionei orgasmos múltiplos. Suguei todo o néctar que aquela bela ruiva tinha a me oferece, não desperdicei uma só gota, aos poucos a respiração descompassada de Adriana foi voltando ao normal, subir de encontro a ela e lhe beijei, não podia negar, Adriana realmente era além de linda- muito gostosa. Ela me abraçou e falou baixinho no meu ouvido...

-Agora é a minha vez- você me levou ao céu e ao inferno, agora você vai provar do seu próprio “veneno” e com o jeito de menina travessa trocamos de posição e recomeçamos a nos amar .

Abri as cortinas do meu quarto lembrando deste dia no motel. Adriana sabia que não gostava de rotina, monotonia comigo nem pensar. Ela fazia de tudo para me agradar, me conquistar de todas as formas, por mais que não fossemos namoradas, tinha aprendido a admirá-la não apenas como a excelente profissional que era mais acima de tudo como mulher. Havia dias em que mal nos falávamos na empresa, passava por ela como um raio e do nada recebia uma ligação dela falando está com saudades, confesso que aquela simples demonstração de carinho, mexia no fundo comigo. Fui tirada dos meus pensamentos com Adriana a me agarrar pela cintura.

-Senti sua falta, do seu corpo quente a meu lado na cama...

-Não quis lhe acordar,desculpa!

-O que faremos de bom hoje?- começou a beijar minha nuca

-Esqueceu que hoje irei ao autódromo? faz meses que estou planejando dirigir um pouco,preciso me distrair, fui saindo dos seus braços, porque se ficasse mais um pouco naquela condição ela certamente me faria mudar de idéia e sabia exatamente como ela sabia ser persuasiva quando queria e ficaríamos trancadas no apartamento em pleno domingo de sol..

Me dirigir para o banheiro, mas antes de ao menos me aproximar, Adriana pulou na minha frente, ela ainda estava nua, a mulher adorava desfilar nua pelo apartamento, não me entendam mal, não estou reclamando. Foi então que ela passou o dedo pelos lábios e depois em seu corpo. Aquilo me deixou com uma vontade dela. Quem já fez amor logo ao acordar?!- Já fiz várias vezes e convenhamos é uma excelente forma de começar o dia, rs...Se não fez, faça! rs

-Tem certeza que não prefere dirigir por essas curvas perigosas?! você conhece o caminho tão bem...rs- nesta hora me olhou de forma maliciosa

-Isso é um convite ou uma ordem? 

-Bom...foi se aproximando de mim...isso só depende de você!.

Se era aquilo que ela queria, ela iria ter, porque não sou de negar fogo mesmoooo. A puxei de encontro ao meu corpo, nossos corpos nus pareciam imãs, como estávamos perto do banheiro, o banho que tinha tudo para ser algo inocente, tornou-se algo muito melhor, deixo esta parte a cargo da imaginação de vocês...rs

Depois de horas no “banho”, estávamos famintas, tanto eu como ela somos boas de garfo e faca...

-Linda, estou com fome,o que tem para o café? 

-Você sabe que não sei cozinhar, a geladeira está cheia a dispensa também, então se quiser preparar para você esteja em casa- cai na gargalhada

-Tenho uma idéia melhor

Neste momento já estávamos devidamente vestidas. Eu usava uma bermuda estilo ciclista jeans com uma regata branca, tênis, junto com meu companheiro: óculos escuros. Estava pronta. Adriana vestia um shortinho que deixava a mostra suas pernas torneadas, usava regata, tênis e também estava de óculos escuros. Pegamos a chave do carro, antes de sairmos Adriana me puxou e me deu um beijo .

-Obrigada pela noite fantástica, é sempre um enorme “prazer” estar com você...

Antes que aquele simples beijo tomasse enormes proporções, o retribui e deixamos meu apartamento. Antes de seguirmos para o autódromo, paramos em uma padaria na esquina do prédio onde morava. Padaria Santa Clara. É uma padaria tradicional em Belém. Quando chegamos na padaria, estava saindo uma bela fornada de pães quentinhos, pedimos alguns pães, tomamos um café bem reforçado, porque não pretendia voltar tão cedo do autódromo, conversamos algumas banalidades. Adriana que era louca por crianças, ainda brincou com algumas que estavam na companhia de seus pais na padaria, dali seguimos em direção ao autódromo.

Estávamos no meio do caminho, quando meu celular toca. Como estava dirigindo, não poderia atender o celular, pedia a Adriana que atendesse, esta fez o que pedi e era a louca da minha amiga Vanessa.

-Onde vocês estão suas sapas?!- minha amiga esquecia que também era meio lésbica...rs, existe isso de meio lésbica? bom...acho que não...ou você e ou você não é!simples assim

-Bom dia para você também, como vai a família? esta bem? Adriana tinha este jeito despojado- gostava disso nela

-Para de enrolar, você e a tratante da minha amiga, onde estão? 

-Pow Vanessa estamos no motel e você esta interrompendo! sua empata!  Estava me acabando de tanto ri, conhecendo Vanessa como conhecia, sabia que Adriana estava conseguindo tirá - lá do sério.

-Não acredito que mais uma vez vocês irão furam comigo, vocês duas são ninfomaníacas…

-Hahaha...te peguei besta, estamos indo te encontrar no autódromo, dentro de meia hora no máximo estaremos chegando

-Adriana? 

-Oi?!

-Já estava me esquecendo, vai a merd*! . e desligou o celular

Adriana estava rindo feito uma criança.Todas as minhas amigas adoravam a Adriana. Beto a chamava de cunhadinha, todos torciam por nós, falavam que formávamos o casal perfeito. Já estava começando a acreditar, mas minha vida mudaria naquele autódromo sem que eu pudesse adivinhar.

Fomos a viagem toda conversando, ouvindo música e dentro de meia hora estávamos no estacionamento, estacionei o meu carro. Liguei para o celular de Vanessa para saber onde ela e Juliana estavam.

-Van, onde estás? chegamos!

-Estou nos boxes esperando vocês- fez um breve silêncio..desde as 8: 30 hrs..

-Desculpa amiga, mas tivemos alguns contratempos..rir

-Sei muito bem de que contratempo estás falando, mas nao quero detalhes, vem logo e deixa de conversa fiada! Desligou o celular, ela não sabia dizer tchau antes de desligar, batia o celular na cara das pessoas...essa minha amiga! Alguém pode ensinar bons modos para ela?! 

Como Vanessa indicou, nos dirigimos para os boxes. Quando chegamos fomos recebidas com festa por Claudinha, namorada de Vanessa e Pablo a mona mecânica que cuidava dos nossos  carros. Para vocês terem uma noção, o macacão dele (porque nasceu homem) ou dela (como ele mesmo dizia: nasceu no corpo errado) era cor de rosa e nas costa ele mandou bordar a hello kitty. Vanessa estava de cara amarrada pelo meu atraso, pedi licença para claudinha e dei um selinho em Vanessa que retribuiu com um sorriso amarelo. Juliana já estava correndo, aquela era outra que tinha o automobilismo como uma paixão. Tinha chego cedo e desde então não tinha parado. Pablo avisou pelo rádio que havíamos chego e esta deu o retorno na última volta a fim de pegar o caminho para os boxes. 

-Apareceu a margarida- me deu um longo abraço

-Quem vê você falando assim até fica espantada, nos vemos todos os dias nas empresa!

  -Ah mais lá é diferente né?! lá você é a minha patroa, aqui você é minha amiga! 

-Deixa de bobagem, dentro da empresa quanto fora sou sua amiga!

  -Vamos deixar a babação de lado e trocar de roupa para irmos para a pista!

Concordamos em sinal positivo e nos dirigimos para o banheiro afim de trocarmos de roupa. Deixamos Adriana e Juliana conversando. Demoramos apenas alguns segundos para trocar. Devidamente vestidas, eu, Vanessa e Juliana seguimos em direção aos nosso carros. Pablo nos acompanhou e no caminhos fomos conversando.

-Entao Laura, você e a Adriana, vai da em casamento? 

-Ficou doido mona, de onde tirastes essa idéia?- fiz cara de espanto

-Não acredito que você laurinha está empatando a pobre da Adriana?- a bicha levou a mão a boca em sinal de espanto

-Para ínicio de conversa não estou empatando ninguém, a Adriana está comigo porque quer, nunca menti para ela, sabe que não a amo, sei de seus sentimentos por mim e respeito, se tivesse um botão de liga e desliga com certeza me apaixonaria por ela, mas infelizmente não funciona assim e acho melhor encerramos este papo brabo já estava começando a me irritar...e Pablo percebeu.

Juliana tinha ficado conversando e nem percebeu que estávamos nos dirigindo aos carros, quando percebeu saiu correndo ao nosso encontro.

-Pow vocês esqueceram de mim?! . a criatura estava com um palmo de língua para fora...rs

-Mona nós te chamamos, mas o tricô com as sapas estava tão bom que nem ouvistes- deu uma gargalhada histérica que era sua marca registrada, rs

Antes de entrar no carro, de longe avistei uma menina linda. Usava um macacão de corrida vermelho, tinha os cabelos presos em um rabo de cavalo. Pelo fato do macacão ser largo, não tinha como admirá- la. Conclusão, ela era linda mesmo vestida naquele macacão mais do que masculino!  Juliana trouxe me de volta a realidade e percebeu para onde estava olhando.

-Terra chamando Laura, terra chamando Laura- começou a rir

-Ah?! O que foi?! 

-Estou a um tempão te chamando, mulher! -Quem é aquela menina?! . com a cabeça indiquei de quem se tratava

-ah ta...ela se chama Ana Carolina, cursa advocacia na faculdade que leciono ,esqueceu que sou professora também?! conheço os alunos, mesmo aqueles para quem não ministro aula 

-Que mundo pequeno, uma aluna sua por aqui...

Então aquela menina se chamava Ana Carolina, pensei comigo. Lindo nome. Vanessa praticamente nos arrastou para os carros. Oh mulher nervosa. A pista seria nossa o resto da manhã, antes de entrar no carro dei uma última olhada para os boxes a procura da menina. Precisava guardar na memória aquele rosto. Não entendi o motivo. Mas ela me enfeitiçou.

Pablo se posicionou na frente dos carros e com uma bandeira quadriculada, balançou indicando que podíamos ligar os carros e começarmos a corrida. Assim o fizemos.Para nós se tratava de pura diversão. Mas naquela pista, meu destino já tinha sido traçado.

Fim do capítulo