Boa noite amores, voltei!!!
O capítulo não está centrado no nosso casal principal, mas ainda assim, espero que gostem.
Beijão e uma ótima páscoa pra todas.
MULHERZINHA INSUPORTÁVEL
POV Alexandra
Meu dia estava hiper agitado, tinham pelo menos 3 cirurgias agendadas, isso sem contar as eventuais emergências. Tomei um café bem forte e depois de um longo suspiro saí da sala dos médicos.
Peguei meus prontuários e mentalmente fui organizando minha vida, definindo as prioridades e rezando para que, pelo menos hoje não tivesse nenhuma emergência. Passei as visitas, liberei as altas e parti para o centro cirúrgico. Graças a Deus a cirurgia correu bem e foi mais rápida que eu esperava.
Olhei o relógio e vi que já eram quase 13h, passei na cantina e comprei uma salada.
_ Senta aqui loira. Procurei a voz que me chamava e vi ao longe a Luna sentada em uma mesinha. Caminhei até ela e com pouquíssimas conversas finalizei meu almoço.
_ A gente se mais tarde. Te espero lá em casa.
Apesar de corrido meu dia estava fluindo bem e meu bom ânimo estava começando a voltar. Antes das 17h já tinha finalizado minha segunda cirurgia. Essa sim me deu trabalho, elenquei ela como sendo mais fácil que a primeira e me surpreendi com a quantidade de intercorrências que aconteceram naquele centro cirúrgico, mas graças a Deus conseguimos, eu e minha equipe fazer da operação um sucesso.
Estava pegando o prontuário da minha última cirurgia quando senti meu bipe tocar. _ Estava demorando. Falei pra mim mesma enquanto corria em direção a emergência.
_ Acidente de carro. Mulher, 29 anos, grávida de 32 semanas. Sinais vitais instáveis, fratura exposta na perna, arritmia cardíaca e pressão à 119X110. Falava o paramédico.
Corremos para a sala de cirurgia. Enquanto nos preparávamos tentávamos traçar uma estratégia. Entramos oficialmente em cirurgia, conforme combinado a Heloísa assumiu a liderança enquanto a Carina monitorava os sinais vitais do bebê e eu aguardava minha hora de entrar em cena. No meio da cirurgia a mulher teve uma parada cardiorrespiratória e conseguimos trazê-la de volta. Percebemos que o coração estava com uma pequena perfuração que precisava ser reconstituído o mais rápido possível.
Quando estava começando a abrir o peito da paciente a Carina falou que o bebe estava entrando em sofrimento e que precisaria fazer a cesariana de emergência.
_ Carina eu preciso reparar o coração dela.
_ Alex eu não posso permitir que você inicie uma incisão no coração da mãe. O bebe não vai aguentar. Preciso tirar ele agora, caso contrário ele morrerá.
A Heloísa nos olhava discutindo, tentando mensurar qual procedimento seria mais necessário.
_ Carina eu não vou permitir que você sacrifique essa mulher. Não sei se ela aquenta mais uma parada cardíaca.
_ O tempo que estou perdendo ouvindo você resmungar eu já tinha tirado esse bebe.
Sem esperar que eu falasse mais alguma coisa ela pegou o bisturi e começou a fazer a cesariana. A Heloísa nos olhava incrédula enquanto finalizava sua parte. Em poucos minutos ela retirou o bebê, entregando a residente que a acompanhava.
_ Pronto Dra. Alexandra a paciente é toda sua.
POV Carina
_ Mulherzinha insuportável essa sua amiga Luna.
_ Que amiga?
_ A Dra. Alexandra. Discutiu comigo no centro cirúrgico e enquanto isso o bebê estava em sofrimento fetal.
_ Fica calma que ela é muito responsável e deve ter tido os motivos dela para discordar de você.
_ Claro que teve, eu sei que a mãe precisava de uma reparação no coração, mas o procedimento dela é consideravelmente mais demorado que uma cesariana e o bebe não aguentaria esperar. Não quero mais falar disso, deixa eu te contar, colocaram uma nova residente para trabalhar comigo e a garota é linda, mas insuportável, kkkk
_ Não entendi a risada.
_ Ela me olha com olhos de desejo, mas não curte obstetrícia, quer se especializar em ortopedia e resolveu dificultar a minha vida na esperança que eu desista de trabalhar com ela.
_ Continuo sem entender Carina.
_ Tenho quase certeza que é ela a mulher que a Cartomante falou.
_ De onde você tirou essa conclusão?
_ Do jeito como ela me olha, de como ela se insinua pra mim. É obvio que a insuportabilidade dela, se é que existe essa palavra, kkk... é em razão dela querer ir pra Orto.
_ E o que você pensa em fazer?
_ Penso não gata, estou fazendo. Estou infernizando a vida da garota, se ela não me der um tapa é santa.
_ Você acha mesmo que ela vai bater na superior dela? Só se ela for maluca Carina.
_ Já pensei nisso meu bem, estou provocando ela em todos os ambientes, pra você ter uma ideia eu infernizei a vida dela no bar, kkkk... Ela me olhou como tanta raiva que eu achei que fosse receber o tapa naquela hora.
_ Coitada, kkk
_ Olha ela ali. Apontei para a morena que entrava na cantina acompanhada de outro interno. _ Dra. Smith posso saber se terminou de passar as visitas que determinei? Olhei para a Luna que tentava a todo custo esconder um sorriso.
_ Sim Dra. Carina.
_ Ótimo. Vou entrar em cirurgia com a Dra. Heloísa e preciso que você dê suporte a Dra. Luna no berçário.
_ Deixa eu participar da cirurgia, gosto muito de ver a Dra. Heloísa trabalhando. No mais você sabe que é a especialização que eu quero fazer.
_ Sim eu sei, mas no momento a Dra. Luna está precisando de suporte, uma vez que o Dr. Caio está de folga e dois internos faltaram. Fica tranquila Dra. Débora o próximo módulo da sua residência será na ortopedia e você poderá se lambuzar com métodos da Dra. Heloísa Hernández, enquanto isso você está comigo.
A menina maneou a cabeça em sinal de desaprovação e saiu batendo pé. Começamos a rir desesperadamente.
_ Como você é má Carina. Coitada da menina.
_ No final das contas ela irá me agradecer. Agora deixa eu ir que a sua esposa entrará em cirurgia e preciso acompanhar.
POV Alexandra
Saí do centro cirúrgico tão irritada com a Carina que não consegui levar meu plantão adiante. Remarquei a que seria minha última cirurgia para o dia seguinte e fui para casa pretextando mal estar. Pouco mais de 2 horas a Luna chegou e entre vinhos e petiscos comecei a desabafar.
_ Não sabia que sua namoradinha era tão prepotente?
_ Já tô sabendo do seu desentendimento com a Carina.
_ Desentendimento é sacanagem. Ela ignorou completamente minhas considerações naquela sala.
_ Você conseguiu reparar o coração da paciente?
_ Graças a Deus.
_ Então ela não estava tão errada assim Alex, muito provavelmente o bebê não aguentaria o procedimento.
_ Não fica defendendo aquela mulherzinha não. Eu até ia com a cara dela, afinal de contas ela te fez muito bem, mas eu nunca tinha percebido o quanto ela é prepotente.
_ Vamos mudar de assunto, por favor, eu preciso me aconselhar com você, a Helô quer conversar comigo e estou insegura.
_ Lu eu sei que você seguiu, ao seu modo as recomendações da Madame Berta, mas acho que se não tomar cuidado vai passar do ponto e quando perceber não terá como voltar atrás. Ou você acha que a Helô vai ficar nessa disputa com a Carina pra sempre? E por falar em disputa, você e a Carina resolveram se permitir algo mais profundo?
_ Não, kkkk. Ela está me ajudando a reconquistar a Helô. Pra ser sincera eu e a Carina já não ficamos há basicamente 2 meses. A última vez que trans*mos foi na viagem.
_ Essa garota é estranha, como pode ser tão gente fina com você e tão prepotente ao mesmo tempo?
_ Ela 100% e se não fosse a Helô eu investiria pesado nela. A pessoa que a tiver ao lado estará bem. Ela é amiga, companheira, confidente, gostosa e boa de cama, quer mais?
_ Não obrigada.
_ E você amiga, desde que seu marido morreu que você não se amarrou em ninguém.
_ Nem quero. Só me amarro se aparecer uma Helô na minha vida, kkkk.
_ Olha lá mulher, tira o olho que a latina é minha, kkk
_ Eu sei, nem curto mulher sua boba.
_ Não curte porque nunca provou, kkk
_ Verdade, mas só provaria se valesse a pena. Mulher é muito enrolada, imagina ter que disputar espaço no espelho na hora de se maquiar, kkkk.
_ Boba.
As horas passaram fáceis e quando percebemos já estávamos bêbadas e dançando na sala. Dormimos jogadas, cada uma em um sofá e no dia seguinte acordamos com a cabeça que parecia ter sido passada num moedor, de tanto que doía.
POV Luna
Depois do café e de uma aspirina, tomei um banho, peguei uma roupa emprestada da minha amiga e olhei meu celular pra ver se tinha alguma mensagem da Carol. Combinei que pegaria ela na escola e a qualquer momento ela me avisaria que a aula estava acabando.
Vi uma mensagem da Carina se convidando pra ir a minha casa tomar uma taça de vinho. Pensei ser uma ótima oportunidade de fazer essas duas se entenderem. Confirmei o horário e antes de sair combinei com a Alex nosso pequeno encontro. Claro, sem falar com nenhuma das duas sobre a presença da outra.
Eu estava de folga e passei o dia com minha filha no Shopping, fomos ao cinema, tomamos sorvete e compramos alguns brinquedos que ela me pediu. Ela confessou que viu a mãe conversando com a Maria sobre mim e que a tia disse que era pra Helô deixar de ser boba e me agarrar. Sorri ao ver que ela estava com o rostinho todo vermelho ao revelar a conversa da mãe. Finalizando nosso passeio a deixei na casa da Helô.
_ Oi Lu, entra e toma um copo de vinho comigo.
_ Não Helô eu marquei com a Carina e ela já deve estar chegando lá em casa.
_ Vocês estão namorando? Você tem me evitado mais que o normal.
_ Combinamos de conversar na próxima folga, esqueceu?
_ Não Luna, tudo bem.
Me despedi dela com sorriso e corri para casa. Ao chegar dei de cara com a Carina na minha porta.
_ Achei que tivesse esquecido de mim?
_ Jamais, demorei um pouquinho com a Carol. Aquela menina e Shopping são sinônimos de gastos e cansaço, kkk
Entramos e enquanto fui na adega pegar o vinho a Carina tirou do congelador uns petiscos, colocando na air fryer. Ouvimos a campainha tocar e fui atender, já imaginando a cena que se seguiria.
_ Não acredito que você chamou essa mulherzinha para nossa noite de vinhos Luna?
Fim do capítulo
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