Capítulo 21 - O princípio do fim
Ângela sentiu todos os músculos do corpo enrijecerem, sentiu como se uma tonelada caísse sobre seus ombros. Carolina se assustou com aquele nome dito daquela maneira e olhou para o elevador de onde saía uma mulher elegante em um vestido tubinho vermelho sangue vindo em sua direção, acompanhada de Lucia. Ângela arregalou os olhos e se soltou de Carolina no mesmo momento em que sua mãe a segurava pelo braço e a puxava contra si.
-- Mas o que diabos você estava fazendo com essa mulher? Dizia entre os dentes --
-- Mãe. – Gaguejava – Eu... não...
Carolina estava assustada com a reação de Ângela na frente da mãe, ela parecia uma criança pequena acuada depois de ter feito alguma besteira, prestes a apanhar. O olhar de Vera estava sobre si, mas ela não fraquejou, precisava ser forte mais uma vez, mas por Ângela.
-- Desde quando você beija mulheres na boca?
-- Mãe. – Chorava de soluçar – Está me machucando.
-- Solta o braço dela. – Carolina veio em defesa da residente –
-- Quem você pensa que é para me dizer o que eu devo ou não fazer com MINHA filha! – Aumentou o tom de voz --
-- Carolina Andrade! Chefe de residência do hospital! E se a senhora não a soltar eu vou chamar a segurança! – Caminhou de encontro a Vera –
Lucia ria da cena, percebeu o envolvimento de Carolina com a filha de sua amiga, sabia que poderia usar isso contra Carolina e estava adorando o escândalo protagonizado por elas no corredor do hospital.
Vera gargalhou, estava ao lado de Lucia, dona do Hospital Matriz, ela não permitiria que Carolina fizesse isso. Então cresceu mais ainda sobre as duas médicas. Izabel soube do encontro fatídico das três e saiu em socorro de sua amiga, sabia que viria chumbo grosso para cima de Carolina.
-- Acho que isso não vai acontecer. – Apertou mais ainda o braço de Ângela – Você vem comigo! Teremos uma conversinha sobre suas mentiras.
-- Ela vai para onde ela quiser. – Disse entre os dentes – Solta o braço dela agora!
-- Carol. – Ângela disse em um fio de voz – É melhor eu ir com ela.
Carolina olhou para Ângela assustada, não pensou que a moça iria sucumbir tão facilmente ao controle de Vera, estava transtornada, prestes a cometer uma loucura para soltar sua amada daquela agressão. Mas recebeu um balde de água fria quando ouviu que ela iria com a mãe.
-- Angel, por favor, vamos pra minha casa. – Segurou a mão que estava solta –
Ângela puxou e olhou tristemente para Carolina, sabia que seu destino estava sendo traçado ali naquele corredor, temia que a mãe fizesse algo contra a cardiologista, ela a conhecia muito bem para saber que poderia esperar qualquer coisa de Vera Carvalho de Miranda.
-- Eu vou com ela, -- Engoliu o choro – é melhor assim. Depois conversamos.
-- Depois eu me entendo com você, chefe. – Ironizou – Vamos embora.
Vera saiu arrastando Ângela para dentro do elevador que havia parado no andar e Carolina ficou olhando a mulher que ama ser levada como uma criança pirracenta para o seu castigo, não acreditou na submissão que viu assumir aquela mulher tão inteligente que ela via crescer profissionalmente a cada dia sob sua supervisão.
Lucia ria debochada e caminhou até Carolina, parou bem na sua frente, Izabel se arrepiou inteira quando a viu se aproximar da amiga, ela possuía um olhar maligno, Carolina não recuou nenhum passo, estava tão pilhada que poderia correr uma maratona, a adrenalina ainda corria por suas veias.
-- Nós iremos conversar amanhã, doutora.
Virou nos calcanhares e apertou o botão do elevador. Quem estava perto do elevador do andar e presenciou a cena estava boquiaberto, Izabel e Aline trataram de puxar Carolina para longe da nova dona do hospital e viram quando Lucia sumiu dentro do elevador.
Carolina sentiu o estresse baixar e o corpo inteiro tremia, seus músculos pareciam que estavam entrando em um colapso.
-- Eu preciso sair daqui. – Apertou o botão do elevador – Eu preciso ir atrás dela.
-- Não, mas você não vai mesmo! – Izabel interferiu –
-- Izabel, você viu como ela estava machucando o braço dela? Eu preciso proteger minha menina. – Apertava impaciente o botão –
-- Você não vai a lugar nenhum. A mulher é amiga da sua inimiga, tem noção do que ela pode fazer?
-- Não interessa, eu preciso ajudar Ângela, ela estava machucando o braço dela.
O elevador abriu e Carolina correu para entrar e Aline fez o mesmo junto com Izabel, a cardiologista estava nervosa, com o coração na mão. Precisava saber se a sua noiva estava bem.
Pegou o celular, mal conseguia destravar o telefone de tanto que tremia, mandou mensagem para Ângela, mas ela não recebeu, lembrou que a moça tinha desligado para a mãe não ligar mais. Começou a ficar mais preocupada do que já estava.
Chegando no primeiro andar, correu em direção ao estacionamento imaginando que alcançaria as duas, e ainda viu Vera e Ângela discutindo perto do carro, Izabel e Aline também as viram e seguraram Carolina que queria ir ao encontro da duas.
-- Eu preciso ir até lá.
-- Você não vai, pode piorar as coisas pra menina. – Izabel segurava seus braços –
-- Doutora Carolina, melhor não ir. Ângela sempre me conta horrores sobre a mãe dela, você pode se prejudicar.
-- É a minha Angel. – Começou a chorar de nervoso – Essa mulher não pode mandar assim na vida dela!
Longe dali, perto do carro, Vera começava seu interrogatório. Massacrando Ângela com perguntas e lições de moral.
-- Mas que merd* é essa de residência em cardiologia? Você me disse que faria plástica! – Soltou o braço da filha --
-- Mas eu não gosto de cirurgia plástica, eu te falei desde o começo, mas você nunca me escutou, preferiu brigar, e me obrigar a fazer uma coisa que eu não queria.
-- Você não tem que querer nada! Você vai dar continuidade à minha clínica, o que eu faço dá muito dinheiro, consertar um monte de corações velhos não serve pra nada! – Destravou o carro --
-- Você só pensa nisso? Dinheiro não é tudo, você não vai levar nada disso quando morrer.
-- Você vai parar com essa palhaçada e vai começar a residência de cirurgia plástica. Já perdeu muito tempo com essa bobagem de cardiologia! – Empurrava a filha para o carro --
-- Eu não vou! Você não manda em mim!
-- Entra no carro! Eu mando sim, em você e em qualquer pessoa que ousar entrar no meu caminho! E essa mulher que estava agarrada em você? Quem ela pensa que é?
-- Eu ia te contar depois, mas ela é minha namorada. – Lembrou da aliança, mas preferiu omitir esse fato –
-- Você perdeu o juízo? – Começou a empurrar Ângela para a porta do carro – Filha minha não é sapatão! Eu vou cuidar dela amanhã.
-- Me deixa em paz! Não faça nada com ela, ou você vai se arrepender.
-- Acho que é o contrário minha filha. – Ironizou --
Vera segurou Ângela pelos braços novamente e a empurrou para entrar no carro contra sua vontade. Carolina estava furiosa vendo tudo acontecer, sendo contida por Izabel e Aline. Conseguiu se soltar da duas e correu em direção ao carro.
-- ÂNGELA! – Gritou –
A residente ouviu sua voz e olhou para trás, Vera já estava saindo da vaga e não deu tempo de falar nada com Carolina, só a viu se aproximar correndo tentando lhe alcançar. Lágrimas voltaram com mais força ao ver o rosto decepcionado da mulher que ela ama ficando pra trás naquele estacionamento. Sabia que depois daquele dia tudo ficaria diferente.
Izabel e Aline correram até Carolina que estava ofegante, segurava os joelhos abaixada, tentando puxar o ar para preencher seus pulmões, nervosa, abatida, triste e preocupada, não sabia o que fazer, tinha plena consciência que não conseguiria dormir aquela noite. Sua vida que estava calma e tranquila virou de cabeça pra baixo novamente.
Aline prometeu a Izabel que levaria Carolina pra casa, a chefe de cirurgia ligou para Raquel e explicou o que tinha acontecido pediu que ela levasse um calmante para ministrar em Carolina para que ela conseguisse relaxar, ela prontamente foi para o apartamento de Carolina, não conseguiu falar com Carlos nem Roberta, os dois tinham saído e estavam com os celulares desligados.
-- Carol, vai pra casa, descansa um pouco, amanhã Ângela estará aqui e vocês conversam.
-- Descansar como? Você viu o que aconteceu? Ela levou a menina a força. – Chorava –
-- Eu vi, amanhã é um outro dia, Aline vai te levar, vai. Eu preciso terminar o meu plantão.
Izabel convenceu Carolina a ir pra casa, Aline dirigiu o carro de Carolina até o apartamento, subiu com a médica e mal chegaram o porteiro avisou que Raquel estava na portaria, foi autorizada sua entrada e a ruiva chegou ao apartamento apreensiva com o que Izabel havia contado, surpreendeu-se quando viu Aline com Carolina, mas gostou da presença da residente.
-- Oi Carol. – Beijou a amiga – O que houve?
-- Entra. – Abriu espaço para ela passar –
Aline vinha da cozinha com um copo de água com açúcar. Encontrou com Raquel parada na sala e sentiu o corpo arrepiar, seu coração acelerou e abriu um sorriso tímido para a neurologista.
Raquel também se surpreendeu com a presença da residente, estava linda, também sentiu o coração acelerar ao encontrar com aqueles olhos que estavam a cada dia conquistando mais espaço em seus pensamentos.
-- Oi Aline. – Sorriu meio abobada --
-- Oi doutora. – Ficou sem graça --
-- Não precisa me chamar de doutora. – Sorriu –
Aline sorriu sem graça e lembrou-se do copo em sua mão, Carolina estava desesperada andando de um lado para o outro, tentando ligar para Ângela, mas só caia na caixa postal. Aline se aproximou para entregar o copo, mas Raquel a interpelou, pegou o calmante e pingou algumas gotas sem a amiga perceber, Aline entendeu na hora o que era, Raquel pegou o copo e levou até a amiga, Carolina em princípio resistiu, mas Raquel incentivou que ela bebesse tudo, sabia que ela não ia querer tomar nada espontaneamente, e naquela noite, com certeza não teriam mais notícias de Ângela.
-- Carol, bebe, vai te fazer bem, você precisa se acalmar.
-- Raquel, se você me falar pra eu me acalmar mais uma vez eu te jogo pela janela.
-- Eu preciso de um Red Bull antes, senão vou morrer despedaçada lá embaixo.
-- Aline, você sabe mais alguma coisa sobre a mãe dela? – Perguntou aflita –
-- Não, Ângela não gosta muito de falar da mãe, ela sempre comentou sobre como ela era, mas eu sempre achei que era um pouco de exagero da parte da Angel.
-- O que será que está acontecendo? – Andava de um lado pro outro --
-- Ela vai te ligar, amiga. Senta aí, você vai abrir um buraco no chão.
Aos poucos, o remédio foi fazendo efeito e Carolina acabou adormecendo no sofá, Aline e Raquel ajeitaram a moça e ficaram cuidando para que ela não ficasse sozinha.
Sem ter como correr, Aline tentou se esquivar e ir pra casa, mas Raquel pediu que ela ficasse lhe fazendo companhia.
-- Bom, eu acho que vou pra casa. – Levantou –
-- Ah fica um pouco comigo, não quero ficar sozinha.
-- E você tem medo de escuro também? – Riu –
-- Não, de escuro não, -- Riu também – é que quando eu fico preocupada eu preciso me distrair, aí não gosto de silêncio.
-- Assiste televisão. – Cruzou os braços em um desafio –
Raquel a observou, Aline tinha um ar de autoridade, sempre muito decidida, percebeu seu olhar intimidador sobre si e sorriu, estava absolutamente encantada por aquela mulher, Aline deixou de ser apenas uma conquista barata, mas passou a ser um desejo maior que parecia arder dentro de Raquel.
-- Fica mais um pouco, por favor. Eu te levo em casa. – Sorriu --
Aline olhava para a neurologista com um sorriso no rosto, queria mesmo ficar ali com ela, mas estava fazendo charme, o que Raquel não percebeu era que estava sendo conquistada e não o contrário, a residente queria alcançar Raquel, mas teria que ser nos seus termos, não seria apenas um caso passageiro, queria mais, queria romance, envolvimento e alcançar a mulher que nunca se envolveu com ninguém passou a ser sua meta de relacionamento.
-- Tudo bem, eu fico. – Sentou-se novamente – Sobre o que quer conversar?
-- Conta sobre você. – Deu de ombros – Quantos anos? O que gosta de fazer quando não está no hospital?
-- Eu tenho vinte e nove anos. Adoro jogar vôlei na praia nos fins de semana com alguns amigos, tenho mais dois irmãos mais novos, um faz veterinária e o outro ainda não se decidiu por nada. – Revirou os olhos – Esse está dando trabalho pra minha mãe.
-- Então você é esportista?
-- Não chegaria a um time profissional. – Riu – Mas o que eu mais gosto de fazer mesmo é desfilar na Viradouro, faço parte da ala de passistas.
-- Jura? Mas eu tinha certeza que você tinha alguma coisa com o carnaval, seu corpo escultural não mente!
-- Ah, nem é tanto assim, eu sempre gostei de samba, comecei pequena na ala mirim, depois fui me envolvendo mais com a escola, já desfilei em carro alegórico, mas ir no chão é uma emoção indescritível! – Sorria --
Raquel ouvia atenta à narrativa de Aline, depois foi a vez dela de se mostrar, estava aprendendo a se abrir e tudo estava acontecendo de maneira leve, sem cobranças, isso a deixava mais à vontade e mais interessada, a noite ia longa, Raquel ficou conversando com Aline até Carlos chegar, o rapaz não sabia o que estava acontecendo e tomou um susto ao abrir a porta de casa e encontrar as duas médicas na sala e Carolina dormindo no sofá. Raquel explicou o que aconteceu e que ela estava sob o efeito de um calmante só acordaria no dia seguinte.
Carlos pegou a irmã no colo e a levou para a cama, acomodou Carolina e voltou para a sala.
-- Meninas, eu não sei como agradecer. Desculpem o horário, mas meu celular descarregou, não fazia ideia que vocês estavam presas aqui.
-- Não se preocupe, Carlos, eu não estava de plantão hoje, e não ia deixa-la sozinha. Ela só deve acordar amanhã.
-- Tudo bem, obrigado. Vocês querem que eu leve vocês em casa?
-- Não precisa, eu estou de carro. – Olhou para Aline – Vem comigo, eu te deixo em casa.
-- Obrigada, eu vou sim.
As duas se despediram de Carlos e seguiram seu caminho. Raquel sentiu fome e convidou a residente para fazer um lanche.
-- Caramba, eu esqueci até de comer, agora está me dando fome.
-- Pior que eu também estou assim.
-- Conheço um lugar legal pra lanchar que ainda está aberto, quer ir comigo?
-- Quero sim, estou morta de fome! – Revirou os olhos –
Raquel sorriu marota, estava conseguindo se aproximar mais de Aline, naquela conversa no apartamento de Carolina, as duas se conheceram mais, Aline percebeu que por trás daquela carcaça de conquistadora, havia mais sobre Raquel que ninguém conhecia, e se encantou pela mulher meiga e inteligente que ela se apresentou. Assim como Raquel que ia aos poucos sentindo que sua busca por aquela pessoa que iria abalar suas estruturas estava chegando ao fim.
-- Eu não acredito que seus pais fizeram essas faixas na sua formatura. – Olhava fotos no celular da neurologista –
-- Eu sabia que eles iam aprontar alguma, mas não sabia o que era, por acaso, eu tinha feito uma faixa também, e acabou combinando.
-- Ah, essa aqui?
As duas estavam sentadas lado a lado na lanchonete que funcionava vinte e quatro horas perto da casa de Raquel. Conversavam animadas, mais íntimas, Aline estava mais à vontade perto da neurologista, percebia que aos poucos ia penetrando naquela fortaleza que a outra tinha erguido para manter qualquer tipo de envolvimento longe. Estavam muito perto, quando os ombros encostavam, ou as mãos se tocavam, cada uma sentia a paixão fluir à sua maneira.
-- Sim, essa aí, Carol adorou, quando eu fui buscar, ela estava comigo, ela quase se mijou na rua de tanto rir.
-- ... “Hoje eu vou dar trabalho” ... – Balançou a cabeça negativamente – De onde você tirou essa ideia?
-- Ah, nem lembro! Acho que eu li em algum lugar, achei engraçado e coloquei na faixa. – Deu de ombros –
Aline via algumas fotos de Raquel sempre sozinha, fazendo pose em algumas paisagens, praias, baladas, no hospital, ficou admirando cada detalhe daquele rosto tão marcante, com linhas mais retangulares, os olhos verdes escuros brilhavam, podia perceber que Raquel era uma mulher realizada e feliz, não precisava de alguém para responsabilizar por sua felicidade, ela se bastava e achou aquilo muito inspirador até um certo ponto.
Devagar, uma ia quebrando as barreiras da outra, Aline que nunca tinha se envolvido com uma mulher e Raquel que nunca tinha se envolvido com ninguém. A conversa fluía, nenhuma das duas queria quebrar aquele elo que criaram naquele dia, como se ir pra casa fosse quebrar essa conexão.
-- Caramba, Raquel, olha a hora! Eu tenho que pegar no plantão daqui a quatro horas. – Encostou na cadeira derrotada –
-- Nem percebi a hora passar. – Pegou o celular de volta – Sua companhia está tão boa!
-- Pois é, quando o papo é bom, o tempo passa rápido. – Sorriu –
As duas ficaram se olhando, era uma contemplação mútua, as expressões cansadas não apagavam a beleza que cada uma carregava. E com muito pesar, elas precisaram se despedir.
-- Vamos, eu te deixo em casa.
As duas levantaram, e foram ainda conversando pelo trajeto até a casa de Aline, ao estacionar na porta da casa grande, de dois andares, as duas estavam em silêncio, parecia que o pesar de se despedir não seria vencido. Aline olhou para o portão e olhou de volta para a neurologista que estava absorta em seus pensamentos acerca daquela mulher que estava virando sua vida de cabeça para baixo.
-- Obrigada Raquel, sua companhia foi maravilhosa! – Sorriu timidamente –
-- Eu que agradeço, afinal de contas, eu que te implorei para ficar comigo. – Ria –
-- Nem precisava de tanto. – Mordeu o lábio inferior –
Raquel tomou aquela frase como uma declaração discreta, estreitou os olhos na direção de Aline e tentou captar alguma nuance de desejo por parte da residente, ela sempre conseguiu perceber o interesse das mulheres com quem saía, mas com relação à Aline, tudo era diferente. Percebeu Aline se inclinando em sua direção e involuntariamente fez o mesmo.
As duas estavam a poucos centímetros uma da outra, a ponto de sentirem a respiração quente e descompassada uma da outra, e diante daquele clima de sedução que pairou naquele carro, Aline segurou o rosto de Raquel e o virou para beijar seu rosto, bem perto do canto de sua boca.
A neurologista fechou os olhos e pôde sentir o perfume feminino que Aline usava, mais fraco pelo avançar das horas, mas que a estava deixando sem juízo. Aquele ato que mais serviu para ativar seus sentidos, a deixou um pouco frustrada, mas ao mesmo tempo excitada com o flerte descarado que acabou de receber. Geralmente era ela que tomava essa iniciativa, mas Aline estava domando a fera que existia dentro de Raquel.
A cardiologista se afastou e olhou para Raquel, encontrou suas esmeraldas incandescentes de desejo e sorriu com o efeito que estava causando na neurologista, seus planos de conquistar aquela mulher tão cobiçada pelos corredores do hospital estavam dando certo, ela já podia perceber o interesse descomunal que Raquel estava sentindo em desvendar tudo o que pudesse sobre si.
-- Tchau, doutora.
Sem Raquel esperar, Aline deu um selinho em sua boca entreaberta e saiu do carro, aquele pequeno contato, mesmo que muito breve foi o suficiente para acender labaredas de tesão em seu íntimo, a neurologista assistiu Aline entrar em casa e saiu com o carro e o coração acelerados.
Naquele momento, as duas entenderam que pegaram um caminho sem volta, não teriam mais possibilidade de desistir, pois estavam mais envolvidas do que realmente gostariam de estar, Aline queria ter certeza que Raquel poderia viver um grande amor, e se dispôs a ser a pessoa que faria a diferença em sua vida, e Raquel, se deixou levar pelas batidas aceleradas de seu coração, que como ela disse uma vez para Izabel, também tocou em sua alma.
Raquel foi dirigindo para casa revivendo aquela noite que passou com Aline, foi mágica, e pensou que realmente estava apaixonada, nunca usaria esse termo para definir uma noite que apenas conversou e ganhou um simples selinho, mas que disse tudo que ela precisava saber.
E assim, o que parecia o fim para Carolina e Ângela, era para Raquel e Aline um grande começo, que prometia o desconhecido para as duas, na verdade para as quatro.
Fim do capítulo
Oi Moças
Adoro um drama! --- Mentira, não adoro, mas sei caprichar quando precisa.
Preparem os corações e a ansiedade, mas vem drama por aí, emoções fortes, tirem as crianças da sala, cardíacas tomem seus remédios e sejam fortes. :)
Ângela totalmente submissa à mãe, deixou Carol assustada, será que Vera vai conseguir por um fim no namoro das duas?
Em contra-partida, Aline e Raquel começam a se desvendar, devagar, passos de formiguinha.
O que é o começo para uma, será que pode ser o fim para a outra?
Obrigada pelo carinho, Mille, NovaAqui, Pollyan, HelOliveira e NeyK.
Segurem a ansiedade!
Será que tem extra? Se pedir com carinho, quem sabe... Hehehe
Até quarta-feira, crianças. Bom fim de semana!
Abraços
Cris Lane
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Zaha
Em: 05/04/2019
Finalmente algo que gostei! Um casal decente e com sedução sem e não pinguelada pra todo lado como Carol. Fiquei decepcionada com Carol e Angel, poderia esperar de Raquel e Aline, apesar que amei esse contraste pq assim Raquel poderia se envolver sentimentalmente antes da parte sexual, ao contrário seria perigoso..arriscado. Já c Carol foi mt rápido, logo ela é Angel que gostam de relação séria, achei que foi precipitado a parte sexual,poderiam ter esperando mais, apenas no beijo, algo devagar, afinal, a vida de Angel eépersonalidade pediam isso, ainda c as mudanças dela, n necessitava esa pressa toda...minha opinião, achei que não combinou com a personagem, mas é minha visão... Q ng me mate!
Fica bem...bom finde! Terminei o que devia...mesmo esquema de antes...posso demorar ou n!
Beijos e permaneça na luz!
Resposta do autor:
Oi Lai
Eu joguei com as diferenças mesmo, essa era a intenção. Carol tinha acabado de receber uma segunda chance, se eu fosse ela também iria querer viver a vida intensamente.
Raquel ao contrário, já passou por essa fase, agora ela quer sossegar, então toda a trama foi elaborada em cima desses contrastes.
Abraços
Cris Lane
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viinha
Em: 06/04/2019
Nossa essas duas hein louca para esse relacionamento da Raquel e Aline começar a dar certo O que será que vai acontecer com a Ângela com a Carol Será que a Ângela vai sair de casa resolveu enfrentar a mãe Será que a Ângela vai sair de casa para ficar com a Carol
Resposta do autor:
Oi viinha
Raquel e Aline estão se entendendo, devagar, cada uma ao seu jeito.
O relacionamento de Ângela e Carol que virou uma grande dúvida. Vamos ver o que vai acontecer.
Obrigada pelo carinho.
Abraços
Cris Lane
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Sem cadastro
Em: 05/04/2019
Finalmente algo que gostei! Um casal decente e com sedução sem e não pinguelada pra todo lado como Carol. Fiquei decepcionada com Carol e Angel, poderia esperar de Raquel e Aline, apesar que amei esse contraste pq assim Raquel poderia se envolver sentimentalmente antes da parte sexual, ao contrário seria perigoso..arriscado. Já c Carol foi mt rápido, logo ela é Angel que gostam de relação séria, achei que foi precipitado a parte sexual,poderiam ter esperando mais, apenas no beijo, algo devagar, afinal, a vida de Angel eépersonalidade pediam isso, ainda c as mudanças dela, n necessitava esa pressa toda...minha opinião, achei que não combinou com a personagem, mas é minha visão... Q ng me mate!
Fica bem...bom finde! Terminei o que devia...mesmo esquema de antes...posso demorar ou n!
Beijos e permaneça na luz!
Resposta do autor:
Oi Lai
Eu joguei com as diferenças mesmo, essa era a intenção. Carol tinha acabado de receber uma segunda chance, se eu fosse ela também iria querer viver a vida intensamente.
Raquel ao contrário, já passou por essa fase, agora ela quer sossegar, então toda a trama foi elaborada em cima desses contrastes.
Abraços
Cris Lane
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HelOliveira
Em: 31/03/2019
Cris que capítulo foi esse...caprichou com vontade no drama, tô com da Ângela e da Carol....mas sei que vc vai dar um jeito nisso ...kkkk
Rachel e Aline tá acontecendo com calma e muito fofo...
Extra extra extra mais extras
Bjo obrigada pelo carinho
Resposta do autor:
Oi HelOliveira
Amiga, você não viu nada, vem drama por aí.
Eu vou dar um jeito? kkkkkk Ai, ai
Raquel está na hora de sossegar, Aline vai colocar uma coleira na pegadora. kkkkkkk
Desculpa, mas não consegui postar essa semana, mas prometo tentar organizar os dias.
Obrigada pelo carinho.
Abraços
Cris Lane
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Pollyan
Em: 30/03/2019
Acho que rola, hein.. uns extras kkk Olha, fiquei surpresa, mas não chocada com a atitude de Ângela ,relacionamento abusivo não é só relacionamento amoroso e a mãe dela passa do limite até mesmo do abuso. Acho que ela vai sim acabar com o noivado delas pq ela já fez uma explícita ameaça a Carol e para proteger a amada acredito que ela vai ceder. Tá muito errado ela ceder? Sim ou talvez, é difícil julgar pq eu também defenderia minha love de qualquer coisa, inclusive dos meus probs, então se pensar direitinho dá até para entender, até pq a agressora é a mãe dela.
Nhawn Raquel pegadora apaixonadinha que fofa. Essa hora chega para todos os bons vivants. Vai ser lindo quando se concretizar que eu to sabendo kkk
P.s: sobre os termos, vc poderia utilizar alguma forma carinhosa que a Carol chamasse ela para referir-se a ela. "Negra" apesar de para muita gente parecer um termo pesado ou pejorativo, eu particularmente acho phyno kkk pra mim demanda força, inteligência, sensualidade e não foge a tentativa do contexto utilizado para "mulata". Pretinha, dependendo da pessoa que fale, pq as vezes o tom é muito mais que o que está sendo dito, é um modo legal de chamá-la. Não acho ofensivo nenhum dos dois.
Resposta do autor:
Oi Pollyan
Poxa, não consegui postar essa semana, foi mal, minha vida está uma loucura!
Eu sei que surpreendi com a submissão de Ângela, mas queria chamar atenção mesmo para isso, relações abusivas não são apenas entre casais, a família também pode exercer esse tipo de ação, provocando problemas sérios nas pessoas.
Agora ficou mesmo a dúvida, será que Ângela vai encarar a mãe pra ficar com Carolina? Ou vai se submeter a ela pra proteger?
Raquel parece que acalmou, né, muitas emoções ainda estão por acontecer.
Obrigada pelo carinho.
Abraços
Cris Lane
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Mille
Em: 30/03/2019
Oi Cris
Você aceita penetra na história????? Queria ser uma mosquinha (incrível) vai que a nojenta da Vera mim mata kkkk para saber como será a conversa delas.
Pela reação acho que Ângela vai terminar com a Carol. Massss pode ser que ela tome a frente do que sente e enfrentar a mãe.
Lucia a cada capítulo eu queria ser o mosquito da dengue.
Aline e Raquel dando um passo para a construção de um novo romance.
Bjus e até o próximo capítulo
Se o extra tiver a reconciliação das duas eu quero sim. Creio que juntas podem sim vencer e não sofrerem mais.
Resposta do autor:
Oi Mille
Aceito penetra sim, vou colocar uma mosca nas próximas cenas, rsrsrs.
A relação de Carol com Ângela virou uma grande dúvida, o que será que vai acontecer?
KKKKK ia matar Lucia de dengue? Adorei.
Aline está conseguindo conquistar a pegadora, o feitiço virou contra o feiticeiro, rsrsrs.
Obrigada pelo carinho.
Foi mal, mas essa semana não consegui postar, mas vou tentar me organizar.
Abraços
Cris Lane
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Contal
Em: 30/03/2019
Só o tema do capítulo causou um calafrio. Acredito que a Ângela irá se submeter as chantagens da mãe pelo bem de Carolina, afinal se ela é tão mal quanto parece ser, Angela, como toda mulher que ama, ira querer proteger Carolina a todo custo.
Raquel e Aline. ????
Um extra não seria nada mal.
Resposta do autor:
Oi Contal
Seja bem vinda aos comentãrios.
Arrepiou quando leu, não foi? kkkkk
Essa questão é bem presente, será que Ângela vai enfrentar a mãe pelo amor da Carolina, ou vai sucumbir a alguma chantagem pra proteger?
Raquel e Aline, está surgindo algo ali.
Eu estava com essa pretensão, de lançar um extra, mas não consegui, desculpa. Vou tentar organizar a vida essa semana.
Obrigada pelo carinho, te espero nos próximos capítulos.
Abraços
Cris Lane
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NovaAqui
Em: 30/03/2019
Chocada com a passividade de Angela, mas cada um sabe de si
Sem vontade de falar nada.
Feliz por Raquel e Aline
Abraços fraternos procês aí
Resposta do autor:
Oi NovaAqui
Eu quis levantar mesmo essa questão da relação abusiva, onde não acontece apenas entre casais, dentro da família também é bem comum, e isso gera problemas muito maiores nas pessoas.
Acredito que esteja sem palavras, mas aguenta firme que tem muita coisa pra acontecer ainda.
Raquel está sossegando, Aline está conquistando devagar seu espaço.
Obrigada pelo carinho.
Abraços
Cris Lane
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viinha
Em: 30/03/2019
Nao deu tempo nem de comentar o outro capitulo rsrs ain qe mae e essa ;( amando cada capitulo extra extra extraaaaaaaaaaa ate quarta e mto tempo ;( bjus bom fds
Resposta do autor:
Oi viinha
Ué, vai lá e comenta, rsrsrs.
Tem muita mãe que não enxerga o filho, apenas o vê, e essas relações abusivas também acontecem dentro da família, essa questão que eu quis levantar.
Que bom que está gostando.
Obrigada pelo carinho
Abraços
Cris Lane
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