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Linha Dubia por Nathy_milk

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Palavras: 6053
Acessos: 2611   |  Postado em: 09/04/2019

Capítulo 52

Capítulo 52 - Fernanda

Segui com a Marcela para o ambulatório do projeto onde almoçamos rapidamente. Ela acabou ficando por lá mesmo, para fazer seus afazeres. Eu aproveitei que estava perto de casa e resolvi ir lá, afinal estou há quase 2 semanas sem aparecer na minha própria casa, primeiro fui pra Trás os montes levar a Carol no aeroporto, depois fui ao Brasil, depois direto para Maçores. Sem contar que meu cachorro, aquele esfomeado, nem deve mais lembrar da minha cara.

Quando entrei em casa a sensação foi de um vazio absurdo, como se a casa tivesse aumentado mil vezes de tamanho e eu continuo ali, pequenininha. Automaticamente pensei no rostinho da Carol. Será que essa sensação de vazio é pela ausência dela? Caraca, estou muito dependente da minha namorada linda. Como pode? Dei um ou dois passos, consegui enxergar ela claramente deitada no sofá, com o pescoço jogado para trás, olhando eu entrar pela porta, o Pingo em cima dela. O aperto no peito foi algo surreal, uma sensação de perda, de saudade, de que preciso dela comigo. Respirei fundo, quase que tive um acesso de tosse, a casa está fechada a um relativo tempo, se pensarmos que Urros é um lugar de terra batida e pedra no chão, não é difícil imaginar o tanto de terra e poeira que tem por aqui.

Entrei no meu quarto para deixar minha mochila, o quarto não estava com cheiro de poeira, de terra ou meu, o cheiro do quarto era o cheiro da pele da Carol, daquele perfume que ela usa escondido, duas gotas em cada lado do pescoço e uma gota atrás de cada orelha, que deixa ela com um cheiro inconfundível que é mesmo de olhos fechados tenho certeza que é ela. Engraçado como ela ficou menos de um mês ou no maximo um mes aqui na casa de pedra e tudo aqui me lembra ela.

Melhor eu nem pegar o Pingo por enquanto, sempre que eu tenho que viajar eu acabo deixando ele na casa de alguém do projeto, em geral é sempre na casa de uma psicologia que mora pertinho de mim, ela tem 2 cachorros que se dão super bem com o Pingo, bem cuidado eu sei que está sendo. Como vou ter que ir a Maçores e estou nessa correria toda, melhor deixar ele quietinho.

Tranquei toda a casa e sai para pegar o meu carro, ele estava estacionado no começo da travessa, como aqui as ruas são na maioria quase como vielas, não tem nem como entrar de carro. Um caminho diferente e consegui chegar ao ambulatório, quando conversei com a Marcela, não houve nenhuma novidade, o Líder do condado estava mesmo jogando, ele apenas assinou o documento que dá acesso a parte interna do hospital para armazenamento dos dispositivos e organização interna, os reparos finais e a abertura do hospital só irá ocorrer depois de acatar as normas por ele determinada, o que é uma falta de vergonha na cara me exigir essas coisas. O que me dá raiva é que está quase tudo pronto, se eu quisesse inaugurar hoje já poderia. Temos material, equipe, pacientes que a partir do momento que eu chamar virão. Tudo pronto, menos a Caroline que está longe, esse embargo e a internet que o prefeito prometeu, mas não colocou. Até a instalação da luz está sendo feita já.

Entrei mais uma vez no meu carro e parti rumo a Maçores, na verdade rumo a fazenda Almanço, para conversar ou com o chefe ou com a futura chefe, no caso a Milena. Não sei a quem pedir ajuda nesse assunto, ela é a capacitada, somos juntas, 80 ou 90% da economia desse vilarejo, sem a fábrica do azeite ou a colheita da azeitona, essa região aqui some do mapa. Nesse ponto entra mais um fato absurdo do chefe do condado, o hospital vai atrair pessoas, gerar economia, vai colocar o norte de Portugal no mapa, ninguem conhece essa região, é quase o vale perdido. Fico puta com esse tipo de ação, enfim, vou ter que aprender a brigar com ele.

Fiz rapidinho o caminho de Urros até Maçores. Parei na frente da  Fazenda Almanço, desci do carro, abri a porteira e entrei, mais uns 2 minutos de carro até chegar na casa principal, a casa da família Almanço, ou seja, a casa da Milena. Assim que estacionei, um dos rapazes que estava cuidando do jardim da casa me abordou.

- Senhorita Garante, Boa tarde.

- Opa, tarde. Você sabe me dizer se a Milena está por aí?

- A senhorita Milena está lá no purificador, não está aqui não.  - Puta merd*, agradeci o camarada e entrei de novo no carro. Até poderia ir por dentro da fazenda, mas o caminho é bem pior que pela estrada de terra, sempre cheio dos caminhões e maquinários da colheita. Voltei pela porteira e andei mais uns 12 ou 13 minutos de carro até chegar ao outro acesso da fazenda, do lado que fica a purificação do azeite. Essa portaria dos Almanço tem segurança, uma porteira privativa, um saco, mas como cresci aqui e frequento a fábrica a bastante tempo, não tive dificuldade de acesso. Assim que entrei foi direto para a parte do escritório, é o lugar mais provável de eu encontrar a Milena. Quando eu cheguei a secretária me recebeu, ofereceu um banco para eu ficar, enquanto ela entrava em contato a Milena.

Enquanto esperava, usei o tempo para mandar mensagem para a Carolina, avisando que eu estava indo a Urros, ou seja, me tornar incomunicável. Aproveitei ainda para ligar para a empresa de jatos particulares que eu costumo usar, não para reservar um voo pra mim, mas sim para reservar um voo para a Caroline. Já deixei pago a viagem Brasil-Urros, passei todos os dados da gineco, apenas pedi que a empresa entrasse em contato com ela para acertar a data de embarque, já que isso apenas a Carol sabe, infelizmente.

- Eu nem sei se eu deveria te receber Fernanda - eu estava tão distraída no celular que nem percebi ela entrando naquela anti sala do escritório.  - Fernanda!

- Nossa estava perdida aqui no celular

- Eu percebi, vamos entrar? - Ela pegou alguns papéis com a secretaria, abriu a porta do escritório, ficou na porta com os braços abertos, dando acesso pra que eu entrasse. - Não quero ser incomodada nem que as oliveiras sequem, entendido? Fernanda quer beber alguma coisa? Água, café, chá, azeite? -  Eu já dentro da sala dela respondi que não - Eu quero um café expresso, sabes como gosto. Traz para a Fernanda um suco de Maracujá do Açores. - Não ouvi a voz da mulher respondendo, pelo que conheço a maneira da Milena, a secretaria deve no máximo ter acenado com a cabeça.

Eu dei uma olhada rápida no escritório, fazia alguns anos que eu não entrava especificamente nessa sala. A ultima vez deve ter sido há uns 6 ou 7 anos, logo que voltei do Brasil e comecei a namorar a Mi. Olhando a sala não pude deixar de lembrar de algumas das muitas vezes que nos pegavamos aqui, mas o engraçado é que é uma sensação de saudosismo no máximo, em nenhum momento aquela sensação de vazio como a que tive hoje na casa de pedra ao lembrar da Carol. A Milena consegue ser duas pessoas super diferentes, quando ela está a trabalho, não tem muita conversa, ela é grossa, firme, rígida. Hoje especificamente estava usando uma calça de couro preta, colada no corpo, uma blusa preta por baixo, provavelmente de manga longa, já que estamos quase no final do inverno, mas ainda bem frio. Por cima estava com uma camisa larga, aberta, xadrez com preto e os cabelos loiros, ondulados, bagunçados pelo vento de Maçores. Assim que sentou na mesa abriu a gaveta procurando os óculos, quase nunca ela usa, mas conheço bem quando ela saiu mexendo em tudo procurando eles. Eu me mantive em silêncio, conheço bem o humor dela quando está a trabalho.

- Eu nem sei se deveria te receber Fefa, me fizestes passar vergonha ontem na taberna.

- Ah Mi, nem foi não, se eu tivesse ficado a vergonha seria maior. Eu apenas sai de lá e você ficou.

- Não  fefa, não não, você foi super rude. Sem contar que estava bebada e saiu cavalgando no Pirata, que já está bem velhinho. Eu fui na sua casa ontem, mas ninguem sabia de você, esperei um tempão, mas aí desisti e vim embora.

- Eu acabei dormindo no Douro.

- No Douro? Não tem nada lá! Pelo menos para dormir não tem.

- Eu encostei no Pirata e passei a noite na grama, vendo o céu. Eu precisava de um tempo desse pra mim, estou muito ansiosa.

- Dormindo no chão?

- sim, me fez muito bem, me senti mais calma. As vezes precisamos da natureza.

- Eu precisava tirar um tempo desse pra mim, com essa história de transição da fazenda, eu pegando o cargo do meu pai, está tudo tão agitado. Não sei como você consegue ficar calma com a colheita acontecendo, é a hora mais turbulenta do ano.

- Mi, eu sou médica, não empresaria. A única coisa que me importo é quanto lucro a fazenda vai ter para eu colocar no hospital, não me importo nem um pouco se a azeitona está verde ou madura.

- O hospital tá tudo bem?  Eu passei lá na frente ontem a tarde, me disseram que estava embargado a obra. Eu achei estranho, você tem um xodó tão grande com esse projeto.

- Então Mi, a questão é essa. Eu vim aqui pra conversar com você sobre isso.

- Sobre hospital Fefa?  - a cara dela de contrariada chegava a ser engraçada - Você hospital, eu fazenda.

- Deixa eu falar Mi. Eu preciso da sua ajuda como fazenda, como Almanço.

- Dinheiro?

- Não, deixa eu falar. Na verdade eu preciso te explicar algumas coisas primeiro.

- Pelo visto o assunto é sério. Quer ir conversar lá em casa?

- Não, aqui mesmo. É o seguinte, eu estou construindo a maternidade, como você bem sabe  - ela acenou a cabeça concordando - o hospital está pronto, já estou terminando de equipar tudo. Se eu quisesse inaugurar agora nesse momento já dava, está pronto. Segui todas as regras e normas. Quando eu tive que ir correndo ao Brasil, a Marcela que me ajuda na organização de tudo isso, recebeu uma notificação embargando a obra. Quem embargou foi um tal de Eusébio, ele era um capacho antigo do Jorge, vulgo meu pai. A Marcela mandou o engenheiro, ele não atendeu, depois ela mandou o advogado, o cara nem abriu a porta. Depois a Marcela foi,como minha representante, aí ele até atendeu, mas falou que só negocia comigo. Voltei correndo pra cá, fui hoje cedo lá no gabinete dele, ele só liberou o acesso ao hospital para guardar os equipamentos, e segundo ele só libera a obra depois que eu trocar a marca do gerador e do elevador.

- Troca. Qual o problema?

- Um é o valor, não tenho como arcar com esse dinheiro agora, dois é que está estranho isso. Não tem nenhuma lei que especifica a marca do equipamento, além disso parece que ele me queria aqui em Portugal, só negociou comigo.

- E o que eu tenho com essa história toda?

- Ele está sendo bem pago por alguém, não sei quem, mas está recebendo bem.

- Você acha que sou eu? Me poupe Fernanda, não tenho tempo pra isso.

- Não Mi, nada a ver, eu quero sua ajuda como fazenda. Quando eu fui conversar com ele, jurei de pés juntos que eu iria levar essas queixas a liderança de Trás os Montes e que eu iria tirar a  fazenda Ganate desse território, e os funcionários que ainda precisasse seriam espanhóis.

- Sério que vai fazer isso?

- Claro que não Mi, eu não quero levar a produção do azeite pro outro lugar. A questão é que o único momento que ele titubeou ou se mostrou preocupado foi quando eu falei da fazenda e falei que tinha seu apoio nisso, que você também levaria a fazenda daqui. Que o condado se tornaria uma cidade fantasma. Eu não vou fazer isso, nem você, mas queria sua ajuda para manter essa história. O único jeito de eu ganhar dele é descobrindo quem paga a folha dele ou assustando ele.

- Até posso manter essa história Fefa, tudo bem, mas isso vai assustar meus funcionários, que vai levar a menor desempenho e baixa da produção. Se algum funcionário perguntar eu vou negar. E se eu for pessoalmente com você e discutir isso com o Eusébio?

- Essa seria a melhor das opções, nós duas juntas batendo de frente com ele. Ele não vai aguentar a chance de perder as duas fazendas, vai ceder. Conheço esse tipo de trapaceiro.

- Conhece?

- Sim, alguém paga ele, ele se vende por pouco. O que é bem estranho, porque cheguei a oferecer dinheiro, mas ele não aceitou. Então quem paga, paga bem. Você faria isso para me ajudar?  - fiz uma cara de cão pidão, quem sabe ganho a Milena na cara de perdida.

- Eu faço, mas agora vem a minha parte dessa conversa. Eu tenho 2 condições pra te ajudar, sabe que todo favor tem um preço. E você bem sabe que não trabalho com dinheiro - me olhou séria, por baixo dos óculos, com um olhar sedutor, sério, mas sedutor

- Mi, eu não posso te pagar assim.

- Pagar como? O que você esta pensando?

- Se você vai cobrar o favor em sex*, eu não posso - dei risada dela, não aceitaria algo assim.

- Claro que não Fefa, para com isso. Eu jamais te cobraria isso. Sexo tem que ser espontâneo, ou seja, quando você quiser eu estou disponível. - Antes mesmo de eu falar alguma coisa pra cortar, ela complementou -  mas eu sei que você esta com aquela garota e que não vamos ter sex*. Eu sei, eu sei. Você sabe que não gosto desse seu namoro e não concordo, mas não vou te colocar essa condição.

- O que você vai querer pra me ajudar?

- Primeira coisa é que eu falo sozinha com o Eusébio, você não vai nem subir la na salinha dele. Sabe que tenho minhas proprias tecnicas de negociação. Então apenas eu e ele. Certo?

- Tudo bem, mas se eu souber que ele encostou em você ou algo assim eu subo e arrebento ele.

- Ele não morde não, nem ladra. Com ele eu me resolvo. Item dois, eu quero minha amiga de volta, não precisa ser minha ex namorada, sei que isso eu perdi quando fui para Londres, mas quero minha amiga de volta. Quero poder ir na sua casa conversar, quero ir lá assistir um filme, te chamar pra almoçar, quero você de volta. Quero aquela amiga que roubava azeitona no pico da colheita pra jogar uma na outra, que roubava maracujá de açores da casa da Dona Almerinda, quero isso de volta. Quero a minha amiga de infância junto comigo.

- Eu não deixei de ser sua amiga Mi, você que sumiu do mapa.

- Eu sei dos meus erros, sei das coisas que fiz. Mas sinto sua falta Fefa, muito. Mas sei que o erro foi meu e não posso te forçar a nada, mas quero que tente, você é minha amiga de infancia, eu adoro você.

- Eu quero tentar ser sua amiga de novo Mi, mas não aguento quando você começa a forçar a barra, como ontem, falando mal da Carol, gritando que estava apaixonada. Eu estou namorando uma garota espetacular, que me ama, me respeita. É a primeira coisa boa em anos, muitos anos, não faz eu perder isso. Só peço que você respeite esse meu momento.

- Eu não vou ficar falando da sua namoradinha, prometo. Mas vou te dar uns toques de várias coisas, que eu acho que você não percebe e que alguém precisa te falar. Eu quero ser sua amiga como antes, posso suportar ela, mas não vou suportar ela te machucar ou pisar em você.

- Mi, que bobagem, a Carol é um amor de pessoa. Super cuida de mim.

- Tá mas cadê ela nessa sua quantidade toda de problemas? Cadê ela te apoiando? Indo lá bater boca com o líder do condado? O que ela tá fazendo pelo seu hospital?

- A Carol ficou no Brasil porque precisava, fui eu que vim antes, que larguei ela, não o oposto. Ela ficou no Brasil pra se acertar, poder vir para Portugal, não foi ela que me abandonou, foi ao contrário e num momento que ela mais precisava. Eu me sinto uma péssima pessoa por isso e você não precisa piorar a situação Milena. Faz assim, se você quiser me ajudar, você ajuda, sem nenhuma cobrança em troca, se não quiser me ajudar, tudo bem, me viro sozinha. - E levantei da cadeira que eu estava, seguindo em direção a porta.

- Fernanda, para com isso. Espera só eu colocar um sapato decente e vou com você lá na gerência do condado. Você me espera? Eu detesto sua mulher, mas isso não muda o fato de eu querer te ajudar e ter sua amizade de novo. E nem faz essa cara de merd* não, que eu não tenho medo dessa sua cara de azeite vencido. Tá de carro?

- Huhum.

- Então “vamo”, me leva lá em casa e depois vamos para Urros. Vou te contar uma coisa, só pra você tirar essa cara de poucos amigos. A fazenda Almanço apoia a construção do primeiro hospital de câncer e maternidade de Urros. E dá de presente ao projeto a instalação de rede de telefonia e internet em todo o Condado de Urros.

- Como assim?

- Contratei uma empresa para levar a internet e telefone de Maçores a Urros, a instalação está sendo feita nesse exato momento. Eu iria te contar só quando fosse concluída ou se você descobrisse antes, mas pela conversa de hoje achei melhor antecipar. Seu hospital vai inaugurar com telefone e rede de internet.

Perdi o chão. Como assim a Milena vai fazer a instalação de internet? Como assim produção? Eu nunca na vida iria imaginar ela nem apoiando o hospital, muito menos fazendo algo para me ajudar. Eu estava sentada na cadeira de frente para ela, acredito que minha cara de surpresa foi tão intensa que ela abriu o sorriso e levantou do outro lado da mesa, vindo até mim.  

- Ficou feliz Fefa? Eu sei que você estava precisando disso, e que com toda essa construção, isso iria acabar ficando pra depois. Agora vai poder inaugurar seu hospital com toda essa tecnologia.  - Eu estava tão surpresa que levantei da cadeira e abracei ela, eu realmente estava muito feliz.

- Mi, não sei nem como te agradecer por isso, vai ajudar muito nos atendimentos.

- eu sei Fefa, sei que estava precisando disso. Eu fiz isso porque acredito na sua proposta e  porque estou aqui te apoiando, te dando forças e não no Brasil - antes de eu mudar a cara e responder ela soltou - Vamos, preciso me trocar para irmos lá no Eusébio. Não enrola não mocinha.

Ela saiu do escritório sem nem olhar para os lados, nem para ninguém, com um ar de superioridade que sempre me incomodou, por mais que eu achasse ela uma boa pessoa. Um dos colonos que estava colhendo azeitona cumprimentou ela, com um boa tarde, ela apenas olhou pra cara dele e continuou andando sem responder, eu cumprimentei o moço, não tem motivo para essa falta de educação. Entramos no meu carro, o caminho até a casa dela, foi de uns 10 minutos, que eu fui em completo silêncio e ela batucando na porta, cantarolando algo.

- Fefa, quer descer um pouco? Não vou demorar para me trocar!

- Não precisa Mi. Eu vou ficar aqui no carro descansando. Tenta não demorar horas para se arrumar. Lembra que não é uma festa.

- Como se você não gostasse de me ver com roupa de festa -  Sorriu pra mim e saiu. Eu não respondi com um sorriso apenas com uma sobrancelha levantada. Respirei fundo, essa situação era completamente desconfortável pra mim, preciso da ajuda da Milena para resolver esse problema da maternidade, ela claramente investindo em mim, a Caroline longe. E se a Carol não voltar mesmo? Ela prometeu, mas e se ela não voltar? Se ela for sem noção e ficar no Brasil e se ela voltar pra mulher dela? Sei que são muitas dúvidas bem inconvenientes, mas são coisas a se pensar.

Respirei fundo e fechei meus olhos por alguns segundos, a primeira imagem que veio a minha mente foi a da Carol, quando ela chegou ao hotel, toda com a roupa rasgada, suja, toda machucada. Eu sou uma péssima pessoa, minha namorada precisando da minha ajuda e eu não dando um corte de verdade na Milena. Preciso ser mais efetiva, não posso ficar arrecadando cafuné de quem já me machucou, isso é o cúmulo da idiotice. Sem contar que é uma falta de respeito imensa com a Carol, o ser humano que eu menos quero machucar no mundo. Que situação cruel que eu estou, preciso tratar a Milena muito bem pois preciso da ajuda dela, mas não tão bem para ela não achar que estou abrindo espaço, não posso cortar ela, mas não quero me sentir traindo ou machucando a Carol. Liguei rapidinho o radio, como se algo me mandasse uma mensagem divina, a primeira playlist que tocou foi uma que fiz com a Gineco, com músicas que ela gostava de ouvir na adolescência, foi um sinal de que meu caminho é com ela.

A milena demorou quase uns 20 minutos só pra trocar o sapato e passar uma água no rosto, isso sempre me irritou muito nela. Assim que ela entrou no carro, o cheiro de perfume estava tão desconfortável que eu precisei abrir os vidros e deixar o ar entrar.

- Mi, você não quer ir com o seu carro ou com o Cortez? Como vai fazer pra voltar depois?

- Você me tras, aí passamos mais tempo juntas, o que acha?

- Vai ficar bem complicado eu te trazer para Maçores de novo hoje, amanha cedo eu já tenho atendimento das crianças.

- Tudo bem, eu durmo lá na sua casa, e amanha cedo ligo pro Cortes ir me buscar. Pode ser?

- Vamos vendo -  parece que quanto mais quero me livrar, mais errado e enrolado fica. Dei ré no carro, manobrei e segui em direção a estrada de terra, seguindo rumo a rodovia que leva para Urros.  O frio estava intenso, mas mantive o vidro aberto por causa do perfume forte. A primeira coisa que ela fez ao entrar no meu carro, assim que ele começou a andar foi mudar a musica que estava tocando, eu detesto que mexam no radio do meu carro.

- Nossa Fefa, que músicas velhas. E bem brasileiras não?!  - resmungou mexendo no som.

- Mi, não mexe no radio, você sabe que não gosto que mude a musica.

- Nossa, que mal humor, desliga então, não quero ouvir esse barulho.

- Vou deixar baixinho, em respeito ok?!

- Pelo menos isso. - Eu não puxei mais nenhum assunto no caminho até a liderança, mas ela tentou falar comigo algumas vezes, falando sobre o tempo ou sobre a paisagem, todas as vezes eu me mantive apenas respondendo com murmúrios ou coisas bem pontuais. É estranho dirigir com outra pessoa no carro, se a gineco estivesse aqui, a mao dela estaria na minha perna, me enchendo de carinho, me acalmando. Que saudade que eu estou dela, caramba.

Quando chegamos a liderança do condado, a Milena olhou pra mim, com uma expressão de “relaxa, vou resolver tudo pra você”. Colocou a blusa de frio e desceu, andando em direção do gabinete do mala do capacho do Jorge, meu progenitor. Eu saí um pouquinho do carro, para respirar um ar puro, sem perfume doce que chega a arder o nariz. O ar estava gélido e no fundo uma leve sereno começava a cair, sinal claro que logo haveria neve, não uma nevasca, mas o suficiente para exigir lareira, chá e casa. Bati o olho e enxerguei um banquinho de madeira, com encosto na lateral da prefeitura, andei calmamente até lá e me sentei confortável, olhando para o nada e simplesmente esperando o tempo passar, já que não tinha nem um livro, muito menos sinal de celular. A demora estava tão grande ao meu ver que eu encostei a cabeça no muro da casa e fechei os olhos, para mim por alguns segundos.

 

- Fala se não sou foda demais?! - Acordei assustada com a Milena falando no meu ouvido. Estou tão cansada e estressada que não consegui nem perceber que ela tinha chegado perto de mim, caramba. Me acertei rapidamente no banco olhando pra ela, quase que sem entender o que estava acontecendo, será que ela conseguiu dobrar o cara?

- Você conseguiu?

- Desde quando eu brinco em serviço Fefa? Aqui está - jogou uma folha em mim - documentação do término do embargo do hospital de cancer e maternidade de Urros.  - jogou mais uma folha - liberação do acesso ao hospital para preparo do equipamento de saude - e mais uma folha - documento que informa que não é necessário trocar nenhum dispositivo ou equipamento que já está instalado e que se encontra em plena qualidade de funcionamento. Pensa se eu não sou boa de mais?! Fala alguma coisa Fefa? O que você seria sem a minha ajuda? Fala!! Você precisa de mim, mesmo!

Confesso que eu estava extasiada pela maneira como ela estava falando e principalmente pela maneira como ela conseguiu resolver todos os meus problemas em, sei lá, uma hora. Como será que ela fez isso? Não me importo, eu posso finalmente inaugurar esse hospital, organizar as coisas, um sonho meu que está dando certo.

- Fefa, fala alguma coisa! Por favor.

- Mi, eu não sei o que falar. Não tenho como te agradecer por isso. Cara, muito  muito muito obrigada pelo que você fez por mim e por Urros, esse hospital é um sonho pra mim. Como você fez isso? Como dobrou ele?

- Ha ha ha, eu nunca conto meus segredos Fernanda, nunca. Pega esses documentos todos aí, melhor não perder nenhum deles. Bem que eu deveria aumentar o preço do favor que te fiz hein?

- Só pelo favor que me fez pode cobrar o que você quiser.  Cara, vamos, entra no carro. Tenho que entregar isso pra Marcela agora, imediatamente. Vamos, entra no carro! - falei isso andando e entrando no carro.

- Pra onde vamos?

- Para o ambulatório, a Marcela está lá. Ela vai adorar essa notícia. Caraca Mi, não acredito que você conseguiu isso. Quanto ele cobrou?

- Não cobrou nada, só ficou bem assustado com as ameaças que eu fiz. Falei que ele não ladra, não morde.

- Caraca to eufórica aqui. Eu tava tão estressada com isso, sabe, perder um projeto desse por causa de ego, de frescura de gente sem noção. Não pode ser, as pessoas daqui precisam desse hospital, eu preciso desse hospital.

- Fefa, meu anjo, dirige devagar. Antes que não tenha nem hospital, nem você. Fica calma - ela falou isso e segurou a minha mão tentando me acalmar, eu nem me importei com isso, deixei a mão dela lá, eu só quero chegar na Marcela e falar claramente o que aconteceu.

O caminho entre a liderança e o ambulatório é relativamente pequeno, se eu contasse em quarteirões, daria uns 5 ou 6, mas como aqui é tudo mato, não tem bem uma mensuração exata, mas foi bem rapidinho.

- Mi, você me espera aqui no carro ou quer descer para falar com a Marcela? Explicar como fez isso.

- Não precisa não Fefa, fica tranquila. Vai lá, essa conquista é sua, você que me convenceu a te ajudar. Pode ir lá falar com ela.

- Me espera aqui no carro então?

- Sim claro. - eu sai andando para entrar no pequeno posto de saúde, quando ela gritou ao fundo.

- Fefa!

- Oi?!

- Respira! Você precisa respirar pra conseguir falar meu anjo. Daqui a pouco passa mal de tão agitada.

Eu apenas sorri para ela, a Milena tinha razão, mais uma vez. Entrei no ambulatório, um pouquinho mais calma, tentando me manter em mim. Passei aqui na hora do almoço, mas praticamente ninguém tinha me visto, mas dessa vez, no meio da tarde a cada sala que eu passava ouvia um: Dra, como está? Sumiu hein ou Ganate, e aí? E a Caroline, quando volta? Sério, nunca foi tão difícil chegar ao final do corredor da casinha, onde ficava lá no fundo, como se fosse uma sala administrativa. Em geral é onde eu fico quando preciso mexer com essas coisas financeiras e tudo mais, mas em geral é onde a marcela fica quando ela vem para Urros, nessa sala também fica uma secretaria, uma moça aqui de Urros mesmo, que me ajuda a achar leito de paciente, resolver algumas coisas mais pontuais.

- Fernanda, diga-me que tens boas novas, pela sua feição tens noticias positivas.

- Marcela, aqui estão todos os documentos que precisamos. Acredita que a Milena conseguiu dobrar o cara, está aqui liberação de acesso ao hospital, para montarmos as coisas. Esse aqui é que não precisa mudar nenhum equipamento e esse ultimo aqui é o que libera o hospital do embargo.  

- Fe, vou pegar uma água pra você. Senta aqui um pouquinho -  ela estava com uma expressão estranha, madura, como se não estivesse gostando do que aconteceu. Não demorou muito, ela voltou com uma água pra mim e um café pra ela. Quando recomeçou a falar -  Fe, vamos com calma, me explica o que aconteceu. Toma essa água primeiro, para se ‘acalmares”. - Bebi toda a água e acompanhei a Marcela em algum tipo de meditação respiratoria ou sei lá o nome disso, enfim, me acalmei bem.

Ela a todo tempo olhava pra mim com um ar de preocupada, sendo que deveria ser um ar de felicidade, de que algo ruim foi resolvido.

- Agora que esta mais calma, me conta tudo.

- Caraca, eu estava acelerada mesmo, acho que foi euforia de pegar todos esses documentos. Foi assim, depois que sai daqui, fui lá em Maçores, conversei com a Milena, ela topou me ajudar com o chefe do condado. Ela veio até aqui, conversou com ele e saiu do gabinete com esses documentos de liberação.

- Assim, fácil?

- Não sei se fácil, mas ela ficou lá conversando com ele quase uma hora, eu cheguei a dormir do lado de fora.

- Você não entrou junto?

- Claro que não Marcela, sem contar que para poder me ajudar ela colocou essa condição, de eu não entrar junto.

- Fernanda, pelo amor de Deus, você não vê que tem algo errado nessa história?

- Tá errado o que? Eu precisava da ajuda dela, ela me ajudou, pegamos o documento, podemos inaugurar o hospital semana que vem no máximo.

- O que ela te pediu em troca pela ajuda?

- ah, falou que queria a amiga de infância dela de volta. Só isso, que sente falta de ir em casa assistir um filme, de sair pra jantar. Essas coisas.

- Eu já te falei, a Antonia tambem. Tem algo errado nessa historia toda, e nesse momento eu sei que a Milena está envolvida. Eu não vou te falar mais nenhuma vez. Otimo que conseguiu a documentação, que liberou a obra, mas toma cuidado Fe, ela vai cobrar esse favor, e não é com dinheiro, sera com seus sentimentos.

- Marcela, ela é um bicho traiçoeiro, mas não chega a esse ponto não. E eu sei lidar bem com ela, sei dar uns cortes.

- Enfim, recado dado e não apenas uma vez, você sabe da sua vida. Não esquece que você deixou a Caroline no Brasil, esperando uma cirurgia, depois de um sequestro, um divorcio. Olha todo o trabalho que você teve para fazer ela ficar em Portugal e toda a sua evolução como ser humano por ter se apaixonado por ela, não perde isso.

- Marcela, sabe o que eu não suporto em você e na Antônia? É como sempre me tratam como uma criança de 15 anos, drogada e perdida. Eu sei bem como lidar com os meus problemas, sei o que posso perder com esse favor. Mas caraca, era a liberação do hospital por uma melação com a Milena, daqui a pouco ela cansa disso e eu liberei o hospital. Começa a confiar um pouco mais nas coisas que eu faço, caramba. Eu quero o hospital funcionando e quero a Caroline aqui com a gente. Não vou fazer nenhum deslize que estrague isso, confia em mim. Agora já chega dessa conversa. Podemos mexer no hospital agora, deixar tudo preparado para inaugurar em no máximo 15 dias, é o tempo de equipar o que faltar e da Carol voltar.  

- Fernanda, você sabe que alguém pagou a instalação de internet e telefone aqui no vilarejo?

- Sim, a Milena me contou.

- Foi você que instalou?

- Não tenho mais dinheiro, só conseguiria fazer isso com o lucro da próxima safra. Foi a Milena que pagou, foi um presente da fazenda Almanço em prol do desenvolvimento da Vila de Urros.

- Lindo discurso Fernanda, você acredita mesmo? Do jeito que você fala parece que acredita de verdade.

- Você liberou minha agenda para atender amanhã?

- Não muda de assunto Fernanda.

- Ai Ma, cansei de discutir com você sobre isso. Libera minha agenda, amanhã umas 7 horas eu já chego aqui, para começar a atender. Ficar 15 dias de agenda fechada é o suficiente para atrasar todo o atendimento daqui.

- Eu liberei sim, já tem paciente para você atender amanhã.

- Perfeito. Depois que conseguir levar os equipamentos para o hospital, aproveita e pede para organizar o alojamento, vou pedir para os profissionais que eu havia contratado já virem para Urros, essas duas próximas semanas serão intensas.

- Tem certeza que a Caroline volta até o dia de inaugurarmos?

- Volta sim, nem que eu vá buscar ela pessoalmente no Brasil. E eu faria isso.

- Será mesmo Fernanda? Ou será que você vai deixar a Milena destruir sua vida e seus sonhos mais uma vez?

- A Carol é a melhor coisa que me aconteceu nos últimos tempos Ma, eu não vou trocar ela por nenhum favor que a Milena me cobre, eu prometo isso pra você, de verdade. Eu vou agradecer e ficar próximo dela, por um tempo, para entender se ela está me ajudando de boas ou por algum motivo específico. Depois eu dou um perdido, sem contar que quando a Caroline chegar, ela por conta propria vai dar um corte na Milena.

- Isso não é responsabilidade da Carol, é sua. Ela pode até marcar território, mas se você não estiver resolvida nos seus problemas, não vai adiantar de nada.

- Eu sei Marcela, eu sei. Dou meu jeito nas coisas.

- Eu espero Fernanda. Ah, aproveitando o ensejo, chegou um pedido de atendimento, lá de Bragança. Depois que a sua musa ginecologista atendeu aquela paciente do parto de emergência e tals, já tá rolando boca a boca que tem ginecologista por aqui, o que é bem bom pro hospital. Eles estão com uma paciente oncológica para abordagem cirúrgica, quando a Carol chegar precisa ver com ela para operar, se já coloca aqui no hospital ou se ela viaja até lá.

- Deixa comigo, ela chegando eu vejo isso e tomo as providências necessárias. Marcela, fica calma, sério. Eu não vou fazer nada de errado, prometo.

 

- Sua vida, suas decisões Fe. Como você sempre fala, já é madura o suficiente para saber das coisas. - Evitei dar mais corda ao problema, agradeci a Marcela, deu um abraço e voltei para o carro, onde a Milena me esperava com um sorriso de ponta a ponta do rosto.

Fim do capítulo


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Comentários para 52 - Capítulo 52:
rhina
rhina

Em: 29/02/2020

 

O golpe certeiro foi dado. Mas tão bem dado que entrou e fez o maior estrago e Fernanda não sentiu nada......nem uma lufadinha.

Rhina

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zilla
zilla

Em: 09/04/2019

Essa Fernanda ou MUITO burra ou é inocente msm visse affz 

Será que ela ñ percebes que a Milena está por trás do embargo do hospistal!? 

Volta logo Carol, pfv...

Parabéns autora, volte logo pfv rs

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Elizaross
Elizaross

Em: 09/04/2019

puts Fermands e mto burra..vai perder tudo ... aff

autora, Carol, ta na hora de voltar a portugual logo heimm

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