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Blind por Bruna DX

Ver comentários: 9

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Palavras: 4196
Acessos: 1628   |  Postado em: 29/05/2019

Capítulo 52

 

...Adele...

 

Nunca em toda a minha vida senti um alívio tão grande como o que eu senti quando os homens do Corpo de Bombeiros adentraram o galpão. Quer dizer, já senti grandes alívios na vida, claro, mas este, este tinha um significado peculiar e bem importante.

 

Não sei se é exagero, mas senti como se ao mirar aquela equipe de resgate entrar e chamar por mim, fosse alguma espécie de segunda chance. Sei lá. É difícil de explicar.

 

Apesar da incrível dor que eu sentia, consegui sorrir, tamanho era o meu alívio. Agora ficaria tudo bem, e eu estava mais do que ansiosa pare reencontrar Beatriz. Antes meu peito já apertava de saudades dela, agora, ele parecia que ia explodir. Só estaria realmente bem quando finalmente a encontrasse.

 

Não quero nem imaginar como deve estar seu estado emocional. E claro, eu também queria rever meu pai e meu irmão. Os dois deviam estar bastante preocupados, e eu não queria isso para ninguém.

 

Me examinaram e prestaram os primeiros socorros. Mais uma vez quase emiti um grito quando mexeram em minha perna. Mesmo que tenha sido um movimento delicado, doeu horrores. Eu assentia, respondia o que me perguntavam, mas não enxergava nada diante de mim, minha visão estava turva, tomada pelas lágrimas.

 

Antes de me imobilizarem em cima da maca, eu falei sobre Zara, disse que ela havia perdido a consciência já havia um tempo, e apontei para o lugar que ela estava. Pedi para que a ajudassem, na verdade, quase supliquei, desesperada.

 

Não queria ser retirada dali sem que antes a tivessem socorrido, queria ver que ela estava bem, porque eu temia imensamente por sua vida, pois apesar de não saber ao certo o que havia acontecido com ela, tinha consciência de que havia sito algo realmente sério.

 

Mas, contrariando a minha necessidade, assim que a outra equipe de resgate foi até ela, ergueram a maca a passaram a me levar para fora.

 

Suspirei profundamente quando vi o teto do galpão ficar para trás e minha visão foi tomada pela noite sem estrelas, mas ainda sim, bela. Sorri involuntariamente por me ver livre daquela situação.

 

Quando os homens repentinamente pararam, eu girei o rosto para o lado, na direção do bombeiro que antes falava comigo me fazendo inúmeras perguntas, e nesse instante meu coração se descontrolou, meus olhos se encheram de lágrimas e eu senti uma mistura de sentimentos que não sei definir.

 

Ana Beatriz se aproximou de nós, reticente. Seus olhos estavam repletos de lágrimas, e eu, embora estivesse sentindo vontade de chorar, sorri. Não sei se é fácil de acreditar se um dia eu contar isso, mas assim que a vi chegar perto, todas as dores que estavam espalhadas por meu corpo pareceram evaporar.

 

-- Oi meu amor. – disse quando ela estava perto o suficiente para ouvir.

 

-- Ah meu amor! Eu... ah meu Deus!

 

Ergui a mão e ela a segurou com a sua, delicadamente.

 

-- Agora está tudo bem. – garanti.

 

Bia ficou quieta, mas era visível, mesmo que ela tentasse esconder, as lágrimas que desciam silenciosas por seu rosto. Seus olhos estavam fixos em minha mão levemente machucada. Ali seus dedos passeavam fazendo uma carícia tímida, no entanto, reconfortante. Fechei os olhos sentindo que agora eu podia relaxar.

 

-- Senti sua falta. – falei ainda de olhos fechados.

 

O homem ao nosso lado chamou a nossa atenção quando pigarreou, e meio desconcertado falou:

 

-- Desculpe interromper, senhoritas, mas precisamos levá-la para o hospital. Seu caso ainda inspira cuidados e você precisa de exames mais detalhados.

 

Beatriz assentiu com um manear de cabeça, e ainda agarrada à minha mão, nos acompanhou. Minha noiva estava pronta para discutir com um dos bombeiros por ele não ter autorizado a sua entrada na ambulância. O rosto levemente avermelhado de Beatriz indicava que ela estava perdendo a paciência, mas isso, não fez o homem ceder. Os dois estavam de pé, do lado de fora da ambulância, quando uma mulher, bombeiro, se aproximou.

 

-- Deixe-a ir, Moraes. Elas são noivas, pode permitir a permanência dela na ambulância. – disse colocando a mão sobre o ombro de Bia.

 

Eu teria sorrido para a mulher que apaziguou a situação, isso, se ela não estivesse com a sua mão sobre o ombro de Beatriz, em uma carícia que parecia uma massagem, algo que na minha cabeça, mesmo avariada com um corte nada singelo, não estava certo. Seria errado estar com ciúmes agora, no meio desse caos? Se for errado, desculpem, mas não sou perfeita.

 

-- Obrigada Denise! Obrigada por tudo.

 

Minha noiva falou isso segurando as mãos da mulher, de uma forma agradecida, e esta, a encarava com um olhar que eu reconhecia muito bem: um olhar de... de interesse? Não pode ser!

 

Ok. Agora, se minha perna permitisse, eu interromperia imediatamente aquele contato entre as mãos. E desmancharia aquele sorrisinho besta nos lábios da outra. Fechei os olhos e bufei. Que droga! Isso não é hora para sentir ciúmes, Adele! – tentei me recriminar mentalmente, mas foi inútil.

 

As portas do veículo se fecharam, e logo senti a presença de Beatriz. Ela buscou a minha mão, agasalhando-a no meio das suas. Mesmo consternada, não consegui evitar o suspiro que escapou de meus lábios. O toque dela era o mais gostoso do mundo!

 

Abri os olhos e encarei o rosto de feições harmônicas, que mesmo contendo indícios de um choro recente, era extremamente belo. A presença do paramédico sentado do meu lado esquerdo, não me intimidava. Por nada neste mundo eu me pouparia de estudar e guardar na memória cada traço daquele rosto.

 

-- O que foi? – ela perguntou com um sorriso tímido.

 

-- Eu queria ter a capacidade de inventar uma palavra que fosse capaz de significar o quanto eu te amo. Uma palavra só nossa, sabe?

 

Ela sorriu e levou minha mão até o seu rosto, fechando os olhos com o breve contato.

 

-- Você não precisa de uma palavra, eu vejo nos seus olhos. – sorriu lindamente - Também te amo, muito, Adele! – deixou um beijo na palma da minha mão – Agora fica quietinha, nem parece que acabou de ser resgatada...

 

Sorri e fiquei quieta. Pisquei os olhos repetidas vezes quando a imagem de Beatriz começou a se desfigurar diante de mim. Minha visão ficou turva por alguns instantes, e depois voltou ao normal. Voltei a ficar quieta e a me concentrar para não deixar transparecer em minha feição qualquer coisa que denunciasse que naquele instante eu não estava me sentindo bem.

 

 

**********

 

... Ana Beatriz...

 

Adele estava quietinha, vez ou outra ela exibia aquelas íris da cor do céu, e me lançava aquele sorriso que me deixava em algum lugar fora da terra. Eu ainda segurava a sua mão e lhe fazia carinhos. Em um dado momento, ela pareceu dormir, e isso me deixou em alerta.

 

-- Adele? – chamo baixinho, movendo a sua mão – Amor? Ela deveria estar dormindo? – pergunto aflita, encarando o socorrista.

 

-- São os efeitos da medicação que  apliquei. Ficará tudo bem, não se preocupe. – disse com um sorriso.

 

Não demorou a chegarmos ao bendito hospital. Adele foi levada para dentro da ala da emergência, e tivemos que nos separar. Senti um vazio tomar conta do meu peito quando me vi sem ela mais uma vez. Depois do que aconteceu, tudo o que eu queria era ficar com ela, ficar perto dela, sentindo-a.

 

Ah céus, eu levaria um zilhão de anos para conseguir esquecer tudo isso!

 

Apesar de ter encontrado uma Adele inicialmente falante, consciente e até sorridente, – sinceramente não sei de onde aquela mulher tirava forças, mas se fosse eu no lugar dela, estaria chorando e chamando por minha mãe - seu estado inspirava cuidados, e isso era óbvio, porque a mulher esteve dentro de um prédio que desabou, estava machucada, ferida. Precisavam de exames para ter certeza de que nada mais grave havia acontecido.

 

Muitos já nem tinham esperança da inglesa estar viva, mas eu, em nem momento me permiti pensar assim, me agarrei à esperança com unhas e dentes. Mas confesso que vez ou outra, certos comentários e especulações me despertavam um arrepio sinistro e um aperto gigantesco no peito.

 

Minha loira foi levada para fazer exames, taxados como urgentes e eu fiquei na sala de espera. O paramédico estava preocupado com o corte, que provavelmente foi ocasionado por uma pancada, ou coisa assim. Algum tipo de traumatismo craniano ainda não era descartado, somente com exames mais específicos.

 

Meu corpo ainda estava trêmulo, meu coração ainda estava apertado e a preocupação ainda estava presente. Não tinha como evitar. Me cortou o coração ver os machucados, os cortes e a perna dela, que mesmo imobilizada eu percebi que estava fraturada.

 

A minha cabeça não estava legal, não conseguia pensar em muita coisa. Na verdade, raciocinar estava sendo algo bem difícil. Até tentei evitar, protelar, mas não pude evitar ir até a recepção quando me chamaram para tratar da papelada e documentação que era exigida para a estadia e todo o atendimento necessário da loira. Era a burocracia falando mais alto do que a empatia em um momento dolorido como aquele.

 

Já havia assinado a série de documentos e autorizações que me solicitaram, e agora eu estava enchendo a recepcionista de perguntas. Vi quando Jack entrou na recepção quase correndo. Estava visivelmente tenso, nervoso. Não demorou nada para que ele me percebesse ali e caminhasse na minha direção.

 

-- Cadê ela? – meu sogro, quase sem ar, perguntou e só então percebi Antony mais atrás.

 

-- Levaram-na para fazer exames.

 

-- E como ela está?

 

-- Estava consciente, falando e sorrindo. Mas um pouco antes de chegar aqui ela foi sedada. Aparentemente e segundo o que me passaram inicialmente, ela está bem, mas eu ainda não consigo relaxar, sabe? Ela tem um corte na cabeça, e isso, não é uma coisa tão simples, não é? – perguntei mais pra mim do que para os homens à minha frente.

 

-- Não se preocupe Bia, aquela lá é cabeça dura, não quebra assim. – disse Tony fazendo graça.

 

 

                                                                                 **********                                                         

 

Eu sentia que já havia se passado uma eternidade desde que minha noiva fora levada por àquelas portas. Essa era a segunda vez que eu me via em uma sala de espera aflita, à espera por notícias de Adele. Desde que aconteceu tudo aquilo com Edson, nossa vida não tinha um minuto de paz. Delegacia, advogados e hospitais infelizmente estavam na nossa rotina. Eram visitas constantes...

 

Não estou dizendo que dessa vez tenha algo haver com o calhorda, pode ser que sim, ainda não é uma hipótese descartada, mas não posso acusar sem provas, até porque, se fosse possível já teria o feito. O que quero dizer é que a discussão e o impasse que tivemos com ele pareceu ser o gatilho para tudo o que aconteceu e vem acontecendo.

 

Perguntava-me quando teríamos paz, quando conseguiríamos viver de forma sublime, sem preocupações, ameaças ou riscos. Eu adorava Ciro e Zara, mas claro, eu adoraria poder dar um passo sem que eles soubessem ou fizessem um relatório a cerca disso como se fosse um evento fora do comum.

 

Nunca tive sentimentos ruins e tão controversos em relação à qualquer pessoa na face da terra, mas Edson detinha tudo isso sozinho! Eu queria paz, queria que ele esquecesse de nossa existência, mas tinha ideia alguma de quando isso finalmente aconteceria.

 

Suspirei olhando em volta.

 

Jack estava inquieto ao meu lado. Brincava com os dedos, olhava o celular, levantava, andava pelo corredor, bebia café e voltava a sentar. Sempre na mesma sequência, em um ciclo vicioso. Eu tentava focar no sorriso pequeno que Adele me deu algum par de horas atrás. Era aquele sorriso que me reconfortava, que de alguma forma me deixava mais tranquila.

 

O celular em minha mão mais uma vez voltou a tocar. Tinha sido assim nas últimas horas, não parava um segundo sequer. Algumas pessoas ligavam pra mim não acreditando nas notícias e queriam confirmar que tudo não passava de um engano. Como eu queria que tudo fosse mesmo um grande engano. Queria estar em casa, na nossa cama, nos braços da minha loira.

 

Tinha também as pessoas que ligavam derramando suas vibrações positivas na recuperação de Adele. Nem mesmo perguntavam como ela estava, apenas falavam com toda esperança. Outras, ligavam cheias de perguntas inoportunas e inapropriadas. Exatamente por isso passei a atender apenas ligações de pessoas íntimas.

 

Mamãe tinha me ligado há pouco tempo, vira no noticiário o nome de Adele e não conseguiu acreditar no que a moça do telejornal falava. Com jeitinho eu confirmei tudo, mas disse que agora ficaria tudo bem, porque a loira já estava no hospital, fazendo exames.

 

Inquieta, dona Estela perguntou por Jack e eu informei que ele estava ao meu lado, e assim como eu, ansioso por notícias da filha. Minha mãe encerrou a ligação garantindo que estava vindo até nós.

 

Assim que joguei o meu celular dentro da bolsa o celular de meu sogro começou a tocar. Pelo pequeno sorriso que ele deu antes de se levantar e se afastar um pouco, não precisava de muito esforço para saber quem estava do outro lado da linha.

 

Mamãe fez como realmente disse. Ela chegou rapidamente e me abraçou enquanto falava palavras de conforto em meu ouvido. Me agarrei a ela tentando resistir ao choro que queimava violentamente meus olhos. Aquele abraço apertado quase me fez desmoronar.

 

Só quem passa ou já passou por situação como essa é capaz de compreender o que ainda sinto.

 

Na hora de cumprimentar meu cunhado, mamãe fez da mesma forma que fez comigo, o agarrou e o acolheu em seus braços, afagando suas costas e falando palavras carinhosas em seu ouvido. Já com Jack, ela foi mais contida, o abraçou, e disse que ficaria tudo bem. Provavelmente ela não queria entregar a relação dos dois para Antony, porque este ainda não sabia do envolvimento dos dois.

 

Agora estávamos todos reunidos ali, em silêncio, olhando expectante para cada pessoa que passava diante de nós vestida em um jaleco branco. A espera era torturante! Levei as mãos aos cabelos e embrenhei meus dedos ali. Já orei e agradeci tanto, que me tornei repetitiva.

 

-- Quem são os parentes de Adele Evans?

 

Ergui-me depressa e me coloquei de pé. Uma mulher de cabelos longos e castanhos presos em um rabo de cavalo mantinha as mãos dentro do bolso do jaleco, e me encarava fixamente sem nada dizer.

 

-- Somos nós. – falei apressadamente.

 

-- Suponho que você seja Beatriz...

 

-- Sim, eu... é, sou eu... Beatriz.

 

Ela sorriu e depois assumiu uma postura séria.

 

-- Meu nome é Carolina, e eu sou a médica que está acompanhando a Adele. A primeira coisa que precisam saber é que o quadro dela agora é estável. – nesse momento todos nós suspiramos aliviados - Ela chegou aqui bastante machucada, mas nada tão sério quanto o acidente nos fez pensar que seria. Ela fraturou a tíbia, fizemos uma pequena cirurgia e já imobilizamos com uma órtese. O corte na cabeça não era tão profundo, mas era extenso e tivemos que suturar, por isso, vocês vão encontrá-la com uma pequena tricotomia do lado direito. Apesar de ser um corte não muito profundo, isso nos preocupava, no entanto, os exames descartaram de vez alguma lesão cerebral, e tudo o que precisamos, é deixá-la em observação por algum tempo para avaliarmos a recuperação dela.

 

-- Podemos vê-la? – perguntei.

 

-- Eu vou liberar a visita, mas, só quero um por vez naquele quarto. Talvez a encontrem dormindo. A medicação somada à bateria de exames é um pouco cansativo.

 

-- Obrigada. – Jack disse estendendo a mão para a mulher.

 

-- Não precisa agradecer. Sigam as minhas recomendações e façam com que ela também cumpra tudo o que deixarei prescrito, e estará tudo certo. – ela sorriu demorando o olhar um pouco mais em Antony - Então é isso. – falou saindo rapidamente.

 

Meu sogro insistiu para que eu entrasse primeiro, porque da forma com a médica havia falado, Adele havia chamado por mim. Tal constatação encheu o meu coração de alegria. No entanto, eu não podia ser egoísta, sei que os dois eram a sua família, e estavam loucos para vê-la, por isso, deixei que Jack entrasse primeiro, e depois Antony. Mamãe disse que a veria no outro dia, porque queria que Adele descansasse e queria permitir que eu pudesse entrar logo para vê-la.

 

Eu fiquei como acompanhante da minha noiva. Meu sogro ficou responsável por levar mamãe em casa, e esta, disse que retornaria pela manhã com mudas de roupas e alguns pertences.

 

Quando entrei naquele quarto, senti como se meu coração estivesse saindo pela boca, afoito, querendo correr para junto de sua dona. Adele tinha o semblante sereno, e mesmo cheia de curativos, parecia dormir tranquilamente.

 

Me aproximei de sua cama e acariciei seu rosto para logo depois me curvar e deixar um pequeno, mas saudoso beijo em seus lábios. Me acomodei na poltrona que havia ao lado da cama sem desviar meus olhos dela.

 

A loira tinha um acesso venoso na mão esquerda, então eu segurei sua outra mão e levei até o rosto. Aspirei profundamente sua pele e beijei seu dorso.

 

-- Que susto que você me deu amor. Está testado e comprovado, do coração eu não morro. Pelo menos não tão cedo. Mas por favor, não faça isso outra vez. – brinquei, mas logo fiquei séria – Não sei o que teria sido de mim se algo ruim tivesse acontecido com você, não quero nem pensar. – falei fungando e sentindo as persistentes lágrimas darem sinais – Eu morreria junto com você. Não aguento uma vida sem o seu amor, minha loira.

 

Deitei a cabeça sobra o leito, ainda agarrada a sua mão. Meu polegar fazia carinho naquela área e eu não conseguia parar de olhar para a loira que dormia tão lindinho.

 

Não sei em que momento aconteceu, mas acabei adormecendo naquela posição. Acordei na manhã seguinte com um carinho suave em meus cabelos. Ergui o rosto e mirei a mulher da minha vida.

 

-- Bom dia, princesa. – ela disse sorridente.

 

-- Bom dia, meu amor. Como se sente? – perguntei enquanto me acomodava melhor na poltrona.

 

-- Como se um prédio tivesse caído sobre a minha cabeça.

 

-- Não fala mais isso.

 

-- Desculpa?

 

-- Tudo bem.

 

-- Estou um pouco dolorida, a perna tá incomodando um pouco, mas estou bem. Me senti um pouco confusa quando acordei, mas daí te vi aqui do lado, e tudo ficou claro. – falou sorrindo.

 

Ela ainda me mata com esse sorrisinho. – pensei.

 

-- Eu não ganho um beijinho de bom dia? Sei que está faltando um pouquinho de cabelo aqui – disse levando a mão à área da tricotomia – e estou cheia de arranhões e hematomas, mas ainda dou para o gasto, não?

 

-- Você continua linda!

 

Levantei de onde eu estava e me curvei sobre a loira, encostando nossos lábios em um selinho rápido. Quer dizer, teria sido rápido se a loira não tivesse levado sua mão até minha nuca e capturado meus lábios de forma gulosa. Talvez não fosse certo, mas eu ascendi feito uma árvore de natal, e correspondi. Estava sedenta por àquela boca!

 

Quando estava prestes a me lançar sobre aquele leito, ouvimos batidinhas na porta e um pigarrear dentro do quarto. Nos separamos rapidamente e eu me levantei em um pulo.

 

-- Bom dia! Vejo que acordou bem disposta, Adele.

 

-- Bom dia. – Adele e eu respondemos, ignorando a observação irônica da Dra. Carolina.

 

Queria algum lugar para enfiar a minha cara neste momento. A médica ainda nos olhava com um sorrisinho nos lábios e isso estava me deixando extremamente constrangida. Estava tudo errado, estávamos em um hospital e eu estava quase cometendo a loucura de me entregar ao desejo e a saudade, esquecendo até que a loira estava convalescente.

 

Para completar, fomos flagradas pela médica da loira, que nos encarava com um olhar sugestivo e um sorriso maroto. Ah meu Deus, Adele não toma jeito!

 

-- Passei para fazer a sua avaliação e saber como está se sentindo hoje. Alguma reclamação?

 

-- Minha perna as vezes parece que está formigando, coçando, queimando... não sei ao certo.

 

-- Você precisou passar por uma cirurgia, então não é tão incomum o que está sentindo. Sente dores? – inquiria enquanto fazia anotações no prontuário.

 

-- Um pouco.

 

-- Vou aumentar um pouco a dosagem da sua medicação e isso deve resolver.

 

Dra. Carolina permaneceu no quarto por algum tempo. Fez inúmeras perguntas e outras tantas recomendações e orientações, e deixou o quarto logo após examinar a loira.

 

Depois que a médica saiu, Adele começou a fazer graça com o que aconteceu à pouco, me deixando novamente constrangida. Depois disso, ela fez graça com o próprio cabelo e disse que preferia cortar de vez todo o cabelo. “Vai parecer menos estranho assim” – ela disse.

 

Concordei, é claro! Mas não por pensar da mesma forma, mas sei que ela se sentiria melhor assim, e eu, sei que continuaria loucamente apaixonada e encantada por ela da mesma forma. Não seria o seu cabelo ou a falta dele que mudaria as coisas que ela me fazia sentir.

 

Uma enfermeira trouxe o seu café da manhã e ela fez uma pequena careta quando disse “Só porque eu estava morrendo de saudade do seu café”. Tive que insistir em cada colherada que eu levava à sua boca dizendo que era apenas mais àquela, e no fim, ela acabou comendo tudo.

 

-- Eu ainda acho que um boné ou um lenço pode dar um jeito nisso. – comentei brincando enquanto retirava a bandeja vazia de meu colo.

 

-- Ah não, prefiro cortar. Não quero ficar refém de acessórios. Além disso vai ser legal passar a máquina e ver todo o cabelo crescer novamente. Às vezes é bom mudar.

 

-- Te apoio no que decidir, amor.

 

-- É por isso que eu te amo.

 

-- Boba!

 

Apesar de estarmos conversando, notei o quanto Adele demonstrava cansaço. Sei que ela estava se esforçando para não sucumbir ao sono, mas ela estava visivelmente sonolenta. A dose da sua medicação foi aumentada, talvez seja isso.

 

-- Amor? – chamou-me enquanto praticamente se afundava no travesseiro.

 

-- Oi.

 

-- A Zara estava comigo, lá dentro.

 

-- Zara?! – esbugalhei os olhos completamente surpresa.

 

-- Sim. E se não fosse por ela, provavelmente eu não estaria aqui. Tô literalmente devendo a minha vida a ela. Não sei como ela está, tô preocupada com o estado dela... e queria que você me fizesse dois favores.

 

-- Peça.

 

-- Tenta descobrir algo dela, pra onde foi levada, qual é o seu estado de saúde e se tem alguém que possa responder legalmente por ela. Acho que ninguém ta sabendo ainda, provavelmente até Ciro desconheça. E depois, ofereça todo o suporte que ela precisar, todo!

 

-- Pode deixar amor. Meu Deus... – exclamei baixinho.

 

-- Ela é meu anjo da guarda. – sussurrou já se entregando ao sono.

 

Deu um beijinho em sua testa e fui até a minha bolsa. Peguei o celular e deixei o quarto, indo para o corredor. Liguei para Ciro, e este, mesmo tentando disfarçar o tom de voz, deixou transparecer a tristeza, o que deixava claro que ele sabia sobre a parceira.

 

-- Ciro... – hesitei sentindo um leve temor – como a Zara está?

 

Ele suspirou ruidosamente e ficou em silêncio. Apertei os olhos sentindo uma pontada no coração.

 

-- Ciro?!

 

-- Não muito bem. Ela perdeu muito sangue, precisou de um transfusão, fez uma cirurgia um pouco complicada no abdome e agora... agora ela está em coma induzido.

 

­-- Meu Deus! Eu sinto muito, Ciro. – lá estavam novamente as lágrimas.

 

Eu realmente sentia. Sei que no início fiquei meio cismada com Zara, mas com o tempo ela se mostrou uma pessoa especial. Era uma mulher forte, séria, mas eu sabia que por trás daquela feição dura, havia muito mais do que ela deixava transparecer.  O carinho que passei a nutrir por ela surgiu de forma natural, ela e Ciro eram como amigos pra mim.

 

-- Sei que ela ficará bem! Só precisamos esperar, e torcer para tudo dar certo.

 

-- Sim, ela vai ficar bem! Vai dar tudo certo! – era o meu mais profundo desejo.

 

 

 

Continua...

Fim do capítulo

Notas finais:

Oi meninas, tudo bem? Mais um capítulo pra vocês...

Uma ótima leitura!

 

Ah, para quem ainda se pergunta se haverá mesmo uma história/spin off de Zara, a resposta é SIM. Já tenho inclusive o título, e estou dando "forma" a história. Reparem em alguns detalhes que surgirão ainda em Blind!

 

Beijos e até o próximo!


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Comentários para 52 - Capítulo 52:
NúbiaM
NúbiaM

Em: 29/04/2020

Adorei essa história, mesmo não finalizada.

Parabéns! Sempre fico admirada com a criatividade, a forma com que escritoras como você produzem obras como esta, com tamanha naturalidade, capítulos e capítulos, um verdadeiro dom.

Bj

 

Responder

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LeticiaFed
LeticiaFed

Em: 13/07/2019

Oi Bruna! Agora é oficial, estou preocupada contigo... Está tudo bem? Manda notícias nem que seja pra dizer que está sem tempo ou sem inspiração ou qq coisa. Beijo grande!


Resposta do autor:

Oi Leticia! 

Olha, de verdade, fiquei com o coraçãozinho pequeno em saber da sua preocupação. As coisas não andaram como eu gostaria. Eu não contava com as coisas que me aconteceram. Mas agora eu sei que vai ficar tudo bem. Deixei um capítulo (EXPLICAÇÕES) contando brevemente o que me aconteceu. 

 

Muito, muito obrigada pelo seu carinho! De verdade.

 

Mas me conte, como anda a abstinência? Tudo bem com você?

 

Beijo grande amore!

Responder

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Joanna
Joanna

Em: 07/07/2019

Autora cadê você!!!!!!!

Estes romances aquecem nossos corações.

Abr


Resposta do autor:

Oi Joanna! Olha, sei que estou em falta com você, mas eu volto logo, prometo isso. 

P.S.: Me aquece o coração saber que sentiu falta da história.

 

Beijos e até breve!

Responder

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LeticiaFed
LeticiaFed

Em: 30/06/2019

Hei, Bruna, cadê você??? rsrs Sério, menina, ta esperando Zara se recuperar pra nos mandar outro capítulo? Estou oficialmente em abstinência, pode voltar, tá? ;)

Espero que esteja tudo bem contigo, um ótimo final de semana, beijão!


Resposta do autor:

Olá Leticia! 

Estou aqui! Acho que andei fazendo companhia a Zara kkkkk. Mas as coisas estão melhorando. Vixe, crise de abstinência é coisa séria! 

Mas eu volto logo, prometo!

Beijão amore

Responder

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Silvanna
Silvanna

Em: 29/05/2019

"ascendi feito uma árvore de natal..."

Kkkkkkkkkkkk. Incrível como quem amamos tem esse poder sobre nós!

Abr


Resposta do autor:

As vezes acontece de a gente antecipar o natal, não é? Quem nunca?! kkkkk

Pois é, quando dizem que o amor tem poder, não estão brincando, ele realmente tem. Pelo menos quando a gente ama de verdade, dai, coisas que a gente nem mesmo consegue explicar, acontecem! E essa duas, são professoras na arte do amor. 

 

Amo demais essa casal!

 

Um ótimo final de semana amore.

 

Beijos e até o próximo!

Responder

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Brescia
Brescia

Em: 29/05/2019

        Oi mocinha. 

 

Que capítulo sofrido,  ainda bem que Adele conseguiu se comunicar e resgatá-las. Agora é torcer para que Zara se recupere, mas como vc mesma disse,  ela ficará bem. 

 

        Baci piccola. 


Resposta do autor:

Mas é depois da tempestade que bem a calmaria, não é mesmo? Adele foi esperta, e muito, muito corajosa. Eu teria ficado no chão, chorando kkkk brincadeira. Zara vai se recuperar, e vai receber muito amor pra que isso acontece bem rapidinho.

 

Um ótimo final de semana amore!

 

Beijos e até o próximo!

Responder

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Jebsk
Jebsk

Em: 29/05/2019

São ótimas notícias. Adele bem. Vamos ganhar uma história da Zara e só falta pegarem o Edson.

bj

 


Resposta do autor:

Ótimas, com certeza! Adele é coisa de outro mundo, né? Ela vai ficar cada vez melhor. Sim sim, vamos ganhar uma história chamada Jardim de Cores! E Edson ainda tem muita coisa à acertar, não perde por esperar.

 

Um ótimo final de semana amore.

 

Beijos e até o próximo!

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Socorro
Socorro

Em: 29/05/2019

Que bom que Adele tá bem, agora tendo uma enfermeira como a Bia ela vai ficar ótima kk

Que a Zara melhor logo ..


Resposta do autor:

Com uma enfermeira dessa não tem como não ficar bem, não é? Adele é forte, mas nada como carinho e amor pra ficar boa logo, e isso ela tem de sobra! Não é?

 

Zara já já vai nos contar como foi essa aventura!

 

Um ótimo final de semana amore.

 

Beijos e até o próximo!

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alineyung
alineyung

Em: 29/05/2019

Ahh que capítulo fofo...

Tadinha da Zara... é muita personalidade para ser um simples personagem, merece uma história como personagem principal.


Resposta do autor:

Fofo né? Essas duas juntas são assim mesmo!
Dá uma peninha mesmo da Zara, mas vai ficar tudo bem, ela é quase um anjo da guarda de Beatriz e Adele...

Ah, com certeza Zara ainda vai nos contar muita coisa. Jardim de Cores tá ganhando forma!

 

Um ótimo final de semana pra você amore!

 

Beijos e até o próximo!

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