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  • S.O.S Carolina - 2ª Temporada
  • Capítulo 34 - Dúvidas

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S.O.S Carolina - 2ª Temporada por Cris Lane

Ver comentários: 7

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Palavras: 3841
Acessos: 5775   |  Postado em: 08/05/2019

Capítulo 34 - Dúvidas

            Carolina chegou em casa destruída, o peito doía como no dia em que recebeu o telefonema de Ângela terminando o relacionamento com ela, não sabia qual seria sua reação, mas não imaginava que sentiria tanta raiva da covardia da ex-noiva. Sentou no sofá e se jogou no encosto como se precisasse urgentemente de um apoio para não cair. As lágrimas que ainda teimavam em escorrer, temperavam de sal sua boca, sua dor, antiga amiga estava de volta, mais de dois anos depois, o amor também estava de volta, tão forte como antes, rever Ângela foi um acalanto para seu coração, mas o turbilhão que tomou conta de seus sentimentos não permitiu que elas construíssem uma conversa mais calma. Carolina apenas despejou suas frustrações sobre a residente como se pudesse livrar sua alma de um peso que carregou por muito tempo.

            No celular de Carolina, várias ligações e mensagens das amigas e da própria Ângela que nunca tirou o número da ex-noiva da agenda. Depois que Carolina deixou seu quarto, ela teve certeza que nunca mais teria nenhuma chance de compartilhar sua vida com a médica, sentia a mágoa que Carolina transparecia, que ela gritou durante o encontro. Ângela chorava suas dores, segurou aquela aliança na sua mão com o cordão arrebentado de Carolina pendurado, sentia dores na alma, voltou ao Brasil para resolver a vida, os problemas de Vera já estavam acontecendo a meses, desde que uma das denúncias foram para a justiça comum, e a polícia começou a investigar a clínica, sua mãe ligou desesperada implorando para que ela voltasse de Londres para assumir a clínica.

            Seu pai estava sendo investigado pela Polícia Federal, sua empresa estava sob intervenção, o caos estava formado, tudo acontecendo ao mesmo tempo, resolveu voltar a contragosto. Estava pensando em fixar residência em Londres e não voltar mais ao Brasil, estar aqui significava estar perto de Carolina e sabia que não resistiria em procurá-la, mas não esperava que fosse tão rápido. Não sabia como ela descobriu que ela estava de volta, mas lembrou da matéria no jornal, a qual citava seu nome e o seu retorno, com certeza a cardiologista assistiu ao jornal.

            Quando chegou encontrou Vera desesperada, tentando manobras para tirar a culpa dos acontecimentos de sua clínica e de si, preparava uma fuga para o exterior e queria que Ângela ficasse em seu lugar na clínica para continuar os atendimentos. Ao que Ângela se recusou imediatamente. Estava decidida a mudar os rumos de sua vida e não aceitaria mais os desmandos de Vera, passou mais de dois anos longe de casa e longe de Carolina, repensou suas decisões e viu na fraqueza de sua mãe a oportunidade de virar o jogo.

 

 

 

Flashback on

 

 

 

 

            Ângela desembarcou no Brasil depois de muitas horas de um voo cansativo e turbulento, estava exausta, teve que fazer conexões e levou mais que o tempo normal para terminar a viagem. Não tinha ninguém a esperando no aeroporto, não avisou que viria, queria chegar sem ser notada, apenas tinha a intenção de resolver alguns problemas com a família e talvez procurar Carolina, mas não sabia se estava pronta para dar esse passo.

            Tomou um taxi e deu seu endereço, há tanto tempo longe de casa, olhava as pessoas pelo caminho, o calor que sentia pelo clima mais tropical já a incomodava debaixo das roupas de inverno que usava.

             Abriu a porta da cobertura e entrou carregando duas malas grandes, colocou aos pés da escada e foi retirando algumas peças de roupa que vestia, a echarpe, uma blusa de manga comprida, ficando apenas de camiseta, e o cinto ficaram sobre uma das malas.

            Observou aquela sala, lembrou de cada momento que passou dentro daquele apartamento, das discussões com Vera, do descaso de seus pais, das longas horas de solidão que viveu dentro daquelas paredes, ouviu vozes vindo do escritório e resolveu entrar revelando sua chegada. Vera se assustou com a presença de Ângela em casa, não recebeu nenhum aviso sobre sua viagem.

 

 

 

-- Ângela?

 

 

            Vera estava no escritório da cobertura onde morava, a moça entrou e cumprimentou todos que estavam com sua mãe e a ela apenas cedeu seu olhar magoado.

 

 

-- Boa noite a todos. – Não sorriu --

 

 

-- Boa noite.

 

 

-- Menina Ângela! – Mara foi até ela –

 

 

            Mara era a secretária da casa, criou Ângela, já que Vera estava sempre ocupada, ela era o que chegava mais perto de uma figura materna para a moça, e recebeu um abraço saudoso, debaixo do olhar reprovativo de Vera.

 

 

-- Por que não disse que chegava hoje? Eu preparava alguma coisa especial pra você. – Acariciava o rosto de Ângela – Olha como está magra! Lá naquele lugar longe não tem comida não?

 

 

            Ângela riu e a olhou com uma ternura que não sentia pela mãe.

 

 

-- Tem sim, Mara, mas nenhuma é igual à sua. – Beijou sua bochecha –

 

 

-- Eu vou fazer um sanduíche pra você, deve estar morta de fome.

 

 

            A senhora saiu e deixou as duas se encarando, junto a Vera estavam seus advogados e seu pai. Nenhum dos dois esperava a presença da filha naquele momento tão atribulado.

 

 

 

-- Minha filha, por que não disse que viria? – Pedro Paulo levantou –

 

 

 

-- Por que eu não devo mais satisfação a ninguém. – Sustentava o olhar em Vera --

 

 

 

-- Isso é jeito de falar com seu pai? – Vera reclamou –

 

 

 

-- Eu falo como eu quiser! Vocês dois nunca foram pais pra mim, eu fiquei dois anos fora, e algum de vocês se preocupou em me ligar pra saber se eu estava bem?

 

 

 

            O clima não era dos melhores, os advogados que estavam resolvendo as questões dos processos contra os dois ficaram desconfortáveis, e resolveram dar uma pausa à reunião.

 

 

-- Pedro, nós vamos esperar lá fora.

 

 

 

-- Ok. Já chamo vocês de volta.

 

 

 

            Depois que saíram da sala e a porta se fechou, toda raiva que guardou por aquele tempo que ficou longe foi jogada sobre a mesa.

 

 

-- Agora me liga mandando eu voltar porque você está toda cagada com a polícia. Você matou duas pessoas! Não sente remorso? Se não foram mais, só que dessa vez a família buscou ajuda no lugar certo né. – Cruzou os braços --

 

 

-- Isso não te diz respeito, já que você veio, vai assumir a clínica, eu estou saindo do país amanhã, não posso ficar ou vão me prender.

 

 

-- Saída covardona pela esquerda! – Ria – Vai pra onde? Qual país que não tem lei de extradição? – Segurou o queixo fingindo estar pensando – Deixa eu ver, Camarões, Indonésia?

 

 

-- Cala a boca Ângela, não brinca com isso que eu estou falando sério, você amanhã começa na clínica, eu vou passar lá apenas pra pegar um valor em dinheiro que está no cofre da minha sala e vou direto para o aeroporto.

 

 

-- Não conte comigo, por mim sua clínica pode fechar. Vocês dois arruinaram minha vida, e eu não vou mover uma palha para livrar sua cara.

 

 

-- Você nos deve respeito! – Vera voltou a repreender –

 

 

 

-- Respeito se conquista, senhora Vera de Miranda! E você sempre me teve debaixo do seu comando por medo, e não respeito, eu morria de medo de você, do que você poderia fazer comigo, das coisas horríveis que você fazia com as pessoas, e até com meu pai. – Apontou para o pai – Ele também sempre foi seu cachorrinho dizendo amém pra tudo que você falava.

 

 

-- Olha como você fala.

 

 

 

-- Olha você! Olha pra você agora! Quer dizer que toda sua empáfia era uma máscara! – Riu – Fui punida por minha mentira, mas minha mentira nunca matou ninguém!

 

 

 

-- Ângela para. – Levantou –

 

 

 

 

-- Ou o que? – A desafiou -- O que você vai fazer pra me ameaçar dessa vez? Vai me denunciar também?

 

 

            Vera ficou calada, Pedro apenas observava o embate entre a mulher e a filha, também era uma vítima dos abusos da mulher, ele sempre aceitava tudo o que ela impunha, conhecia a ira da esposa, e nunca fazia nada para contrariar suas vontades, mesmo sabendo que poderia prejudicar a filha ou qualquer pessoa. Tornou-se um homem submisso e apático, sem vontade própria. Até na empresa sofria com as imposições de Vera, sempre visando muito dinheiro e poder.

            Ângela continuava a descarregar sua raiva e suas frustrações sobre a mãe, era hora de dar a volta por cima e tomar as rédeas de sua vida.

 

 

-- Agora não né, está precisando de mim, eu nunca imaginei que sua obsessão em me formar em plástica era porque você nunca teve licença para operar. – Riu – Pois é mamãe, a casa caiu.

 

 

 

-- Não fale assim comigo, tudo o que você tem hoje é por causa do que eu fiz. – Bateu no peito --

 

 

 

-- Não, tudo o que eu tenho hoje é porque eu corri atrás, eu estudei e trabalhei, nunca esbanjei seu dinheiro, e meu pai também me sustentou, apesar de que, até o seu dinheiro veio de suborno e propina. —Olhou para o pai -- Eu tenho pena de vocês dois, dois patéticos!

 

 

 

-- Por que você voltou, se não quer assumir a clínica?

 

 

 

-- Pra ver a sua queda de perto! E retomar a minha vida de onde eu parei.

 

 

 

-- Você não vai procurar aquela mulher, eu acabo com a vida dela.

 

 

 

 

-- De onde? Da cadeia? Você não acha que a polícia já não sabe que você está saindo do país? Eles sabem de tudo.

 

 

 

-- Dessa vez não, está tudo certo, amanhã você assume a clínica, e não se fala mais nisso.

 

 

 

-- Não, mamãe, agora você assume seus erros. – Apontou para a mãe – E você pai, se tivesse um pouco de amor próprio, já estaria longe daqui, afinal de contas, quantos presidentes o conselho de medicina já teve, dona Vera?

 

 

 

 

            Ângela saiu do escritório decidida, pegou suas coisas e foi para o quarto, jogou as malas em um canto e se jogou cansada sobre a cama, pensou que não deixaria Vera sair sem pagar pelos seus crimes, pegou o telefone e ligou para a polícia federal, deu a informação que Vera planejava fugir, e no dia seguinte às seis horas da manhã, a polícia bateu na porta do condomínio e prendeu Vera antes que ela conseguisse viajar usando um nome falso.

            Ângela desceu e ficou observando a movimentação dos policiais e a aglomeração de alguns repórteres que chegaram junto com as viaturas, sorriu vitoriosa com a sensação de fazer sua mãe pagar pelos crimes que havia cometido ao longo de sua vida, ela não imaginava que haviam tantas denúncias contra sua mãe, tudo estava sendo investigado e ainda teriam muitas coisas por surgir.

            Durante o dia teve que prestar depoimento, foram horas exaustivas na delegacia, para chegar em casa à noite e encontrar vários advogados e diretores da clínica em sua casa conversando com seu pai, só queria tomar banho e dormir. Mas recebeu a visita de Carolina, quando ouviu o nome da cardiologista ser anunciado por Mara, ela quase desmaiou pela emoção de estar na frente da mulher que ela ainda ama, segurou a aliança no cordão e respirou fundo, não sabia como seria reencontrar Carolina depois de tanto tempo, pensou em recusar sua entrada, mas no pior dos cenários, ela já estava ali, então, por que não aceitar conversar com ela? Estava com saudades, mesmo que fosse para ouvir todas as mágoas que Carolina pudesse despejar sobre ela, só queria vê-la, ouvir sua voz novamente, sentir seu cheiro e estar perto dela, o simples fato de respirar o mesmo ar já teria valido a pena.

            A ansiedade quase tomou conta de si enquanto esperava que a cardiologista vencesse todos os andares até chegar na cobertura. Não aguentou esperar e foi para o corredor, parou em frente ao elevador com medo de Carolina desistir de entrar e quando a viu no momento que as portas abriram foi um torpor dominando seu corpo.

            Até a conversa que não foi nada boa terminar, seu peito parecia que iria explodir e ainda estava se sentindo assim.

 

 

 

Flashback off

 

 

As duas estavam destruídas, cada uma em um lado da cidade, rever seu grande amor, sentir e estar tão perto, mas tão distantes pela mágoa deixada era uma tortura tão grande quanto o tempo que ficaram separadas.

 

 

*****************

 

 

 

No dia seguinte, Carolina chegou no hospital abatida, toda aquela dor que estava escondida debaixo do tapete foi revirada, o tapete não existia mais, foi retalhado depois da conversa com Ângela na noite anterior, o amor que sentia ainda estava lá, tão presente quanto no dia em que recebeu aquele anel. Levou a mão ao peito como fazia de costume e ele não estava mais lá, lembrou que devolveu a aliança à Ângela e sentiu o peito vazio, de alguma forma aquele pingente era um elo que ela mantinha com a ex-noiva, e agora não estava mais lá.

Apesar de ter deixado claro que não poderia mais retomar aquele relacionamento, não era esse o sentimento que a preenchia, estava sofrendo novamente, agora por estar em uma dúvida que tirou seu sono durante toda a noite, perdoar Ângela e arriscar-se novamente naquele amor, ou se forçar a esquecê-la e deixar a vida trazer novas aventuras e se permitir se aventurar nos braços de outra mulher.

Entrou em seu consultório e tinha um buquê de flores sobre sua mesa, estranhou aquele presente, mas na mesma hora pensou em Ângela. Respirou fundo e caminhou lentamente até alcançar o cartão, abriu e viu a letra de Ângela exatamente como ela tinha feito da vez em que brigaram por causa de Samantha.

 

 

 

-- Perdoa! Angel.

 

 

 

Carolina não podia simplesmente perdoar, era muita mágoa, muita dor, mas também era muito amor. Não imaginou que reencontrá-la seria tão intenso, pensou que a odiaria, mas isso também não aconteceu, sentou-se em sua cadeira e ficou observando as rosas dispostas sobre sua mesa, o odor leve e gostoso que elas exalavam lhe traziam boas lembranças, do dia em que fizeram as pazes depois daquela briga. Lembrou do toque de Ângela, dos beijos, o cheiro, tudo estava tatuado em sua memória, apesar do tempo em que ficaram distantes, tudo era muito presente.

Colocou as flores sobre uma bancada que tinha no consultório e começou o seu dia, atendeu seus pacientes, fez uma cirurgia e evitou encontrar com as amigas, sabia que seu estado de espírito iria chamar a atenção delas e não estava preparada para falar sobre Ângela ainda. À tarde voltou ao consultório para fazer a seleção para o novo programa de residência que estava preparando para começar no Hospital Matriz, tudo estava voltando ao normal, ou não.

Raquel chegou ao seu consultório e entrou sem bater, sabia que naquele horário, Carolina geralmente estava sozinha cuidando de alguma burocracia, sentindo falta da amiga durante o dia, foi atrás dela e logo viu as flores dispostas sobre a bancada, e tratou de implicar com a amiga.

 

 

 

-- Olha só, ganhou flores! Foi uma certa administradora gata de um hospital que eu conheço ou algum paciente velhinho que você consertou o coração? – Sentou-se em frente à Carolina –

 

 

 

Carolina olhou por cima dos óculos – Raquel me deixa!

 

 

 

-- Ah, não acredito! – Levantou-se – Foi mulher! – Correu e foi mexer no cartão – Eu sabia!

 

 

 

-- Raquel, deixa isso aí! – Levantou-se atrás –

 

 

 

            Raquel pegou o cartão e abriu, ao ler, percebeu que não era de Tais, a assinatura de Ângela a fez deixar o queixo cair. Ela estava de volta, e por isso Carolina estava com o semblante tão carregado naquele dia. Entendeu por que a amiga estava evitando qualquer contato com as três diretoras do hospital.

 

 

 

 

-- Carol, é de Ângela?

 

 

 

            Carolina tomou o cartão da mão da amiga e suspirou derrotada, não tinha como negar, era dela, a mulher que ela amava. Raquel descobriu seu segredo, e agora teria que contar e reviver toda discussão.

 

 

 

-- Sim.

 

 

            Voltou para sua cadeira e se sentou, estava perdida, sem saber o que fazer, seu coração pedia desesperadamente para que ela a perdoasse, mas sua razão a impedia de tomar qualquer atitude.

 

 

 

-- Carol, ela voltou? Ela está no Rio? – Sentou-se à frente de Carolina novamente --

 

 

-- Está, eu fui à casa dela ontem.

 

 

-- Como assim? Me conta esse babado!

 

 

 

            Carolina contou o que aconteceu na noite anterior e como sua cabeça estava confusa, não tinha confiança mais em Ângela, tinha medo de que a qualquer momento ela se submetesse novamente à mãe. Mas que ela a amava ainda, e quando a viu seu coração quase saiu pela boca.

 

 

 

-- Raquel, parecia que não tinha passado nenhum dia, era como se fosse o dia em que ela me pediu em casamento. – Fechou os olhos -- Eu queria tanto odiá-la, mas não foi isso que aconteceu.

 

 

-- Você ainda a ama muito, né. – Sorriu em compaixão --

 

 

           

            Carolina pensou um pouco, queria dizer que não, que tudo o que sentia era passado, mas não podia, não era verdade, tinha guardado aquele amor por quase dois anos, e ele estava tão vivo que ele quase poderia respirar, ela sentia que sufocaria se não confessasse que ele ainda estava lá.

 

 

 

-- Amo. – Jogou uma caneta sobre a mesa – Amo mais do que eu gostaria. – Lágrimas brotavam em seus olhos --

 

 

 

            Dizer que ainda a ama foi como se tirasse todo o peso que carregou, enquanto tentava se convencer do contrário, não tinha outra opção, ela amava Ângela como no primeiro dia em que a viu no hospital.

 

 

 

-- Então vai atrás dela, vocês já perderam muito tempo. Já parou pra pensar que ela também sofreu horrores com tudo isso? Ela foi ameaçada, naquela época ela se sentiu acuada, dá um crédito pra menina.

 

 

 

-- Eu quero, mas eu tenho medo. Quem me garante que ela não vai ceder aos caprichos da mãe outra vez?

 

 

 

-- Ninguém pode te garantir isso, amiga. – Raquel debruçou sobre a mesa -- Carol, você já aprendeu como é viver uma dor de cotovelo, agora se acontecer de novo, você vai tirar de letra. – Deu de ombros –

 

 

 

-- Você está de brincadeira, né. – Levantou –

 

 

 

-- Não, eu estou falando sério, -- Acompanhou a amiga com o olhar -- você sofreu pra caralh*! Mas não sabia lidar com isso, agora você sabe, sabe que não é o fim do mundo, você sobrevive. Vai viver sua vida! Se ela te faz feliz, vai atrás dela! – Enfatizou suas palavras – Naõ seja tão teimosa, nem se cobre tanto, amiga.

 

 

 

-- Foram dois anos Raquel, dois anos sem nenhuma notícia, sofrendo calada, e agora ela aparece e eu vou sair correndo como um cachorrinho adestrado?

 

 

 

-- Você já não fez isso ontem? – Cruzou os braços –

 

 

 

            Carolina percebeu que realmente tinha corrido atrás de Ângela assim que soube que ela estava no Rio, sem nem pensar se a encontraria ou não, só saiu em disparada atrás daquela que ela tanto amava, caminhou pela sala sem conseguir controlar sua ansiedade. Raquel apenas observava a inquietação da cardiologista.

 

 

-- Carolina, eu só quero o seu bem e sei como você ficou longe dela, pra que insistir com essa distância? Conversa com ela, deixa claro suas dúvidas, que não será fácil reconquistar sua confiança, mas não desiste, depois você vai se arrepender por não ter tentado. Ela não te traiu, ela não te sacaneou, o que ela fez foi tentando te proteger, pode ter sido uma escolha ruim, mas ela te ama, ela também sofreu, aposto que ela voltou para aproveitar esse momento de fraqueza da mãe para tentar lutar contra ela.

 

 

            Carolina parou de frente para a janela e ficou observando o movimento da rua fora do hospital, Raquel se levantou e a abraçou, beijou seu rosto e ficou assim um tempo, enquanto Carolina ponderava se iria ou não procurar Ângela. As palavras de Raquel a encorajando eram muito fortes, a dúvida era muito presente, tentava organizar as ideias para tomar uma decisão.

           

 

 

-- Carol, seja feliz! – Disse baixinho em seu ouvido -- Você já sofreu demais, não tem motivos pra você ficar se amarrando desse jeito, dessa vez você pode escolher entre ficar sofrendo em depressão ou sair dessa fossa e ser feliz de novo. Vai atrás da sua mulher. – Apertou o abraço -- Você deu tantas chances pra Samantha que fez coisas muito piores, por que não dar uma chance pra Ângela?

 

 

 

            Raquel insistiu e Carolina sentiu o peito encher de amor, estava com saudades de Ângela, no fundo a neurologista tinha razão, pra que se machucar mais? Pra que lutar contra aquele sentimento que não foi embora mesmo tantos anos depois? Não fazia sentido, pelo menos ela buscaria sua felicidade, e não tinha como ser feliz sem sua menina.

            Foram tantas tentativas de buscar a felicidade onde ela não estava, e agora seu amor voltou, por mais que tenha doído conviver com sua ausência, Carolina começava a aceitar que ela queria proteger sua carreira, abdicou da própria vocação como cardiologista para fazer residência em plástica para não prejudicar sua vida profissional, se colocou no lugar de Ângela e pôde sentir a frustração que a moça deve ter passado. Sim, ela merecia uma nova chance.

            Carolina se desvencilhou da amiga, deu um selinho nela e pegou sua bolsa sorrindo, correu em disparada à saída. Raquel ficou sorrindo satisfeita com o que fez, deixou o consultório esperançosa de que a amiga finalmente possa reencontrar a felicidade.

Fim do capítulo

Notas finais:

Oi moças

Carol está de volta, e agora com uma dúvida, perdoar ou não a Ângela?

Cada uma tem suas razões para se sentir magoada, Carol foi abandonada e Ângela se privou de seus sonhos tentando proteger sua namorada.

Será que o amor será mais forte que as dores?

Segurem a ansiedade.

Obrigada pelo carinho, Pollyan, jcdantas, NovaAqui, Mille, HelOliveira, lis, lidi, Nana2014, cris05 e Brescia.

Bom restinho de semana.

Abraços

Cris Lane

 

PS.: Ontem foi aniversário do meu amor, e eu queria deixar uma pequena mensagem pra ela, Lu, parabéns, muitas felicidades, que você continue sendo essa mulher maravilhosa que eu tanto amo. Feliz aniversário! Eu te amo. 


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Comentários para 34 - Capítulo 34 - Dúvidas:
Zaha
Zaha

Em: 09/05/2019

Oie

Finalmente Raquel colocou juízo bessa mulher!! Rs

Veremos o que pasará! Acho que agora vingará!!:)

Beijoss


Resposta do autor:

Oi Lai

Raquel sendo bem convincente.

Amanhã você tira essa dúvida, rs.

Beijo

Cris 

Responder

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lis
lis

Em: 09/05/2019

É isso ai concordo em genero, numero e grau com a Raquel ta na hora da Carol se permitir ser feliz e isso ela só vai conseguir ao lado da Angela ainda bem que ela enxergou isso, como disse a Raquel ela deu varias oportunidades para a Samantha e infelizmente a Sam não soube aproveita- las mais com a Angela vai ser diferente pois tudo o que ela fez foi para proteger a Carol, parabéns como sempre capitulo maravilhoso.

Boa noite Cris, tudo bem?


Resposta do autor:

Oi Lis

Boa noite, tudo bem e você?

Raquel bateu um bolão, né. Amiga top!

Carol já passou da hora de ser feliz, e o que estava faltando voltou, ela precisa aprender a deixar a vida fluir. 

Ângela é muito diferente de Samantha, com certeza ela não vai desperdiçar a chance que Carol pretender dar.

Obrigada pelo carinho.

Abraços

Cris Lane

Responder

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Sem cadastro
Sem cadastro

Em: 09/05/2019

Oie

Finalmente Raquel colocou juízo bessa mulher!! Rs

Veremos o que pasará! Acho que agora vingará!!:)

Beijoss


Resposta do autor:

Oi Lai

Raquel sendo bem convincente.

Amanhã você tira essa dúvida, rs.

Beijo

Cris 

Responder

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HelOliveira
HelOliveira

Em: 09/05/2019

Raquel como sempre dando uma força pra sua amiga.

Carol da uma uma chance pra moça ela errou mas foi imaginado que estava protegendo e cuidado e ela merece sim uma segunda chance.

Ângela é só um bebê ainda e tem muito o que aprender. Só precisa de mais atitude pra conquistar a confiança da Carol novamente o principal ela tem que é o amor.

Parabéns para seu amor, felicidades 

Bjos até o próximo


Resposta do autor:

Oi HelOliveira

Raquel é quase irmã, rs.

Pois é, Ângela estava pensando no que era certo para Carol, e na ocasião foi muito pressionada pela mãe, e você tem razão, ela agora está mais madura, e tem muito amor por Carol.

Obrigada pelo carinho.

Abraços

Cris Lane

Responder

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Mille
Mille

Em: 08/05/2019

Oi Cris 

A Raquel merece um beijão estalado da bochecha, deu a maior força para a Carol se acertar com a Ângela. 

Recomeçar e tentar ser feliz com a mulher que ama.

Bjus e até o próximo capítulo 


Resposta do autor:

Oi Mille

Vai lá dar esse beijo pra arrumar um problema com a Aline, rsrsrs.

Recomeçar é sempre válido, principalmente em busca da felicidade e do amor.

Obrigada pelo carinho.

Abraços

Cris Lane

Responder

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Brescia
Brescia

Em: 08/05/2019

            Boa tarde mocinha. 

Antes de comentar, acho que já gastei todas as minhas palavras do meu pequeno vocabulário, agradecerei por esse lindo presente que foi a Carol e a levarei no coração, pois sei que está acabando. 

Eu sempre sinto as emoções da Carol e esse capítulo foi um daqueles que eu fiquei torcendo pelo amor delas. 

          Hoje os meus Baci serão para a sua piccola gioia, cuide e a regue sempre com perfumes diferentes. Nada de rotina. 


Resposta do autor:

Oi Brescia

Boa noite.

Que bom que gostou dela, fico feliz que essas palavras que eu escrevi tenham atingido seus bons sentimentos.

Então continua torcendo pois no próximo capítulo tem a conversa definitiva, aguenta a ansiedade.

Muito obrigada pelo carinho.

Abraços

Cris Lane

Responder

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NovaAqui
NovaAqui

Em: 08/05/2019

Parabéns amor da Cris! Felicidades e muita saúde para você!

Angel acordou e entregou a mãe! Bela atitude! Parabéns

Carol! Seja feliz! Vá atrás de seu amor! O resto se acerta

Já estou ansiosa aqui!

Abraços fraternos procês aí!


Resposta do autor:

Oi NovaAqui

Lu agradece, rsrs.

Já estava na hora de Ângela acordar, ela está mais madura e voltou decidida a retomar sua vida.

Carol saiu correndo, viu, essa conversa será definitiva, o que elas vão decidir?

Segura a ansiedade, amanhã tem mais.

Obrigada pelo carinho.

Abraços

Cris Lane

Responder

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