Capítulo 4 Infinito particular
Quinta feira de manhã, Mari lia com voracidade as informações que encontrará, se preparando para entrar no estúdio logo a tarde, com suas perguntas afiadas que eram arriscadas, podiam ou não surtir o efeito desejado, olhou para o nada e franziu a sobrancelhas pensando e organizando tudo em sua mente, ajeitou os óculos e após outra ideia surgir em sua mente voltou a sua prancheta e escreveu algumas observações caso as perguntas tomassem o rumo desejado.
Viu a produtora acenar para ela no estúdio improvisado para que ela se aproximasse e ao se aproximar pode notar que a conhecia de algum lugar. Riu ao lembrar de onde e isso não deixou de ser notado pela produtora.
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Aquele dia tu nem me deixou perguntar teu nome.
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Desculpe, acho que não tinha a intenção de te encontrar assim.
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Bom... prazer Jéssica.
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Marina.
Sorriram sem graça uma pra outra, mas não houve tempo para muita conversa para o alívio de Mari que já se encaminha para uma rápida maquiagem, que ela não gostava muito, mas era necessário para o momento, passou somente uma base no rosto. Vestia uma calça jeans, seus all star brancos e uma camiseta do capitão América que seu chefe insistia para que ela trocasse e ela o ignorou categoricamente.
Fran se aproximou e estava mais nervosa que a amiga, o projeto estava a cargo das duas agora e as entrevistas seriam revezadas a começar por Mari.
Elas se abraçaram e a amiga desejou boa sorte para Mari que tinha um sorriso amarelo e o rosto vermelho pela vergonha, tanto pela situação com a produtora, tanto quanto a entrevista.
Ela bebeu um copo de água e se encaminhou ao estúdio onde o governador já lhe aguardava.
Mari logo se soltou e no meio da entrevista já o colocava contra a parede o que fez seu chefe ficar nervoso e ao mesmo tempo feliz com o que ela o fazia responder. Perguntas decisivas e que com certeza atraíram o público para aquele novo seguimento do jornal.
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E pra encerrar governador, gostaríamos de saber, o que o senhor irá fazer quanto a corrupção instaurada em seu governo?
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Estamos trabalhando para que isso seja banido de nosso governo, queremos algo transparente e que não afete a população.
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Okay, obrigada pelo seu tempo. Estaremos atentos para que não sejamos enganados mais uma vez por essa máfia que se instaurou no governo de Porto Alegre. Aqui foi Marina Vilhena e esse foi o Hora da verdade, voltamos semana que vem. Obrigada.
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E cooortaa!
Disse o diretor, enquanto Mari observava o governador sair furioso, falando aos quatro ventos que nunca mais permitiria que Mari o entrevistasse, ela riu baixinho, teve seu objetivo alcançado com êxito, Fran vibrava nos bastidores e Jéssica deu um sorrisinho para ela e após piscou o olho a fazendo ficar com a face novamente vermelha.
Ela se levantou e foi para sua mesa sendo seguida por Francielle.
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Impressão minha ou tu tava paquerando hein?
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É a guria daquela festa lembra? Que vergonha!
Disse Mari levando as mãos ao rosto o que fez Fran rir. Logo Jéssica se aproxima estendendo a mão e dando os parabéns para Mari.
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Podíamos sair para comemorar, o que vocês acham?
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Eu não posso hoje combinei com o meu namorado de assistir um filme, mas a Mari pode.
Disse Fran, contendo o riso.
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É... quer ir pra minha casa ver um filme? A Fran me deu uma boa ideia.
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Pode ser! Saímos juntas?
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Isso, pode ser.
Elas sorriram umas pras outras e Fran ao ver Jéssica se virar caiu na risada.
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Hoje tem hein!
Continuou debochada.
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Eu te mato Franciele! Te mato!
Disse já vendo a amiga de afastar, rindo de toda a situação, mas Mari tinha ficado de certa forma feliz pela ajuda da amiga e estava até mesmo um pouco ansiosa para que o dia passasse rapidamente.
****
Carolina estava na academia, havia acabado de correr na esteira e agora se controlava, não queria, não podia usar mais nada, queria e precisava passar naquele concurso daqui a uns meses e se preparava para o teste físico e usou isso como desculpa para se focar mais nos exercícios tentando se livrar o vício, estava indo para a aula de MMA, quando passou por uma guria que lhe chamou a atenção e não pode deixar de olhar seu corpo, até que percebeu que a mulher tinha visto seus olhares nada discretos balançou a cabeça e pensou "o que foi isso?", ja de volta ao foco foi fazer sua aula.
A aula correu tranquilamente apesar dos subsequentes erros dela e o estranhamento da professora.
Sua professora lhe estendia a mão para que levantasse do chão, não qual havia parado após o último golpe e ela agarrou sua mão e levantou, limpando sua roupa, logo se pôs a falar.
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Resolvi por fim fazer o concurso,Bianca.
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Finalmente correr atrás do que tu realmente foi feita pra fazer não é?
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Tu acha?
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Sim, acho melhor do que estar comprometendo tua segurança com o que faz agora.
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Bom, isso é verdade.
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Ao menos tu melhorou teu foco, tu tem estado mais com a mente aqui.
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Pois é, então até semana que vem!
Disse Carol já fugindo daquela conversa, foi até o chuveiro da academia, sentisse bem e havia decidido enfrentar seu problema e procurar um grupo de apoio.
Não havia deixado de repensar seu relacionamento e o que havia feito algumas noites atrás com Eduardo e havia se arrependido de sua grosseria.
Decidiu ir até o apartamento dele, naquele horário provavelmente já estaria em casa.
****
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Então vamos?
Disse Jéssica se aproximando da mesa da Mari que estava imersa novamente em seus pensamentos e quase não pode ouvir a mesma.
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Vamos sim, só um minuto
Mari arrumou suas coisas e desligou o computador, logo chamou um Uber. Saíram do prédio e adentraram ao carro que já havia chegado. Se dirigiram até a casa da Mari, sem trocar uma palavra.
Ao chegar na porta do prédio, caminharam até o elevador e Mari apertou o botão do andar desejado, Jéssica tentou quebrar o silêncio.
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Faz muito tempo que mora aqui?
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Mais ou menos um ano.
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Mora sozinha?
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Sim, na verdade só eu e o Kiko.
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Kiko?
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Meu vira lata
Ambas sorriram, o amor pelos animais era algo em comum, logo chegaram ao seu andar e Mari se dirigiu ao apartamento abrindo a porta onde Kiko já lhe aguardava chorando baixinho ao ouvir os passos de sua dona e pulou em ambas as recebendo, elas riram de sua tamanha felicidade, não puderam se conter.
-
Fique a vontade, vou na cozinha e já volto.
Jessica sentou-se no sofá e Mari foi até a cozinha, fez pipoca e um chimarrão, voltando logo para sala onde Jéssica lhe aguardava.
Tirou os sapatos e sentou-se no sofá e colocou um documentário sobre a Revolução Farroupilha, Jéssica achou aquilo interessante e mais a vontade tirou os sapatos e se encostou em Mari com os pés em cima do sofá também, Mari permitiu a aproximação e se aconchegou no sofá.
Jéssica a olhou com ternura e Mari por um instante a olhou também e o beijo aconteceu, com pressa, como se fosse o último beijo que dariam uma na outra.
As carícias foram se intensificando, até que os beijos ficaram mais quentes, foram trocando carícias até o quarto e as roupas ficaram pelo meio do caminho até que seus corpos encontraram a cama e assim se fizeram, nem que fosse apenas aquela noite, uma da outra.
Fim do capítulo
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