Capítulo 7 Every Breath You Take
Mari colocou a mão sobre o ombro de Fran o que a fez cair no chão. Ambas protegiam suas cabeças deitadas no chão, após constatar que o estampido alto eram o barulho de uma metralhadora que dispara até ficar sem balas.
Mari sente algo arder em sua perna, após ouvir os pneus cantando e o carro se afastando, ela levou as mãos a perna direita e deitou-se de barriga pra cima sendo logo amparada por Fran que tremia devido a situação.
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Foi de raspão, Mari. Fica tranquila que eu tô bem e aqui contigo.
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E o que foi isso?
Mari perguntava aflita para sua amiga que segurava firme sua mão já sentada ao seu lado, com a respiração ofegante e a voz cortada Fran não tinha uma resposta, pode ouvir duas mulheres se aproximarem e olhou para cima com o olhar ainda assustado, era Carol e Rafaela, que já haviam pedido reforços via telefone.
Mari olhou para cima e encontrou os olhos de Carolina que ao constatar seu pavor procurava na loira algum ferimento, queria constatar que ela estava bem, enquanto Rafaela foi para frente do estabelecimento tentando preservar a cena do crime, no qual as pessoas já se aglomeravam tentando entender o que havia acontecido.
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Tudo bem, foi de raspão, tu vai ficar bem.
Disse a morena com certo alívio na voz, ninguém mais havia se ferido e a bala estava alojada na parede daquele estabelecimento já vazio. Ela havia sido atingida por estava perto da janela, os estilhaços do vidro quebrado estavam espalhados pelo chão e os cacos haviam feito cortes superficiais nas amigas jornalistas, Carol pensava na sorte que elas haviam tido.
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O que aconteceu?
Perguntou Franciele.
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Também estamos tentando descobrir, não pude entender, só vimos que a van preta estacionada em frente ao estabelecimento foi alvejada.
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Uma van preta?
Disse Mari já tentando se levantar para ver se a produtora e o câmera estariam bem e por sorte estavam, eles adentraram ao restaurante e ao vê-los ela respirou fundo e deixou o corpo novamente cair no chão, apos alguns segundos ela sentou-se no mesmo e olhou para os amigos que já estavam próximos e antes mesmo de poder falar mais com Carol a mesma já havia se dirigido a frente do restaurante encontrar Rafaela.
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Que bom que vocês estão bem.
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Estacionamos a van e saímos, fomos aqui do lado comprar cigarros antes de vir almoçar e quando vimos tudo já havia acontecido.
Disse a produtora com uma voz assustada.
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Isso só pode ser pela minha boca grande.
Disse Mari pensando em alguma razão para o acontecido.
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Ou algum engano amiga.
Disse Fran tentando amenizar a situação.
Mari se levantou com um semblante dolorido e se dirigiu para fora do estabelecimento, esperava alguma pista, alguma resposta para aquela surpresa desagradável.
*****
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Qual a situação? Alguma novidade Rafa?
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Nada, apenas um bilhete jogado aqui, provavelmente após a van ser alvejada, está escrito 'primeiro aviso', já sabe de quem é a van?
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Sim, é da equipe do jornal Correio, de uma das jornalistas que estava almoçando aqui.
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Ameaça.
Constatando o que parecia óbvio, Carol olhou para a van alvejada a procura de algo que pudesse levá-las ao culpado e andando de um lado para o outro olhou para a porta e pode ver que a loira a observava de longe, se aproximou para ajudar as amigas a se encaminhar até a ambulância, mas seus passos foram interrompidos, os paramédicos alcançaram a loira mais rápido que já estava sendo atendida e entrava na ambulância que saiu para o hospital em disparada tirando Mari de sua vista. Carol pode sentir seu coração palpitar, dessa vez não pela ausência de sua medicação no qual havia se viciado, mas por uma apreensão que não podia ser explicada.
Carol foi tocada no ombro, era Rafaela.
-
Vamos Carol, estão no chamando na delegacia, temos que encaminhar a papelada para pedir as imagens da câmera de segurança.
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Tá bem... hã.... Rafa?
Disse já caminhando atrás da amiga e companheira de trabalho que tinha pressa de chegar na delegacia e se encaminha até seu carro.
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Oi fala
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Por um acaso sabe pra qual hospital ela foi levada?
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Ela? Elas foram levadas pra Santa Casa. Porque?
Disse Rafa estranhando o modo como agiu a colega, aquela demasiada preocupação era incomum para o comportamento da morena.
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Nada, só pra caso a gente precise fazer novas perguntas, te vejo na delegacia.
Pigarreou logo entrando em seu carro que estava próximo ao da colega e foram para a delegacia mergulhar naquela pilha de burocracia que às esperava.
********
-
(...) Por isso vocês vão ficar em observação por hoje até que a polícia também me permita liberá-las.
Disse o médico explicando a situação para ambas que olhavam incrédulas o homem, mas aliviadas por estarem teoricamente seguras naquela noite.
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Eu te falei que eu tinha a boca grande.
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Mas não achava que era a esse ponto.
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A gente incomoda muita gente Fran.
As amigas conversavam após o médico se retirar.
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Mas o que vamos fazer agora Mari?
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Eu não sei, só sei que não vou parar de exercer minha profissão, isso não pode e nem vai nos calar.
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Sim, não pode nos calar, mas tenho medo que possa vir a nos matar.
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Não vai, no máximo nos dar cicatrizes que vão nos deixar com uma aparência de duronas. Olha isso, me sinto fodona.
Disse Mari rindo da situação o que fez Fran rir também, apesar da preocupação elas tentavam levar a situação para um lado mais leve, lado que na verdade não existia. Ambas corriam riscos e agora tinham certeza de que o risco era real.
******
O resto do dia foi longo para Carol que continuava imersa em papéis. Faltava preencher apenas um ou dois e iria para casa, estava aliviada por saber que a loira e a amiga passariam aquela noite no hospital, mas sentisse estranha. 'Deve ser porque é meu primeiro caso' pensou.
Já estava na hora de seu plantão acabar até que Rafaela entra e pára em frente a sua mesa batendo nela como se fosse em uma porta e num tom debochado pergunta: Alguém aí?
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Tô aqui sim, não tá me vendo?
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Que mal humor hein? Tá precisando de alguém pra te ajudar a bagunçar essa pilha de papéis aí
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Meu amor, eu bagunço sozinha
Respondeu rindo da amiga que tentava tirar um sorriso da morena.
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Vamos, já chega continuamos amanhã.
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Amanhã vamos ao hospital averiguar a situação.
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Eu quero averiguar aquela guria isso sim, que linda ela, baaaah
-
Eu sabiiiiiiia
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O que? Que eu sou gay e que ela faz meu tipo?
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Desconfiava que fosse gay! Não sabia que ela fazia teu tipo
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Poxa achei que eu tinha uma placa na testa dizendo 'sapatao', só tu que não notou sabia? E quanto a outra coisa... mulher é meu tipo.
Carol teve de rir da situação, riam e falavam amenidades e por vezes de suas constatações sobre o caso e probabilidades de quem poderia estar por trás daquele atentado, conversaram até chegarem em seus respectivos veículos. Se despediram e foram pra casa, a morena ficou com o pensamento preso no caso e mesmo depois de estar em sua cama teve dificuldade para conseguir dormir, ainda pensando em tudo o que havia ocorrido.
Fim do capítulo
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