• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • PERFUME DE JASMIM
  • Recomeços - Penúltimo Capítulo - 27

Info

Membros ativos: 9524
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,491
Palavras: 51,957,181
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Thalita31

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell
  • 34
    34
    Por Luciane Ribeiro

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • SEDUÇÃO CONSENTIDA
    SEDUÇÃO CONSENTIDA
    Por natalineriesc
  • Por Enquanto
    Por Enquanto
    Por thaigomes

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

PERFUME DE JASMIM por Ninne Diniz

Ver comentários: 6

Ver lista de capítulos

Palavras: 3755
Acessos: 2908   |  Postado em: 01/05/2019

Recomeços - Penúltimo Capítulo - 27

Após exames e avaliações médicas os médicos confirmaram que Annie havia saído do estado de coma, mas o seu quadro ainda era considerado de risco. Melissa estava muito emocionada e feliz era uma vitória enorme e a esperança que estava se apagando voltou com todo brilho.

- Pode vê-la Melissa – o médico disse ao sair do quarto.

- Não é melhor ela descansar...

- Ela está debilitada e não pode fazer grandes esforços para conversar, mas tenho certeza que fará muito bem para ela ter você por perto.

Melissa estava ansiosa e ao mesmo tempo nervosa, desejou tanto aquele momento e agora estava sem saber o que fazer ou falar. Estava com receio de Annie ter algum tipo de rejeição por causa de tudo que aconteceu. Entrou no quarto e aproximou-se da cama o coração estava acelerado e as mãos tremiam. Annie estava com os olhos fechados e imaginou que pudesse está dormindo. Sentou-se ao lado e pegou uma das mãos de Annie.

-Oi meu amor – disse emocionada – Pode me ouvir?

Depois de alguns segundos Melissa viu uma lágrima escorrer dos olhos de Annie e ela virar um pouco a cabeça para a direção da voz de Melissa.

- Meu amor – beijou a mão de Annie – Você não imagina a felicidade que estou sentindo agora – chorava – Não precisa falar nada, não precisa esforço amor, eu estou aqui para você – beijou a testa de Annie – Antes de qualquer coisa... eu quero que você me perdoe... eu quero que você me perdoe por ter discutido com você, por ter te deixado sozinha, por ter saído daquela forma – a voz estava trêmula – Não sei se você irá me perdoar ou como será quando você sair daqui... mas eu quero que saiba que não teve um único dia que não me culpei por tudo que aconteceu com você. Eu só queria que você ficasse bem e que voltasse... E vou entender suas reações daqui pra frente.... eu te amo tanto Annie... te amo tanto que não suportaria te perder... Farei de tudo para que você fique bem e recuperada...que saia logo dessa cama e volte para casa... Estarei ao seu lado em tudo... até mesmo se você não quiser mais continuar

Melissa não concluiu a frase, pois sentiu os dedos delicados de Annie tocar suavemente em seus lábios. Olhou e percebeu que ela queria falar algo, aproximou-se e inclinou-se ficando com o rosto bem próximo ao de Annie e o que ouviu fez todas as suas barreiras, medos e angústias cair.

- Te...A..mo – saiu baixo, com dificuldade e quase inaudível, mas foi o suficiente para Melissa sentir-se a pessoa mais feliz do mundo.



Dia após dia Annie ia recuperando-se bem e ficando mais forte, os tubos de alimentação e respiração foram retirados, as sessões de fisioterapias estavam mais intensas e a equipe médica estava satisfeita com a recuperação rápida.

- Melissa, nós vamos levar os bebês para a Annie conhecer venha também.

- Verdade? Agora?

- Sim – sorriu – Ela tem pedido muito para que levássemos  os gêmeos e como ela ainda não pode sair do quarto e eles já estão fortinhos e sem nenhum riscos achamos que seria algo bom para os três.

- É claro que eu vou – disse emocionada.

Foram até o berçário e com todo cuidado a médica pegou Johan e  colocou nos braços de Melissa.

- Tem certeza que eu posso segurá-lo?

- Sim – sorriu – E você precisa aprender... Isso mesmo – sorriu ao ajudar Melissa – Vamos la?

- Sim – sorriu.



- Ola, temos visita – a médica disse ao entrar.

- Oi amor, adivinha quem veio lhe conhecer? – Melissa aproximou-se de Annie.

- Não acredito que são..

- Nossos bebês

Annie ficou emocionada quando sentiu em seus braços o filho que tanto desejou, com a ajuda de Melissa ela passou as mãos de forma delicada no rostinho de Johan, sentiu o cheirinho dele, conheceu cada centímetro daquele ser tão pequeno, mas que já amava tanto. As lágrimas molhavam o seu rosto e a emoção que estava sentindo naquele momento não poderia ser traduzida em palavras.

- É lindo – sorriu emocionada – Lindo.

- Agora é a menina – a médica passou para os braços de Melissa.

- Aqui meu amor... sinta como ela é uma fofa – sorriu – Tão linda.

Annie deslizou as mãos suavemente sentiu a pele macia e delicada, descobriu as mãos pequeninas e quando a segurou em seus braços levando-a perto do seu coração sentiu uma felicidade imensa e sem medidas. Chorou de emoção por saber que estavam bem, por ter tido a oportunidade de conhecê-los e sentir aquele amor tão imenso.

- Amor, você não escolheu o nome dela – sorriu – Por mim chamaria ela de lindinha para sempre.

- Não – sorriu.

- Já escolheu?

- Sim... ela se chamará Sofia – sorriu – Amo esse nome... significa sábia.

- Lindo amor – sorriu – Nossa Sofia.

-Meninas, a hora da visita terminou – sorriu – Os bebês precisam voltar.



- Márcia, gostaria de falar com você pode ser?

- Alguma coisa com a Annie?

- Não, ela está bem – sorriu – Podemos ir lá fora um pouco? A Jaque está com a Annie.

- Claro.

- Márcia, eu sei que temos nossas divergências e desde que aconteceu o acidente temos apenas conversado o necessário... na verdade temos nos aturado por causa da Annie... Não nego que as suas palavras ditas naquele dia ainda machuca... Não sou uma pessoa de guardar rancor, mágoas ou coisas do tipo, mas há coisas que machucam a alma e não passa assim de uma hora para outra.

- Melissa eu...

- Mas eu sei que não podemos nos prender há certas coisas que não tem serventia nenhuma. Sabemos que estamos em um momento delicado, passamos pelo pior, mas ainda temos uma caminhada longa até que tudo fique bem. A Annie e os bebês irão para casa e junto com eles enfermeiras e babá... para ser sincera eu não gosto da ideia de tantas pessoas em minha casa e em minha privacidade, mas é necessário principalmente por causa da Annie, ela não corre mais risco, mas seu estado ainda requer cuidados e ter um profissional da área por perto é mais que necessário. Bom, Márcia, o que eu quero dizer com isso tudo? A Annie confia muito em você e te ama e eu penso que seria bom para ela tê-la por perto pelo menos nesse inicio que não será fácil para ninguém. Tenho férias vencidas e licenças e tentarei tirá-las agora para assim ajudar no que for necessário e também ficar mais próxima a elas e aos bebês... Aí pensei se você não gostaria de passar uns tempos com a gente.... não quero meus filhos sendo cuidados por pessoas que eu não conheço... você é da família, confiável e ama a Annie.... posso contratar uma babá e você ficaria mais monitorando tudo, dando suporte, auxiliando, enfim... eu gostaria que você estivesse por perto... principalmente quando eu não estiver em casa... e é claro que eu irei lhe pagar... não se preocupe.

- Eu.. eu não esperava – disse surpresa – Na verdade eu já havia pensado o quanto seria complicado para você nesse inicio e quis de alguma forma oferecer a minha ajuda, mas por tudo o que aconteceu imaginei que você não cogitaria a possibilidade.... Sei que lhe disse coisas terríveis... sei que fui cruel e injusta com você, mas naquele momento eu precisava culpar alguém por está tirando de mim a pessoa que eu tanto amo... sei que não justifica, mas estou sendo sincera. Você ama a Annie e é isso que importa Mel... vocês tem dois filhos lindos e uma vida inteira pela frente... e do fundo do meu coração eu desejo toda felicidade e quero sim está presente na vida de vocês – sorriu – E é claro que eu irei ajudar e com todo prazer do mundo, afinal, é a minha Annie – sorriu – Faço de coração.

- Obrigada...

- Sou eu quem agradeço Mel... por você me permitir ficar perto da sua família.

- Você também faz parte dela Márcia...

- Me desculpe Mel... me desculpe por tudo – disse emocionada.

- Está tudo bem Márcia... de verdade... eu só quero ficar bem e em paz.... está tudo bem – sorriu – Agora vamos entrar ou a Annie vai pensar que a abandonamos e a Jaque vai pensar que te prendi – gargalhou - Falando em Jaqueline, estou muito feliz por vocês - piscou - E não, não comentei nada com a Annie, ainda!

- Vamos, Mel! – sorriu.



E o grande dia chegou... Annie e os bebês puderam ir para casa e iniciar uma rotina diferente. Tudo era novidade e Melissa passou a ficar mais em casa, precisava disso para poder criar laços com os bebês e dar mais atenção a Annie. Participava de tudo, ajudava, auxiliava, queria se fazer presente em tudo e aos poucos tudo foi entrando nos eixos e Annie foi recuperando.

Cuidar dos gêmeos era algo prazeroso para as duas e Melissa fazia questão de participar de tudo, de ir aprendendo juntamente com Annie a cuidar dos bebês, de ajudar nas pequenas coisas.

A cada dia Annie sentia-se mais realizada, o carinho, cuidado e amor de Melissa a fortalecia e ajudava muito em sua recuperação. Foi muito difícil no inicio, pois era tudo muito doloroso e cansativo, mas o incentivo de Melissa tornava tudo mais fácil. Mas, o mais emocionante foi cuidar dos bebês e mesmo com as dificuldades e limitações ela participava de tudo e a ligação entre eles cresciam. Adorava ajudar a dar banho neles, trocar as fraldas, vestir as roupinhas, era de forma cuidadosa e sempre com o auxílio de Melissa ou Márcia, mas tinha certeza que chegaria o dia em que iria cuidar deles como qualquer outra mãe.

Sentia medo de machucá-los e por isso seus sentidos ficavam bem mais apurados, mas o que mais mexia com a sua sensibilidade e transbordava o seu coração de amor era amamentar, esse momento era mágico para Annie era ali que o seu amor era transmitido de todas as formas. A textura da pele, o cheirinho suave e delicado, o encontro das peles... tudo era delicadeza, suavidade e amor. Não existia momento mais lindo, não havia sensação mais intensa... naquele momento era como tudo parasse ao seu redor e não precisava ver para poder saber que ali estavam uma das coisas mais importantes da sua vida. “O essencial é invisível aos olhos”.... Nunca uma frase fez tanto sentido.



- Você tem certeza disso Mel?

- Claro que sim – disse com determinação – Tenho plena certeza.

- Quer que eu te acompanhe?

- Não Jaque... preciso fazer isso sozinha.

- Fica bem minha amiga.

- Ficarei.


Era a terceira vez que o advogado solicitava o pedido de liberdade condicional para Alexandre, as duas últimas tentativas foram sem sucesso e ele continuava em regime fechado. Talvez a influência que Melissa exercia contribuía e muito para a decisão do juiz, afinal, na época em que o acidente aconteceu todos ficaram tocados com a dor e sofrimento de Melissa. Naquele dia haveria mais uma audiência e o advogado tinha em mãos os relatórios de psicólogos, assistentes sociais e diretor do presídio, Alexandre merecia uma segunda chance, mas os juízes que acompanhavam o caso parecia não concordar com isso.

-Meritíssimo, a delegada Melissa gostaria de participar da audiência e testemunhar mais uma vez.

- Está bem, peça para entrar.

Após análises dos relatórios e colocações do advogado o juiz deu a palavra a Melissa, sabia o que ela iria falar e entendia perfeitamente a sua postura.

- Meritíssimo, por várias vezes, audiências e julgamento eu fiz  questão de mostrar a dor que eu sentia, o sofrimento que aquele homem causou a minha vida e o meu desejo era que ele passasse o resto da vida apodrecendo em uma cadeia. E o fato de saber que um dia iria sair dali vivo me angustiava.... confesso que por muitas vezes pensei em me preparar para esse dia e assim que ele colocasse os pés fora da penitenciária eu faria justiça com minhas mãos.... Não preciso mais falar das coisas que ele me fez passar tem tudo ai gravado e documentado. Sabe, hoje eu pensei muito se deveria está aqui e cheguei a conclusão que sim.... A vida Meritíssimo, é feita de surpresas sejam elas boas ou não, mas é sempre algo novo e nesse “novo” temos momentos de erros e alguns desses erros podem acabar com a nossa vida e de outras pessoas. O Alexandre cometeu o maior erro da sua vida ao ultrapassar aquele sinal – fez uma pausa – E ele já pagou o que devia... pensei que nunca fosse falar isso – disse emocionada – Mas hoje eu lhe peço que conceda a ele o Regime aberto ou condicional... ele já pagou o que de deve à justiça, à sociedade e principalmente à mim... Pelo que temos nos relatórios ele tem todos os requisitos para sair do regime fechado.... o senhor decide o que achar melhor, mas eu penso e peço que deixe o Alexandre tentar reconstruir a vida dele ou talvez iniciar uma nova vida.  Não há nada que justifique a permanência dele em regime fechado.

- A senhora está intercedendo por ele?

- Sim meritíssimo.... A vida é feita de acertos e erros, altos e baixos, momentos de alegrias e dias de tristezas... é assim para todos. Sofri as minhas dores e ele pagou sua dívida... aprendi que o perdão é o melhor que eu posso dar a quem me faz um mal e a mim mesma... Então pelo histórico dele e bom comportamento acredito que a mudança de regime é viável e... e necessária. É isso.

- Certo... levarei em conta as suas palavras.

Melissa saiu aliviada e com a sensação de ter feito a coisa certa, o passado deveria ficar definitivamente para trás e estava no momento de fechar todas as portas que ainda estavam abertas. Melissa havia refletido muito e chegou a conclusão que estava mais do que na hora de seguir em frente, sabia que não iria esquecer Liz, mas a sua lembrança não doía mais e ela sentia-se livre do peso que carregou por muito tempo. Alexandre havia quitado a sua dívida e estava no momento de tentar reerguer a vida.

Depois de alguns dias o juiz foi favorável e determinou que Alexandre terminasse de cumprir a pena em regime aberto. O dia estava ensolarado e o céu sem nenhuma nuvem, a claridade incomodou um pouco os olhos, sorriu satisfeito... os portões foram abertos e ao colocar os pés fora daquele lugar sentiu uma sensação indescritível. Sentiu vontade de correr e abraçar tudo e a todos que encontrava pela frente. Sentia-se livre... estava livre... aquele mundo enorme era outra vez seu. Chorou de emoção. Era tudo tão enorme. Não havia limites para o céu. Estava de volta à vida.

Andou alguns passos e viu um carro parar ao seu lado e quando o vidro desceu sentiu o coração acelerar e as mãos gelarem. Estava livre e ao mesmo tempo desprotegido.

- Entre aí – a voz soou firme.

- O que está acontecendo? – perguntou assustado – Eu..eu..

- Pode entrar... não vou lhe fazer nenhum mal.

Abriu a porta ainda desconfiado e sentou-se, o coração batia cada vez mais rápido e no momento em que as travas foram acionadas arrependeu-se por ter entrado no carro.

- Fica tranquilo Alexandre eu não irei fazer nenhum mal.

- E porque está aqui?

- É assim que você trata a única pessoa que vem lhe receber? Olha, pensei que você fosse mais agradecido.

- Você é a última pessoa que imaginei que estivesse aqui...

- Sou assim, surpreendente!

- O que você quer?

- Calma Alexandre, só quero te levar em um lugar....

- Doutora, eu... não...

- Você irá agradecer...

Após alguns minutos Melissa estacionou próximo a uma pracinha em que crianças brincavam alegremente, saiu do carro e esperou que Alexandre fizesse o mesmo.

- Venha.

Andaram alguns metros e ela avistou Jaqueline conversando animada com 2 meninas que aparentavam ter entre 8 e 13 anos. Aproximou-se e fez sinal para que a amiga afastasse.

- Demorei? – perguntou sorrindo.

- Só um pouco – a mais velha respondeu simpática – O que quer falar com a gente?

- Vocês conhecem esse homem? – mostrou a foto de Alexandre.

- Não – a mais velha disse séria – Não conheço.

- Olhe com atenção.... não conhece mesmo?

- Ele – disse depois de um tempo – É uma pessoa muito mal.

- É mesmo?

- Sim – disse com raiva – muito mal.

- Quem disse isso a vocês?

- A minha vó.... ele é muito mal... eu não gosto dele!

- O que ele fez?

- Por causa dele perdemos nossa mãe... por causa dele sofremos... ele destruiu a nossa família... e matou uma moça.

- Você é tão nova para ter essa raiva toda... as pessoas erram minha querida e elas mudam...

- Não quero saber de nada – disse levantando.

- Calma... espere... Sabe quem eu sou?

- A diretora disse que você é assistente de alguma coisa.

- Na verdade eu sou delega, Larissa...e a moça que morreu no acidente era minha esposa.

- O que você quer?

- Quero lhe dizer que o seu pai ama demais você e a sua irmã, que todos esses anos que ele passou na cadeia não parou de pensar em um único dia em vocês. Ele amava a sua mãe.

- Ele nunca quis nos ver!

- Vocês que nunca quiseram ir vê-lo... não responderam as cartas que ele mandava... não tiveram a oportunidade de conhecê-lo.

- Ele é um assassino!

- Ele é um homem que perdeu tudo em um único dia. Perdeu o emprego e encheu a cara em um bar e depois de sair de lá ultrapassou um sinal em alta velocidade e atingiu o meu carro. A minha esposa, a pessoa que eu mais amava no mundo morreu naquele dia. Eu sofri muito Larissa, eu perdi tudo, eu adoeci e quase enlouqueci. Quis matar seu pai várias vezes... eu o odiava com todas as minhas forças... e se dependesse de mim ele morreria naquela cadeia.

- E porque hoje você está defendendo?

- Estou sendo justa... seu pai há uns anos pediu para falar comigo e eu fui.... foi difícil olhar para ele e encará-lo. Mas ele me contou o que realmente aconteceu e naquele momento Larissa, eu pude perceber que não foi apenas a minha vida que havia sido virada de cabeça para baixo, que não foram apenas os meus sonhos que haviam sido destruídos... aquele homem a minha frente também havia perdido tudo Larissa, perdeu a liberdade, a dignidade, a esposa, o contato com as filhas e estava perdendo o que o mantinha firme que era o amor de vocês. Seu pai não é um homem ruim... antes disso tudo acontecer ele trabalhava dignamente, cuidava de vocês e da esposa, era um ótimo pai... o que ele fez não muda em nada quem ele é. Infelizmente coisas ruins acontecem em nossa vida e não sabemos lidar com elas – segurou as mãos da menina – O seu pai fez um ato impensado em um momento em que ele sentiu todo o mundo desmoronar, eu não estou justificando o que ele fez só estou querendo lhe mostrar que o seu pai não é um monstro, que o seu pai não é um ser humano mal, que o seu pai ama muito vocês – disse emocionada – Eu sei que você era pequena quando tudo aconteceu, mas ainda lembra de algumas coisas não é?

- Sim... a Clarice não lembra pois ela era muito pequena, mas eu lembro de algumas coisas.

- Tipo o que?

- Quando ele ia me buscar na escola sempre levava um doce para mim e falava que aquele era o nosso segredo... a mamãe não queria que ele me desse, pois quando eu chegava em casa demorava para almoçar... mas ele sempre levava e dizia que não era para falar nada...

- Você gostava?

- Sim... ele contava histórias para a gente dormir...brincava... e eu gostava quando ele me abraçava... era como se nada de ruim pudesse me acontecer, pois quando ele me abraçava tudo ficava tranqüilo e ele me protegia...

- Ele sente muita falta de vocês – disse quando viu as lágrimas de Larissa – E eu sei que você também sente muita a falta dele...

-...

- Está vendo aquele homem de blusa azul sentado ali? – apontou – É o seu pai... ele está livre... ele voltou para você e sua irmã... não deixe que ninguém destrua o amor que há em vocês.... tanto tempo foi perdido... Vá lá com a sua irmã e tenha esse abraço que tanto te faz falta.


Alexandre estava cansado de esperar pela delegada, ela pediu que a esperasse e não saísse até que ela voltasse. Estava impaciente e querendo resolver o que iria fazer da vida a partir daquele momento. Sabia que iria ser difícil ter contato com as filhas, mas estava decidido a lutar pela confiança delas. Estava ainda em meio a pensamentos e com a cabeça baixa quando escutou passos aproximando, sabia que poderia ser alguma criança que brincavam por ali.

- Papai? – a voz saiu tímida e emocionada.


De longe Melissa olhava emocionada o reencontro de pais e filhas... o abraço apertado, as lágrimas que se misturavam, o amor que se manifestava em sua forma mais sublime: no perdão. Sabia que a amizade não iria recomeçar de um dia para o outro, mas aos poucos pequenas conquistas iriam acontecendo. Apesar de tanta dor, raiva, angústia, culpa havia esperança e amor.

Os braços que se encontravam e criavam laços, mostravam que o sentimento ali estava apenas adormecido. Melissa afastou e foi em direção ao carro, mas antes de ir embora olhou mais uma vez para trás e naquele momento o seu olhar encontrou com o de Alexandre e ele acenou com a cabeça em sinal de profundo agradecimento, as lágrimas molhavam o seu rosto e as palavras tornaram-se desnecessárias. Ele sorriu e voltou abraçar as filhas.


- E agora Mel? – Jaque perguntou ainda emocionada.

- Vamos para casa – sorriu – Estou com saudade dos amores da minha vida.


Fim do capítulo

Notas finais:

Olá queridas, boa noite

Muito obrigada pela companhia e leitura, agradeço de coração o carinho de todas vocês. Quinta-feira será o ultimo capítulo :( :(:( e só tenho que agradecer_/_


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 27 - Recomeços - Penúltimo Capítulo - 27:
rhina
rhina

Em: 15/02/2020

 

Atitude maravilhosa da Mel.

Rhina

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Keilaspm
Keilaspm

Em: 01/05/2019

Caramba cadê o próximo cap mulher pela amor de Deus que cap maravilhosa que história maravilhosa demorei tanto pra começar a ler ela que agora a espera de um novo cap não tô aguentando d ansiedade parabéns amei essa cap 

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Mille
Mille

Em: 01/05/2019

Oi Ninne

Melissa se libertando do passado e ajudando o Alexandre a ter um recomeço com as filhas.

E que alegria a Annie eata bem e com as crianças.

Bjus e até o próximo capítulo 

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Brescia
Brescia

Em: 01/05/2019

       Bom dia mocinha. 

O bom da leitura é absorver tudo e poder aprender. As  palavras têm o poder e vc está sendo brilhante em fazer com que elas sejam importantes. Linda lição de como devemos ser leves. 

      Baci. 

Responder

[Faça o login para poder comentar]

maria lucia
maria lucia

Em: 01/05/2019

Parabens pela historia esperando aciosa pelo final !

Responder

[Faça o login para poder comentar]

HelOliveira
HelOliveira

Em: 01/05/2019

Oi...nossa quanta emoção, perdoar ë Divino e são poucos que conseguem fazer de coração aberto, e saber receber e aproveitar uma segunda é maravilhoso.

Mel me surpreendeu e sem dúvidas aprendeu muito .

Obrigada por mais esse momento.

Parabéns...

Tá acabando já está dando saudades

Bjos

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web