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  • S.O.S Carolina - 2ª Temporada
  • Capítulo 24 - Depressão

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S.O.S Carolina - 2ª Temporada por Cris Lane

Ver comentários: 7

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Palavras: 3831
Acessos: 4329   |  Postado em: 08/04/2019

Capítulo 24 - Depressão

A semana passou torturante para Carolina, ela não saiu de casa, não se levantava da cama, não dormia, não comia, Roberta e Carlos estavam preocupados. Pelo seu apartamento Izabel e Raquel passavam dia após dia para conversar com a amiga, até Aline também ligava para ter notícias de Carolina, nada fez com que ela conseguisse reagir. Em dez dias, Carolina perdeu cinco quilos, já estava quase ficando doente.

            Carlos tinha que voltar para Macaé para embarcar, não queria deixar a irmã daquele jeito em casa, Roberta prometeu que cuidaria dela. Mas não sabia exatamente o que fazer.

            Em uma ultima tentativa de fazer com que Carolina tentasse voltar à sua vida, Raquel conseguiu encaixar alguns plantões para ela no Hospital Universitário. Passou no apartamento dela para avisar e Carlos a atendeu, ele estava se preparando para viajar no dia seguinte.

 

 

-- Oi Carlos, tudo bem, como ela está? – Abraçou o amigo --

 

 

-- Oi Raquel, está na mesma, trancada naquele quarto, eu não sei mais o que fazer. – Fechou a porta –

 

 

-- Está pior do que eu pensei. – Deixou a bolsa na mesa –

 

 

-- Acho que o pior, foi que aconteceu tudo ao mesmo tempo, ela perdeu a namorada e o trabalho, antes ela buscava fugir dos problemas dentro do hospital, agora acho que ela perdeu a referência.

 

 

-- Concordo com você. Mas eu vim pra falar com ela, eu consegui lá no Hospital Universitário encaixar uns plantões pra ela, Ronaldo ainda trabalha lá, ele foi nosso professor, ele gosta muito dela.

 

 

-- Espero que isso a anime, porque eu estou realmente preocupado, eu nunca vi minha irmã derrotada desse jeito.

 

 

-- Eu vou lá falar com ela. – Sorriu –

 

 

-- Vai lá, qualquer coisa me grita.

 

 

 

            Raquel foi até o quarto de Carolina e a encontrou deitada na cama com os olhos inchados e vermelhos. Carolina não tinha nenhuma reação, estava com o olhar fixado em um ponto aleatório do quarto, Raquel sentia um aperto no peito ao ver aquela mulher tão forte que ela havia conhecido na faculdade, daquele jeito.

 

 

-- Carol. – Sentou na cama –

 

 

            Não teve resposta, Carolina nem se mexeu, estava em um estado de quase catarse.

 

 

-- Carol, eu vim te falar uma coisa boa, mas você precisa reagir, amiga, olha pra mim.

 

 

            Carolina fechou os olhos e algumas lágrimas caíam sem freio, nada poderia ser bom, seu coração estava em pedaços e ela não sabia como colar novamente, a primeira vez que se entregou por completo ao amor, levou um golpe que parecia que nunca iria cicatrizar. Ela não sabia lidar com aquele sentimento, passou tanto tempo se preservando que não sabia como era sentir a dor do abandono. E não estava reagindo bem à situação.

 

 

-- Carol olha pra mim, por favor. – Acariciou seus cabelos – Eu não consigo ver você assim, tão derrotada, você não é essa mulher que só vive jogada na cama, você é uma sobrevivente, lembra? – Emocionou-se ao lembrar da formatura --

 

 

            Raquel tentava desesperadamente trazer Carolina de volta daquele mundo de dor em que ela se trancou novamente, com o agravante de dessa vez não lutar contra ela.

 

 

-- Você é o nosso porto seguro, quem tem os conselhos mais sensatos, você é aquela que trabalha debaixo de sol e chuva, incansável para curar as pessoas, para salvar pessoas, você é a amiga doce que está sempre lá pra dizer que tudo vai ficar bem. – Acariciava os cabelos da cardiologista -- Eu não sei fazer esse papel amiga, me desculpa por ser tão tosca e não conseguir trazer o mesmo conforto que você nos traz. – Começou a chorar –

 

 

            Carolina abriu os olhos e mesmo dentro de sua dor, dentro de sua escuridão, se sentiu na necessidade de fazer o que sempre se comprometeu, confortar os corações aflitos, sentou na cama e olhou para Raquel, as duas choravam, cada uma com seus motivos.

 

 

-- Raquel, eu nunca vi você chorar. – Disse dentro de soluços –

 

 

-- Carol, eu nunca vi você desistir. – Disse com a voz embargada –

 

 

            Aquilo atingiu Carolina como um tiro no peito, percebeu onde a amiga queria chegar, ela sempre sofreu, mas nunca desistiu, alcançou sonhos quase impossíveis, morreu e reviveu, e estava ali entregue naquela cama a dias. Dias demais até. Mas não sabia como sair daquele estado, estava completamente deprimida. Era um sentimento que ela desconhecia, e não sabia lidar com aquela dor.

 

 

-- Eu não sei como colar tudo o que está quebrado. – Fechou os olhos –

 

 

-- Não precisa consertar tudo, se você colar uma parte já é um bom começo, amiga. – Limpou os olhos com as costas da mão –

 

 

-- Cansa ser forte o tempo todo!

 

 

-- Carol, não seja. Mas não desista! Você lutou contra um sistema inteiro e se formou médica, venceu os abusos do seu próprio pai, venceu a morte. – Soluçou – Você não sabe como me dói ver você assim, se eu pudesse eu trocaria de lugar com você, mas eu não posso. – Disse em um fio de voz --

 

 

-- Amiga, eu te amo, você sabe disso, não é? – Segurou suas mãos --

 

 

-- Eu sei, e eu te amo mais, por isso, não posso deixar você desistir de viver dessa maneira.  – Limpou o rosto novamente – Eu vim te dizer que Ronaldo quer que você vá lá no Hospital Universitário pra conversar com ele, ele quer que você volte a dar plantão por lá.

 

 

 

-- Você falou com ele? – Abaixou os olhos --

 

 

-- Sim, eu precisava tirar você de dentro desse apartamento, você tem que viver, Carol, tudo vai se ajeitar, você vai ver.

 

 

-- Raquel está muito difícil. Eu não sei nada sobre ela, a última ligação foi a que ela terminou comigo. – Encostou na cabeceira – Ela disse que me amava, por que ela simplesmente foi embora?

 

 

-- Eu não sei, Carol. Já pensou que a mãe dela pode ter ameaçado ela?

 

 

-- Eu enfrentaria qualquer coisa se estivesse junto dela, Raquel, mãe, pai, o caralh* a quatro, iria até o inferno por ela. Mas não posso viver assim, sem saber de nada. – Abriu os braços --

 

 

-- Carol, retoma sua vida, pelo menos o trabalho, vamos lá conversar com Ronaldo. Eu vou com você amanhã. – Tirou uma mecha de cabelo de seu rosto – Vem comigo.

 

 

            Carolina suspirou, e resolveu acompanhar a amiga, pelo menos um pouco de trabalho trazia parte do seu equilíbrio de volta.

 

 

-- Tudo bem, eu vou.

 

 

-- Eu te pego aqui às oito, tudo bem?

 

 

-- Tudo bem.

 

 

            Raquel tentou fazer Carolina sair um pouco do quarto, mas só conseguiu fazer com que ela acompanhasse até a porta para se despedirem, Carlos assistia o declínio da irmã em tão pouco tempo assustado, nunca viu Carolina desse jeito, entregue a uma depressão que nem ele sabia como ajudar.

 

 

 

**********************************

 

 

No horário marcado, Raquel estacionava o carro em frente ao prédio de Carolina, a cardiologista estava esperando na portaria, e entrou no carro, deu um beijo no rosto da amiga enquanto se escondia atrás dos óculos escuros.

Raquel olhava para a amiga, o semblante triste, mais magra do que já era, abatida, nem de longe parecia com a Carolina que ela conheceu. Acelerou o carro e foi em direção ao hospital Universitário. Encontraram com Ronaldo e o médico que ensinou as duas durante o internato se assustou quando viu Carolina, quase não a reconheceu, percebeu seus olhos mortos, atrás daquele olhar triste e cheio de olheiras, existia uma alma que lutava para não desistir, mas que já tinha desistido.

 

 

-- Carolina? – Pausou -- Você está bem?

 

 

-- Oi Ronaldo. Tudo bem. – Disse desanimada – E você?

 

 

-- Oi Naldo. – Raquel beijou seu rosto –

 

 

            Ronaldo não sabia o que falar, na dúvida, preferiu o silêncio, a abraçou como se quisesse tirar todas as dores que Carolina estava sentindo, e sem saber o que dizer para confortá-la, focou apenas no trabalho.

 

 

-- Raquel me disse que você está de bobeira, não quer voltar a trabalhar aqui com a gente? – Puxou uma cadeira para as médicas – Eu estou precisando de gente boa como você.

 

 

-- Pois é, o Matriz foi vendido, reformularam o quadro. – Deu de ombros – Eu estou sem trabalho.

 

 

-- Então, vem trabalhar comigo, você já conhece o hospital, sabe como funciona, a gente organiza os seus plantões de acordo com o que ficar bom pra você.

 

 

-- Tudo bem. – Sorriu sem muita convicção – Eu topo. Você quer que eu comece quando?

 

 

-- Quando você quiser, vamos no RH, depois que elas te liberarem da burocracia eu te passo os horários dos plantões.

 

 

-- Ok.

 

 

-- Carolina, você está bem mesmo? – Pôs a mão em seu ombro –

 

 

-- Eu vou ficar, Ronaldo. Obrigada. – Sorriu amarelo --

 

 

            Ronaldo as levou para o RH do hospital, Carolina foi orientada para fazer o exame, trazer os documentos para a contratação, e já combinou os horários de plantão com Ronaldo. Ao contrário do que costumava fazer, pegou apenas três plantões de doze horas para começar, ainda estava desestabilizada, precisava colocar a cabeça no lugar, aceitou o trabalho para manter a mente um pouco ocupada com o que ela amava fazer, mas que naquele momento não fazia muita diferença pra ela. Até a medicina perdeu o brilho.

            Sentia que seus ideais foram maculados com a manipulação de Lucia, para ela a medicina era algo intocável e foi através dela que foi duramente atingida em um jogo sujo de interesses e vingança de algo que nunca existiu, o amor por Samantha.

            As amigas deixaram o hospital e Raquel insistiu em levar Carolina para comer alguma coisa, não queria leva-la para casa para se enfiar debaixo dos lençóis e voltar a chorar as mágoas incansavelmente.

            Raquel ligou para Izabel e disse que estava com Carolina, as duas combinaram de se encontrar para almoçar, a clínica geral estava de plantão, Raquel levou Carolina para o restaurante na esquina do Hospital Matriz e lá encontraram com Izabel que já estava esperando por elas.

            Izabel abraçou Carolina apertado, e a cardiologista se deixou ser embalada, estava arrasada com tudo que estava acontecendo, estava se agarrando a uma ultima ponta de esperança de que tudo ficaria bem. Várias lembranças naquele restaurante, os almoços com Ângela, o bar do outro lado da rua, onde elas passaram vários momentos de descontração, tudo agora era uma lembrança que parecia muito distante.

 

 

-- Oi Carol, como você está? – Estava triste –

 

 

-- Estou levando, Bel. – Sentou – Mas confesso que eu não sei o motivo disso tudo. Por que eu voltei, se não era pra ser feliz? Se eu experimentei a felicidade e agora tudo evaporou?

 

 

-- Não fala assim, tudo vai se ajeitar. – Segurou sua mão sobre a mesa – Você vai ver.

 

 

            Carolina sorriu sem muita convicção no que ouvia, já não aguentava mais ouvir aquela frase, sabia que nada seria como antes, o cristal quebrou, pela primeira vez em toda sua vida ela sucumbiu à descrença.

            Aline chegava ao restaurante para almoçar e Raquel a convidou para sentar com as três, a residente aceitou e se assustou com a aparência abatida da cardiologista que tinha os olhos tristes e cansado como ela nunca havia visto antes. Visivelmente mais magra, Carolina parecia outra pessoa. Sentiu pena da antiga chefe, ela conversou com Ângela pelo telefone e a amiga contou tudo o que aconteceu, ela sabia que Ângela tinha se afastado para proteger a mulher que amava, e estava sofrendo tanto quanto Carolina. Mas tinha prometido não contar nada.

 

 

-- Oi Aline. – Carolina sentiu um lampejo de esperança de conseguir notícias de Ângela – Você falou com Angel? Ela ligou pra você?

 

 

 -- Não, ela não ligou pra mim. Eu liguei pra ela, mas só cai na caixa postal. Ela não quer nem falar comigo. – Mentiu – Eu não sei o que está acontecendo.

 

 

            Carolina sentiu o peito apertar ainda mais, imaginou que pelo menos com Aline ela iria se comunicar, mas depois do que ouviu, percebeu que sua paixão estava fora de seu alcance. Dois golpes duros ao mesmo tempo. Fez planos para um futuro que não existia mais, e agora tudo era escuridão de novo.

            Carolina comeu muito pouco e decidiu ir sozinha pra casa, deixou Raquel e Izabel com Aline no restaurante terminando de almoçar, e saiu caminhando sem rumo. Chegou à orla de Icaraí, alcançou o calçadão, pessoas passavam por ela, cada uma com seus pensamentos, seus próprios problemas. Tirou os sapatos e pisou na areia, sentou de frente para o mar e abraçou os joelhos junto ao seu corpo.

            O dia estava nublado, como seu coração, o sol estava escondido, nem ele queria ser testemunha do seu sofrimento. Tirou a aliança do dedo e ficou observando, aquele anel grosso de ouro branco, era a última lembrança boa que tinha de Ângela. Pegou a aliança, tirou seu cordão do pescoço e a colocou como um pingente, sem saber que Ângela tinha feito o mesmo, eternizou aquele símbolo do amor mais puro que havia sentido sobre seu peito, assim, as duas carregavam aquele amor em sintonia, mesmo que a quilômetros de distância.

            Ouvia o barulho do mar, ele a acalmava, mas naquele dia estava irritando, colocou os fones no ouvido e ligou o MP3, olhava o mar, e as ondas batendo na areia parecia um chamado, pensou em caminhar até a água e se deixar levar naquela imensidão, não tinha mais forças para continuar, pela primeira vez estava desistindo. Lembrou-se de sua mãe, nem quando ela morreu se sentiu tão perdida. Lembrava da conversa que teve dentro daquele sonho, sua mãe tinha muita certeza que ela seria feliz, então por que estava passando por tudo aquilo?

 

 

-- Dessa vez, a senhora errou, mamãe. – Lágrimas escorreram sobre seu rosto –

 

 

            Pensou novamente em deixar a vida se esvair, e sem hesitar levantou e caminhou em direção ao mar, as ondas batiam baixas, não era uma maré brava, mas como ela não sabe nadar, tudo que precisava era perder o chão e deixar a água cobrir sua cabeça. Foi um pensamento mórbido. Parou quando sentiu a água gelada tocar seus pés. Fechou os olhos em repreensão ao que estava prestes a fazer, e as lágrimas voltaram mais fortes.

            Que direito tinha ela de tirar a própria vida? Por que estava deixando tudo aquilo tirar sua força, tirar sua essência? Aquela mulher ali na praia não era ela, não era quem ela se tornou, ela era uma mulher que salvava vidas, não tirava, ela curava as pessoas, não se entregava, lutava até o fim...

 

 

Mas pra que?

 

 

            Alicia Keys começou a cantar com a voz melosa, era como se sentia, a vida não era nada sem ela.

 

 

If I Ain't Got You (tradução)

 

https://www.youtube.com/watch?v=Ju8Hr50Ckwk

 

Se eu não tenho você

 

Algumas pessoas vivem pela fortuna

Algumas pessoas vivem pela fama

Algumas pessoas vivem pelo poder

Algumas pessoas vivem só para jogar o jogo

Algumas pessoas pensam que as coisas materiais

Define o que elas são por dentro

 

Eu já me senti assim antes

Mas a vida é sem graça

Tão cheia de coisas superficiais

 

Algumas pessoas querem tudo

Mas eu não quero nada

Se não for você querida

Se eu não tiver você querida

Algumas pessoas querem anéis de diamante

Algumas apenas querem tudo

Mas tudo significa nada

Se eu não tiver você

 

Algumas pessoas procuram por fontes

Promessas para ser sempre jovem

Algumas pessoas precisam de três dúzias de flores

Para provar seu amor

E em um mundo de prato de prata

Eu me pergunto o que isso importa

Ninguém para dividir

e ninguém que realmente se importa comigo

 

Algumas pessoas querem tudo

Mas eu não quero nada

Se não for você querida

Se eu não tiver você querida

Algumas pessoas querem anéis de diamante

Algumas apenas querem tudo

Mas tudo significa nada

Se eu não tiver você

 

Algumas pessoas querem tudo

Mas eu não quero nada

Se não for você querida

Se eu não tiver você querida

Algumas pessoas querem anéis de diamante

Algumas apenas querem tudo

Mas tudo significa nada

Se eu não tiver você

 

Algumas pessoas querem tudo

Mas eu não quero nada

Se não for você querida

Se eu não tiver você querida

Algumas pessoas querem anéis de diamante

Algumas apenas querem tudo

Mas tudo significa nada

Se eu não tiver você

 

Se eu não tenho você baby

Nada nesse mundo tem significado

Se eu não tenho você baby

 

Abriu os olhos e olhou o mar lhe convidando com aquela marola que acariciava seus pés descalços, molhando a barra de sua calça. Pensou em Samantha, em como ela buscou tanto dinheiro, fama, poder e no final, não tinha nada, lembrou de Lucia e Vera, a gananciadas duas tinha tirado o que ela construiu com muito suor, pensou em Ângela, ela só queria a presença da mulher que ela ama, e não tinha mais, era como na música, nada tinha significado sem ela, a vida perdeu a cor. Pensou em Carlos, Roberta, sua afilhada, tão pequena! Desejou que ela tenha uma vida mais feliz que a que ela teve. Pensou em como estava sendo egoísta com aquela atitude, mas que se dane ser egoísta uma vez na vida. Estava cansada, lembrou que não queria voltar, e se deu ao luxo de escolher dessa vez o que faria de sua vida, ou o que não faria mais.

 

            Naquele devaneio de vida ou morte, enquanto o silêncio gritava dentro de si, um barulho muito alto tirou sua atenção do mar para a calçada, tirou os fones do ouvido. Viu algumas pessoas gritando, aglomerando em um ponto perto de um quiosque e ouviu quando alguém gritou por um médico.

 

 

-- Tem algum médico? Ele está vivo! Médico!

 

 

            Quando ouviu aquele chamado, algo dentro de si acordou, lembrou-se do seu propósito, da sua missão, de quem ela era, e sem pensar em mais nada saiu correndo em direção daquelas pessoas, tudo o que queria era apenas salvar aquela pessoa. Seu instinto em salvar vidas foi maior do que o de tirar a sua própria.

 

 

-- O que houve?

 

 

            Chegou perguntando, as pessoas foram abrindo caminho e ela encontrou um rapaz caído no chão, a bicicleta que ele usava estava torta a alguns metros dele, parecia ter sido atropelado, mas o motorista fugiu.

 

 

-- Atropelaram ele, o motorista fugiu. Ele não está respirando.

 

 

-- Afastem-se, por favor.

 

 

-- Você é médica?

 

 

-- Sou.

 

 

            Carolina percebeu que o rapaz tinha parado de respirar, tentou fazer ressuscitação boca a boca, mas percebeu que o ar não chegava aos pulmões do rapaz. Rapidamente gritou por alguns objetos que o dono do quiosque trouxe correndo.

 

 

-- Preciso de álcool, ou alguma bebida tipo vodca, uma faca afiada e uma tampa de caneta ou biqueira de dose. Rápido!

 

 

            O dono do quiosque trouxe o que ela pediu e todos assistiram quando ela jogou o líquido sobre os objetos e no pescoço daquele rapaz que já estava ficando com a boca roxa, mediu o pescoço com os dedos, apertou em um ponto como se estivesse sentindo onde teria que fazer a incisão e com a ponta da faca fez um corte preciso com aproximadamente dois centímetros e colocou a biqueira de dose fazendo uma passagem de ar diretamente para os pulmões do rapaz que voltou a movimentar o peito recebendo o benefício da vida novamente.

 

 

-- Ele está respirando. Alguém já chamou os bombeiros? – Olhou para cima --

 

 

-- Sim. Já chamamos.

 

 

            Enquanto ela segurava a biqueira, as pessoas que estavam à sua volta começaram a aplaudir sua atuação, ali com quase nenhum recurso, Carolina salvou mais uma vida de tantas que já passaram pelas suas mãos habilidosas. A emoção começou a tomar conta da cardiologista novamente, a adrenalina estava em alta.

            Ouviu as sirenes do corpo de bombeiros chegar, e passou o atendimento para os paramédicos. Explicou o que fez e o rapaz foi levado para o hospital.

            Saiu tentando se esquivar das pessoas que a cumprimentavam, lembrou que tinha largado os sapatos na areia, nem sabia mais onde estavam, caminhou novamente até o mar, no meio do caminho encontrou o par de sapatos que ficaram perdidos naquela imensidão, e parou de frente para o mar novamente. Mas dessa vez o encarou com outra força, uma que ela tinha esquecido que possuía, que ela voltou a experimentar depois que sentiu a vida voltar ao corpo daquele rapaz em suas mãos.

            Respirou fundo e encarou as ondas que voltaram a fazer seu convite, acariciando seus pés.

 

 

-- Eu quase fraquejei, mas você não vai me vencer. Eu sou mais forte que você!

 

 

            Sentiu uma rajada de vento mais forte emaranhar seus cabelos e olhou para o céu, pensou em sua mãe e pediu desculpas mentalmente por quase ter desistido. Virou as costas e deixou o mar para trás, caminhou firme com outra atitude pela areia e tomou o caminho de casa.

            O que aconteceu não significou que a dor tinha ido embora, não mudou a saudade que estava sentindo de Ângela e do seu trabalho na residência do hospital Matriz, o que aconteceu a fez lembrar que ela era mais forte que aquela dor, que ela pode ser a mesma médica dedicada e competente em qualquer hospital, e que se ela venceu a morte, também era capaz de vencer a vida e na vida.

            Sua mãe disse que ela tinha uma missão, e ia se concentrar em encontrar esse caminho, sua vida era pautada em salvar vidas e naquele momento ela não salvou apenas a vida daquele rapaz, ela salvou a própria vida.

Fim do capítulo

Notas finais:

Oi gente.

Então, como eu não sei como será a minha semana, essa minha vida louca está me consumindo, revolvi postar um extra. Farei o possívle para voltar na quarta como de costume, mas se não conseguir, já estou me redimindo.

E agora, Carol quase desistiu, será que nossa linda cardiologista vai se levantar depois desse tombo? 

O que será que está acontecendo com Ângela?

Muitas emoções ainda estão por vir. Continuem ligadinhas. Ah, e pra não ficar sem saber se tem o capítulo postado, dá uma favoritada básica na autora que vos fala. :)

Boa semana meninas.

Obrigada pelo carinho, viinha, Mille, NovaAqui, Pollyan, HelOliveira, NeyK e Elizaross.

Grande abraço.

Cris Lane

 

Ps. Tenho que agradecer, minha Lu pelo apoio e paciência durante esses dias que têm sido tensos. Amor, eu te amo!


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Comentários para 24 - Capítulo 24 - Depressão:
Lea
Lea

Em: 18/01/2023

Éh, Carolina,parece que a felicidade plena não é para você. Espero que esse quadro mude logo!

Responder

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Zaha
Zaha

Em: 25/04/2019

Ah, voltou Carol! Forte e decidida...fazer o bem sempre nos anima, noa dá força pra seguir e ter fé que alguém tb fará o mesmo por nós e q as coisas ruins passam, mas as boas podem peemanecer!! Lá vai eu ver o q aconteceu...


Resposta do autor:

Oi Lai

Carol é dessas que não desistem nunca.

Fazer o bem é sempre bom, e sim, tudo passa, nada é pra sempre, nem as fases.

Beijo

Cris

Responder

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Zaha
Zaha

Em: 25/04/2019

Ah, voltou Carol! Forte e decidida...fazer o bem sempre nos anima, noa dá força pra seguir e ter fé que alguém tb fará o mesmo por nós e q as coisas ruins passam, mas as boas podem peemanecer!! Lá vai eu ver o q aconteceu...


Resposta do autor:

Oi Lai

Carol é dessas que não desistem nunca.

Fazer o bem é sempre bom, e sim, tudo passa, nada é pra sempre, nem as fases.

Beijo

Cris

Responder

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patty-321
patty-321

Em: 15/04/2019

Como um fênix,  Carol tá voltando a vida.  Capítulo  lindo. 


Resposta do autor:

Oi patty

Verdade, estamos sempre nos reinventando não é mesmo? Essa foi a mensagem do capítulo, todos os dias levantamos em busca de um motivo, e esse motivo é o simples fato de estarmos vivos.

Fico feliz que tenha gostado.

Obrigada pelo carinho.

Abraços

Cris Lane

Responder

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viinha
viinha

Em: 09/04/2019

Não acredito ela pensou em se matar cara tirar a própria vida Adorei a parte que ela salvou uma vida para salvar dela Capítulo perfeito perfeito perfeito


Resposta do autor:

Oi viinha

Pois é, Carol quase desistiu, tem horas que a dor é insuportável, e fica maior do que nossas próprias convicções, a depressão mata silenciosamente, eu quis trazer o tema para causar reflexão mesmo.

Que bom que ela conseguiu se reencontrar, a medicina é o lugar onde ela se encaixa, e foi isso que a trouxe de volta.

Que bom que você gostou.

Obrigada pelo carinho.

Abraços

Cris Lane

Responder

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Suellen Cah
Suellen Cah

Em: 08/04/2019

Que bom q a Carol resolveu reagir!!! Já era hr!

Quero ver oq a Lucia vai aprontrar daqui pra frente.

Ótimo cap! Bjos Cris.


Resposta do autor:

Oi Suellen

E não é? É que as vezes a vida bate tanto que fica difícil reagir, mas ela conseguiu, torce aí.

Ah, Lucia, ela ainda pode aparecer, sabe como é a pedra no sapato, né.

Obrigada pelo carinho.

Abraços

Cris Lane

Responder

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HelOliveira
HelOliveira

Em: 08/04/2019

Que maravilha Carol reagindo e.voltando a vida, e a Raquel que.amiga fantástica cada admiro mais, e Aline falou com a Ângela e ficou na dela, mas tá sendo amiga né....

Tenso e cada dia melhor.

Obrigada pelo Extra e não der pra quarta todas nós vamos entender.

 

Abracos


Resposta do autor:

Oi HelOliveira

Carol quase se entregou à dor, mas a paixão pela medicina a trouxe de volta. Raquel amadureceu muito e está provando ser uma ótima amiga, Carol precisa disso nessa fase.

Aline está fazendo o papel dela, tentando não causar mais sofrimento para Carol.

Que bom que gostou.

Obrigada pelo carinho.

Não consegui postar na quarta, mas vou compensar com um capítulo hoje.

Abraços

Cris Lane

Responder

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