Esconderijo por Lou
Capítulo 6 - A proposta
- Laísa?
Ana Júlia chamou ao notar a inércia da loira, que ainda tentava entender o que tinha se passado ali.
Finalmente Laísa pareceu voltar a si, mas sua cabeça ainda lembrava das coisas ditas por Vitória. Encarou Ana Júlia que a olhava preocupada.
- Primas? - Questionou perplexa. - Será que você pode me explicar isso?
- O que quer que eu te diga? É verdade. Família a gente não escolhe, né?!
Ana Júlia estava com raiva da prima, mas sabia que não tinha o que ser feito, a mulher sempre fizera o que queria e se fosse atrás dela só arrumaria uma briga maior ainda.
- Por qual motivo você esconde isso? Eu tô ficando realmente cansada de descobrir coisas decepcionantes sobre a Vitória a cada dia. - Laísa falou chateada.
- Eu não quero que as pessoas achem que estou aqui por ser prima da Vitória. Se fosse só isso ela já teria me mandado embora há muito tempo, só não o faz por saber da minha competência. - Ana Júlia esclareceu. - Eu simplesmente já desisti dela, sabe? Nem sempre ela foi esse poço de frieza e prepotência, mas eu cansei de tentar procurar nela algum resquício da minha antiga prima.
- Imagino que não, até algumas horas atrás eu sequer conseguia acreditar nessa Vitória maléfica que vocês pregam, ela era outra pessoa comigo.
Ana Júlia abraçou Laísa, era nítida a decepção nos olhos da loira.
- Eu te falei para ficar alerta com a Vitória, Laísa.
- Você acha que devo conversar com ela depois? Quando estiver mais calma talvez. - Laísa perguntou por ter esperança de que aquele tivesse sido um episódio isolado.
- Não acho que ela vá te ouvir. Quando a Vitória coloca algo na cabeça, não tem quem consiga tirar.
- Se é o que você diz, acho que vou dar um tempo. Eu realmente não sei se quero manter qualquer contato com a Vitória que vi aqui alguns minutos atrás.
- Vai ficar tudo bem, Lai. Eu tô aqui pra tudo, ok?
As duas mulheres se abraçaram e saíram da sala de Laísa sem se importar com o que Vitória poderia achar ou falar se as visse assim.
Laísa estava completamente disposta a manter distância de Vitória a partir daquele momento, mas não pôde evitar sentir uma pontada de tristeza ao encarar a morena quando passaram diante de sua sala.
Vitória depois de voltar para sua sala não conseguiu se concentrar em seu trabalho tamanha a raiva que sentia naquele momento. Não estava acreditando que quando se deixava levar por algum sentimento além de desejo sexual algo ruim aconteceria.
Sentia raiva de Laísa por achar que a jovem era uma cínica que estava se beneficiando com aquele romance enquanto se relacionava com outra mulher. E mais raiva ainda de Ana Júlia por não ter respeitado o romance entre ela e Laísa. A morena não conseguia enxergar o quanto estava equivocada naquela situação.
E assim os dias seguiram e duas semanas se passaram. Laísa passou a evitar qualquer encontro com Vitória, ainda que dentro do escritório, e a morena também não a procurou mais.
Ana Júlia já conhecia o temperamento da prima, acreditava seriamente que aquele romance não teria mais futuro e, por isso, decidiu estar ao lado de Laísa, não queria ver sua amiga sofrendo.
Laísa estava em casa, era um sábado de sol, mas a loira não sentia a menor vontade de sair de casa. Escutou o toque de seu celular e mesmo sem ânimo o atendeu.
- Alô? - Sequer havia se preocupado em ver quem ligava.
- Oi, Lai! Tudo bem? - Reconheceu Ana Júlia. - Estou ligando pra te fazer um convite.
- Oi, Naju. Ai, amiga, não sou a pessoa mais indicada para receber um convite hoje. - Falou sincera.
Laísa não estava realmente com vontade de fazer qualquer coisa. Ainda estava de pijama, mesmo já tendo passado da hora do almoço, e ainda não tinha saído de seu quarto naquele dia.
- Eu imagino que não, mas como eu não aceito sua recusa, te dou uma hora para estar pronta e passarei aí para te buscar! - Ana falou não lhe dando escolha.
- Me buscar para que, Ana Júlia? Não quero sair da minha cama.
Laísa resmungou tentando convencer a amiga com seu drama. Mas Ana Júlia não estava disposta a deixar sua amiga chateada o dia inteiro.
- Não venha com desculpa, Laísa. Nós vamos assistir um filme no cinema e comer alguma coisa, só para o sábado não passar em branco.
A loira pensou bem. Não iria ganhar nada ficando trancada em seu quarto o dia inteiro, pelo menos com Ana Júlia iria se distrair um pouco.
- Já que você não me dá escolhas, né?! - Resmungou Laísa.
- Ótimo! Luciano nos encontrará no shopping. Te busco em uma hora.
Laísa terminou a ligação com a amiga e buscou forças para sair da cama. Somente após tomar um banho, a loira percebeu o quanto estava com fome por não ter comido nada naquele dia. Apesar da chateação com Vitória e com a situação de ficar a evitando todos os dias, a loira sabia que não era certo ficar desanimada e se descuidar daquela forma.
No horário combinado, Laísa recebeu uma mensagem de Ana Júlia avisando que já estava a sua espera.
- Minha filha, achei que não sairia daquele quarto hoje. - Sua mãe falou ao vê-la.
- Não estava mesmo com muita vontade de sair da cama, mãe, mas Ana Júlia insistiu em ir ao cinema.
Laísa não havia contado para sua mãe sobre a discussão com Vitória e que estavam afastadas, mas nos últimos dias falava sempre sobre Ana Júlia, de modo que Adriana estava gostando daquela aproximação entre duas, principalmente por ter notado certa tristeza na filha desde o dia em que combinaram de se encontrar após o expediente.
- Ah, que bom, filha! Vai te fazer bem se distrair um pouco e a Ana Júlia parece ser uma ótima companhia.
- Sim, ela é demais, mamãe. Qualquer dia a convido para subir. Agora estou indo, não vou deixá-la me esperando, né?!
Laísa deu um beijo na mãe e partiu ao encontro de Ana Júlia.
Diferente de Vitória, apesar de também ser rica, Ana Júlia dirigia um carro não tão luxuoso e não fazia questão de luxos exagerados, se contentava em viver uma vida confortável.
Ana Júlia viu Laísa chegar sorrindo e retribuiu, estava gostando de estar mais próxima da loira.
Laísa entrou no quarto e deu um beijo no rosto da amiga.
- E então, posso ao menos saber qual filme vamos ver? - Laísa perguntou fingindo estar chateada.
Ana Júlia sorriu, sabendo que Laísa acharia ruim o que falaria a seguir.
- Se eu soubesse, te falaria. - Respondeu e viu Laís revirar os olhos. - Eu só queria te tirar de casa mesmo, lá nós decidimos o filme.
Laísa sorriu já se animando um pouco. Gostava de estar na companhia de Ana Júlia.
Quando as duas chegaram, Luciano já esperava em frente ao cinema.
- Finalmente! Achei que me deixariam uma eternidade esperando! - Luciano falou ao abraçar as duas.
- Deixa de exagero, eu te avisei para sair de casa quando estava buscando a Laísa. - Ana Júlia respondeu.
- Mas eu moro muito mais perto! - Ele triplicou.
- Então deveria ter esperado mais um pouco para sair de casa.
Laísa achou graça da pequena discussão, mas decidiu interromper os amigos.
- Será que as duas crianças podem parar de brigar pra gente decidir o filme?
- Amiga! - Luciano falou de repente, chamando atenção das duas. - Tem um filme de terror que parece ótimo, você vai amar!
Laísa sorriu, pois sempre amou ver filmes de terror, adorava a adrenalina e o suspense dos filmes. Mas Ana Júlia não curtiu muito.
- Primeiro, hoje você está mais gay que o normal. - Falou implicando com Luciano. - E, segundo, com certeza não vamos assistir filme de terror.
Luciano olhou para Laísa e ela assentiu com a cabeça, entendendo o amigo.
- Bom, querida, são dois contra um, então vai ser filme de terror sim! - Luciano comemorou.
- Ah, gente, eu não gosto. Sempre sonho a noite.
Ana Júlia resmungou e os dois riram.
- Uma mulher de 30 anos sentindo medo de filme de terror? - Laísa questionou.
- 27 anos! - Ana Júlia respondeu emburrada.
Apesar dos apelos de Ana Júlia, decidiram por assistir o filme de terror mesmo, já que não se animaram com nenhum outro que estava em cartaz.
Luciano e Ana Júlia foram comprar alguns doces enquanto Laísa comprava os ingressos.
Luciano comprou um milkshake de banana para a amiga pois sabia que ela gostava.
- Para você, é de banana! - Falou ao entregar para Laísa.
- Obrigada, Lu! Ana, você vai comer isso tudo em menos de duas horas de filme? - Ela questionou chocada com a quantidade de chocolates que a amiga trouxera.
- Você vai tomar milkshake de banana, Laísa! Você se alimenta como uma idosa. - Replicou.
- Melhor do que me alimentar como uma criança de 5 anos, né?!
- O pior de tudo é ter esse corpo e essa bunda comendo desse jeito. - Luciano falou indignado.
- Será que dá pra gente entrar na sala e vocês pararem de me perturbar? - Ana Júlia perguntou ranzinza. - Já basta eu estar sendo obrigada a assistir filme de terror.
Os dois gargalharam da amiga, que ainda estava inconformada.
Ana Júlia prestou atenção somente nos trailers anteriores ao filme. Assim que começou efetivamente o filme de terror, ela escondeu o rosto do pescoço de Laísa e ali permaneceu.
Laísa sentiu um leve arrepio por sentir a respiração quente da amiga em seu pescoço, mas estava prestando atenção no filme e não deu muita importância para aquilo.
Ana Júlia gostou do perfume que emanava de sua amiga, acabou relaxando e dormindo sem assistir o filme.
Quando subiram os créditos, indicando o final do filme, Laísa olhou para Luciano e os dois acabaram rindo de Ana Júlia, que acordou de repente.
- O que foi? - Perguntou meio perdida.
- Você dormiu o filme inteiro, Naju! - Laísa reclamou.
- Ah, pelo menos assim eu não vou sonhar a noite.
Laísa sorriu pois achou fofo o modo como sua amiga falou. Às vezes, Ana Júlia parecia mais uma criança grande.
Os três saíram do cinema e as duas mulheres seguiram para uma pizzaria, Luciano não as acompanhou pois tinha um compromisso.
Estavam comendo e conversando felizes quando Laísa escutou o toque de seu celular. Atendeu a ligação de sua mãe, que lhe deu uma péssima notícia.
Quando a loira desligou a ligação, já estava em desespero.
- Preciso ir, Ana Júlia! - Falou já se levantando.
- O que houve, Laísa? - Ana perguntou preocupada.
- É o meu pai, ele está no hospital, não entendi muito bem mas ele passou mal. - Laísa respondeu. - Eu preciso ir agora, mas depois lhe conto tudo.
- Não, Laísa, espera aí. Vou pagar a conta e te levo até o hospital.
Laísa estava tão nervosa que sequer retrucou, seria melhor que Ana Júlia a levasse, assim chegaria mais rápido.
Ana Júlia pagou a conta com pressa e as duas partiram para o hospital. O caminho foi feito em silêncio. Laísa estava preocupada com seu pai, sabia que sua situação era delicada demais.
Assim que as duas chegaram ao hospital, encontraram Adriana na sala de espera da UTI.
- Mãe! - Laísa exclamou ao vê-la. - O que houve? Como ele está?
Ana Júlia permaneceu mais afastada, querendo dar privacidade as duas.
- Oi, filha. Ele está bem agora, os médicos acreditam que ele teve uma arritmia, então vai ter que ficar na UTI e fazer mais uma bateria de exames. - Sua mãe explicou mostrando cansaço.
- Será que a situação dele se agravou, mãe? - Laísa perguntou chorosa.
- Eu espero que não, meu amor. Vamos ter fé que tudo isso não passará de um susto.
Adriana estava tentando passar otimismo para sua filha, mas ela mesma estava muito preocupada com a situação de Marcelo.
Laísa finalmente lembrou que Ana Júlia estava ali com ela e a chamou para que se aproximasse.
- Mãe, essa é Ana Júlia. Ana, essa é minha mãe, Adriana. - apresentou as duas.
- Muito prazer, Adriana. É uma pena nos conhecermos nessas circunstâncias, mas tenho certeza de que logo tudo estará bem.
- O prazer é meu, Ana Júlia. Tenho certeza que num próximo encontro as coisas estarão melhores.
Laísa sorriu para as duas, mas ainda estava muito preocupada.
- Mãe, cadê minhas irmãs? Elas já sabem? - Laísa perguntou.
- Lavínia está aqui no hospital, veio às pressas e acabou trazendo os meninos junto, então foi levá-los até a lanchonete. E Larissa deve estar vindo para cá também.
As três mulheres permaneceram conversando enquanto aguardavam alguma notícia. Logo, Lavínia chegou com seus filhos e se juntou a elas. Para dar um pouco de privacidade a família, Ana Júlia iniciou uma brincadeira com as crianças e as distraiu, para que as três conversassem melhor.
Lavínia que não era nada boba, aproveitou quando Ana Júlia saiu de perto para provocar a irmã.
- E essa gata aí, Laísa? Ultimamente você está realmente se superando, hein.
Laísa teve que rir do comentário da irmã, que mesmo naquela situação não perdia a oportunidade de provocar e fazer piadas.
- Deixa de bobeira, garota. A Ana é uma amiga muito especial, não temos nada.
- Então você é meio burra, minha irmã. Uma mulher dessa ai até eu daria uns beijos!
Adriana gargalhou da cara que Laísa fez ao escutar aquele comentário.
- Lavínia, cala a boca. - Pediu, apesar de sorrir. - Eu, hein!
- Bom, Pedro e Théo pelo visto já aprovaram Ana Júlia. - Adriana apontou para os meninos se divertindo com as brincadeiras de Ana.
- Ah, mamãe, você também não! Tchau para vocês.
Laísa se afastou e foi para perto das crianças, entrando na brincadeira e se distraindo um pouco.
Algum tempo depois, o médico que cuidou de seu pai chegou para dar notícia as mulheres. O médico confirmou que o pai de Laísa tivera arritmia cardíaca e que ficaria na UTI enquanto realizaria novos exames para saber se sua situação estava se agravando.
- Filhas, acho melhor vocês irem para casa! Eu poderei ficar como acompanhante do Marcelo, mas vocês só poderão vê-lo amanhã mesmo, não tem motivo para passar a noite aqui.
- Tá bem, mãe. Mas diga ao papai que amanhã estaremos aqui. - Laísa pediu.
- Isso, e qualquer coisa nós dê notícias, mãe. - Lavínia acrescentou. - Meninos, vamos?
Lavínia chamou atenção dos filhos que ainda brincavam com Ana Júlia e os três se aproximaram das mulheres. Laísa aproveitou para apresentar Ana Júlia para sua irmã.
- Bom, vou chamar meu uber. Estava tão nervosa quando mamãe me ligou que não achei prudente dirigir. - Lavínia falou.
- Eu posso levar vocês, já vou deixar a Laísa em casa mesmo. - Ana Júlia ofereceu solícita.
- Imagina, não quero dar trabalho. Um uber chega aqui rapidinho.
- Eu faço questão, não me custa nada. E as crianças vão gostar mais de ir comigo, não é? - Perguntou diretamente aos garotos que concordaram animados.
- Parece que sou voto vencido. - Lavínia falou sorrindo. - Eu aceito sua carona então.
Todos se despediram de Adriana, que passaria a noite com o marido no hospital. O caminho até a casa de Lavínia foi regado de brincadeiras e risadas. Pedro e Théo se deram muito bem com Ana Júlia, que também era apaixonada por crianças.
- É esse prédio a direita. - Lavínia apontou assim que chegaram. - Muito obrigada por ter nos trazido, Ana. Vamos, meninos? Deem tchau para sua tia e para Ana.
- Tchau, tia Lá! Tchau, tia Ju! - Os dois falaram em uníssono, fazendo as mulheres sorrirem.
- Tia Ju? - Laísa perguntou assim que ficaram sozinhas no carro. - Parece que alguém já conquistou mesmo meus sobrinhos.
- Eu amo crianças, conquisto todas com meu charme. - Ana Júlia fez Laísa sorrir com aquele comentário convencido. - Ei, você não quer ir para minha casa? Pra não passar a noite sozinha.
- Obrigada, Naju, mas eu prefiro ir para casa mesmo. Minha irmã deve chegar de viagem e ir direto para lá, vou esperar por ela.
- Tudo bem, mas qualquer coisa você sabe que pode contar comigo, né?
- Eu sei! Você é um anjo que apareceu na minha vida.
- Eu sei! - Ana Júlia afirmou enquanto dava partida no carro.
Laísa sorriu novamente. Ficar perto de Ana Júlia sempre lhe fazia bem.
No domingo a loira foi com Larissa visitar seu pai. Era visível que o homem estava abatido e exausto. Laísa sentia tristeza profunda por ver o pai naquela situação.
Ana Júlia fez questão de ligar e se oferecer para o que Laísa precisasse, mas a loira disse que estava tudo bem.
Marcelo fez uma bateria de exames na segunda feira e alguns demoraram 24 horas para ter um resultado.
Na terça feira, Laísa estava na cozinha do escritório com Luciano quando sua mãe ligou dando notícias. As notícias não eram boas, segundo os exames, os médicos acreditavam que o coração de seu pai não aguentaria por muito mais tempo, pois estava muito debilitado. Marcelo precisava de um transplante o quanto antes.
- Amiga, eu sinto tanto por você. Que situação horrível! - Falou Luciano ao abraçar Laísa.
- Meu pai não merece passar por isso, Lu! - A loira afirmou deixando as lágrimas caírem. - É tão ruim não pode fazer nada para ajudar, sabe?
Luciano sabia o quanto sua família era importante para Laísa. Queria poder ajudar de alguma forma, mas todos estavam de mãos atadas.
- Eu sei, amiga. Mas vamos ter fé que seu pai vai aguentar e logo, logo um doador aparecerá.
- Eu estou com tanto medo de perdê-lo, Lu.
Antes que Laísa continuasse falando, a porta da cozinha fora aberta e os dois se surpreenderam quando Vitória passou por ela.
Vitória notou o clima no lugar e percebeu as lágrimas no rosto de Laísa quando olhou para ela.
- Está tudo bem por aqui? - Perguntou curiosa.
Laísa se levantou enxugando as lágrimas, não queria demonstrar fraqueza na frente de Vitória.
- Sim, está tudo bem. Com licença?!
Vitória sentiu o perfume da loira assim que ela passou ao seu lado e não pôde evitar sentir uma pontada de saudade. Mas naquele momento estava mais preocupada com o que tinha visto, afinal, nunca vira Laísa naquele estado.
- Luciano, venha comigo até a minha sala.
Luciano assentiu e seguiu a chefe, sem fazer a menor ideia do que a morena queria falar com ele.
- Sente-se! - Vitória ordenou quando entraram em sua sala. - O que houve com a Laísa? O que a deixou naquele estado?
Luciano se surpreendeu com aquelas perguntas. Não imaginou que sua chefe se preocuparia com Laísa.
- Olha, Vitória, é um assunto pessoal da Laísa. Acho que você deveria perguntar a ela.
Pela cara que Vitória fez, Luciano percebeu que desagradou a chefe.
- Se eu quisesse perguntar para Laísa teria chamado ela até aqui. Agora me responda!
Luciano sabia que sua chefe não hesitaria em tomar uma atitude drástica se ele negasse o que ela queria. Resolveu contar, sabendo que Laísa lhe perdoaria por isso.
- Laísa está com problemas familiares. - Vitória continuou esperando. - Seu pai descobriu uma doença cardíaca e está à espera de um transplante. Mas os médicos não sabem se ele vai conseguir aguardar por muito tempo até encontrarem um doador.
Vitória ficou surpresa com o que ouviu. Havia passado um tempo significativo com a loira nos dias em que iam juntas para o escritório e almoçavam na companhia uma da outra e Laísa nunca tocara no assunto.
- Obrigada! Agora você já pode ir.
Luciano ficou espantado com a frieza da mulher, mas acatou sua ordem.
Vitória ficou pensativa a respeito do que soube. Tinha dinheiro mais do que suficiente para levar o pai de Laísa para o exterior e lhe dar o melhor tratamento de todos. Mas não tinha motivos para tal ato depois do que aconteceu entre elas.
Depois de pensar muito, Vitória teve uma ideia. Sentia saudade de estar com Laísa, mesmo com raiva, então achou que poderia tirar proveito disso caso oferecesse sua ajuda.
Laísa atendeu o telefone de sua sala e a secretária lhe informou que Vitória a esperava em sua sala. Estranhou, pois a mulher não lhe dirigia a palavra há semanas.
- Pois não, Vitória? - falou ao entrar na sala da chefe.
- Sente-se, Laísa. Tenho uma proposta para te fazer.
Laísa ficou surpresa, não fazia ideia de onde Vitória queria chegar. Sentou e esperou que a chefe continuasse.
- Eu já estou sabendo do estado de saúde do seu pai e, como você sabe, tenho condições suficientes para dar o melhor tratamento a ele.
- Sim, mas por qual motivo você está me falando isso? - Laísa perguntou desconfiada.
- Pois então, tenho uma proposta. - Falou sorrindo e encarando Laísa. - Eu arco com todas as despesas para o transplante do seu pai com os melhores médicos do mundo, mas vou querer uma coisa em troca.
- E o que seria?
- Você!
Fim do capítulo
E ai, o que vocês acham dessa proposta da Vitória? rs
Volto logo.
Bjs,
Lou.
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rhina
Em: 18/10/2019
Oi
Boa noite
Realmente
De fato.....
A história roda em torno de uma Vitória passado e uma Vitória presente.......e Laisa como ponteiro......
Mas com toda emoção do meu coração...... Laisa e Ana Júlia aquece de uma maneira.....elas juntas é uma paz.....um bem estar.... É um gosto de quero mais ..... Que claro não vai acontecer
Então vou logo tratando de não criar nem uma minima ilusão
Rhina
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Brescia
Em: 17/05/2019
Oi mocinha.
Estou gostando muito do casal Laju, mas como não mandamos nos nossos corações e é a senhorita que escreve(rs) , não irá acontecer.
Eu sei que descobriremos o que fez com que a Vitória ficasse assim, mas mesmo movida pelo ciúme não pode se comportar assim.
Baci piccola.
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