Capítulo 16 - Contratempo
– Seu convite é muito tentador, mas acho melhor eu ir embora! – respondeu mordendo os lábios da garota.
– Sério! – disso manhosa – Fica, vai. Prometo que não farei nada que você não queira. – falava beijando o pescoço de Beatriz.
– Minha ideia quando cheguei aqui era conversar e te deixar descansar, – apertou as coxas de Sophia que sentava em seu colo – mas você não está facilitando para mim.
– Fica, me ajuda a descansar, vai. Bem melhor a minha ideia, não acha?
Gargalhou em resposta dizendo apenas: – Você é sempre assim?
– Às vezes posso ser um pouquinho pior – piscou para Bia abrindo sua blusa. – Vou te ajudar a ficar mais à vontade.
– Sophia... – viu a pele da advogada se arrepiar no instante em que mordiscou levemente sua orelha.
– Posso te ajudar de alguma forma especifica, Bia? – o desejo estava estampado em seus olhos.
– Está se divertindo muito, não é?
– Ainda pode ficar melhor! – falava beijando os seios da advogada sobre o sutiã, interrompeu o contato bruscamente, perguntando: – Caso queira, posso te levar para o meu quarto apenas para dormir também.
Segurou as mãos de Sophi sorrindo: – Dormir é uma ideia bacana também, não nego! Mas, eu prefiro continuar o que começamos, – deu um beijo carregado de desejo na garota – se não se importa, é claro!
Ajudou Sophia a deitar no sofá, com uma rapidez fora do comum se livrou das roupas dela e das suas, deitou sobre seu corpo sussurrando em seu ouvido:
– Hoje eu não vou fugir!
– Prefiro assim... – sorriu beijando Bia.
Dormiram abraçadas ali mesmo no sofá. Quando acordou não encontrou mais sua convidada, sorriu, olhou para o relógio percebendo que já estava atrasada. Tinha uma apresentação importantíssima naquela manhã e precisava correr muito para chegar a faculdade antes que a aula acabasse.
No caminho foi pensando no que poderia ter levado Beatriz a sumir sem deixar rastros. Não era possível que depois da conversa que tiveram na noite anterior ela tinha lhe feito de uma conquista barata. Mandou uma mensagem de bom dia para ela e entrou na sala para sua apresentação.
Beatriz arrastou o celular do bolso da saia atendendo rapidamente, não queria que Sophia acordasse com o barulho que ele estava fazendo.
– Alô!
– Filha, te acordei?
– Sim painho, são apenas seis da manhã. O que aconteceu para me ligar tão cedo?
– Parece que alguém não está com o humor muito bom. Vou ser breve, preciso que me represente em uma reunião hoje, tenho outro compromisso e não posso adia-lo.
– Sério? Não vou para o escritório hoje, combinei com a dona Nicole de irmos para o Forte no meio da tarde, preciso arrumar as coisas!
– Sei disso, mas na minha ausência alguém precisa assumir o escritório, e como você é minha sócia, isso cabe a você. A reunião será às 8hs, não se atrase, por favor!
– Já vi que não tenho escolha! Vou ver o que faço, tchau. – encerrou a ligação e saiu catando suas roupas pela sala, deu um beijo suave no rosto de Sophia e pensou em acordá-la para se despedir, mas sabia que se ficasse mais um minuto ali se atrasaria com certeza. Daria um jeito de se desculpar mais tarde, agora precisava apenas chegar em casa.
Quando a tal reunião terminou já passava de uma da tarde. Tinha marcado com a mãe que passaria para busca-la as três, ou seja, já estava em cima da hora. A caminho de casa ligou para Mari, enquanto conversavam sobre as expectativas para o final de semana Beatriz encontrou uma floricultura e parou o carro. Como não daria tempo de ir se desculpar pessoalmente com Sophia pensou em fazer uma surpresa, poderia não ser o melhor pedido de desculpas, mas ia improvisar. Estava escolhendo o que mandar para a garota, quando seu celular tocou.
– Alô!
– Oi patinha, estava pendurada com quem na linha? Liguei umas cinco vezes e nada de conseguir! Como você está?
– Oi Min! Estou muito bem, obrigada. Estava falando com Mari. E patinha é a sua vó, para com essa mania ridícula de me chamar assim!
– Tenho lá minhas dúvidas se está bem mesmo! – gargalhou – Só para você saber, será para sempre a minha patinha preferida. Agora me diz, como estão os preparativos para o final de semana, já chegaram na praia?
– Vai a merd*, chata! – respondeu sorrindo antes de continuar: – Bom, os preparativos estão meio atrapalhados graças a mim e ao nosso papai, que me enviou para uma reunião que me tomou a manhã inteira, na verdade, saí de lá a pouco.
– Dia cheio por aí, hein! Mas fica atenta, logo a dona Nicole começa a te ligar, sabe muito bem que ela detesta pegar a estrada a noite.
– Ainda tem isso, tinha esquecido. Mas, já, já estarei em casa. Pelos meus cálculos chego na praia antes da noite se mostrar no céu.
– Assim espero! Preciso ir, patinha. Se cuida, te amo.
– Tchau, também te amo chata, beijo.
Desligou o celular sorrindo, a irmã tinha a mania de chamá-la de patinha porque na infância ela vivia grudada em um patinho de pelúcia para cima e para baixo. Quando estava chateada com a irmã dizia que ele era irmão dela e não Yasmin. Só não sabia que a irmã levaria o apelidinho de infância para a vida. Pagou o que havia comprado e foi para casa.
Assim que chegou enviou uma mensagem para a mãe avisando que se atrasaria. Tinha que arrumar sua bolsa ainda, quando passou em casa pela manhã só conseguiu separar o que levaria, não deu tempo de guardar. Quando chegou ao quarto teve uma surpresa, encontrou tudo arrumado, só agora lembrou que hoje era um dos dias em que Joana ia até lá dar uma geral na casa. Ligou para a moça agradecendo o grande favor, dessa forma não se atrasaria tanto para sair.
Só conseguiu chegar à casa dos pais meia hora depois do combinado. A mãe pediu para que entrasse, precisava de ajuda com algumas coisas. Estava distraída respondendo um e-mail no celular, quando ouviu passos e alguém gritando:
– Titia, titia!!!
Desviou a atenção do aparelho erguendo a sobrinha abraçando e beijando seu rosto:
– Não acredito, você veio me ver. Que saudade! – apertou ainda mais a menina em seu colo – Cadê sua mãe, minha linda?
Olhou para trás na direção em que a garotinha apontava enquanto brincava com seu cabelo. Sua irmã veio em sua direção sorrindo, a abraçando enquanto mantinha a criança em seu colo.
– Que horas você chegou?
– As seis e meia da matina, painho foi nos buscar no aeroporto.
– Ah, então foi esse o compromisso inadiável que ele tinha. – seu pai e seu cunhado se juntaram a elas na sala, e a advogada perguntou a ele sorrindo: – Porque não me mandou para o aeroporto ao invés de me obrigar a ir para a reunião?
– Ô filha, uma reuniãozinha no início da manhã não machuca ninguém. – sorriu abraçando a filha – Embora essa tenha terminado mais tarde do que o previsto.
– Então o senhor sabe o horário que terminou? Poderia ter pelo menos me alertado, não é!
– Perdão, mas só soube da grandiosidade da pauta depois que falei com você.
– Tudo bem, entre mortos e feridos salvaram-se todos, o contrato foi renovado sem grandes dores de cabeça.
– Ufa. Sabia que você ia tirar de letra – beijou o rosto dela e se afastou.
A garotinha saiu do seu colo indo brincar com uma boneca que estava por ali, o cunhado a cumprimentou e logo foi chamado por Pedro para ajudá-lo em alguma coisa. Aproveitou para sentar ao lado da irmã.
– Posso saber porque não me avisou que estava aqui quando ligou?
– Ah patinha, queria fazer surpresa. Só liguei para saber se você ia demorar muito!
A garotinha correu para ela se jogando em seu colo:
– Titia, cadê a titia Cella? Ela vai com a gente... tou com saudade dela.
– Minha linda, – olhou para a irmã – a titia Marcella não vai poder ir, mas prometo que dá próxima vez que você vier nos visitar, sua mamãe te levará para vê-la, tá bem?
– Tá, mas tou com muita saudade dela. – fez uma carinha triste segurando as bochechinhas.
– Deixa eu te contar um segredo, você chama sua mamãe para vir para a casa da vovô no próximo final de semana de novo e aí você vai vê-la!
A menina a abraçou mais forte e deu um beijo estalado em sua bochecha, desceu do colo dela e foi correndo atrás da vó na cozinha.
– Se ela não esquecer essa sua ideia, você vai pagar as passagens, patinha. Inventou agora aguente as consequências.
– Estou fora dessa! Ela quer ver Marcella, não eu. – falou no ouvido da irmã – Patinha é a vovozinha.
O marido de sua irmã voltou para a sala acompanhado dos sogros dizendo:
– Cunhada, se a cada vez que a Ind quisesse ver vocês duas pegássemos um avião para cá, já teríamos comprado um jatinho só com o valor gasto em passagens – todos riram da graça do rapaz.
– Ah Rafa, vocês inventaram de ir morar longe porque quiseram. Eu pedi para ficar com ela, mas vocês não deixaram.
– Engraçadinha, não acha que já passou da idade de ter o seu próprio filho não?
– Vai a merd*, Yasmin. – sorriu.
– Beatriz, que palavras são essas! Vou precisar te ensinar a ter bons modos novamente?
Sua mãe perguntou séria, fazendo a irmã e o cunhado caíram na gargalhada.
– Foi mal aê, dona Nicole, desculpa! – piscou para mãe. – Sim, podemos ir gente?
– Agora quer sair correndo, né! – Yasmin falou sarcástica – Esqueceu que está na casa da mamãe, não foi? Fique aí com suas palavras feias, dona Nicole vai te dar um corretivo.
Saíram da casa dos pais com Yasmin ainda fazendo graça com a advogada, só parou de zuar a irmã quando entraram no carro, mesmo porque, Beatriz foi no dela com a mãe e a sobrinha e a irmã e o cunhado foram com o pai, iam passar em algum lugar antes de seguir viagem, como Nicole não gostava de viajar à noite, a advogada foi na frente com ela e a sobrinha.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]