Capítulo 13 A prisão
Elisandra
Acordei no dia seguinte, e não encontrei Carmen no quarto. Não sabia explicar as sensações que tomam meu corpo e meu espírito, lógico que toda a tensão que havia passado no dia anterior, contavam muito para isso, mas havia algo mais, um aperto inexplicável no peito, uma vontade louca de chorar que eu não sabia de onde vinha.
Vesti um robbe, e sai pelo casarão a sua procura. Cada passo que eu dava, meu coração se comprimia ainda mais, fui me aproximando das escadas e com isso passei a ouvir vozes alteradas. Desci as escadas as pressas, já sem conseguir controlar o choro que veio forte, sabia o que estava acontecendo.
-- MINHA FILHA NÃO TEM CULPA!
--Mamãe, acalme-se por favor, vai ficar tudo bem.
Ao chegar na sala me deparei com a cena mais triste de toda a minha vida, que me magoou profundamente. Carmen estava sentada no sofá da sala com as mãos algemadas, e dona Teresa discutindo com os policiais.
-- CARMEN! O que está acontecendo aqui?
--Menina! Chame o Dr. Bonardi, não deixe que levem minha filha...
--Joaquim, tire minha mãe daqui!
E assim Joaquim o fez, mesmo contra os protestos de dona Teresa ele a levou para outro cômodo qualquer. Nesse momento o policial pegou Carmen pelo braço, e a conduziu para fora de casa.
--Carmen!
Eu chorava, estava perdida, não sabia como agir, não queria vê-la naquela situação, não queria ficar longe dela, não queria o seu mal. Corri atrás deles até o carro onde ela fora posta no banco de trás.
--Cuide deles Elisandra, de todos eles.
--Não! Essa é sua obrigação...
--Agora é sua.
Assim que o carro arrancou levantando poeira da estrada, eu me permiti gritar, mesmo que ela não ouvisse.
--EU VOU TIRAR VOCÊ DE LÁ! EU JURO!
E completei mas desta vez, apenas para mim.
--Farei o que for preciso pra te trazer de volta...
E assim eu viria fazer.
* * * *
Carmen
Sabia que seria presa, mas não imaginei que as coisas aconteceriam tão rápido. Porém, se tratando do promotor Rogério Minardi, não era de se surpreender com a rapidez do mandato.
Já na delegacia fiquei aliviada ao saber que Rogério apesar de estar bastante ferido, não corre riscos de morte. Então, eu estava sendo acusada de tentativa de homicídio e agressão física. Fui colocada em uma sela qualquer, apesar de ter curso superior, não recebi nenhum tipo de benefício.
Sentei-me na cama dura que havia na sela, estava arrasada, não por estar assumindo as conseqüências das minhas atitudes, mas sim por haver a dúvida, de que dessa vez Rogério fosse inocente, não tivesse nada com a ver com o bullying que os meninos estavam sofrendo, e isso me causava um remorso tremendo.
Lembrei-me do desespero de minha mãe, já havia feito loucuras como a do dia anterior, mas nenhuma delas havia me arrependido ou sido castigada, até porque sempre fui justa e só "cobrei" de quem realmente "devia". Mamãe não merecia este desgosto, éramos só nós duas depois da morte de papai, e agora eu a havia abandonado mesmo que involuntariamente. Pensei em Ernesto e Juanes, sempre me tiveram como um espelho, ambos sempre diziam que se orgulhavam de mim, me chamavam de vingadora quando menores, sorri ao lembrar-me disso. Recordei do pedido de Joan, para que cuidasse de sua família como se fosse minha, sabia que havia falhado. E por fim, lembrei dos olhos cor de mel, banhados em lágrimas ao me ver naquela situação deprimente, era fato pra mim que eu a amava, e não queria decepcioná-la, mas já o havia feito.
* * * *
Elisandra
Após a prisão de Carmen, liguei para o advogado da família, e fomos imediatamente para a delegacia nos informar qual era a real situação dela. No entanto, as notícias não eram nada agradáveis. Carmen havia sido presa, por "representar risco a sociedade", acusada de tentativa de homicídio e agressão física, crimes pelos quais ela seria julgada.
Eu estava arrasada, mas sabia que agora as responsabilidades haviam caído sobre mim, precisava ser forte pelos meus irmãos, por dona Teresa, por mim.
Dr. Bonardi pediu para que o acompanhasse até seu escritório, pois tinha assuntos importantes pra tratar comigo.
--Srta. Romero estou como sempre estive, a inteira disposição de sua família, farei o que for preciso pra ajudar Carmen a sair dessa. No entanto, não sou um advogado criminalista, não sou o mais indicado para defendê-la, você precisa contratar outro advogado, posso lhe indicar alguns, mas, a Srta. É quem decide...
Mais essa, Bonardi era um último advogado pelo que já conhecia de seu trabalho, mas era verdade que sua área não era a criminalista. Deixei o escritório com os nervos a "flor da pele", jamais havia sido testada de tal forma, jamais tive tamanho desafio a enfrentar, e sinceramente, mal sabia por onde começar.
Assim que entrei no camionete o celular tocou, ignorei por completo, mas durante a viagem de volta para a fazenda, já irritada com a insistência , parei o carro e atendi.
--Alô?
--Que demora pra atender Lisa...
--Estava dirigindo Fabrício...
--Podia ter parado pra me atender não?
--Foi o que fiz...
--Hum... Como está meu amor?
--Cheia de problemas...
--Achei que era cheia de saudades...
Apertei o volante com a mão livre, estava cansada de Fabrício, completamente irritada com suas cobranças, vontade imensa de mandá-lo pro inferno.
--Olha, estou com muitos problemas aqui, preciso desligar a menos que tenha algo muito importante pra falar comigo.
--Nossa Elisandra, você mudou muito depois que foi ai pra roça viu? A família Buscapé ta interferindo muito na nossa relação...
--Não ouse falar assim da minha família Fabrício. Não te dou esse direito e é melhor respeitar ou...
--Ok!Ok! Eu apenas fico chateado com sua frieza...
--Já disse que tenho problemas pra resolver...
--Tudo bem! Só queria que fosse a primeira, a saber, que ganhei uma grande causa hoje... Provei a inocência daquele homem que fora acusado de homicídio lembra? O Fontenelle.
Uma luz acendeu no fim do túnel nesse instante, pela primeira vez na vida, eu fiquei feliz com uma ligação de Fabrício, pois ali estava o brilhante advogado criminalista do qual eu precisava, pra defender Carmen.
--Fabrício?! Quero que venha conhecer a fazenda que herdei do meu pai, o mais breve possível...
--Ow meu amor... Achei que não quisesse minha companhia mais... Ta com saudade e não quer admitir não é?
O que Fabrício tinha de imbecil, ele tinha de competente na sua profissão, ele era a melhor chance que Carmen tinha de ser inocentada, e como prometido, eu faria o que fosse preciso pra tê-la de volta.
Fim do capítulo
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Rosi
Em: 21/03/2019
Meu esse promotor é um escroto msm armou direitinho e pra complicar ainda mais Carmem cheia de culpa
Nao sei não mas acho que chamar Fabricio é roubada Lisa devia pedir uma indicação ao advogado que ela já conhece
Resposta do autor: kkkkk muita treta ainda
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Marta Andrade dos Santos
Em: 20/03/2019
Vixe Carmen nan vai gostar.
Resposta do autor: Kkkk vai ser beeem complicado
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