Um mês se passou e a nova diretoria estava em transição, algumas medidas mais brandas começaram a ser implantadas, uma comissão foi designada para trabalhar esse processo inicial e isso só deixava Carolina mais apreensiva, ela sabia que tinha mais alguma coisa acontecendo por trás dessa calmaria, e não sabia o que esperar.

            A rotina seguia seu fluxo, o namoro com Ângela estava a cada dia mais intenso, mais forte, as duas se amavam e isso era um fato consumado. Izabel e Raquel estavam adorando essa nova fase da amiga, Carolina estava mais feliz, saía com elas, se divertia, não estava apenas entregue ao trabalho, finalmente viram a mudança acontecendo na cardiologista.

 

 

-- Carol, vamos beber umas tequilas hoje naquele mexicano que tem no centro? – Raquel convidava –

 

 

-- Nossa, eu adoro a comida de lá! – Fechou os olhos – Cara, acho que eu vou sim, vou só ver com Ângela se ela quer ir também. – Sorriu –

 

 

-- Está apaixonada mesmo! – Bateu no ombro da amiga –

 

 

            Izabel chegou e se juntou às amigas, estavam sorrindo enquanto marcavam o happy hour.

 

 

-- O que eu perdi? – Colocou um prontuário sobre o balcão –

 

 

-- Nada, estamos combinando de ir no mexicano lá no centro, vem também Bel. – Carol guardava uma caneta no bolso do jaleco –

 

 

-- Ah, acho que eu vou, estou precisando de uma tequila! – Revirou os olhos –

 

 

-- Epa! Mas o que aconteceu? Brigou com o maridão? – Raquel brincou –

 

 

-- Pior que foi mesmo, gente. Briguei com o Marcelo. – Suspirou derrotada – Tem horas que dá vontade de bater nele pra ver se ele cresce e vira homem.

 

 

-- Amiga, casamento é assim mesmo, temos altos e baixos, mas vocês se amam, não demora muito se resolvem. – Carolina afagou suas costas –

 

 

-- Então está combinado, espero as moças no estacionamento na saída do plantão. – Raquel ia saindo – Depois conversamos melhor sobre sua dor de cotovelo amiga, agora eu preciso liberar um paciente. – Piscou –

 

 

            Raquel saiu e deixou Izabel conversando com Carolina, a chefe de cirurgia contava o motivo da briga com seu marido e que estava muito chateada com a falta de companheirismo dele, e ainda tinha essa pressão toda acerca da expectativa sobre o futuro do hospital, ela estava muito estressada.

 

 

-- Carol, eu estou com a cabeça a mil, e ele não está nem aí pra nada, eu chego em casa e ao invés de vir falar comigo, me dar um pouco de atenção, só quer ficar jogando videogame.

 

 

-- Amiga, ele está parecendo que está com a síndrome do Peter Pan. – Riu – Não quer crescer?

 

 

-- Quase isso aí, chega do trabalho e diz que está cansado e começa aquele inferno daquele jogo na minha cabeça, enquanto eu tenho que ir pra cozinha, ver roupa, casa arrumada e cuido das contas.

 

 

-- Você precisa conversar com ele, dizer como você se sente, as vezes ele nem percebe que está te deixando chateada, você precisa mostrar o que ele pode melhorar.

 

 

-- Eu sei, é que eu chego tão esgotada que eu não quero ter esse tipo de conversa, sabe.

 

 

            As duas foram para uma das salas de repouso e sentaram em uma das camas, continuaram conversando enquanto não tinham nenhum atendimento para ser feito.

 

 

-- Mas uma hora você tem que enfrentar o problema de frente, senão o problema vai engolir vocês dois e vai acabar em um divórcio precoce.

 

 

-- Eu sei, você tem razão, você sempre tem razão! – Olhou para a amiga – Eu senti tanto a sua falta aqui amiga! – Segurou sua mão --

 

 

-- Eu também senti falta daqui e de vocês, e o pior é que nem sei o que vai acontecer daqui pra frente.

 

 

-- Seja o que for, nós vamos enfrentar. Vai ficar tudo bem!

 

 

-- Tomara!

 

 

-- E como estão as coisas com a namorada? – Sorriu marota—

 

 

-- Está tudo bem! – Abriu um sorriso largo – Ela é maravilhosa! Nós temos uma conexão incrível!

 

 

            Izabel assistia a amiga se derramar por Ângela, gostou de saber que ela estava realmente feliz.

 

 

-- Eu fico tão aliviada em te ver assim, tão feliz. Desculpa amiga, mas eu achei que você ia morrer sozinha com aquele discurso que não precisava de ninguém.

 

 

-- Juro que eu também pensei. – Riu – Mas aí ela apareceu, e toda aquela filosofia de vida solitária caiu por terra. – Gesticulava – Eu perdi muito tempo da minha vida pensando só nas minhas dores, e esqueci de comemorar as minhas conquistas. Nem tudo na vida é sofrimento e hoje eu vejo essa magia.

 

 

-- Eu estou tão feliz por você!

 

 

            As duas se abraçaram emocionadas, até Raquel entrar no repouso e fazer uma palhaçada.

 

 

-- Ah eu quero abraço também! – Correu –

 

 

            Raquel se jogou sobre as duas e as abraçou caindo pela cama e rindo, Carolina e Izabel gargalhavam debaixo da amiga, brigaram com ela e nada as fazia parar de rir. Raquel caiu no chão e Carolina e Izabel apenas riam, o ambiente era o mais hilário possível.

            Aline Ângela entraram no repouso e viram a cena cômica, apenas pararam para ver a chefe de cirurgia e a chefe de residência rindo feito duas crianças com a amiga caída no chão rindo mais ainda.

            As três tentavam se recompor ao ver as residentes, Raquel tentava se levantar, mas estava sem forças de tanto rir, Carolina tentava ajudar. Meio descompensada, conseguiu sentar ao lado das amigas sobre a cama, as três estavam vermelhas, algumas lágrimas escorriam dos olhos de Carolina. Aos poucos todas foram saindo de fininho.

 

 

-- Ai, gente, foi bom estar com vocês, brincar com vocês, mas eu preciso fazer uma tomografia. – Raquel levantou e foi saindo –

 

 

-- Eu também preciso ir, não sei o que eu tenho que fazer, mas com certeza eu tenho algo pra fazer. – Izabel saiu em seguida – Até mais tarde amiga.

 

 

            Ficaram Carolina, Aline e Ângela em silêncio, se olhando, Carolina voltou a rir e Ângela se aproximou dela e sentou ao seu lado.

 

 

-- De que vocês estavam rindo?

 

 

-- Ai amor, nada demais. Raquel que é aloprada. – Enxugou o rosto com as mãos – Aqui, nós vamos naquele mexicano que você adora no centro depois do plantão, quer ir comigo?

 

 

-- Ah eu quero sim! Adoro a comida de lá! – Sorriu –

 

 

-- Ótimo! Nos encontramos na saída então. – Deu um selinho --

 

 

            Carolina levantou e ia saindo quando olhou para Aline.

 

 

-- Vem também Aline! – Tocou seu ombro –

 

 

-- Obrigada Doutora, vou ver com Angel. – Sorriu –

 

 

            Carolina saiu e deixou as duas residentes no repouso, o dia correu normalmente, à noite as amigas se encontraram no estacionamento para ir ao restaurante, Carolina estava conversando com Izabel e Raquel enquanto esperavam Ângela sair do plantão.

            A conversa parou quando Raquel arregalou os olhos para a porta do hospital, as amigas pararam de falar e viraram na direção do espanto da neurologista, e qual não foi a surpresa quando elas assistiram ao desfile de Ângela e Aline caminhando pelo estacionamento até encontra-las.

            As duas tinham tomado banho depois do plantão, trocaram de roupas, não estavam com aquele tom branco habitual, o que chamou atenção de Raquel foi o corpo escultural de Aline que vestia uma calça legging com um vestido de linha colado ao corpo exibindo suas curvas de passista de escola de samba, os cabelos encaracolados estavam soltos, ainda molhados, maquiagem leve, tênis nos pés. Estava linda! Ângela vestia uma calça jeans com uma camiseta preta e uma jaqueta também preta, nos pés uma bota de salto alto fino, os cabelos soltos e maquiagem mais carregada.

            Era quase uma piada olhar para Carolina e Raquel, as duas estavam hipnotizadas com as duas residentes. Izabel ria do efeito matador que elas estavam causando. Raquel se perguntava onde estava com a cabeça que ela nunca tinha reparado naquele corpo, estreitou os olhos e percebeu o quanto Aline é bonita e sensual!

            Carolina babava em sua namorada, seus olhos faiscavam, por um momento quis pular o restaurante e ir direto pra casa para apreciar o corpo gostoso de Ângela como ela adorava fazer.

            As duas se juntaram ao grupo e Ângela logo foi abraçada e recebeu um beijo faminto de Carolina ignorando a tentativa de serem mais discretas. Ao pé do ouvido, escutou um sussurro torturante: -- Você está muito gostosa! – Lambeu sua orelha –

 

            Ângela sentiu um arrepio gostoso com aquela provocação, beijou Carolina novamente. E se afastou para só então cumprimentar as outras médicas.

 

 

-- Boa noite, doutoras. – Sorriu marota –

 

 

-- Boa noite Ângela. – Izabel respondeu segurando o riso –

 

 

-- Boa noite doutoras. – Aline cumprimentou –

 

 

            Raquel se antecipou e segurou sua mão trazendo para dar beijos de comadres e para o espanto da residente a abraçou. Carolina e Izabel se olharam, perceberam que a amiga estava investindo em conquistar Aline e balançaram a cabeça em negação.

 

 

-- Boa noite Aline. Você está realmente linda! – Olhava dentro de seus olhos –

 

 

            Aline ficou sem reação, aquele olhar que recebeu foi quase capaz de lhe despir e apesar de sempre ter saído com homens, sentiu seu sex* latejar apenas com aquele contato visual. Seus lábios ficaram secos e ela passou a língua os umidificando, Raquel quase se precipitou a beijá-la ali mesmo, mas recuou. Estava hipnotizada, e foi tirada daquele transe por Carolina.

 

 

-- Meninas, é melhor a gente ir. – Tocou o ombro da amiga –

 

 

            Só assim para quebrar aquela conexão que se fez naquele momento, Aline e Raquel não ficaram imunes uma à outra, algo aconteceu naquele instante em que seus olhos se encontraram em sua totalidade. Raquel já tinha olhado Aline andando pelos corredores do hospital, sempre a achou bonita, mas até aquele momento nunca tinha imaginado que ela poderia se interessar por ela, não era sempre que elas se encontravam, Raquel só trabalhava no Hospital Matriz uma vez por semana e nem sempre coincidia com o plantão de Aline.

            A residente por sua vez, já havia reparado na neurologista, mas por conhecer a sua fama pelos corredores do hospital não quis se envolver nem em uma possível amizade, enquanto Carolina tinha fama de inalcançável, estava sempre sozinha e não assumia nenhum relacionamento, até começar a namorar com Ângela, Raquel tinha a fama de intocável, nunca estava sozinha mas também não se envolvia com as pessoas que ficava. Isso a intrigava, por vezes se pegou observando a médica de longe, mais por curiosidade do que por outro motivo, mas nunca achou que essa proximidade com ela lhe causaria essa sensação de reconhecimento.

            As cinco foram em um único carro, Ângela, Izabel e Carolina conversavam animadamente, Aline e Raquel estavam perdidas em seus próprios pensamentos, Carolina estranhou a amiga que sempre foi muito espalhafatosa estar quieta ao lado de Izabel que ia dirigindo até o restaurante. Assim como Ângela tentava puxar assunto com Aline e ela apenas dava respostas monossilábicas.

            Chegando no restaurante as amigas se acomodaram em uma mesa perto de uma janela, para começar pediram uma rodada de bebidas, como sempre, Carolina e Ângela ficaram no suco e as outras pediram chopes. Raquel sentou de frente para Aline para desespero dela que não entendia aquela atração que estava sentindo, sempre achou que o estilo de vida de Raquel não era para ela, nunca gostou de ser apenas uma opção, gostava de relacionamentos sérios, e nunca teve atração por mulheres, mas nunca teve preconceito, apenas não teve nenhuma mulher que lhe tirasse a razão. Por isso estava tão atordoada, por que tinha que ser logo Raquel a mexer com esses instintos tão íntimos e desconhecidos?

            A troca de olhares entre elas era visível do outro lado da rua, mas depois de algumas bebidas, estavam mais soltas. Conversavam sobre relacionamentos, situações engraçadas, mas o contato visual sempre estava presente.

 

 

-- Gente, de boa, uma vez eu quase incendiei a casa. – Raquel contava rindo – Fiquei assistindo esses vídeos idiotas de receitas no youtube, coloquei uma porr* de um molho pra reduzir, -- Bebeu um gole de chope – aí meu celular tocou, fui atender e esqueci a panela no fogão, só vi a fumaça preta pela casa, e meu pai correndo de cueca pelo corredor achando que a casa estava pegando fogo.

 

 

-- Porr* Raquel, quem te ligou pra você esquecer da panela no fogo? – Carolina chorava de tanto rir –

 

 

-- Ah amiga, -- Sorriu maliciosa – era uma paulista que eu conheci quando estava fazendo a pesquisa em Campinas. – Revirou os olhos – Com certeza valia a panela queimada. – Pegou um guardanapo e se abanou –

 

 

            Carolina e Izabel gargalhavam, Aline não ficou muito feliz com a conversa, levantou e foi ao banheiro, Ângela percebeu o desconforto da amiga e resolveu ir atrás dela.

 

 

-- Vou ao banheiro também. – Beijou Carolina –

 

 

            Chegou ao banheiro e encontrou Aline lavando o rosto, a mulata estava visivelmente incomodada. Parou ao seu lado e encostou na pia a observando o que a irritou mais ainda.

 

 

-- O que foi Ângela? – Pegou um papel para enxugar o rosto – Você está me olhando como se eu fosse um ET.

 

 

-- Eu vim saber se você está bem. – Cruzou os braços –

 

 

-- Por que eu não estaria? – Jogou o papel na lixeira –

 

 

-- Aline, até o outro lado do mundo consegue ver a tensão entre você a doutora Raquel.

 

 

-- Você está falando bobagem. – Pegou sua bolsa e tirou um batom –

 

 

-- Amiga, a única bobagem aqui é você negar que ela mexeu com você.

 

 

            Aline olhou contrariada para a amiga, retocou a maquiagem e sem falar nada mais voltou para a mesa seguida por Ângela, sentaram e a conversa continuou até a madrugada. Para voltar pra casa, elas tinham que voltar ao estacionamento para pegar o carro de Raquel e Carolina. Izabel reclamou que estava muito bêbada para dirigir, Carolina acabou levando o carro de volta ao hospital.

            Aline queria pegar um taxi, mas as meninas não deixaram, prometeram que a levariam em casa. Chegando de volta ao estacionamento, Izabel resolveu deixar o carro e ir pra casa de carona, não estava acostumada a beber muito e acabou exagerando naquela noite.

 

 

-- Merda, eu vou acordar péssima amanhã! – Segurava a cabeça –

 

 

-- Passarinho quer acompanhar morcego, dorme de cabeça pra baixo. – Raquel disse rindo –

 

 

-- Como você consegue? – Perguntou indignada – Eu não devia ter tomado aquele shot de tequila.

 

 

-- Anos de prática, minha amiga! – Bateu em suas costas – Você vai acordar se sentindo o último biscoito do pacote.

 

 

-- Ué, como assim? Vou me sentir bem? Desejada?

 

 

-- Não, toda quebrada. – Piscou –

 

 

Carolina e Ângela caíram na gargalhada, Aline tentou prender o riso para não dar o braço a torcer, e Izabel fez uma careta para Raquel que sorria marota para a amiga.

 

 

-- Então vamos. Eu te deixo em casa Bel. – Abriu o carro – Aline, onde você mora?

 

 

-- Eu moro em Itaipu Doutora Carolina. Acho que é totalmente fora da sua rota.

 

 

            Raquel sentiu que seria a chance de ficar sozinha com a residente, morava em um bairro vizinho a ela e resolveu oferecer carona, claro com inúmeras intenções.

 

 

-- Não tem problema, eu moro em Piratininga, eu te deixo em casa. – Raquel ofereceu –

 

 

-- Eu não quero incomodar, eu posso muito bem pegar um taxi. – Disse ressabiada –

 

 

-- Não é nenhum incômodo, eu estou indo pra lá. – Destravou o carro – Vem, pode entrar, eu não mordo. – Piscou – Só quando me pedem. – Pensou --

 

 

            Ângela riu e incentivou a amiga, a abraçou e sussurrou em seu ouvido: -- Divirta-se!

 

            Aline arregalou os olhos e negou com a cabeça, Ângela riu e a empurrou para o carro de Raquel, não via mal nenhum em ver a amiga se divertir. Carolina ficou apreensiva, pois conhecia a neurologista e sabia que ela não era de perder nenhuma conquista, mas depois não se apegava a nenhuma relação mais duradoura.

 

            Carolina deixou Izabel em casa e foi para seu apartamento com Ângela, estava louca para arrancar as roupas tentadoras que a namorada estava usando, o tesão era tão grande que no elevador elas começaram a se beijar, de madrugada não tinha movimento no prédio, Carolina encaixou sua coxa entre as pernas da residente que gem*u baixinho. O beijo era urgente, parecia que não conseguiriam chegar no interior do apartamento. A urgência era tamanha que a chave quase não foi encaixada na fechadura, entre beijos e mãos entrando debaixo de sua blusa, Carolina conseguiu abrir a porta da sala.

            As bolsas ficaram na entrada, caídas pelo chão, assim como os casacos que foram jogados de qualquer maneira. Carolina sentiu as costas baterem na parede com a pressão de Ângela em seu corpo, a coxa entre suas pernas a deixou enlouquecida. Os beijos eram lascivos, famintos, quase violentos.

            A blusa de Ângela quase foi rasgada ao ser retirada, suas mãos encaixaram nos seios da residente que gem*u ao sentir a parede gelada depois que Carolina inverteu as posições a caminho do quarto. A calça de Carolina foi aberta e seu sex* foi invadido pela urgência dos toques de Ângela, ela gem*u e jogou a cabeça para trás sentindo os dedos habilidosos pressionando seu clit*ris sobre sua calcinha.

 

 

-- Tem pano demais aqui. – Sussurrou no ouvido da residente –

 

 

            Carolina tirou sua calça junto com a calcinha e Ângela retirou o sutiã e parou por um pequeno momento para admirar o corpo nu de sua namorada, mas Carolina não queria contemplação, estava ávida por prazer e avançou na boca de Ângela invadindo com sua língua enquanto tirava a calça da namorada que ajudou a descer junto com a calcinha, largando pelo corredor.

            O seu sutiã acabou pendurado na maçaneta do banheiro e ao chegar no quarto ambas estavam ofegantes, quase sem ar, caíram deitadas sobre a cama e sem se soltar alcançaram seus sex*s simultaneamente, como se tivessem ensaiado, uma penetrou a outra ao mesmo tempo, e os movimentos foram os mais primitivos que já haviam praticado, era uma necessidade quase insana de alcançar o prazer, a noite inteira elas ficaram se provocando e ali naquele momento tudo que queriam, o que precisavam era de sua libertação, que veio quase ao mesmo tempo, primeiro Carolina em seguida Ângela.

            Beijaram-se extasiadas e completamente esgotadas com tamanha intensidade que aquele orgasmo lhes ofereceu. Depois de abrirem os olhos uma riu para a outra que debilmente a acompanhou. E assim mais uma noite de amor e prazer iniciava naquele apartamento que antes tinha tão pouca vida.

 

 

 

***************

 

 

 

            Enquanto isso, Raquel deixava Aline em sua casa, durante o caminho trocaram poucas palavras, Raquel tentou se aproximar, mas Aline estava arredia, o que estimulou mais ainda a neurologista.

 

 

-- Chegamos na rua, onde é sua casa? – Dirigia –

 

 

-- No segundo poste à direita.

 

 

-- Está entregue. – Parou o carro – Sua companhia foi maravilhosa hoje.

 

 

-- Obrigada pela carona doutora Raquel. – Ameaçou sair do carro –

 

 

-- Espera, não precisa me chamar de doutora. Só Raquel. – Sorriu –

 

 

-- Tudo bem, mas eu preciso entrar.

 

 

-- Aline, nós podemos marcar um chope um outro dia, só nós duas? Eu queria te conhecer melhor.

 

 

-- Acho que não seria muito apropriado. Muito obrigada pela carona. – Esticou a mão –

 

 

            Raquel ficou meio desapontada, mas não iria desistir, segurou a mão da residente para se despedir e a corrente elétrica que percorreu seus corpos foi algo que não poderia passar despercebido por nenhuma das duas, os olhares se encontraram novamente e aquela atração que tensionou as duas no estacionamento voltou com força total.

            Raquel queria beija-la ali naquele momento e começou a se aproximar de Aline que parecia hipnotizada, estava prestes a receber aqueles lábios convidativos que ela desejou a noite inteira, mas um lampejo de lucidez a fez se afastar e sair do carro quase como uma fugitiva.

            Raquel ficou frustrada e desesperada por ter aquela mulher em sua cama, assistiu Aline correr para dentro do portão e desaparecer na escuridão da noite. Engatou a marcha e saiu sentindo o corpo queimar de desejo.

 

 

-- Eu vou te conquistar, gata manhosa!

 

Fim do capítulo